segunda-feira, 30 de maio de 2022

O bondinho puxado por mulas, chegando no Batel nas proximidades do ponto final, após cumprir a distância da linha Estação -Batel. (Foto: Júlio Langer, Acervo Paulo José Costa) Paulo Grani

 O bondinho puxado por mulas, chegando no Batel nas proximidades do ponto final, após cumprir a distância da linha Estação -Batel.


(Foto: Júlio Langer, Acervo Paulo José Costa)
Paulo Grani


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AS PASSAGENS DO BONDINHO PUXADO A MULAS "O preço da passagem de bonde de primeira classe, em que as pessoas só podiam "viajar calçadas", começou, em 1887, em 200 réis até o Batel e em 100 réis nas outras linhas.

 AS PASSAGENS DO BONDINHO PUXADO A MULAS
"O preço da passagem de bonde de primeira classe, em que as pessoas só podiam "viajar calçadas", começou, em 1887, em 200 réis até o Batel e em 100 réis nas outras linhas.


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O bondinho da linha Estacao-Fontana faz uma parada em algum lugar do trajeto.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo.

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A quantia de carros dos bondes estacionados na frente da Hervateira Tibagi, no Batel, por volta de 1905, dá uma ideia da importância da linha implantada para transporte de pessoas e mercadorias. Essas barricas eram levadas à Estação Ferroviária, de trem, encaminhadas a outras regiões e, principalmente, exportados para o Uruguai, Argentina, Chile e, posteriormente, Paraguai.
Foto: cmc.pr.gov.br

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O bondinho puxado por mulas, chegando no Batel nas proximidades do ponto final, após cumprir a distância da linha Estação -Batel.

(Foto: Júlio Langer, Acervo Paulo José Costa)

Paulo Grani
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Frente da Estação Ferroviária de Curitiba. Após sua inauguração, a Estação tornou-se o centro do desenvolvimento comercial de Curitiba cumprindo sua função de transporte de riquezas. Os bondinhos postados à sua frente, percorriam os trilhos das primeiras linhas de bonde implantadas.

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A população recebeu com alegria o primeiro serviço de transporte coletivo implantado na cidade, cujos bondes eram tracionados por mulas.
Foto: curitiba.pr.gov.br

AS PASSAGENS DO BONDINHO PUXADO A MULAS
"O preço da passagem de bonde de primeira classe, em que as pessoas só podiam "viajar calçadas", começou, em 1887, em 200 réis até o Batel e em 100 réis nas outras linhas. Nos vagões mistos, em que os passageiros dividiam espaços com as cargas, o “coupon” custava 100 réis. Mas logo surgiram reajustes e questionamentos, que confrontavam os valores devido à qualidade do serviço ofertado.
A Ferro Carril publicou na imprensa, em 30 de setembro de 1896, um aviso de reajuste da passagem, que a partir de 1º de outubro seria de 200 réis nas linhas Batel e Aquidaban. “Este augmento é rigorosamente motivado pela actual crise que passa o commercio. […] A alfafa e outras forragens, artigos necessarios para os animaes dos serviços das linhas dos bonds, têm acompanhado essa elevação”, justificou. Em julho de 1898, a Câmara divulgou a aprovação do reajuste das tarifas, que passaria a vigorar no dia seguinte. Todas as linhas diretas, por exemplo, foram fixadas em 200 réis.
Em junho de 1900, o jornal “A Republica” publicou um artigo sobre a tarifa dos bondes, em que criticava o contrato entre a empresa Ferro Carril Curitybana e a Câmara Municipal, acusada de tratar as deficiências do sistema com clemência, em prejuízo da população. “Verificamos que pelo primeiro additamento feito ao primeiro contrato, é a companhia obrigada a fazer o calçamento entre os trilhos e mais 0,30 a margem. No emtanto, quem percorrer as linhas do Batel e Aquidaban se certificará inteiramente do contrario”, alertou.
O artigo também apontou irregularidades nos horários e falta de asseio nos bondes, dentre outras questões, normatizadas tanto pelo contrato quanto por um regulamento aprovado pela Câmara em 1897. A Ferro Carril Curitybana, continuou “A Republica”, tentava aprovar uma nova tarifa para o trecho entre o Teatro Hauer e o Quartel do Regimento de Segurança. “Até o quartel, este preço não poderá exceder os 100 reis a partir do theatro Hauer, ou 200 reis a partir do Matadouro”, opinou.
A publicação também contestava declarações dos gestores da empresa de bondes, de que as linhas Aquidaban, Fontana e Matadouro eram mantidas por patriotismo: “É puro gracejo. […] O publico não tem obrigação de sacrificar o ser dinheiro e portanto suas economias para enriquecer uma empreza”.
(Fonte: cmc.pr.gov.br)
Paulo Grani

