segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Ponta Grossa – Parque Vila Velha, Furnas e Lagoa Dourada

 

Ponta Grossa – Parque Vila Velha, Furnas e Lagoa Dourada


Vila Velha, a Itacueretaba (a aldeia que virou pedra) dos índios que habitavam ou percorriam a área, é uma das maiores atrações turísticas do país.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Parque Vila Velha, Furnas e Lagoa Dourada
Localização: Rod. BR 376 – Ponta Grossa-PR
Número do Processo: 05/66
Livro do Tombo: Inscr. Nº 05-I

Descrição: Há aproximadamente 60 milhões de anos a crosta terrestre começou a sofrer profundas transformações, as quais, de certo modo, caracterizam seu relevo atual. Iniciadas no transcorrer da Era Paleozóica – duração presumível de 500 milhões de anos e caracterizada pela presença fóssil de invertebrados marinhos, dos primeiros anfíbios e plantas terrestres -, alteram o ritmo dos levantamentos ocorridos no período terciário da Era Cenozóica, que se lhe seguiu, e provocaram, na América do Sul, a orogenia do sistema andino e o abaixamento da borda continental Leste do Brasil: a orla Atlântica, Vila Velha, da mesma forma o Monument Valley, no Arizona, EUA, que lhe é contemporâneo, é consequência dessas modificações.
Situada no segundo planalto paranaense, numa altitude média de 900m, em uma região de sedimentos paleozóicos e mesozóicos, nela foram encontrados todos os testemunhos fósseis de importância para a determinação de sua antiguidade, que remonta ao período devoniano, último da Era Paleozóica. Na capa desse sistema devoniano afloram as camadas mais resistentes do arenito subglacial que foram modelados nas escarpas dos estratos pelos sistemas fluviais existentes no primitivo declive, sistemas esses criados por movimentos epirogênicos e que foram os responsáveis, também, pela existência dos rios subterrâneos, cursos d’água e boqueirões atuais.
De topografia ondulada, com declives médios que não ultrapassam 10%, altera-se essa região em fundos de vale e espigões sem formação de planos, e faz parte do que se convencionou chamar de “correspondente às rochas sedimentares da Bacia do Paraná”, na qual dois conjuntos de rochas assumem grande importância – os arenitos da Formação Furnas e os de origem periglacial da Formação Itararé. Enquanto em áreas de solo mais pobre ou mal arenadas são encontradas formações de campos ou estepes, em outras ocorreu seu rejuvenecimento, o que propiciou a formação de florestas. Junto aos rios, vertentes e lagos, são encontradas as formações de mata de galeria. Entretanto, a partir da colonização, esse quadro começou a ser alterado, por força de agentes externos, entre eles o desmatamento.
Vila Velha – como, aliás, todo o município de Ponta Grossa – está localizada na zona subtropical, caracterizada pelas baixas temperaturas no inverno e verões brandos, e faz parte dos chamados “Campos Gerais”, em terreno dominado pelo arenito da Formação Furnas. Toda a região é constituída de rochas com ótima permeabilidade e porosidade, o que permite intensa infiltração das águas pluviais, cuja conservação e percolação são boas; tal fato provoca, outrossim, o afloramento de água em muitos pontos, o que alimenta o nível estático das Furnas e da Lagoa Dourada. A água é de excelente qualidade, de baixo teor de salinidade e de fácil obtenção, por consequência, muitos são os riachos e ribeiros que correm para as áreas mais baixas.
Situada entre as mais importantes zonas produtoras do estado do Paraná e os portos exportadores de Paranaguá e Santos, e servida, ademais, por extensa malha de rodovias e ferrovias, para a distribuição dessa produção no mercado interno, a região de Ponta Grossa sedia o maior complexo de processamento de soja de todo o mundo. Nele a agricultura, que se liga estreitamente à indústria, está bastante desenvolvida, cultivando-se intensamente não só a soja, como também o trigo.

