Quem foi: Alfredo Romário Martins
Foi um importante historiador do Estado, com destaque para o clássico "História do Paraná"
Alfredo Romário Martins (1874-1948) teve uma vida dedicada ao estudo da história paranaense. Natural de Curitiba, Martins é oriundo de família tradicional. Seu avô Manoel Felix Martins, por exemplo, foi comendador, enquanto o pai José Antônio Martins, teve ligação importante com o Museu Paranaense e se tornou administrador do Correio Geral do Paraná.
Desde cedo, o historiador compartilhou de um ambiente extremamente intelectual. De sua geração, no Colégio Curitibano, saíram nomes como Ermelino Leão, João Pernetta, Julia Wanderley, entre outros. Ao cursar jornalismo e ser pai de oito filhos originários do casamento com Ana Fausta de Menezes, Romário Martins teve início a sua carreira profissional como tipógrafo, e posteriormente jornalista de meios de comunicação como o Dezenove de Dezembro, A República e a Ilustração Paranaense.
O período fez com que surgisse um movimento ufanista no Estado do Paraná. Fatores como ideais simbolistas, consolidação do cenário de exportação da erva-mate, construção da Estrada de Ferro ligando Curitiba a Paranaguá garantiam uma nova ideologia na região. No contexto, Romário Martins procurou estar presente em praticamente todas novas publicações e se aproximou de personagens como Emiliano Perneta e Rocha Pombo. Iniciando na poesia e passando pela sociologia, o historiador deu início – juntamente com o próprio Rocha Pombo – a uma intensa crítica ao governo estadual pela falta de cuidado com os índios paranaenses.
Como historiador, Romário Martins teve como pontapé inicial a publicação de “Fatos e Tradições Paranaenses”, em 1896, e que mais tarde viria a ser incorporada em seu clássico “História do Paraná”. Obra que seria lançada em três edições (1899, 1937, 1995), se tornando uma referência para o Estado no gênero. Ao defender o Paraná, Martins também exerceu importante papel ao reunir uma série de documentos argumentando que o Paraná seria o detentor das terras contestadas por Santa Catarina, fato que reforçava sua opinião de que para defender a região era preciso estar inserido no âmbito político.
Considerado o fundador do Movimento Paranista – responsável por criar uma valorização ao Estado – o historiador também foi deputado estadual em oito oportunidades; obteve participação na criação das bandeiras do Paraná e de Curitiba; membro do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro e fundador do Instituto Histórico e Geográfico Paranaense; participação na constituição da Universidade do Paraná (atual UFPR); e diretor do Museu Paranaense. Romário Martins faleceu em 10 de setembro de 1948 deixando um legado histórico para o Paraná.
Em Curitiba, o historiador é lembrado de diversas formas. Destaque para a Rua Romário Martins – no Jardim Social -, o busto na Praça Santos Dumont, e ao dar nome a uma conhecida residência no Centro Histórico de Curitiba, a Casa Romário Martins.
Referências:IURKIV, José Erondy. Romário Martins e a Historiografia Paranaense. Disponível em <http://revistas.unipar.br />.