fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
terça-feira, 4 de outubro de 2022
NOS ARRABALDES DO BACACHERY ... Em 17/12/1917, o jornal Diário da Tarde, de Curitiba, publicava com destaque:
NOS ARRABALDES DO BACACHERY ...
Em 17/12/1917, o jornal Diário da Tarde, de Curitiba, publicava com destaque:
NOS ARRABALDES DO BACACHERY ...
Em 17/12/1917, o jornal Diário da Tarde, de Curitiba, publicava com destaque:
"Uma victoria real do Tiro Rio Branco - O renomado Tiro Rio Branco encerrou de maneira notável as provas dos exames de sua quarta turma de reservistas. Foi uma festa agradavel e surprehendente a de hontem, nos campos do Bacachery, e que marca mais uma victoria real para os garbosos atiradores. [...] , as primeiras luzes do dia os jovens equipavam-se á meia marcha, na caserna do Tiro.
Ao som retumbante das caixas, e ao clarinar das cornetas, a companhia se pôs em movimento em direção ao "stand" do Bacachery. E os setenta e um moços, que de tantos se compôs a actual turma, venceram sem fazer um alto a distância que separa esta capital do aprazível arrabalde do Bacachery, e acordando com cantigas de guerra os colonos que ainda aquellas horas se refocillavam no leito, descançando a semana de labor incessante. Velhos e creanças vinham ás porteiras das chacaras vêr a gente forte que cheia de esperança ia dar a última prova de que já está apta a defesa da Pátria.
E os que buscavam a igrejinha do Cabral para a resa da manhã e na entrada encontravam os soldados vibrantes de alegria e fé nas armas que levavam, deixavam-se communicar do enthusiasmo ardente, e embevecidos paravam a contemplar o gárrulo grupo, que logo chegou ao ponto terminal da jornada.
Ensarilhadas armas, e com ordem de sair de fórma, os rapazes procuraram refazer os nervos, descançando, e preparar-se assim para as Provas de Tiro de Guerra. Instantes depois, chegava a commissão examinadora composta dos srs. major Abreu e Lima, capitão Reis e Silva e tenentes Pedro Angelo e Galdino Esteves. Por outro lado, o tenente França Gomes extendia dos marcadores ao stand, um telephone de campanha que facilitasse a marcação. Vieram os atiradores.
Tres, os primeiros, Levy Ericksen, Antonio Portes e Ivo Leão, atiraram deitados, de arma livre, á distancia de 300 metros, fazendo respectivamente 33, 37 e 17 pontos em cinco tiros. Todos os demais atiradores atiraram á distancia de 200 metros, uns de joelho, outros deitados com a arma livre. Bateu o "Record" do dia o sargento Lufrido Cabral, com 44 pontos, seguindo-se-lhe Francisco Medeiros, com 40 pontos, Clotario Guimarães com 39, Felipe Maida e Felinto Coimbra com 36, Dulcidio Ferreira, com 34 e outros com series bastante boas, dada a condição athmospherica pouco vantajosa, soprando forte vento."
Paulo Grani
segunda-feira, 3 de outubro de 2022
Foto em sépia sem bordas, no verso inscrição à caneta; "ESTRA DA GRACIOSA. AO FUNDO O 2° REG. DE INFANTARIA"
Foto em sépia sem bordas, no verso inscrição à caneta; "ESTRA DA GRACIOSA. AO FUNDO O 2° REG. DE INFANTARIA"
FLORIANO ESSENFELDER E A PRIMEIRA HÉLICE DE AVIÃO DO BRASIL
FLORIANO ESSENFELDER E A PRIMEIRA HÉLICE DE AVIÃO DO BRASIL
FLORIANO ESSENFELDER E A PRIMEIRA HÉLICE DE AVIÃO DO BRASIL
Apresentando-se ao público nesse local, Cícero Marques fez uma série de evoluções com o avião e, ao final de uma delas, quando empreendia nova aterrissagem , teve quebrada a hélice do aparelho ao tocar o solo. Na ocasião, não existia outra hélice no Brasil. Para vir da Europa, de navio, a peça levaria cerca de três meses. Foi ai que Jorge Leitner, conhecedor da capacidade artesanal dos Essenfelder, teve a idéia de procurá-los, expondo-lhes o problema. Em companhia do piloto do avião, vieram à Fábrica Essenfelder, mostrando-lhes a hélice quebrada e perguntando-lhes se eram capazes de fazer outra igual. Mesmo não dispondo de tempo suficiente, face ao trabalho na fábrica, Floriano foi quem aceitou o desafio e, depois de examinar detalhadamente a hélice quebrada, reuniu a madeira adequada e começou logo a trabalhar. Entusiasmou-se tanto pelo serviço que passou a executá-lo durante a noite, para ganhar tempo.