domingo, 29 de maio de 2022

REDESCOBRINDO A CHRYSTALLARIA BRAZILEIRA Dia destes, pesquisando, descobri esta histórica foto apresentando um estabelecimento industrial do passado de Curitiba, que em sua fachada lê-se "Christallaria Brasileira", que funcionou desde os anos 1910 na Rua Vinte e Quatro de Maio, nº 32.

 REDESCOBRINDO A CHRYSTALLARIA BRAZILEIRA
Dia destes, pesquisando, descobri esta histórica foto apresentando um estabelecimento industrial do passado de Curitiba, que em sua fachada lê-se "Christallaria Brasileira", que funcionou desde os anos 1910 na Rua Vinte e Quatro de Maio, nº 32.


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Fachada da Chrystallaria Brasileira, década de 1910.

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Setor de Estoques e embalagens

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Setor de fabricação e fornos.

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Setor de sopro e fornos.

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Equipe de funcionários na década de 1910.

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REDESCOBRINDO A CHRYSTALLARIA BRAZILEIRA
Dia destes, pesquisando, descobri esta histórica foto apresentando um estabelecimento industrial do passado de Curitiba, que em sua fachada lê-se "Christallaria Brasileira", que funcionou desde os anos 1910 na Rua Vinte e Quatro de Maio, nº 32.
Então, aprofundei a pesquisa e descobri este significativo anúncio feito no Almanach do Paraná, de 1929, redigido pelo versátil historiador Romário Martins:
" [...] são confeccionados também vidros para vitrines e pára-brisas para automóveis tão superiores como os do estrangeiro. Os crystaes lapidado são bisotados, da fábrica do sr Guelmann, são também feitos sob encommenda, de qualquer tamanho, ou formato [...]
Esse estabelecimento modelo, é o mais afreguesado do Estado e tem entrado em concorrência com os mais importantes estabelecimentos congêneres do Rio, Rio Grande do Sul e São Paulo, conseguindo sempre a preferência, pela perfeição de trabalho, superioridade de material empregado e modicidade dos preços.
É gerente deste modelar estabelecimento artístico o jovem Moysés Guelmann, moço de aprimorada educação technica industrial, e um perfeito gentleman, vindo dahi a preferência do público em fazer compras na Casa Salomão Guelmann, uma das mais procuradas desta capital.
O sr Salomão Guelmann soube desde logo se impor na galeria dos nossos industriais estudando de perto o gosto artístico de nosso povo. [...]."
Em outro texto de propaganda percebe-se a maior amplitude da gama de produtos que a Chryslallaria fabricava: "Fabrica de vidros de todas as qualidades, como sejam: cálices, chaminés para lampeão, vidros para confeitaria, vidros para conservas, depósitos para lampeão, garrafas brancas e de côres, frascos para pharmacia, isoladores, tubos para caldeiras, etc. etc.".
As fotos da equipe de trabalhadores e dos diversos setores da empresa mostram a grandeza que a fábrica de cristais e congêneres alcançou, antes de ser ampliada para o ramo da fabricação de móveis.
(Fotos: Almanach Paraná 1929 / Arquivo Público do Paraná)
Paulo Grani.