Vila Velha, a Itacueretaba (a aldeia que virou pedra) dos índios que habitavam ou percorriam a área, é uma das maiores atrações turísticas do país. Já era conhecida desde o século XVI, quando, pela longínqua e vasta região dos Campos Gerais, começaram a transitar portugueses e espanhóis, através de bandeiras ou expedições, muitas delas organizadas do outro lado do atlântico. Aleixo Garcia, em 1526, Pero Lobo e Francisco Chaves, em 1531, possivelmente teriam sido os primeiros europeus a palmilhar os sertões onde se localizam essas importantes formações rochosas. Anos depois, em 1541, D. Alvar Nuñes Cabeza de Vaca, na condição de adelantado – governador-geral – do Paraguai, atravessou os Campos Gerais e, segundo registros históricos, teria transitado pelos lugares onde hoje se situam a cidade da Lapa e a de Ponta Grossa.
Em 1552, por lá passou, também, Ulrich Schmidel, um alemão natural da Baviera, que acompanhado por cerca de 20 índios Carijós teria sido, então, o primeiro europeu a atravessar o Novo Continente de Oeste para Leste, de Assunção, no Paraguai, a São Vicente, no litoral de São Paulo, em direção contrária à seguida Vicente, no litoral de São Paulo, em direção contrária à seguida por Cabeza de Vaca. Percorreu o Peabiru (o caminho que se inicia), trilha aberta e palmilhada pelos silvícolas, fazia séculos, e que, partindo do litoral do Atlântico, seguia Rio Ribeira acima até alcançar os Campos Gerais e, de lá, através do Tibagi, nas vizinhanças de Ponta Grossa, chegava ao Ivaí, de onde, subindo pela Serra da Boa Esperança, ia ter ao Rio Paraná, acima das extintas Sete Quedas; desse ponto, pelo Chaco e cruzando os Andes, alcançava o Pacífico.
Localizada à margem direita do Rio Tibagi (o rio do pouso), na vasta e ondulada Ibeteba (planície), Vila Velha, como já foi dito, conjunto de formações rochosas trabalhadas pela erosão ao longo de milênios, mexeu com a imaginação dos índios, que teceram muitas lendas transmitidas oralmente, geração após geração, pelos matuari (os velhos), aos jovens, a fim de explicar aqueles fenômenos. Uma delas é a de que o local teria sido escolhido pelos primitivos habitantes para sediar o Abaretama (terra dos homens), onde seria guardado o Itainhareru ( o precioso tesouro). Sob permanente proteção de Tupã, era o lugar cuidadosamente vigiado por uma legião de Aiabas (varões), escolhidos entre os mais valorosos homens de todas as tribos, treinados especialmente para desempenhar a honrosa missão; eles desfrutavam de todas as regalias, sendo-lhes, porém, vedado qualquer contato com mulheres, mesmo as de suas próprias tribos.
A tradição dizia que as mulheres, uma vez de posse do segredo do Abaretama, o divulgariam aos quatro ventos, e chegada a notícia aos ouvidos dos inimigos, estes arrebatariam o tesouro para si. E caso este fosse perdido, Tupã, o onipotente, deixaria de proteger seu povo e lançaria sobre ele as maiores desgraças. Os Apiabas eram fortes, ativos e bravos; seu único trabalho consistia em construir belos jardins nas terras daquelas planícies, e Tupã não permitia que, em recanto sagrado como era aquele, houvesse o pecado.
Numa certa época, Dhui, um índio de uma das tribos, fora escolhido chefe supremo dos Apiabas. Como todos os outros, tinha sido preparado, desde a mais tenra infância, para a sagrada missão. Entretanto, não era de seu desejo seguir aquele destino que lhe impunha o celibato. Seu sangue, de há muito, achava-se perturbado pelo fascínio das mulheres (era um cunhãrepixara mulherengo).
