fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
domingo, 22 de maio de 2022
Foto tirada do alto de uma torre de madeira que foi instalada na praça Osório, Curitiba, em 1909. Vê-se o bosque que havia na praça e, ao fundo, a rua Comendador Araujo. (Foto: Arquivo Público do Paraná) Paulo Grani
Foto tirada do alto de uma torre de madeira que foi instalada na praça Osório, Curitiba, em 1909.
A esquina é com a Mal Floriano. Na foto aparece parte da placa do rest Tinguí que ficava na XV ao lado da loja HM de um lado e de outro a Casa Nasser (mais tarde demolida) e a entrada de uma galeria estreita que ligava a XV com a Mal Deodoro.
A esquina é com a Mal Floriano.
Na foto aparece parte da placa do rest Tinguí que ficava na XV ao lado da loja HM de um lado e de outro a Casa Nasser (mais tarde demolida) e a entrada de uma galeria estreita que ligava a XV com a Mal Deodoro.
Foto de um momento saudoso de Curitiba, de março de 1914. À esquerda, a Rua Barão do Serro Azul. Ao centro, o predinho que abrigava o Colégio Progresso, também chamado de Escola Alemã
Foto de um momento saudoso de Curitiba, de março de 1914.
À esquerda, a Rua Barão do Serro Azul. Ao centro, o predinho que abrigava o Colégio Progresso, também chamado de Escola Alemã
Foto de um momento saudoso de Curitiba, de março de 1914.
À esquerda, a Rua Barão do Serro Azul. Ao centro, o predinho que abrigava o Colégio Progresso, também chamado de Escola Alemã, construído pela comunidade alemã da cidade como educandário de seus descendentes, demolido sob pretexto do alargamento da Rua Barão do Serro Azul.
À direita, parte do telhado do Mercado Provisório, um barracão edificado às pressas ali, no Largo da Nogueira, pois o antigo Mercado Municipal que havia na atual Praça Generoso Marques estava sendo demolido para abrigar o novo prédio da Prefeitura, então chamado de Paço Municipal.
(Foto: gazetadopovo.com.br)
Paulo Grani.
À esquerda, a Rua Barão do Serro Azul. Ao centro, o predinho que abrigava o Colégio Progresso, também chamado de Escola Alemã, construído pela comunidade alemã da cidade como educandário de seus descendentes, demolido sob pretexto do alargamento da Rua Barão do Serro Azul.
À direita, parte do telhado do Mercado Provisório, um barracão edificado às pressas ali, no Largo da Nogueira, pois o antigo Mercado Municipal que havia na atual Praça Generoso Marques estava sendo demolido para abrigar o novo prédio da Prefeitura, então chamado de Paço Municipal.
(Foto: gazetadopovo.com.br)
Paulo Grani.
"Não é curitibano ou não conhece Curitiba quem nunca ouviu falar da Boca Maldita, mas há um outro espaço, que remete a esse já folclórico ambiente, que também chama a atenção: a Boca do Brilho. Ali brilham engraxates e personagens típicos que em uma horinha de prosa – e de retratos – revelam a própria história da cidade e memórias dessa antiga profissão.
"Não é curitibano ou não conhece Curitiba quem nunca ouviu falar da Boca Maldita, mas há um outro espaço, que remete a esse já folclórico ambiente, que também chama a atenção: a Boca do Brilho. Ali brilham engraxates e personagens típicos que em uma horinha de prosa – e de retratos – revelam a própria história da cidade e memórias dessa antiga profissão.
Paninho - O advogado Airton Silva, 83, é presença constante na Boca do Brilho. Para ele, os 20 minutinhos de conversa com o engraxate fazem parte da rotina desde os seus 15 anos de idade.Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo.
Tico, o engraxate mais antigo da Boca do Brilho. Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo.
Os engraxates de Curitiba, que trabalharam por décadas ao ar livre na Rua XV antes de “ganharem” a Boca do Brilho. Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo.
O engraxate conhecido como Chaveirinho: 24 anos de labuta. Foto: Jonathan Campos / Gazeta do Povo.
Na dúvida, mantenha os sapatos bem lustrados e siga a dica do experiente engraxate: “devagar e calmo, mas sempre longe”. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.
Pintando - A série “escova-o-sapato-limpa-passa-pano-aplica-graxa-e-ainda-mais-um-pouco-se-precisar” pode ser feita até de olhos vendados. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.
As poltronas foram escolhidas também pelos engraxates. Foto: Jonathan Campos/ Gazeta do Povo.
Cada engraxate tem seu método de trabalho e sua própria organização. Foto: Jonathan Campos/divulgação.
Atualmente, há apenas 10 engraxates trabalhando no local. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.
A Boca Do Brilho foi regulamentada por decreto em 2001. Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo.
