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quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Philippa de Lancaster Nascida a 31 de março de 1360 - Leicester Castle, Inglaterra Falecida a 19 de julho de 1415 - Odivelas, Lisboa, Portugal, com a idade de 55 anos Princesa da Inglaterra; Rainha consorte de Portugal

 

Philippa de Lancaster 

F  Philippa de Lancaster

  • Sosa : 294.913
    • Nascida a 31 de março de 1360 - Leicester Castle, Inglaterra
    • Falecida a 19 de julho de 1415 - Odivelas, Lisboa, Portugal, com a idade de 55 anos
    • Princesa da Inglaterra; Rainha consorte de Portugal

 Pais

 Casamento(s) e filho(s)

 Notas

Notas individuais

  • Nota (1):

    Philippa de Lancaster, Rainha consorte de Portugal Data de nascimento: 31 março 1360 Local de nascimento: Leicester Castle, Inglaterra Falecimento: 19 Julho 1415 em Odivelas, Lisboa, Portugal Local de enterro: Batalha, Leiria, Portugal Família imediata: Filha de John de Gaunt, 1st Duke de Lancaster e Blanche de Lancaster, Duquesa de Lancaster Mulher de João I o Bom, rei de Portugal Mãe de: 1. Duarte I o Eloquente, rei de Portugal; 2. Beatrice de Pinto; 3. Henrique de Portugal, duque de Viseu; 4. Afonso, infante de Portugal; 5. Isabella de Portugal, Duquesa de Burgundy; 6. Branca, infanta de Portugal; 7. João de Portugal, senhor de Reguengos de Monsaraz; 8. Santo Fernando, infante de Portugal; 9. Leonor, Infanta de Portugal; 10. Branca, infanta de Portugal; 11. Pedro de Portugal, duque de Coimbra; 12. Juana, Infanta de Portugal e 13. Diniz, Infante de Portugal Irmã de: 1. John I Plantagenet de Lancaster; 2. Elizabeth Plantagenet, Duchess de Exeter; 3. Edward de Lancaster; 4. John II (1366-1367) (Plantagenet) de Lancaster; 5. Henry IV de England; e 6. Isabel de Lancaster Meia-irmã de: 1. Blanche Plantagenet; 2. Catalina de Lancáster, reina consorte de Castilla; 3. John de Lancaster; 4. John Beaufort, 1st Earl de Somerset; 5. Cardinal Henry Beaufort, Bishop de Winchester; 6. Thomas Beaufort, 1st Duke de Exeter e 7. Joan Beaufort, Condessa de Westmorland

Nascimento

  • Nota (2):

    Filipa de Lencastre (em inglês: Philippa of Lancaster; Leicester, ca. março de 1360[b] — Lisboa, 19 de julho de 1415) foi uma princesa inglesa da Casa de Lencastre, filha de João de Gante, 1.º Duque de Lencastre, com sua mulher Branca de Lencastre. Quando tinha dezoito anos, foi-lhe atribuída a distinção inglesa da Ordem da Jarreteira,[1] o que, anos mais tarde, contribuiria para sua imagem de rainha santa.[2] Tornou-se rainha consorte de Portugal através do casamento com o rei D. João I, celebrado em 1387 na cidade do Porto, e acordado no âmbito da Aliança Luso-Inglesa contra o eixo França-Castela.[3] As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens adquiridos na sua grande maioria por doação. D. Filipa de Lencastre recebeu de D. João I as rendas da alfândega de Lisboa e das vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras.[4] A Crónica de el-rei D. João I, de Fernão Lopes, retrata a rainha como generosa e amada pelo povo. Os seus filhos que chegaram à idade adulta seriam lembrados como a ínclita geração, de príncipes cultos e respeitados em toda a Europa.[5] Filipa morreu de peste bubónica nos arredores de Lisboa, poucos dias antes da partida da expedição a Ceuta. Atualmente, a tese mais aceite ressalta que ela faleceu no convento de Odivelas, conforme é possível constatar nos trabalhos de Francisco Benevides,[6] Manuela Santos Silva.[7] e Ana Rodrigues.[8] Está sepultada na Capela do Fundador do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, ao lado do seu esposo. A Escola Secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, foi batizada em sua honra.