As tribos rivais, ao terem conhecimento da escolha, de pronto resolveram aproveitar-se da situação e elegeram entre as suas mais belas donzelas a que deveria ir tentar o jovem guerreiro, conquistar-lhe o coração e arrebatar-lhe o segredo. A escolhida foi Aracê Poranga (Aurora Bonita). Não lhe foi difícil despertar a atenção do ardoroso Dhui e, pouco a pouco, enlaçou-o em sua habilidosa teia, e o fez de tal modo que não transcorreu muito tempo para que o tivesse completamente apaixonado e subjugado a seus pés. Pouco mais e Aracê penetrou no Abaretama, com o consentimento de Dhui, que não conseguiu resistir ao desejo que ela manifestara. Se, em nome do amor, Dhui faltou a seu dever, também por causa dele Aracê traiu seus irmãos: numa tarde primaveril, quando os ipês, depois da floração, deixavam cair pétalas douradas como se fora chuva de ouro, Aracê foi ao encontro de Dhui, levando uma taça de uirucuri (o licor do butiá), para embriagá-lo; porém o amor também já dominava sua razão, o que fez com que tomasse do licor. E à sombra de um ipê, languidamente, quedaram entrelaçados.
Tupã vingou-se, desencadeando sua fúria na forma de um terremoto, que abalou toda a planície. A ira divina convulsionou o solo e a região toda a planície. A ira divina convulsionou o solo e a região foi totalmente destruída, trazendo morte e dor. E o Abaretama virou pedra, o tesouro aurífero fundiu-se, transformando-se em líquido, e os dois amantes, castigados, ficaram também, para todo o sempre, um ao lado do outro, petrificados. A pouca distância, a causa de sua desgraça, a taça de pedra…
E quando ainda hoje alguém por ali passa, ouve o vento a repetir a última frase de Aracê: “Xê pocê ó quê” (Dormirei contigo). Foi assim que o Abaretama tornou-se Itacueretaba. A terra fendeu: são as grutas próximas a Vila Velha, e o tesouro fundido é a lagoa, que é chamada de Dourada, a qual, quando o sol nela bate em cheio, ainda reflete o brilho do ouro.
Dhui e Aracê estão, ainda hoje, lado a lado, circundados de ipês descendentes dos que assistiram à morte de ambos. E os sobreviventes daquele povo partiram para outras terras, onde a maldição de Tupã não os alcançasse. Fundaram novo império, em uma das imersas paragens da América do Sul.
Hoje, como ontem, em meio à vastidão dos Campos Gerais, considerados por Saint-Hilaire “verdadeiro paraiso”, as soberbas formações continuam a exercer grande fascínio para quem as vê. Transformadas em ponto de referência pelos bandeirantes e aventureiros que palmilhavam os Campos Gerais, nos séculos XVI, XVII e XVIII e, agora, visitadas anualmente, por milhares de turistas de toda parte-tanto do Brasil quanto do exterior-, as formações de arenito passaram a ser identificadas por nomes populares, consoante a forma afetada pelas rochas: Camelo, Rinoceronte, Muralha, Garrafa, Proa de Navio, Índio, Noiva, Cabeça de Gorila, Leão, Castelos, Bota, Esfinge, Malocas, Cogumelos, Farol, Baleia, Taça, Gavião, Tartaruga, Urso, Gruta e Planalto, admiradas através de circuito, a pé ou de trenzinho, implantado pela Empresa Paranaense de Turismo, a qual, ademais, dotou o parque de excelente infra-estrutura e moderno equipamento.