ENTRANDO NA BOCA DO BRILHO
"Não é curitibano ou não conhece Curitiba quem nunca ouviu falar da Boca Maldita, mas há um outro espaço, que remete a esse já folclórico ambiente, que também chama a atenção: a Boca do Brilho. Ali brilham engraxates e personagens típicos que em uma horinha de prosa – e de retratos – revelam a própria história da cidade e memórias dessa antiga profissão.
É o caso de Manuel Antunes da Silva, de 66 anos, mais conhecido por Tico. Se precisasse trabalhar de olhos vendados por um dia, o engraxate não teria problemas. Cada etapa do processo está em sua memória há tanto tempo que não existem acetona ou sabão capazes de apagar a sequência de “escova-o-sapato-limpa-passa-pano-aplica-graxa-e-ainda-mais-um-pouco-se-precisar” que faz parte de sua rotina há quase quatro décadas.
Ele aprendeu o ofício com o irmão mais velho quando ainda era um “piá” de sete anos, em União da Vitória, sudeste do Paraná. Na juventude, mudou-se para Curitiba e logo começou a lustrar os sapatos dos passantes da Rua das Flores, em frente ao Palácio Avenida. “A gente usava aquelas cadeiras de madeira dos Móveis Cimo, pesadas feito uma tonelada de açúcar”, lembra.
Entre um sapato e outro, Tico até se aventurou em outras profissões – já foi ajudante de motorista, eletricista e auxiliar de indústria –, mas virava e mexia e não dava outra: voltava para a graxa.
A Boca do Brilho fica na região da Boca Maldita, um espaço que há décadas reúne a maioria dos lustradores de sapato da capital paranaense. Não é difícil entender, aliás, por que os engraxates, ofício que nasceu em forma de respeito quando um operário poliu as botas de um general francês e ganhou uma moeda de ouro, se estabeleceram ali, no ponto mais central da Curitiba antiga. A explicação é simples. Onde há homens reunidos na rua, há sapatos a serem polidos.
A oferta entre demanda e procura, no entanto, foi regulamentada na década de 1990, quando todos os engraxates da região foram transferidos para a Praça Osório, ao lado da Boca Maldita. Trabalhavam lado a lado, cada um com sua cadeira de madeira e caixinha de ferramentas em uma primeira tentativa de regulamentar o espaço.
O reduto dos lustradores de Curitiba foi inaugurado oficialmente em 2001, entre a Praça Osório e a Boca Maldita, como parte de um projeto de revitalização da região.
“O desenvolvimento da Praça Osório foi uma das primeiras intervenções da gestão Lerner, no início da década de 70. De lá para cá [início dos anos 2000] não havia sido feita nenhuma atualização. Estava uma bagunça”, opina o arquiteto responsável pelo projeto que revitalizou a praça, Manoel Coelho.
A Boca do Brilho fez parte da mudança. Os 28 engraxates que trabalhavam ao ar livre na lateral da cancha esportiva da Praça Osório receberam, então, um espaço protegido da clássica instabilidade climática curitibana.
“O projeto foi muito democrático e participativo, teve assessoria dos engraxates. Perguntei como eles queriam as cadeiras e os móveis foram feitos de um modo que atendesse às necessidades deles”, afirma o arquiteto.
Assim, cada um dos 28 lustradores ganhou uma poltrona de couro, um banquinho e gavetas para chamar de suas. Também passaram de ambulantes à categoria de autorizados, segundo informa o Artigo 2º do Decreto de Lei nº 518, de 2001.
Porém, se durante décadas os engraxates de Curitiba trabalhavam a todo vapor, hoje a Boca do Brilho conta com apenas 10 engraxates para uma média de 10 clientes por dia, que pagam R$ 10 para terem os sapatos lustrados com maestria.
O número é baixo, mas não capaz de desanimar quem ainda está por lá. “Antigamente dava muito mais serviço, mas mesmo assim ainda dá para se manter. Eu gosto do que faço, tudo o que tenho hoje devo à graxa”, diz Tico.
Tico chega à Boca do Brilho todos os dias às seis e meia da manhã, 30 minutos antes de o serviço abrir ao público. “Dá tempo de ler um jornalzinho, se atualizar para poder conversar depois”, conta.
Segundo o engraxate, são três os únicos assuntos que circulam entre as poltronas acolchoadas: política, futebol e mulher. Tico é expert em cada um deles.
E cada profissional tem sua própria maneira de trabalhar. Assim que cada cliente desce da poltrona, Aparecido Rodrigues da Silva, conhecido apenas como Chaveirinho, 56 anos (“na graxa” há 24), puxa uma portinha de madeira rente ao chão, abaixo do assento, e tira de lá um balde de plástico cheio de água da praça. Depois, abre uma das quatro gavetas ao lado da portinha e pega uma barra de sabonete. Esfrega as mãos com vigor e as mergulha na água que, ao fim do dia, fica turva de tanta graxa. Por trás da fala mansa e dos movimentos delicados do pano sob o couro, o engraxate tem um senso de humor que conquista qualquer um. “É que sou baianeiro, filho de pai baiano e mãe mineira”, conta, rindo.
