quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Paranaguá – Palácio Visconde de Nácar

 

Paranaguá – Palácio Visconde de Nácar


O Palácio Visconde de Nácar, em Paranaguá-PR, é um referencial histórico pela opulência e luxo original.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Prédio da Prefeitura Municipal – Antigo Palácio Visconde de Nácar
Outros Nomes: Prefeitura Municipal
Localização: R. Visconde de Nácar, nº 33 – Paranaguá-PR
Número do Processo: 016/66
Livro do Tombo: Inscr. Nº 16-II

Descrição: Mais que pela opulência e luxo original, o palacete é um referencial da história do Paraná e do Visconde de Nacar como um de seus expoentes. Na primeira metade do século XIX formou-se uma burguesia comercial e industrial paranaense calcada principalmente na produção e exportação da erva mate. Manoel Antônio Guimarães, o Visconde de Nacar, nascido em 1813, foi até seu falecimento em 1893 o senhor do comércio de Paranaguá, a ponto de somente seus negócios serem suficientes para justificar a instalação de uma casa de cobrança de impostos no município. Vários eram os imóveis que possuía em Paranaguá, além de olaria em Barreiros, empresa de transportes marítimos, armazéns no porto e comércio de escravos. Também era colaborador constante da Santa Casa de Misericórdia.
Durante Império, sua influência junto ao Conselheiro Sinimbú foi decisiva para que o Porto do Gato fosse a ligação ferroviária/marítima do Paraná, beneficiando seus negócios e confirmando a hegemonia de Paranaguá frente a outras cidades litorâneas que definharam em suas economias, população poder político liberal. Devido a sua riqueza como também pela grande influência política que possuía na Corte e no Paraná, onde foi líder do partido conservador, levanta-se a hipótese de que seria natural que o Visconde pretendesse o cargo de primeiro presidente da recém emancipada Província do Paraná que até 1853 era ligada a São Paulo. Outro fato e coincidência a se considerar é que apesar de que já era proprietário de vários imóveis de alto padrão para morar, o palacete foi construído exatamente nos anos em que o processo de emancipação ocorria. Nesta época Paranaguá era muito mais populosa e importante política e economicamente que Curitiba. Também existe a questão de que quase todos os estados brasileiros que possuem litoral, tem suas capitais na beira do mar.
Então, não é infundada a hipótese de que o Visconde pretendia ser o primeiro Presidente da Província e de que seu palacete foi sido construído com o objetivo de abrigar o governo provincial. Na contínua disputa entre liberais industrialistas e republicanos com os conservadores monarquistas e escravagistas o Visconde ganhou as principais pelejas, exceto pela vitória dos liberais em colocarem Zacharias de Góes e Vasconcelos, um liberal baiano, como primeiro presidente da Província que impôs Curitiba como sua capital.
Apesar de Visconde ter morado no palacete e nele recebido eminentes figuras da Corte que lhe retribuíram com títulos nobiliárquicos, durante a maior parte de sua existência ele abrigou o poder público municipal, primeiramente na condição de alugado e depois adquirido pelo município. Eis quão bem o projeto servia ao propósito de sede governamental.
Fonte: CPC.

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Rodrigo Sartori Jabur

Piraquara – Casa Colonial

 

Piraquara – Casa Colonial


No final do séc. XIX, foi construída a Casa Colonial de Piraquara, moradia urbana edificada no alinhamento, com dois pavimentos e sótão.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Casa Colonial de Piraquara
Localização: R. Manoel Alves Cordeiro, nº 312 – Piraquara-PR
Número do Processo: 69/79
Livro do Tombo: Inscr. Nº 68-III
Uso Atual: Biblioteca Pública João Rodrigues de Oliveira