Próximo aos arenitos de Vila velha localizaram-se as Furnas “Caldeirões do inferno”, com bocas circulares de aproximadamente 100m de diâmetro e paredes verticais que atingem mais de uma centena de metros de profundidade, decorrentes de desabamentos doliniformes do arenito, nos vazios deixados na superfície inferior do solo pela dissolução de calcário, e a Lagoa Dourada, notável por suas águas cristalinas com, aproximadamente, 300m de diâmetro e dois ou três metros de profundidade, cujo fundo é constituído de mica ou malacacheta, e se alimenta da água das furnas, através de canais subterrâneos.
Fonte: CPC.

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IAP-PR

Palmeira – Pão de bafo

 

Palmeira – Pão de bafo


O Pão de bafo, de Palmeira-PR, foi trazido por imigrantes alemães e italianos no fim do séc. XIX. Carne de porco, repolho e massa de pão cozida no vapor.

Prefeitura Municipal de Palmeira-PR
Nome atribuído: Pão de bafo
Localização: Palmeira-PR
Decreto de Registro: Decreto n°
Livro de Registro dos Saberes

Descrição: Carne de porco, repolho e massa de pão cozida no vapor são os três ingredientes básicos de uma das mais tradicionais receitas da culinária palmeirense, o “Pão no Bafo”, também conhecido localmente como “Pão de Bafo” e “Pão de Russo”.
Devido ao seu valor histórico e cultural, a Secretaria Municipal de Cultura, Patrimônio Histórico, Turismo e Relações Públicas vem trabalhando para difundir cada vez mais o delicioso pãozinho que está inserido na cultura e no cotidiano do povo palmeirense. O prato é tombado como patrimônio imaterial do Município de Palmeira, completando em 2017 dois anos de sucesso.
O Pão no Bafo chegou a Palmeira em 1878, junto com os primeiros imigrantes russo-alemães, que se instalaram em Quero-Quero, Colônia Papagaios Novos, Santa Quitéria, Lago, e Pugas. Desde então o prato passou a fazer parte do dia-a-dia das famílias palmeirenses.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: Trazido por imigrantes alemães e italianos no fim do século XIX, o pão de bafo é um preparo tradicional da cidade de Palmeira, no Paraná, e declarado por ela um patrimônio imaterial. Recheado com carne de porco e repolho lentamente cozidos em uma panela de barro, o pão é feito à vapor. Há hoje poucas localidades que ainda conservam o jeito artesanal de fazer essa iguaria.
Fonte: Iphan.

Histórico do município: No início do século XVIII, começam a ser distribuídas as cartas de sesmarias para portugueses e luso-brasileiros de Paranaguá, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. As primeiras terras palmeirenses pertenceram a João Rodrigues de França.
A presença dos portugueses, aqui como colonizadores:
‘Primeiros europeus a se instalar nesta região do Novo Mundo’, foram bandeirantes, fazendeiros, tropeiros e comerciantes, trouxeram a língua e a fé cristã. Enfrentaram inúmeras dificuldades para criar estruturas básicas para a vida civilizada: primeiras habitações, igrejas, escolas. Abriram estradas; são o tronco da família palmeirense’. – (Marcus V. M. Machado – Ocupação e povoamento dos Campos Gerais – 1999).
Do antigo caminho de Viamão, que vinha do Rio Grande do Sul em demanda à grande feira de Sorocaba – (SP) no trajeto do Campos Gerais, circuito dos índios Kaigangues, surgiu um pouso de tropeiros que ali aproveitavam as imensas pastagens para descanso e engorda do gado: Nasce a Vila da Palmeira.
[…]
As condições desfavoráveis da Freguesia de Tamanduá, levaram o Vigário Antônio Duarte dos Passos a estabelecer uma nova Igreja onde hoje se encontra edificada a Igreja Matriz, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição de Palmeira, cujas terras foram doadas pelo Tenente Manuel José de Araújo, por vontade de sua mulher Dona Ana Maria da Conceição de Sá, por ato de 07 de abril de 1819 (data de aniversário do Município).
A população foi se transferindo para o povoado, nas cercanias do novo templo. A corrente de povoamento se avolumou a partir de 1878 com a chegada dos imigrantes russo-alemães, poloneses, italianos, ucranianos, árabes e mais recentemente os sírio-libaneses, japoneses e alemães menonitas entre outros povos.
Ainda hoje as centenárias fazendas como a Conceição, Palmeira, Padre Inácio, Alegrete, são testemunhas de uma época de muito fausto e riqueza.
A fé de seu povo é registrada em edificações como a Igreja de Nossa Senhora da Conceição, as Capelas de Nossa Senhora das Neves e do Senhor Bom Jesus do Monte, na localidade de Vieiras, onde o imigrante português Bento Luiz da Costa, erigiu um conjunto de 14 pequenas capelas para pagar as graças recebidas, com suas capelinhas de pedra em formato de cruz.
Texto: Vera Lúcia de Oliveira Mayer
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Iphan

Ponta Grossa – Olaria 12 de Outubro

 

Ponta Grossa – Olaria 12 de Outubro


A Olaria 12 de Outubro, em Ponta Grossa-PR, faz parte de um conjunto de olarias e de fábricas de tijolos e telhas criadas no final do séc. XIX.

COMPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa – PR
Nome Atribuído: Olaria 12 de Outubro / São Sebastião
Localização: Rua dos Operários – Bairro de Olarias – Ponta Grossa-PR
Processo: 91/2001

Descrição: Localizada no Bairro de Olarias a Cerâmica 12 de Outubro faz parte de um conjunto de fábricas de tijolos e telhas, olarias que começaram a ser criadas no final do século XIX pois a urbanização começava a se expandir em Ponta Grossa. A Cerâmica 12 de outubro foi construída em 12 de outubro de 1920, sendo seu primeiro proprietário Pedro Ribas.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Descrição: Localizado no Bairro de Olarias a Cerâmica 12 de Outubro faz parte de um conjunto de fábricas de tijolos e telhas- olarias que começaram a serem criadas no final do século XIX, pois a urbanização começava a expandir-se em Ponta Grossa, implicando na alta demanda para a construção de imóveis para a instalação de casas comerciais ou para servirem de residências, já que o uso da madeira destinada à construção estava saindo da moda, e as telhas usadas em poucos lugares eram fabricadas em São Paulo e vindas de Paranaguá via tração animal. Também tinha outro motivo que contribuiu para o crescente número de fábricas de telhas e tijolos no local: a abundância de argila na região, matéria- prima para colocar uma olaria em funcionamento. Essa afirmativa vem de estudos geológicos realizados em 1916 por Eusébio Paulo Oliveira e na década de 50 por Frederico Wandemar Lange, onde foi detectado em Olarias, Ronda e Uvaranas grande quantidade de rochas argilosas, e fora isso a opção por instalar fábricas de tijolos no local foi devido ao número de vertentes que foram o Arroio de Olarias. O nome do bairro de Olarias é oriundo dessa invasão de Olarias na região.

A Cerâmica 12 de Outubro foi construída em 12 de outubro de 1920, sendo seu primeiro proprietário Pedro Ribas, a qual fabricava telhas e tijolos, e era construída por várias edificações entre as quais, casas de morada destinada ao gerente e aos funcionários, galpões com maquinários e acessórios. Com a morte de Pedro Ribas seu filho Alfredo Pedro Ribas; conhecido na sociedade pontagrossense por sua tradicional família e por seus serviços em entidades assistenciais era um dos provedores da Santa Casa de Misericórdia, assumiu os negócios da cerâmica, e a sua residência que se localizava na mesma região era conhecida pelos habitantes do local pelo destaque de sua construção. Após a morte de Alfredo Pedro Ribas a fábrica foi vendida a Leopoldo Almeida Taques, que desmembrou uma área de 60.500 m. onde está as instalações de olaria e venderam o terreno em 1976 para Ovidio Gabuio, industrial e pecuarista.

Ovidio Garbuio com 82 anos de idade relata que durante os 16 anos dirigiu a Cerâmica 12 de Outubro produzia em torno de 70 a 80 mil peças e a renda dessa produção somente cobria os custos que abrangia todo o processo produtivo, entre os quais seus doze funcionários, que moravam dentro dos limites da fábrica, transportes e aquisição dos materiais em geral. Os moradores afirmam que atualmente existe grande quantidade de argila de boa qualidade e que poderá ser explorado por mais 200 anos. Então o fechamento de várias olarias em Ponta Grossa não foi causa da exaustão e falta de matéria- prima e sim à falência dos proprietários devido aos altos impostos e encargos sociais que eram praticados pelo poder público.

Atualmente somente existem duas chaminés e dois galpões que serviam como depósito para secagem de telhas e o restante do complexo industrial doi demolido pelo atual proprietário.
Pesquisadora: Isolde M. Waldmann
Digitação: Jean Carla Scariotte
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Conta-nos a tradição, que os fazendeiros, se reuniram para decidir o local onde seria construída uma capela em devoção à Senhora de Sant’Ana e que também seria a sede do povoado. Como não chegavam a um acordo, pois cada um queria construí-la próximo a sua fazenda, decidiram então soltar um casal de pombos e, onde eles pousassem, ali seria construída uma capela, bem como seria a sede da Freguesia que estava nascendo.

Os pombos após voarem, pousaram em uma cruz que ficava ao lado de uma grande figueira no alto da colina. Problema resolvido, o local escolhido, todos ajudaram na construção de uma capela simples de madeira e, em sua volta a freguesia cresceu e se desenvolveu.