" Em 1846 a Assembléia Provincial de São Paulo aprovou a criação do Lyceu de Curitiba. Alguns anos mais tarde, com a emancipação do Paraná, o liceu passou a chamar-se Instituto Paranaense, e após a Proclamação da República, recebeu a denominação de "Gymnasio Paranaense".

 " Em 1846 a Assembléia Provincial de São Paulo aprovou a criação do Lyceu de Curitiba. Alguns anos mais tarde, com a emancipação do Paraná, o liceu passou a chamar-se Instituto Paranaense, e após a Proclamação da República, recebeu a denominação de "Gymnasio Paranaense".


Pode ser uma imagem de 1 pessoa, ao ar livre e texto que diz "TAT MTUT I Thi Curityba: Nuovo edificio del Ginnasio della Scuola Normale."
O Edificio do Gymnasi Paranaense recém-construído, idos de 1904.
Foto: IHG Paraná

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Discurso de Dario Velozo, em 17/11/1916, no salão nobre do Gymnasio Paranaense.
Foto: Acervo Paulo José da Costa

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Edificio do Gymnasio Paranaense na década de 1910.
Foto: IHG Paraná

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Hall de entrada do Gymnasio Paranaense, década de 1930 .
Foto: Acervo Kallil Assad

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O Edificio do Gymnasio Paranaense, década de 1920.
Foto, origem: Seed.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa e área interna
Recursos didáticos da cadeira de História Natural do Gymnasio Paranaense, década de 1910.
Foto: Docplayer

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Sala de aula da cadeira de Desenho, do antigo Gymnasio Paranaense
Fonte: Docplayer

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Alunos e Professores do Gymnasio Paranaense, posam para a Revista Moderna, em 1916.

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Aula de História Universal ministrada pelo Dr. Cyro Moraes de Castro Vellozo, em 1929, no Gymnasio Paranaense. Fonte: Annuario do Gymnasio Paranaense, nº 1, anno I.

Pode ser uma imagem de texto que diz "anno INTERNATO DO GYMNASIO PARANAENSE EQUIPARADO AO COLLEGIO PEDRO II anno BOLETIM MENSAL lunho 31 Firmino Edeiro lamtos Procedimento Bom Bom Applicação MATERIAS NOTAS FALTAS 3 2 Civilidade. 5 MATERIAS Português Latim Inglês. Historia Universal Geometria Trigonometria NOTAS FALTAS 2 5 Physica Chimica Historia Natural Desenho 3 5 Secretaria do Internato, 10.de fiulho de 1930 O_Secretario onmagas ÛuiyonhagaTich Méela"
Boletim escolar de Firmino Cordeiro Santos, ao cursar o 4° ano do Gymnasio Paranaense, em 1930. Foto: Acervo de Licir Rauen Cordeiro.