Assim como Tico, Chaveirinho (que ganhou o apelido na época da infância e adotou o epíteto para a vida) garante que um bom engraxate é, antes de tudo, um bom proseador.
Ele segue, também, uma filosofia que trouxe de Paraíso do Norte, sua cidade natal, no Paraná. “Eu sou calmo igual a água de poço. Tem que ser assim pra levar a vida, né?”. Devagar e calmo, mas sempre longe."
(Extraído da Gazeta do Povo)
Paulo Grani
Recordando... SEGURANDO O CENÁRIO Ubiratan Lustosa “Gilberto Marquês foi, durante muito tempo, cantor da Rádio Clube Paranaense.
Recordando...
SEGURANDO O CENÁRIO
Ubiratan Lustosa
“Gilberto Marquês foi, durante muito tempo, cantor da Rádio Clube Paranaense.
Recordando...
SEGURANDO O CENÁRIO
Ubiratan Lustosa
“Gilberto Marquês foi, durante muito tempo, cantor da Rádio Clube Paranaense.
Com a inauguração da TV Paranaense, Canal 12, certa vez Gilberto foi convidado a participar de um programa.
Na época era tudo ao vivo, pois não havia vídeoteipe por aqui.
Quando, cheio de empolgação, Gilberto começou a cantar a música “Poema”, desprendeu-se uma parte do cenário nos fundos do set e foi pra cima do cantor.
Sem saber o que fazer, ele continuou cantando enquanto sustentava o cenário com a cabeça.
Aturdida pelo inesperado a turma ria, mas ninguém foi ajudar.”
Do site www.ulustosa.com (lançado em 21.09.2003) e do livro O RÁDIO DO PARANÁ – FRAGMENTOS DE SUA HISTÓRIA (Instituto Memória Editora – 2009).
“A Rádio Clube Paranaense, popularmente chamada de “Bedois” (com origem em seu prefixo PRB-2), além dos valores locais que apresentava trazia grandes artistas do Rio de Janeiro e de São Paulo e, até com certa frequência, proporcionava espetáculos com valores internacionais.
“A Rádio Clube Paranaense, popularmente chamada de “Bedois” (com origem em seu prefixo PRB-2), além dos valores locais que apresentava trazia grandes artistas do Rio de Janeiro e de São Paulo e, até com certa frequência, proporcionava espetáculos com valores internacionais.
OS GRANDES ESPETÁCULOS
Ubiratan Lustosa
“A Rádio Clube Paranaense, popularmente chamada de “Bedois” (com origem em seu prefixo PRB-2), além dos valores locais que apresentava trazia grandes artistas do Rio de Janeiro e de São Paulo e, até com certa frequência, proporcionava espetáculos com valores internacionais.
Basta dizer que coube à Rádio Clube a primazia de trazer a Curitiba, para um espetáculo no Teatro Guaíra - na época ainda em fase final de construção - a extraordinária cantora peruana Yma Sumac. Verdadeiro fenômeno vocal, Yma alcançava agudos jamais imaginados para a voz humana, descendo a graves impressionantes, superando a alemã Erna Sack na extensão de sua voz maravilhosa.
As orquestras internacionais Casino de Sevilla e Suspiros de España, o Coro Russo de Dimitri Avramenko, o Balé Espanhol de Angel Pericet, são outros exemplos dessa movimentação artística.
O palco auditório da Bedois estava sempre lotado nas apresentações dos cantores, conjuntos vocais, solistas instrumentais, humoristas e orquestras sob o comando de animadores muito queridos pelo público espectador”.
De meu livro “O RÁDIO DO PARANÁ – FRAGMENTOS DE SUA HISTÓRIA” – Instituto Memória Editora
Fotos: 01- Yma Sumac. 02 - Yma Sumac , Maestro Moyses Vivanco e Ubiratan Lustosa. 03 – Casal Irmãos Pericet ladeado por Ubiratan Lustosa. 04 - Balé Espanhol de Angel Pericet.
***Cortejo adentrando a Praça Tiradentes, vindo da Avenida Marechal Floriano - 1913 - ***
***Cortejo adentrando a Praça Tiradentes, vindo da Avenida Marechal Floriano - 1913 - ***
sábado, 21 de maio de 2022
Neve de 1928. Foto feita no Alto da XV. Rua Comendador Macedo, esquina com General Carneiro. Lá no fundo vê-se o prédio da UFPR e a Catedral. Curitiba - PR
Neve de 1928. Foto feita no Alto da XV. Rua Comendador Macedo, esquina com General Carneiro. Lá no fundo vê-se o prédio da UFPR e a Catedral. Curitiba - PR
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