Antes que estivesse totalmente pronta, Floriano não deixou que ninguém visse a nova peça, terminando-a em tempo recorde, pouco mais de vinte dias. Para surpresa de todos, aquela hélice aqui construída era mais leve e mais resistente que a original. Aplicada ao avião, a peça foi posta a funcionar, atendendo plenamente às exigências. A tarefa estava cumprida.
Mais tarde, o Governo do Estado fazia igual pedido de outra hélice e Floriano fabricou-a, igual à primeira, tendo sido levada ao Uruguai, onde fez parte da mostra industrial do Paraná, na Exposição Sul-Americana. Em conseqüência dessas exposição, Floriano ganhou um diploma e uma medalha de ouro. O mais importante é que alguns observadores franceses viram o trabalho e, sem muito tardar, chegou uma proposta do Governo Francês, vinda de Paris, pedindo-lhe que construísse um número expressivo de hélices. Ao receber a noticia por telegrama , ponderou e resolveu não atender à solicitação, justificando, segundo palavras de sua esposa, três motivos principais:
1 — Sendo alemão de nascimento, não poderia fabricar hélices para a França, que estava em guerra contra a Alemanha;
2 — 0 Brasil não participava da guerra;
3 — Seu pai não queria que se descuidasse dos afazeres próprios e ele mesmo não admitia se afastar da fábrica de piano, pois nas horas difíceis Floriano era um incansável lutador. A ele se deve grande parcela do sucesso de F. Essenfelder & Cia.
Durante a guerra de 1945, realizou importante trabalho: projetou várias máquinas para produção de pianos, principalmente aquelas destinadas à elaboração de peças dos mecanismos, uma vez que a época não permitia a importação e era de vital importância possuí-las.
O seu grande espírito humanitário fez dele um participante de diversas sociedades filantrópicas, tendo recebido, no dia 06 de maio de 1958, o titulo de "Cidadão Honorário de Curitiba ". Foi agraciado com a "Medalha de Mérito de Santos-Dumont", concedida pelo Ministério da Aeronáutica em 1961. Como desportista, praticou vários esportes e foi um dos atletas do Coritiba Foot Bali Club, destacando-se também em competições de tiro ao alvo e caça.
Nessa época, a imprensa curitibana enalteceu-lhe a personalidade enfocando o fato que lhe proporcionou tão excelso merecimento: "Um dia, quando se compuser devidamente a história do progresso industrial de nossa terra, o nome Essenfelder refulgirá em lugar de honra. [...]" - Texto de Cezar Azevedo (bisneto de Floriano Essenfelder), Solange Essenfelder de Azevedo e outros).
Paulo Grani
Piloto Cícero Marques e seu aeroplano, com a nova hélice.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo.
Interior da sala de montagem da antiga fábrica, década de 1910.
Foto: Acervo família Essenfelder
Foto: Acervo família Essenfelder
Visita do Presidente do Paraná, Dr. Carlos Cavalcanti, acompanhado por escolta montada, à antiga fábrica de Pianos Essenfelder, década de 1910, sita à antiga Estrada da Graciosa.
(Acervo família Essenfelder)
(Acervo família Essenfelder)
domingo, 2 de outubro de 2022
Foto do Centro Cívico, feita a partir da rua David Carneiro. A casa a esquerda era de Arthur Franco e ainda existe. A igreja marcada ao fundo é a igreja do Cabral. Década de 20. Curitiba - PR
Foto do Centro Cívico, feita a partir da rua David Carneiro.
A casa a esquerda era de Arthur Franco e ainda existe.
A igreja marcada ao fundo é a igreja do Cabral.
Década de 20. Curitiba - PR
Av Cândido de Abreu, em frente ao Shopping Mueller Curitiba. Década de 20. Curitiba PR
Av Cândido de Abreu, em frente ao Shopping Mueller Curitiba. Década de 20. Curitiba PR
***Fachada da primeira edificação da Fábrica de Pianos Essenfelder, em Curitiba. *** Por volta da década de 1910.
***Fachada da primeira edificação da Fábrica de Pianos Essenfelder, em Curitiba. ***
Por volta da década de 1910.
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