    Ascendência[editar | editar código-fonte] Filipa de Lencastre proveio de duas nobres famílias: a casa régia dos Plantagenetas e a dos Lencastre. Seus avós paternos eram o rei Eduardo III e a rainha Filipa de Hainault, enquanto que os maternos eram Henrique de Grosmont e Isabel de Beaumont.[9] Seu pai, João de Gante, ao casar-se com sua mãe, Branca de Lencastre, herdou o ducado do seu sogro, juntamente com domínios e castelos por toda a Inglaterra e o Principado de Gales, conquistando, assim, maior poder e prestígio para a sua família. Filipa foi a primeira filha do casal, nascendo em março do ano posterior ao casamento. Recebeu o nome da sua avó paterna, a rainha, que também foi sua madrinha.[10] Vida na Inglaterra[editar | editar código-fonte] No que se refere ao estudo das línguas, Filipa de Lencastre foi educada à maneira nobre e aristocrática, isto é, aprendeu latim suficientemente para ler livros litúrgicos, além de francês e inglês para ler romances ou livros de instruções. Foi ensinada a agir de acordo com as virtudes femininas apreciadas na época, tais como modéstia, humildade e pureza espiritual.[11] Quando tinha aproximadamente nove anos, vivenciou o falecimento da sua madrinha e avó paterna. Logo em seguida, sua mãe foi vítima da peste e também morreu. Filipa, então, passou aos cuidados de Catarina Swynford que viria a se tornar amante de seu pai ainda durante o segundo casamento dele com Constança, filha mais velha e herdeira de Pedro I de Castela.[12] Os registos de despesas de seu pai mostram que ele era generoso tanto com os seus filhos legítimos como para os membros da sua corte.[13] Essa característica influenciaria a vida de Filipa, que também viveu sob o clima literário da corte de seu pai. Considerado um mecenas, ele foi seu principal exemplo, inspirando-a a criar o seu próprio círculo de poetas através de um grupo cortesão de leitura conhecido como "A flor e a folha". O poeta Eustache Deschamps, membro desse grupo, dedicou a Filipa um poema no qual a comparava a uma flor. Tratava-se de um reconhecimento por seu notável papel no incentivo à literatura inglesa.[14]

    O pai de Filipa via em Portugal, conduzido por D. João I a partir de 1385, um importante aliado para os seus interesses castelhanos. O duque acreditava que, ao se casar com Constança em 1372, herdeira do rei Pedro I de Castela, eventualmente tomaria posse do trono. Contudo, o lugar estava ocupado até 1379 por Henrique II, meio-irmão de Pedro I, e, posteriormente, por seu filho, João I de Castela. A aliança também era favorável ao rei D. João I, pois garantia apoio à independência portuguesa face a Castela.[15] Essa conjuntura de união luso-inglesa frente ao inimigo comum, portanto, ocorria desde o reinado de Fernando I de Portugal, anterior ao de D. João I, mas ganhou maior estabilidade após o estabelecimento do Tratado de Windsor, em 1386, que vigora até os dias atuais. O casamento entre Filipa e D. João I em fevereiro de 1387 selou a aliança.[16] Escoltada por nobres ingleses e portugueses, Filipa foi conduzida ao Porto, onde, de acordo com a Crónica de El-Rei D. João I, foi recebida com grandes festejos. Alguns dias depois, D. João chegou à cidade e os dois puderam conversar e trocar presentes. Após o casamento, a festa continuou por mais quinze dias.[17] Reinado[editar | editar código-fonte]