Descrição: Muitos anos do início do povoamento da região dos assim chamados Campos Gerais, bandeirantes e paulistas já haviam, por muitas vezes e em lugares diversos, penetrado e percorrido os sertões de Curitiba. Após as primeiras incursões à cata de ouro e precauções do gentio, começou a exploração do aluvião aurífero, sobretudo na imensa região do Açungüi, Jaguariaíva, e Tibagi e no planalto curitibano.
As lavras do Itaimbé (Açungüi) marcaram, efetivamente, o início da exploração do ouro no Brasil meridional e a história registra os nomes de Ébano Pereira, Agostinho de Figueiredo e D. Rodrigo de Castelo Branco como desses trabalhos. Na região do Açungüi também foram notáveis as minas de Nossa Senhora da Conceição, Cachoeira e Ribeirão, exploradas por mais de vinte anos por Salvador Jorge Velho e seu genro Antônio Pires Campos. Assinalava Romário Martins que “em São José do Pinhais há vestígios de grandes trabalhos de mineração”.
O povoamento dos campos de Curitiba tem sua origem nesses trabalhos de mineração do Arraial Grande, mais tarde chamado de São José dos Pinhais e ainda eram exploradas em 1741. Dessas terras do Arraial grande, fundadas por mineradores, se originou também o distrito de Piraquara. Em data ignorada, o minerado Capitão Manoel Picam de Carvalho, buscando ouro, fundou o pequeno arraial de mineração no lugar onde hoje se situa Piraquara. Em 1731, o sítio foi vendido ao Capitão Antônio Esteves Freire e sua sogra, Isabel de Sena. Nessa época além do sítio referido, já havia nas proximidades, outras fazendas que, em conjunto, formavam o atual território do município de Piraquara.
Apesar de antigo, o povoado de Piraquara permaneceu estacionado por muitos anos, como parte integrante do território de São José do Pinhais. Inicialmente como simples arraial de mineração, tornou-se, mais tarde, propriedade particular, vendida e revendida até chegar ao poder do Capitão Francisco da Silva Freire, o qual tudo indica não teria sido o último proprietário particular. Mas somente com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro de Paranaguá, ligando o planalto ao litoral, foi que a localidade saiu da estagnação em que se encontrava.
Consoante à Lei 839, de 9 de dezembro de 1885, foi criada a freguesia de Piraquara, sob a invocação do senhor Bom Jesus e pelo decreto nº 17, de 10 de janeiro de 1890, foi elevada à categoria de Vila, sob a denominação de Deodoro, homenagem ao Marechal Deodoro da Fonseca, então presidente da República. Em 1929, voltou a denominar-se Piraquara e em 31 de março de 1930, recebeu foros da cidade. Seu progresso, notadamente nos setores da agricultura e a pecuária foi devido a vinda de imigrantes europeus, principalmente os italianos, em 1875, fundadores da Colônia Santa Maria, hoje Nova Tirol.
Por volta dessa época no final do século XIX foi construída a Casa Colonial de Piraquara. Integrando o conjunto arquitetônico com unidades vizinhas, é uma casa de moradia urbana edificada no alinhamento, com dois pavimentos e sótão. Construídas em alvenaria de tijolos, possui coberturas em duas águas com telhas francesas, arrematadas por platibanda vazada na fachada principal. Abertura emolduradas por pequenos requadros de madeiras, janelas em sistemas de guilhotina, divididas em quadrículos.
Fonte: CPC.

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Ponta Grossa – Capela Santa Bárbara do Pitangui

 

Ponta Grossa – Capela Santa Bárbara do Pitangui


A Capela Santa Bárbara do Pitangui foi a primeira capela construída em Ponta Grossa-PR, pelo jesuítas, em 1729, em madeira.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Capela Santa Bárbara do Pitangui
Localização: Estrada Rural Ponta Grossa-Alagados – Ponta Grossa-PR
Número do Processo: 07/98
Livro do Tombo: Inscr. Nº 135-II

COMPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa – PR
Nome Atribuído: Capela Santa Bárbara
Localização: Estrada Rural Ponta Grossa-Alagados – Ponta Grossa-PR

Descrição: Com a proposição de converter os indígenas ao catolicismo, os jesuítas se tornaram, desde logo, responsáveis por um processo de colonização mais “racional” em confronto com a forma puramente predatória utilizada pelos colonos. Os primeiros missionários jesuítas vindos de São Vicente (SP), para o Estado do Paraná, que na ocasião não era Estado, pois estava dividido em duas partes: uma pertencente ao Estado de São Paulo e outra pertencente à colônia espanhola do Paraguai, encontraram como religião entre os índios das diversas tribos dos Guarani, Coroados, Carijós e Botocudos uma cultura original rudimentar que admitia a existência de uma divindade, permitia a poligamia, aceitavam a crença em uma vida imortal e adoravam a lua e o sol.

Após se instalarem em várias regiões do Estado com suas “reduções” (locais onde as aldeias indígenas, embora reproduzindo as formas originais de organização social dos índios, eram minuciosamente administradas pelos jesuítas, gerando excedentes de produção agrícola, comercializados pela Companhia de Jesus junto à população branca).

Em 1710, a Companhia de Jesus, com permissão do capitão-mor Pedro Taques de Moraes, construiu na Fazenda do Pitangui, um oratório em honra à Santa Bárbara. Com o falecimento de Pedro Taques de Almeida, 1713, seu filho José Góis de Moraes, com base em registros no Cartório Borges de Castro, em agosto de 1727, fez a doação da Sesmaria do Itaiacoca, também denominada Fazenda Pitangui.