ANTIGO GYMNASIO PARANAENSE
" Em 1846 a Assembléia Provincial de São Paulo aprovou a criação do Lyceu de Curitiba. Alguns anos mais tarde, com a emancipação do Paraná, o liceu passou a chamar-se Instituto Paranaense, e após a Proclamação da República, recebeu a denominação de "Gymnasio Paranaense".
Em 1903, o governo estadual decidiu construir um edifício para abrigar não só o ginásio como também a escola normal: “Cogita o governo de mandar construir outro prédio de proporções que satisfaçam as exigências do futuro e com todas as condições de comodidade e higiene, destinado ao funcionamento do Gymnasio Paranaense e da Escola Normal, e para isso já dispõe dos recursos necessários.”
O novo edifício foi construído na Rua Ébano Pereira nº 240, Centro de Curitiba, cujo projeto foi elaborado pelo engenheiro Afonso Teixeira de Freitas e a construção coube a José Bienek, tendo o mesmo sido inaugurado em fevereiro de 1904.
O grande desenvolvimento vivido pela cidade, na primeira metade do século 20, e as modificações do ensino motivaram a construção de outro edifício maior, em 1953, para o qual foi transferido o antigo liceu, e que passou a ser denominado Colégio Estadual do Paraná.
O edifício do antigo "Gymnasio Paranaense" foi adaptado em 1965 para atender um uso administrativo, e torna-se sede da Secretaria do Estado da Educação e Cultura, passando, nove anos depois, a abrigar a Diretoria de Assuntos Culturais.
Exemplifica, o antigo ginásio, o ecletismo de vocabulário neoclássico: composição simétrica, monumentalidade através do destaque de um corpo central, colunas greco-romanas e platibanda vazada no coroamento das fachadas.
Arquitetura - O prédio é sublinhado pelo torreão central, destacado, em planta, ao avançar em relação ao conjunto, e em elevação, ao sobrepor-se à massa do edifício. A composição dos vãos obedece a duas diretrizes: no térreo, retangulares; no andar superior, arrematados em arco pleno.
Colunas de capitel greco-romano ladeiam os vãos do andar superior. Vale mencionar, internamente, o espaço central, de duplo pé-direito, coberto por claraboia que cumpre o papel de área de circulação e distribuição, abrindo para ele as salas, dispostas à sua volta.
No andar superior a circulação é feita por uma passarela, que sustentada por colunas de ferro desenvolve-se à volta do vazio desta área. São também metálicos o guarda-corpo dessa circulação e a armação da claraboia.
As paredes são de alvenaria de tijolo, possuindo as externas, revestimento à bossagem, o que confere ao edifício uma austeridade peculiar aos edifícios públicos da época."
(Extraído de: Jera - Arquitetura e Engenharia)
Paulo Grani

A HISTÓRIA DOS ANTIGOS FENEMÊS Um ronco grave e sincopado habita a memória dos apaixonados pelos antigos FeNeMês.

A HISTÓRIA DOS ANTIGOS FENEMÊS
Um ronco grave e sincopado habita a memória dos apaixonados pelos antigos FeNeMês.


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FNM D-7300, da década de 1960.
Foto: Guilherme da Costa Gomes.

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FNM 9.500, o carrega-tudo dos anos 1950.
Fonte: Renato Zirk

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Um dos raros V-17 fabricados, ainda em operação atualmente.
Foto: pinterest

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FNM 1969, saídos de fábrica em direção às concessionárias.
Foto: Arquivo Nacional.

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O caminhoneiro e seu FNM, heróicos desbravadores do Brasil, década de 1970.
Foto: Biblioteca Nacional.