    Apesar da imagem recatada da rainha que domina o imaginário dos portugueses (essa atitude era tida como virtude no comportamento das mulheres medievais), D. Filipa parecia ter momentos descontraídos com as donzelas de sua corte, gostando de conversar.[18] Era uma mulher culta, que se correspondia com seus parentes na Inglaterra, estabelecendo a prática de registar documentos que haviam sido enviados por ela ou pelo rei.[19] Para manter a corte da rainha enquanto não lhe doava terras, D. João concedeu-lhe um rendimento originário das rendas da alfândega de Lisboa, estabelecendo também o que as servidoras da rainha receberiam mensalmente. Posteriormente, D. Filipa recebeu os rendimentos das vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras.[20] D. Filipa seguiu os hábitos que aprendeu na corte inglesa, especialmente no que se refere ao modelo multicultural representado por seu pai. Assim, tentou manter a conexão entre Inglaterra e Portugal, influenciando casamentos entre membros das nobrezas dos dois países.[19] Além disso, D. Filipa por várias vezes assumiu o exercício do governo representando o marido, uma vez que ele estava frequentemente ocupado em operações militares.[21] Ainda em 1387, deslocou-se até Monção com alguns conselheiros e homens da corte, aproximando-se de Melgaço, onde estava o monarca, para dar cumprimento a algumas disposições régias.[22] Sempre que pôde, D. Filipa acompanhou o marido, o que seria uma forma de apoiar os seus feitos.[23]

    D. Filipa correspondeu ao papel esperado da rainha medieval em assegurar a continuidade da linhagem e do património. Tal como seu pai, ela incitou a apreciação pela cultura nos seus filhos, os futuros monarcas. Consequentemente, eles foram figuras que funcionaram como modelos a serem seguidos pela sociedade.[24] Os romances de cavalaria medieval agradavam à rainha. A ênfase em aventuras, virtudes cavaleirescas e valores da espiritualidade cristã contribuíram para moldar a educação dos príncipes pelos ideais expressos nos códigos de cavalaria: justiça e retidão.[25] Os nomes dos filhos homenageavam tanto membros da família de D. João I quanto de D. Filipa, o que mostra o respeito dos reis pelos seus antepassados.[26]

    Do seu casamento, nasceram: Branca de Portugal (13 de julho de 1388 – 6 de março de 1389), morreu jovem, antes de completar um ano de idade. O seu nome honrava a mãe de D. Filipa, Branca de Lencastre.[27] Afonso de Portugal (1390 – 1400), morreu jovem. Recebeu o mesmo nome que D. Afonso I, o rei fundador de Portugal.[27] Duarte I de Portugal (1391 – 1438), sucessor do pai no trono português, poeta e escritor. O seu nome homenageava simultaneamente seu bisavô materno, Eduardo III, e o tio-avô Eduardo, o Príncipe Negro.[27] Pedro, 1.º Duque de Coimbra (1392 – 1449), recebeu o nome de seu avô paterno, o rei Pedro I de Portugal. Foi um dos príncipes mais esclarecidos do seu tempo, sendo regente durante a menoridade do seu sobrinho, o futuro rei D. Afonso V. Tornou-se cavaleiro da Ordem da Jarreteira, a mesma a que seus pais pertenciam. Morreu na batalha de Alfarrobeira.[27] Henrique, Duque de Viseu, O Navegador (1394 – 1460), recebeu esse nome em homenagem ao bisavô, Henrique de Grosmont, ou ao tio materno, o rei Henrique IV da Inglaterra. Investiu a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia.[27] Isabel (1397 – 1471), casou com Filipe III, Duque da Borgonha e entreteve uma corte refinada e erudita nas suas terras. O seu nome homenagearia suas duas linhagens: a paterna, com a rainha Santa Isabel de Portugal e a materna, através da tia Isabel ou da bisavó, Isabel de Beaumont.[27] Branca (11 de abril de 1398 - 27 de julho de 1398), morreu jovem João, Infante de Portugal (1400 – 1442), condestável de Portugal e avô de Isabel de Castela. O seu nome foi escolhido em honra de seu pai e de seu avô, João de Gante.[27] Fernando, o Infante Santo (1402 – 1443), morreu no cativeiro em Fez. O seu nome foi uma homenagem ao tio paterno, o rei Fernando I de Portugal.[27]