Em 1729 o Padre Nicolau Rodrigues França, da casa das Missões de Paranaguá, aí missionou conforme consta dos assentos da catedral de Curitiba. Logo após a instalação os padres, teriam substituído o oratório por uma capela construída por José Tavares de Serqueira, parente de José Góis de Moraes, dedicada à Santa Bárbara do Pitangui.

Paralelamente aos serviços religiosos dos jesuítas, estabeleceram uma fazenda de criação, a Fazenda Pitangui, e aí permaneceram até 1759, quando foram expulsos pelo Marquês de Pombal. Em agosto de 1727, fez-se doação da Sesmaria do Itaiacoca, também denominada de Pitangui, à Companhia de Jesus, sendo a capela construída em 1729. Os religiosos da Companhia de Jesus povoaram as Sesmarias de gado e escravos, movimentando suas fazendas.

A estrada do “Continente Sul” que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul, de Jaguariaíva para o sul, vinha em direção ao rio Pitangui, passando pela Sesmaria dos padres da Companhia de Jesus, movimentando assim as zonas das Sesmarias. Os jesuítas do Pitangui, vendo o crescente movimento dos tropeiros e viajantes, apressaram-se na construção de uma capela e a dedicaram à Santa Barbara, para onde iam todos os moradores das fazendas vizinhas receber os Santos Sacramentos e ainda servir aos viandantes.

Com a expulsão dos jesuítas, efetuada por ordem do Marques de pombal, de Portugal e das suas colônias, confiscando todos os seus bens e os anexando à Coroa Portuguesa, dentre estes à Capela de Santa Bárbara, cessaram assim todos os ofícios divinos que eventualmente eram realizados ali, e os escravos que ali viviam, foram alforriados e passaram a viver na ociosidade, de acordo com o que consta no arquivo Paroquial de Castro.

A partir deste ano a capela e a Fazenda Pitangui passaram a ser geridas pelos carmelitas da Fazenda Capão Alto. Em 1772 estes se retiraram do Paraná temerosos que lhes acontecesse o mesmo que houve aos jesuítas.

Enterravam-se os mortos no pequeno cemitério ao lado da Capela Santa Bárbara. A existência de um cemitério na Fazenda, explicaria a aparição de ossadas quando da restauração feita no local em meados da década de 1970, quando os mesmo foram encontrados sob o assoalho apodrecido, o que seria um cemitério das famílias que foram proprietárias da fazenda. No cemitério da capela, estão enterrados todos os primitivos povoadores de Ponta Grossa.

A Capela de Santa Bárbara é uma edificação simples, com traços que dão nítida ideia da vida e religiosidade da época. De pau a pique e reboco, coberta com telhas trazidas de Paranaguá em lombo de burro, foi construída com o dinheiro doado por Ana Siqueira de Mendonça, viúva de Domingos Teixeira de Azevedo, do Cambijú, para pagar uma promessa à Santa Bárbara.

Localizada à margem esquerdo do riacho São Miguel, afluente do rio Pitangui, a capela foi toda construída com material existente em maior quantidade na região – arenito furnas, assentada sobre um grande bloco do mesmo material. Suas paredes são bastantes espessas, tendo a frente voltada para o Sul e, seu atual proprietário, Nestor Carraro fez algumas obras para a sua conservação, entre elas, uma parede de madeira, tanto na frente como na parte traseira da capela, que haviam ruído completamente e também colocando um novo assoalho no lugar do primeiro que se encontrava em péssimo estado.

Segundo o proprietário, estas obras foram efetuadas em 1973. Na obra feita, foram levantadas várias colunas de concreto para amparar as paredes que estavam caindo e também o teto foi completamente restaurado, bem como a fachada da capela.

Para se entrar na capela, antes da obra , subiam-se alguns degraus de pedra já bastante gastas pelo uso. O interior era muito simples, paredes nuas, com uma única janela do lado esquerdo do altar. Desse lado havia um pequeno púlpito de madeira, com uma pequena escada. Sobre o altar encontrava-se a imagem em argila da Santa. Esta tinha sobre a fronte uma coroa de prata com algumas pedras coloridas. Existiam duas pias batismais de madeira, um turíbulo de bronze e um pequeno sino, pesando aproximadamente dez quilos.