O povoamento: Ponta Grossa teve sua origem e seu povoamento ligado ao Caminho das Tropas. Porém, a primeira notícia de ocupação da nossa região, foi em 1704, quando Pedro Taques de Almeida requereu uma sesmaria no território paranaense. Foi seu filho José Góis de Morais e seus cunhados que vieram tomar posse das terras, trouxeram empregados e animais e fundaram currais para criar gado. Suas terras eram formadas pelas sesmarias do Rio Verde, Itaiacoca, Pitangui, Carambeí e São João, de onde surgiram as primeiras fazendas. Parte dessas terras José Góis de Morais doou aos padres jesuítas que construíram no local (Pitangui), a Capela de Santa Bárbara. Várias fazendas surgiram às margens do Caminho das Tropas. Os tropeiros durante suas viagens paravam para descansar e se alimentar em lugares que passaram a ser chamados de ranchos ou “pousos”. Desses pousos surgiram povoados, como Castro e Ponta Grossa. As fazendas contribuíram para o aumento da população, que levou ao surgimento do Bairro de Ponta Grossa, que pertencia a Castro. Com o crescimento do Bairro, os moradores começaram a lutar para a criação de uma freguesia, pois uma Freguesia tinha mais autonomia. Construíram então um altar na Casa de Telhas, aonde o vigário de Castro vinha de vez em quando rezar missas e também realizar casamentos e batizados.

O crescimento e desenvolvimento: Ponta Grossa foi elevada à Freguesia em 15 de setembro de 1823 e foi escolhido um local no alto de uma colina, perto do Caminho das Tropas para a construção de uma nova capela em homenagem à Senhora de Sant’Ana. Este local foi escolhido para ser a sede da Freguesia e em seu entorno passaram a ser construídas casas de moradia e de comércio. Esta colina é onde hoje se encontra a Catedral de Sant’Ana.

Em 1855, Ponta Grossa foi elevada à Vila e em 1862 à cidade. Cada vez mais pessoas aqui chegavam, sendo que a cidade cresce e se desenvolve, tornando-se a mais importante do interior do Paraná.

Foi com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro, que Ponta Grossa se tornou um grande centro comercial, cultural e social. A ferrovia transformou a cidade em um grande entroncamento, destacando-se na Região dos Campos Gerais e no Paraná. Isso fez com que inúmeras pessoas escolhessem o local para trabalhar, estudar e viver. Foi nesse momento que chegaram os imigrantes, que contribuíram para o crescimento cada vez maior da cidade.

Aqui se estabeleceram os ucranianos, os alemães, os poloneses, os italianos, os russos, os sírios e libaneses entre tantos outros, que contribuíram para o crescimento da cidade, bem como no desenvolvimento social, político, econômico e cultural de Ponta Grossa. Ponta Grossa se destacou no século XX, com muitas lojas de comércio, indústrias, escolas, cinemas, teatros, jornais, biblioteca, entre outros. Pode-se dizer que aquela pequena vila, surgida como pouso dos tropeiros, cresceu e se transformou em uma grande cidade.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Ponta Grossa – Acervo Fotográfico do Antigo Barracão de Cargas

 

Ponta Grossa – Acervo Fotográfico do Antigo Barracão de Cargas


O Acervo Fotográfico do Antigo Barracão de Cargas, em Ponta Grossa-PR, foi tombado por sua importância histórica.

Prefeitura Municipal Ponta Grossa-PR
COMPAC – Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Ponta Grossa – PR

Nome Atribuído: Acervo Fotográfico do Antigo Barracão de Cargas
Localização: Casa da Memória Paraná – R. Benjamin Constant – Ponta Grossa-PR

Descrição: Por Volta do ano de 1896, foi construído, em madeira, O Armazém da Estrada de Ferro do Paraná, local que serviu para estocagem de diversos produtos agrícolas e extrativista, sendo também depósito de materiais importados (através do Porto de Paranaguá). O imóvel foi ocupado pela Viação Férrea Paraná – Santa Catarina até janeiro de 1920, quando o armazém incendiou-se. Em 1920 a VFPSC solicitou a Prefeitura um projeto para a construção de um novo armazém de cargas em substituição ao incendiado.
Fonte: Prefeitura Municipal.