    Desde o início de 1415, a peste bubónica invadia Lisboa e Porto. Os reis refugiaram-se em Sacavém, mas os longos e frequentes jejuns, orações e vigílias da rainha enfraqueciam e debilitavam o seu corpo. Ela dedicava-se espiritualmente ao sucesso na Tomada de Ceuta, empreendimento em que seu marido e seus filhos Henrique, Pedro e Duarte participaram. Contudo, com as constantes entradas e saídas de mensageiros e contactos, a peste acabou por chegar a Sacavém. O rei abrigou-se em Odivelas, mas a rainha preferiu ir depois. Quando chegou, em julho do mesmo ano, já estava doente.[28] De acordo com a Crónica da Tomada de Ceuta, de Gomes Eanes de Zurara, D. Filipa sentiu a morte aproximar-se, preparando-se para a viagem eterna ao cumprir os ritos da boa morte. Confessou-se, comungou e recebeu a extrema-unção. Quando os clérigos acabaram de rezar, no dia 19 de julho, ela faleceu.[29] Inicialmente foi sepultada em Odivelas, onde havia falecido. No ano seguinte, os seus restos mortais seguiram para o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, por ordem de seu marido. Mais tarde, o local abrigou túmulos de outros membros da dinastia de Avis, tais como os de seus filhos.[30] Com exceção de D. Duarte, que construiu o seu próprio panteão, a "Ínclita Geração" está sepultada na Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha, primeiro panteão régio a ser construído em Portugal[31].

    Notas

    [a] ^ Além de Felipa, aparecem ainda em português arcaico outras formas ortográficas como Fellipa, Felippa, etc. Eis mais um exemplo do uso do «e» em lugar do «i» inicial, que encontramos na Crónica de Dom João I, disponível em «Biblioteca Nacional Digital».

    [b] ^ Há controvérsias quanto ao local e data de nascimento de Filipa de Lencastre, mas a bibliografia mais atualizada indica que ela nasceu possivelmente no Castelo de Bollingbroke, em Lincolnshire, em março de 1360.[32]

 Fontes

 Ver árvore

  • Cronologia de Philippa de Lancaster

  • 136031 mar.

    Nascimento

     
    Notas

    Nota (2):

    Filipa de Lencastre (em inglês: Philippa of Lancaster; Leicester, ca. março de 1360[b] — Lisboa, 19 de julho de 1415) foi uma princesa inglesa da Casa de Lencastre, filha de João de Gante, 1.º Duque de Lencastre, com sua mulher Branca de Lencastre. Quando tinha dezoito anos, foi-lhe atribuída a distinção inglesa da Ordem da Jarreteira,[1] o que, anos mais tarde, contribuiria para sua imagem de rainha santa.[2] Tornou-se rainha consorte de Portugal através do casamento com o rei D. João I, celebrado em 1387 na cidade do Porto, e acordado no âmbito da Aliança Luso-Inglesa contra o eixo França-Castela.[3] As rainhas de Portugal contaram, desde muito cedo, com os rendimentos de bens adquiridos na sua grande maioria por doação. D. Filipa de Lencastre recebeu de D. João I as rendas da alfândega de Lisboa e das vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras.[4] A Crónica de el-rei D. João I, de Fernão Lopes, retrata a rainha como generosa e amada pelo povo. Os seus filhos que chegaram à idade adulta seriam lembrados como a ínclita geração, de príncipes cultos e respeitados em toda a Europa.[5] Filipa morreu de peste bubónica nos arredores de Lisboa, poucos dias antes da partida da expedição a Ceuta. Atualmente, a tese mais aceite ressalta que ela faleceu no convento de Odivelas, conforme é possível constatar nos trabalhos de Francisco Benevides,[6] Manuela Santos Silva.[7] e Ana Rodrigues.[8] Está sepultada na Capela do Fundador do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, ao lado do seu esposo. A Escola Secundária D. Filipa de Lencastre, em Lisboa, foi batizada em sua honra.