Havia apenas uma porta de entrada voltada para o sul. Sobre esta porta teria existido uma placa de madeira com inscrições a fogo, destruída pela ação do tempo, e que foi substituída em parte, por um papel datilografado com os seguintes dizeres copiados do original:

Em 1707 passou pelos Campos Gerais uma Missão Científica composta de Jesuítas, que como em todas as demais fazendas fundaram uma pequena Igreja.

PADRES: Antônio da Cruz, 1707; Tomás de Aquino, 1716; Vitor Antônio, 1717; Manoel Amaro, 1720; João Gomes, 1725; Antônio da Cruz, 1732; Estanislau Cardoso, 1735; Francisco Gomes, 1739; Manoel Rodrigues, 1740; Antônio da Cruz, 1741; Caetano Dias, 1743; Lourenço de Almeida, 1748; Manoel Martins, 1751; Cristóvão da Costa, 1752.

“É conclusivo que da presente relação quase todos os reitores nos campos da Fazenda do Pitangui, aqui estiveram e celebraram Missa”.

Com o passar dos anos e a sucessiva transferência da referida propriedade a obra foi sendo esquecida, chegando quase a ruína total. Embora muito se pretendesse sobre o aproveitamento do local como atração turística da cidade, pois esta relíquia dista 14 quilômetros do centro da cidade.
Fonte: CPC.

Descrição: A história da capela está ligada à presença dos jesuítas e ao movimento das tropas na região. Em 1727 a sesmaria da Conceição ou do Pitangui foi doada à Companhia de Jesus, onde os religiosos estabeleceram a Fazenda Pitangui. Em 1729, foi erguida uma pequena construção de madeira para servir de oratório.

Com a abertura do Caminho das Tropas em 1731 e que passava pelo local, os padres dedicaram a capela à Santa Bárbara. Como foi a primeira capela construída na cidade, ela foi tombada pelo COMPAC em 2000 e totalmente restaurada e preservada.

LOCALIZAÇÃO: O acesso ao local se dá pela rodovia Arichernes Gobbo (deve-se virar à esquerda, após passar o viaduto sobre o pátio da ALL, em direção ao núcleo habitacional Dal Col). Após percorridos 2 km , deve-se virar à direita, passando por baixo de um viaduto da linha férrea. Deve-se seguir em frente por mais 5 km e virar à esquerda, percorrendo mais 2 km até uma porteira.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: Em agosto de 1727, fez – se doação da Sesmaria do Itaiacoca, também denominada de Pitangui á companhia de Jesus, sendo a capela Construída em 1729. Os religiosos da Companhia de Jesus povoaram as Sesmarias de gado e escravos movimentando suas fazendas. A estrada do “Continente Sul” que ligava São Paulo ao Rio Grande do Sul, de Jaguariaiva para o Sul, vinha a direção do Rio Pitangui, passando pela Sesmaria dos Padres da Companhia de Jesus, movimentando assim as zonas das Sesmarias.

Os Jesuítas do Pitangui, vendo o crescente movimento dos tropeiros e viajantes, apressaram-se na construção de uma capela e a dedicaram á Santa Bárbara, para onde iam todos os moradores das fazendas vizinhas receber os Santos Sacramentos e ainda servir aos viajantes.

Encontra-se no local, vestígios de muro de pedra na região, que dizem ter sido construídos pelos índios e escravos negros.

Com a expulsão dos jesuítas, efetuada por ordem do Marquês de Pombal, de Portugal e das Colônias, confiscando todos os seus bens e os anexando á Coroa Portuguesa, dentre esses á Capela Santa Bárbara, cessaram assim todos os Ofícios divinos que eventualmente eram realizados ali, e os que ali viviam, foram alforriados e passaram a viver na ociosidade, de acordo com o que consta no arquivo Paroquial da cidade de Castro.

Á partir desse ano a Capela e a fazenda Pitangui passaram a ser geridas por carmelitas do Capão Alto. Em 1772 estes retiraram-se do Paraná temerosos com medo que lhes acontecesse o mesmo que houve aos jesuítas.

Enterravam-se os mortos nos primeiros tempos, no pequeno cemitério ao lado da Capela Santa Bárbara.

A existência de um cemitério na Fazenda, explicaria a aparição de ossadas quando da “restauração” feita no local em meados da década de 70, quando os mesmos foram encontrados sob o assoalho apodrecido, o que seria um cemitério das famílias que foram proprietárias da fazenda. Quando morria alguém, se era branco, era enterrado num pequeno cercado, junto da casa grande, que servia de cemitério. Se fosse membro da família do fazendeiro, era procurado um cemitério santificado. Se o morto fosse escravo, era enterrado bem distante das habitações em covas rasas.