Histórico do município: Conta-nos a tradição, que os fazendeiros, se reuniram para decidir o local onde seria construída uma capela em devoção à Senhora de Sant’Ana e que também seria a sede do povoado. Como não chegavam a um acordo, pois cada um queria construí-la próximo a sua fazenda, decidiram então soltar um casal de pombos e, onde eles pousassem, ali seria construída uma capela, bem como seria a sede da Freguesia que estava nascendo.

Os pombos após voarem, pousaram em uma cruz que ficava ao lado de uma grande figueira no alto da colina. Problema resolvido, o local escolhido, todos ajudaram na construção de uma capela simples de madeira e, em sua volta a freguesia cresceu e se desenvolveu.

O povoamento: Ponta Grossa teve sua origem e seu povoamento ligado ao Caminho das Tropas. Porém, a primeira notícia de ocupação da nossa região, foi em 1704, quando Pedro Taques de Almeida requereu uma sesmaria no território paranaense. Foi seu filho José Góis de Morais e seus cunhados que vieram tomar posse das terras, trouxeram empregados e animais e fundaram currais para criar gado. Suas terras eram formadas pelas sesmarias do Rio Verde, Itaiacoca, Pitangui, Carambeí e São João, de onde surgiram as primeiras fazendas. Parte dessas terras José Góis de Morais doou aos padres jesuítas que construíram no local (Pitangui), a Capela de Santa Bárbara. Várias fazendas surgiram às margens do Caminho das Tropas. Os tropeiros durante suas viagens paravam para descansar e se alimentar em lugares que passaram a ser chamados de ranchos ou “pousos”. Desses pousos surgiram povoados, como Castro e Ponta Grossa. As fazendas contribuíram para o aumento da população, que levou ao surgimento do Bairro de Ponta Grossa, que pertencia a Castro. Com o crescimento do Bairro, os moradores começaram a lutar para a criação de uma freguesia, pois uma Freguesia tinha mais autonomia. Construíram então um altar na Casa de Telhas, aonde o vigário de Castro vinha de vez em quando rezar missas e também realizar casamentos e batizados.

O crescimento e desenvolvimento: Ponta Grossa foi elevada à Freguesia em 15 de setembro de 1823 e foi escolhido um local no alto de uma colina, perto do Caminho das Tropas para a construção de uma nova capela em homenagem à Senhora de Sant’Ana. Este local foi escolhido para ser a sede da Freguesia e em seu entorno passaram a ser construídas casas de moradia e de comércio. Esta colina é onde hoje se encontra a Catedral de Sant’Ana.

Em 1855, Ponta Grossa foi elevada à Vila e em 1862 à cidade. Cada vez mais pessoas aqui chegavam, sendo que a cidade cresce e se desenvolve, tornando-se a mais importante do interior do Paraná.

Foi com a chegada dos trilhos da Estrada de Ferro, que Ponta Grossa se tornou um grande centro comercial, cultural e social. A ferrovia transformou a cidade em um grande entroncamento, destacando-se na Região dos Campos Gerais e no Paraná. Isso fez com que inúmeras pessoas escolhessem o local para trabalhar, estudar e viver. Foi nesse momento que chegaram os imigrantes, que contribuíram para o crescimento cada vez maior da cidade.

Aqui se estabeleceram os ucranianos, os alemães, os poloneses, os italianos, os russos, os sírios e libaneses entre tantos outros, que contribuíram para o crescimento da cidade, bem como no desenvolvimento social, político, econômico e cultural de Ponta Grossa. Ponta Grossa se destacou no século XX, com muitas lojas de comércio, indústrias, escolas, cinemas, teatros, jornais, biblioteca, entre outros. Pode-se dizer que aquela pequena vila, surgida como pouso dos tropeiros, cresceu e se transformou em uma grande cidade.
Fonte: Prefeitura Municipal.

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Quem foi Tereza da Silva Ramos?

 

Quem foi Tereza da Silva Ramos?