    Ascendência[editar | editar código-fonte] Filipa de Lencastre proveio de duas nobres famílias: a casa régia dos Plantagenetas e a dos Lencastre. Seus avós paternos eram o rei Eduardo III e a rainha Filipa de Hainault, enquanto que os maternos eram Henrique de Grosmont e Isabel de Beaumont.[9] Seu pai, João de Gante, ao casar-se com sua mãe, Branca de Lencastre, herdou o ducado do seu sogro, juntamente com domínios e castelos por toda a Inglaterra e o Principado de Gales, conquistando, assim, maior poder e prestígio para a sua família. Filipa foi a primeira filha do casal, nascendo em março do ano posterior ao casamento. Recebeu o nome da sua avó paterna, a rainha, que também foi sua madrinha.[10] Vida na Inglaterra[editar | editar código-fonte] No que se refere ao estudo das línguas, Filipa de Lencastre foi educada à maneira nobre e aristocrática, isto é, aprendeu latim suficientemente para ler livros litúrgicos, além de francês e inglês para ler romances ou livros de instruções. Foi ensinada a agir de acordo com as virtudes femininas apreciadas na época, tais como modéstia, humildade e pureza espiritual.[11] Quando tinha aproximadamente nove anos, vivenciou o falecimento da sua madrinha e avó paterna. Logo em seguida, sua mãe foi vítima da peste e também morreu. Filipa, então, passou aos cuidados de Catarina Swynford que viria a se tornar amante de seu pai ainda durante o segundo casamento dele com Constança, filha mais velha e herdeira de Pedro I de Castela.[12] Os registos de despesas de seu pai mostram que ele era generoso tanto com os seus filhos legítimos como para os membros da sua corte.[13] Essa característica influenciaria a vida de Filipa, que também viveu sob o clima literário da corte de seu pai. Considerado um mecenas, ele foi seu principal exemplo, inspirando-a a criar o seu próprio círculo de poetas através de um grupo cortesão de leitura conhecido como "A flor e a folha". O poeta Eustache Deschamps, membro desse grupo, dedicou a Filipa um poema no qual a comparava a uma flor. Tratava-se de um reconhecimento por seu notável papel no incentivo à literatura inglesa.[14]

    O pai de Filipa via em Portugal, conduzido por D. João I a partir de 1385, um importante aliado para os seus interesses castelhanos. O duque acreditava que, ao se casar com Constança em 1372, herdeira do rei Pedro I de Castela, eventualmente tomaria posse do trono. Contudo, o lugar estava ocupado até 1379 por Henrique II, meio-irmão de Pedro I, e, posteriormente, por seu filho, João I de Castela. A aliança também era favorável ao rei D. João I, pois garantia apoio à independência portuguesa face a Castela.[15] Essa conjuntura de união luso-inglesa frente ao inimigo comum, portanto, ocorria desde o reinado de Fernando I de Portugal, anterior ao de D. João I, mas ganhou maior estabilidade após o estabelecimento do Tratado de Windsor, em 1386, que vigora até os dias atuais. O casamento entre Filipa e D. João I em fevereiro de 1387 selou a aliança.[16] Escoltada por nobres ingleses e portugueses, Filipa foi conduzida ao Porto, onde, de acordo com a Crónica de El-Rei D. João I, foi recebida com grandes festejos. Alguns dias depois, D. João chegou à cidade e os dois puderam conversar e trocar presentes. Após o casamento, a festa continuou por mais quinze dias.[17] Reinado[editar | editar código-fonte]

    Apesar da imagem recatada da rainha que domina o imaginário dos portugueses (essa atitude era tida como virtude no comportamento das mulheres medievais), D. Filipa parecia ter momentos descontraídos com as donzelas de sua corte, gostando de conversar.[18] Era uma mulher culta, que se correspondia com seus parentes na Inglaterra, estabelecendo a prática de registar documentos que haviam sido enviados por ela ou pelo rei.[19] Para manter a corte da rainha enquanto não lhe doava terras, D. João concedeu-lhe um rendimento originário das rendas da alfândega de Lisboa, estabelecendo também o que as servidoras da rainha receberiam mensalmente. Posteriormente, D. Filipa recebeu os rendimentos das vilas de Alenquer, Sintra, Óbidos, Alvaiázere, Torres Novas e Torres Vedras.[20] D. Filipa seguiu os hábitos que aprendeu na corte inglesa, especialmente no que se refere ao modelo multicultural representado por seu pai. Assim, tentou manter a conexão entre Inglaterra e Portugal, influenciando casamentos entre membros das nobrezas dos dois países.[19] Além disso, D. Filipa por várias vezes assumiu o exercício do governo representando o marido, uma vez que ele estava frequentemente ocupado em operações militares.[21] Ainda em 1387, deslocou-se até Monção com alguns conselheiros e homens da corte, aproximando-se de Melgaço, onde estava o monarca, para dar cumprimento a algumas disposições régias.[22] Sempre que pôde, D. Filipa acompanhou o marido, o que seria uma forma de apoiar os seus feitos.[23]