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A HISTÓRIA DOS ANTIGOS FENEMÊS
Um ronco grave e sincopado habita a memória dos apaixonados pelos antigos FeNeMês. O som, orquestrado pelos pistões que tinham uma câmara de explosão em formato diferente, marcou o motor seis cilindros desses caminhões. A robustez do motor e o ruído estralado, vindo de trás de uma lataria de visual sisudo, fez do Fenemê um clássico absoluto das estradas brasileiras.
Nas palavras de Lucas Duarte, "Em marcha lenta, o motor Alfa Romeo a diesel, de 11 litros, soa como o arfar de um dragão descansando no fundo da caverna. Um pouco de acelerador e o som se transforma no rugido do leão da Metro. Daí para a frente, entram uma batida metálica na cadência de rabo de vira-lata feliz e, como ápice, o grave de um helicóptero Huey em rasante sobre acampamentos vietcongues. Viajar na boleia de um FNM é o caos e a glória, ao mesmo tempo. Nenhum outro caminhão tem tanta personalidade acústica".
Vamos conhecer um pouco do modelo Brasinca: Na transmissão, há uma caixa de câmbio convencional de quatro marchas, com alavanca de curso impreciso, e uma caixa de reduzida, o que dá um total de oito diferentes relações. O câmbio não tem sincronizadores: o motorista tem que ter ouvido e sensibilidade para passar a marcha no tempo certo.
Achou complicado? Tem mais... as duas caixas vão sendo usadas alternadamente. Na hora de passar de segunda marcha simples para a terceira reduzida, por exemplo, o motorista usa ambas as mãos para mover as duas alavancas ao mesmo tempo (uma no painel e outra no assoalho), em um movimento muito rápido para não largar o volante por muito tempo... De terceira simples para quarta reduzida, a mesma coisa. E, não pode esquecer, o ouvido tem que ficar atento na rotação do motor para não arranhar!
Lembrados como possantes, fortes e estradeiros, os veículos produzidos na fábrica de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, ainda despertam curiosidade e paixão por onde passam. Eles tinham cara de mau e de fato eram. A força sempre foi a marca registrada dos Fenemê.
Criada por Getúlio Vargas, a Fábrica Nacional de Motores (FNM) começou a ser construída em 1940, destinada a produzir motores aeronáuticos para uso militar. O fim da Segunda Guerra Mundial tornou os motores obsoletos quando a fábrica finalmente iniciou a produção, em 1946. Após fabricar geladeiras, compressores, bicicletas, entre outras coisas, a FNM apostou nos caminhões em 1949. O primeiro flerte com os pesados foram as 200 unidades de um modelo diesel de 7,5 litros, fruto da parceria com a italiana Isotta Fraschinni.
Após dificuldades financeiras na parceira, novo acordo foi firmado com outra italiana, a Alfa Romeo. Começa aí a trajetória de sucesso dos caminhões da marca. Os primeiros modelos, produzidos em 1951 e vendidos a partir de 1952, foram denominados D-9.500, equipados com motores de 130cv e com uma capacidade de carga de 8.100 kg (aumentada para 22.000 kg se acoplado a uma carreta de dois eixos) - números normalmente extrapolados na época. Além de ser capaz de puxar muita carga, era o único caminhão a possuir cabine leito com duas camas, ideal para enfrentar longas viagens nas torturantes estradas brasileiras de então.
Vieram os modelos D-11.000 em 1958, com potência de 150 cavalos, que ao lado do D-9.500 atingiu sucesso absoluto de público. Em 1968, a fábrica foi definitivamente vendida à Alfa Romeo - numa das primeiras privatizações do País -, que seguiu produzindo os modelos 180 e 210. No ano de 1976, a Fiat comprou a maior parte das ações assumindo o controle da fábrica e passando a produzir os modelos Fiat 190. Em 1985, já administrada pela Iveco, com o declínio nas vendas, a fábrica encerra suas atividades no Brasil, declarando o fim da fabricação dos Fenemê. Ao longo de todas as fases, a empresa produziu aproximadamente 15 mil veículos.
Tipos de cabines que foram utilizadas ao longo da fabricacão dos FeNeMês:
Cabines 180 e 210, 800 BR, Alfa Romeo "importada", Brasinca, Brasinca "boca de bagre", Caio, Carretti "idêntica a Brasinca", Cermana, Drulla, Fiedler, Futurama, Gabardo "standard reposição", Inca, Isotta Fraschini "bicuda importada", Irmãos Amalcabúrio "standard reposição", Kabi "standard reposição", Metro, Rasera, Santa Ifigênia, Standard "intermediária", Standard, Vieira e Vintage.
(Fontes/Fotos: Wikipedia, pinterest, caminhoesecarretas.com, Biblioteca Nacional, O Globo)
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A Companhia Nacional de Navegação Costeira foi uma empresa de navegação proprietária dos famosos Itas, os pequenos Itatinga, Itaquatiá, Itaimbé, Itaberá, Itapuca, Itagiba, Itapuhy, Itassucé, Itauba, Itajubá e Itaquarae os grandes Itaipé, itanagé, itaquicé, Itahité e Itapagé, entre outros.