No cemitério da capela, por exemplo, estão os corpos de todos os primitivos povoadores de Ponta Grossa. Entre as campas, afirmam, está a do primeiro intendente, ou seja, a primeira autoridade civil de Ponta Grossa, Benedito Mariano Ribas. Somente em 24 de junho de 1811, é que foi fundado o primeiro cemitério do então Bairro de Ponta Grossa.

CONSTRUÇÃO:

Construída no séc. XVII e com extensão de 500 alqueires, a primeira capela construída no planalto dos campos Gerais é uma edificação simples, com traços marcantes que dão ideia nítida da vida religiosa da época.

A capela de pau a pique e reboco, coberta com telhas trazidas de Paranaguá em lombo de burro foi construída com dinheiro doado por Ana Siqueira Mendonça, viúva de Domingos Teixeira de Azevedo, do Cambijú, para pagar uma promessa a Santa Bárbara.

Localizada a marguem esquerda do Riacho de São Miguel, afluente do rio Pitangui a capela foi toda construída com material existente de maior quantidade na região – arenito furnas, assentada sobre um grande bloco do mesmo material. Suas Paredes são bastante espessas, tendo a frente voltada para o Sul, e seu atual proprietário Nestor Carraro fez algumas obras para sua conservação, entre elas, uma parede de madeira, tanto na frente como na parte traseira da capela, que haviam ruído completamente e também colocando um novo assoalho no lugar do primeiro que encontrava em péssimo estado.

Segundo o proprietário, estas obras foram efetuadas em 1973. Na obra feita, foram levantadas várias colunas de concreto para amparar as paredes que estavam caindo e também o teto foi completamente restaurado, bem como a fachada da capela. Para se entrar na capela, antes da obra, subiam-se alguns degraus de pedra, já bastante gastas pelo o uso.

O interior era muito simples, paredes nuas com uma única janela do lado esquerdo perto do altar. Desse lado havia um pequeno púlpito de madeira, com uma pequena escada. Sobre o altar encontrava-se a imagem em argila da Santa. Esta tinha sobre a fronte uma coroa de prata com algumas pedras coloridas. Existiam duas pias batismais de madeira, um turíbulo de bronze e um pequeno sino, pesando aproximadamente dez quilos.

Havia apenas uma porta de entrada voltada para o sul. Sobre esta porta teria existido uma placa de madeira com inscrições a fogo, destruída pela ação do tempo, e que foi substituída em parte, por um papel datilografado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: A constante busca por riquezas e colônias resultaram na ocupação européia dos territórios americanos. Os interesses comerciais e econômicos se mantiveram estreitamente ligados à exploração e posterior colonização. Em meio a esse processo os jesuítas, integrantes da ordem Companhia de Jesus, eram enviados juntamente com os desbravadores com a missão de catequização e converção do gentio.

Os jesuítas se espalharam por várias regiões do território brasileiro, chegando a lugares distantes e inexplorados, convivendo com inúmeros grupos indígenas. Durante os séculos XVII e XVIII já haviam penetrado em direção ao sul do Brasil e só em território paranaense cerca de 13 reduções ou aldeamentos foram criados, chegando a manter cerca de cem mil índios. Nesse mesmo período os religiosos construíram um Convento e um Colégio em Paranaguá, passando a representar um ponto estratégico para desenvolver atividades religiosas ligadas a ordem.

Nos Campos Gerais os Jesuítas se estabeleceram na Sesmaria de Itaiacoca, em terras doadas por José de Goes e Moraes, em 1727. Os missionários mantiveram na chamada Fazenda Pitangui, atividades ligadas a pecuária e a agricultura de subsistência. No local onde primeiramente se fez um pequeno oratório, logo se postou uma Capela dedicada a Santa Bárbara, que passou a ser frequentada por moradores da região, chegando a ter um pequeno cemitério nas proximidades. Em meio a conflitos com a coroa portuguesa, o Marquês de Pombal decidiu pela expulsão e confisco dos bens dos jesuítas. As terras da Fazenda Pitangui passaram para as mãos dos carmelitas da Fazenda Capão Alto e posteriormente a particulares. A memória religiosa e histórica da capela acabou sendo mantida por poucos devotos.

Todavia, a Capela Santa Bárbara representa hoje um dos poucos pontos de referência da presença jesuíta em território paranaense, sendo dessa forma justificada a sua restauração e preservação junto ao Estado, pela sua seção de Patrimônio. Preservar o patrimônio, sendo ele edificado ou simbólico, representa a manutenção dos diferentes aspectos culturais em conjunto com as transformações socioeconômicas de um determinado grupo.
Texto: Adreane Marceli Willenborg Schuchardt.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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