    D. Filipa correspondeu ao papel esperado da rainha medieval em assegurar a continuidade da linhagem e do património. Tal como seu pai, ela incitou a apreciação pela cultura nos seus filhos, os futuros monarcas. Consequentemente, eles foram figuras que funcionaram como modelos a serem seguidos pela sociedade.[24] Os romances de cavalaria medieval agradavam à rainha. A ênfase em aventuras, virtudes cavaleirescas e valores da espiritualidade cristã contribuíram para moldar a educação dos príncipes pelos ideais expressos nos códigos de cavalaria: justiça e retidão.[25] Os nomes dos filhos homenageavam tanto membros da família de D. João I quanto de D. Filipa, o que mostra o respeito dos reis pelos seus antepassados.[26]

    Do seu casamento, nasceram: Branca de Portugal (13 de julho de 1388 – 6 de março de 1389), morreu jovem, antes de completar um ano de idade. O seu nome honrava a mãe de D. Filipa, Branca de Lencastre.[27] Afonso de Portugal (1390 – 1400), morreu jovem. Recebeu o mesmo nome que D. Afonso I, o rei fundador de Portugal.[27] Duarte I de Portugal (1391 – 1438), sucessor do pai no trono português, poeta e escritor. O seu nome homenageava simultaneamente seu bisavô materno, Eduardo III, e o tio-avô Eduardo, o Príncipe Negro.[27] Pedro, 1.º Duque de Coimbra (1392 – 1449), recebeu o nome de seu avô paterno, o rei Pedro I de Portugal. Foi um dos príncipes mais esclarecidos do seu tempo, sendo regente durante a menoridade do seu sobrinho, o futuro rei D. Afonso V. Tornou-se cavaleiro da Ordem da Jarreteira, a mesma a que seus pais pertenciam. Morreu na batalha de Alfarrobeira.[27] Henrique, Duque de Viseu, O Navegador (1394 – 1460), recebeu esse nome em homenagem ao bisavô, Henrique de Grosmont, ou ao tio materno, o rei Henrique IV da Inglaterra. Investiu a sua fortuna em investigação relacionada com navegação, náutica e cartografia.[27] Isabel (1397 – 1471), casou com Filipe III, Duque da Borgonha e entreteve uma corte refinada e erudita nas suas terras. O seu nome homenagearia suas duas linhagens: a paterna, com a rainha Santa Isabel de Portugal e a materna, através da tia Isabel ou da bisavó, Isabel de Beaumont.[27] Branca (11 de abril de 1398 - 27 de julho de 1398), morreu jovem João, Infante de Portugal (1400 – 1442), condestável de Portugal e avô de Isabel de Castela. O seu nome foi escolhido em honra de seu pai e de seu avô, João de Gante.[27] Fernando, o Infante Santo (1402 – 1443), morreu no cativeiro em Fez. O seu nome foi uma homenagem ao tio paterno, o rei Fernando I de Portugal.[27]