 A Companhia Nacional de Navegação Costeira foi uma empresa de navegação proprietária dos famosos Itas, os pequenos Itatinga, Itaquatiá, Itaimbé, Itaberá, Itapuca, Itagiba, Itapuhy, Itassucé, Itauba, Itajubá e Itaquarae os grandes Itaipé, itanagé, itaquicé, Itahité e Itapagé, entre outros.


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O Itanagé, tinha capacidade para 275 passageiros em três classes. Fazia a linha Porto Alegre-Belém e portos intermediários. Nota-se nesta fotografia, do convés de vante (próximo à proa), a balsa salva-vidas que equipava o navio no período bélico. Deslocava 4.100 toneladas
(Foto: acervo do cartofilista Laire José Giraud)

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O Itaimbé, o Itahité e o Itapagé integravam uma série de grandes navios.
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Escalas dos navios "Ita" da Costeira
( Imagem: acervo de Laire Giraud, postada na rede social Facebook em 26/2/2014)

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O Itassucé em xilogravura.
A Companhia Nacional de Navegação Costeira foi uma empresa de navegação proprietária dos famosos Itas, os pequenos Itatinga, Itaquatiá, Itaimbé, Itaberá, Itapuca, Itagiba, Itapuhy, Itassucé, Itauba, Itajubá e Itaquarae os grandes Itaipé, itanagé, itaquicé, Itahité e Itapagé, entre outros.
Esses navios ficaram tão conhecidos, que inspiraram a canção Peguei um Ita no Norte e vim para o Rio morar, e uma das embarcações é tema de um dos livros de Jorge Amado, Capitão-de-longo-curso.
Primórdios - A Costeira, como era conhecida, foi fundada em 1882 pelos descendentes de um armador português, que emigraram para o Brasil. O nome inicial da empresa era Lage & Irmãos, que adquiriu quatro pequenos vapores da companhia Meaaw & Cia.
Em 1891, o nome da Lage & Irmãos foi alterado, para Companhia de Navegação Costeira, que em 1893 encomendou 15 navios para a linha Porto Alegre-Manaus, com escala nos portos intermediários. Eram paquetes, como conhecidos na época.
O apogeu da empresa ocorreu entre os anos 20 e 50, quando chegou a contar com uma frota de mais de 30 embarcações. A incorporação da Companhia de Navegação Costeira ao patrimônio nacional ocorreu em 1942.
A companhia de navegação dos irmãos Lage, que ficava na Ilha do Viana, em Niterói, no Estado do Rio de Janeiro, operava a frota de maneira exemplar, com horários rigidamente cumpridos, boa alimentação, ordem e limpeza impecável a bordo.
Um detalhe curioso: até 1920, os comandantes eram britânicos e mantinham os cascos pretos e as superestruturas brancas, chaminés em preto fosco. A cruz de Malta, emblema da armadora, estava sempre bem apresentada.
Conforme pode ser visto na Tabela de Escalas da CNNC, alguns Itas faziam escalas nos portos de Paranaguá e Antonina.
Entre os numerosos episódios envolvendo a frota da Costeira, pode-se destacar o Itagiba, que foi posto a pique por um submarino nazista. O Itapema, incorporado em 1908, foi vendido para a Marinha do Brasil em 1932 e passou a ser o navio hidrográfico José Bonifácio, que navegou até 1917.
Nos Jogos Olímpicos de Los Angeles de 1934, a delegação brasileira foi levada pelo navio Itapagé.
Os Itas pequenos tinham cerca de 60 metros de comprimento, os médios chegavam a 90 metros e os grandes em torno de 120 metros.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a frota da Costeira estava obsoleta. Em 1956, contavam apenas os navios: Itatiga, Itaquatiá, Itaimbé, Itapuca e Itaité.
Em novembro de 1966, por meio de decreto federal, a frota foi incorporada pela Companhia de Navegação Lloyd Brasileiro, passando a Costeira a ser a Empresa de Reparos Navais Costeira. Em 1961, houve tentativas de incorporar a Costeira ao Lloyd, mas sem sucesso.
(Adaptado de: novomilenio.com.br)
Paulo Grani