    Desde o início de 1415, a peste bubónica invadia Lisboa e Porto. Os reis refugiaram-se em Sacavém, mas os longos e frequentes jejuns, orações e vigílias da rainha enfraqueciam e debilitavam o seu corpo. Ela dedicava-se espiritualmente ao sucesso na Tomada de Ceuta, empreendimento em que seu marido e seus filhos Henrique, Pedro e Duarte participaram. Contudo, com as constantes entradas e saídas de mensageiros e contactos, a peste acabou por chegar a Sacavém. O rei abrigou-se em Odivelas, mas a rainha preferiu ir depois. Quando chegou, em julho do mesmo ano, já estava doente.[28] De acordo com a Crónica da Tomada de Ceuta, de Gomes Eanes de Zurara, D. Filipa sentiu a morte aproximar-se, preparando-se para a viagem eterna ao cumprir os ritos da boa morte. Confessou-se, comungou e recebeu a extrema-unção. Quando os clérigos acabaram de rezar, no dia 19 de julho, ela faleceu.[29] Inicialmente foi sepultada em Odivelas, onde havia falecido. No ano seguinte, os seus restos mortais seguiram para o Mosteiro de Santa Maria da Vitória, por ordem de seu marido. Mais tarde, o local abrigou túmulos de outros membros da dinastia de Avis, tais como os de seus filhos.[30] Com exceção de D. Duarte, que construiu o seu próprio panteão, a "Ínclita Geração" está sepultada na Capela do Fundador do Mosteiro da Batalha, primeiro panteão régio a ser construído em Portugal[31].

    Notas

    [a] ^ Além de Felipa, aparecem ainda em português arcaico outras formas ortográficas como Fellipa, Felippa, etc. Eis mais um exemplo do uso do «e» em lugar do «i» inicial, que encontramos na Crónica de Dom João I, disponível em «Biblioteca Nacional Digital».

    [b] ^ Há controvérsias quanto ao local e data de nascimento de Filipa de Lencastre, mas a bibliografia mais atualizada indica que ela nasceu possivelmente no Castelo de Bollingbroke, em Lincolnshire, em março de 1360.[32]

    136124 mar.
    11 meses

    Morte do avô materno

    136915 ago.
    9 anos

    Morte da avó paterna

     
    Castelo de Windsor
    136912 set.
    9 anos

    Morte da mãe

    137721 jun.
    17 anos

    Morte do avô paterno

    139131 out.
    31 anos
    13929 dez.
    32 anos

    Nascimento de um filho

     
    Reino de Portugal
    13993 fev.
    38 anos

    Morte do pai

    141519 jul.
    55 anos
  • Antepassados de Philippa de Lancaster

    Henrique III da Inglaterra "Plantageneta" 1207-1272 Leonor da Provença 1223-1291 Fernando III de Leão e Castela, o Santo 1199-1252
    imagem
     Jeanne de Dammartin †1278 Felipe III da França, o Ousado 1245-1285
    imagem
     Isabel de Aragão 1243-1271 Henrique I de Navarra, o Gordo 1244-1274 Branca de Artois 1248-1302 João I de Holanda 1284-1299 Isabel de Rhuddlan "Plantageneta" 1282-1316   Felipe III da França, o Ousado 1245-1285
    imagem
     Isabel de Aragão 1243-1271       Alexandre Comyn  Isabel de Quincy  Guilherme le Latimer  Alicia Ledet 
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    Eduardo I da Inglaterra "Plantageneta" 1239-1307
    imagem
     Leonor de Castela 1241-1290
    imagem
     Felipe IV da França  Joana I de Navarra 1271-1305 João II de Holanda  Filipa de Luxemburgo  Carlos de Valois 1270-1325 Margarida de Anjou      Alexandre Comyn Joana le Latimer 
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    | | | |     |
    Eduardo II da Inglaterra "Plantageneta" 1284-1327
    imagem
     Isabel da França 1295-1358
    imagem
     Guilherme I de Hainault  Joana de Valois    Henrique de Beaumont 'Newburgh'  Alice Comyn 1289-1349
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    | |   |
    Eduardo III de Windsor 1312-1377
    imagem
     Filipa de Hainault 1314-1369
    imagem
     Henrique de Grosmont 1304-1361 Isabel de Beaumont 1320-1361
    | | | |



     


    | |
    John de Gaunt 1340-1399
    imagem
     Blanche de Lancaster 1345-1369
    | |



    |
    Philippa de Lancaster 1360-1415
  • Descendentes de Philippa de Lancaster

      
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