Tereza da Silva Ramos foi uma das primeiras professoras do Município de Matinhos. Nasceu no dia 19 de Junho de 1927 em Matinhos e começou a lecionar com 17 anos em uma escola improvisada no bairro do Sertãozinho, onde  alunos de 1ª a 4ª séries em uma única sala de aula (sala seriada). Em 1950 a professora é enquadrada no quadro próprio do Magistério de Paranaguá, município no qual Matinhos pertencia, em 1952 foi transferida para recém construída Escola Matinhos (local hoje da Câmara Municipal), e em 1957 atua na Escola Sertãozinho (atual 8 de maio). Após emancipação política e administrativa de Matinhos, os funcionários públicos fizeram opção para permanecer em Matinhos ou voltar para Paranaguá. E no ano de 1969 Tereza retorna a Paranaguá e assume sua função no Grupo Escolar Municipal do Rocio, escola hoje conhecida por "Costa e Silva". Em 10 de outubro de 1979, a Professora Tereza da Silva Ramos aos 52 anos se aposenta, tendo prestado mais de trinta e três anos a serviço da Educação do Litoral Paranaense. Após a aposentadoria a família volta a residir em Matinhos e em 22 de setembro de 1988, aos 61 anos de idade ela falece. Uma observação interessante é que Tereza da Silva Ramos foi tia da Professora Narcinda da Silva Ramos, que por sua vez é mãe do atual Diretor de Cultura, Professor Delcio Ramos.


A Saga da Caetana

 

A Saga da Caetana


Quando de boca em boca as historias são contadas, ao pé do fogo, na quentura do fogão a lenha, elas se tornam mais que historias, com o passar dos anos, elas tomam corpo e forma de lendas, todo povo tem as lendas passadas de pai para filho e assim seguidamente. Contam os mais antigos que quando em Matinhos tudo ainda era mato, quando tudo ainda era verde, o mar era para pesca e os rios pra matar a sede das pessoas, que pras bandas de Caiobá, morava uma professora de nome Caetana, que vinha todos os dias dar aula onde hoje é o centro de Matinhos, para sua locomoção, se utilizava de um cavalo, não muito veloz nem muito forte, mas que atendia aos anseios da jovem professora, levando e a trazendo nas aulas diárias. Era meados de 1900, a cidade como a conhecemos hoje nem passava na mente dos moradores, não havia estradas regulares, os trajetos eram feitos a beira mar e quando muito, por pequenos caminhos traçados pelo uso diário do caboclo.
Dona Caetana como era conhecida dentre todos, fazia esse trajeto diário, quase sempre solitária, uma vez que o único perigo que se tinha de morte violenta era cair do cavalo ou mesmo se afogar no mar, dessa forma, dia após dia, Professora Caetana montada em seu cavalo e com seu material a tira colo, ia e vinha de Matinhos com a naturalidade de que vai ao mercado comprar pão.
Numa dessas vindas, dona Caetana já chegava perto da sua casa, pelo avançar da hora deveria ser umas 8 da noite, o céu estrelado e quente, mostravam que o verão já estava a porta tomando lugar de mais um frio inverno que se passara.
Havia ali um riacho, onde vez ou outra dona Caetana parava para dar de beber o animal, sedento devido ao longo percurso e a noite quente que fazia, então ao se aproximar das águas puras do riacho, o cavalo para de imediato como que assombrado, dona Caetana ainda esporeia o animal que não sai do lugar, mau dizendo o animal, que mantinha pernas presas ao chão como que encantado, nesse instante, como que brotada da terra, uma onça da o bote no cavalo jogando Caetana longe, com a queda ela fica jogada ao chão como se a queda lhe tivesse tirado a vida.
A onça, querendo se aproveitar da ocasião, se lança na direção de dona Caetana que se tornara presa fácil ao animal em busca de alimento, quando estava a um passo da vitima, o cavalo, fiel companheiro se lança contra o animal num gesto heróico para salvar sua dona, dizem que o relincho do cavalo era semelhante a uma voz humana que no momento de medo e pavor gritava o nome da sua dona, “Caetana, Caetana”.
Ouvindo aqueles berros a onça de imediato sai em disparada, sem ao menos olhar para trás, deixando atrás de si um rastro de folhas e galhos erguidos com a sua fuga.
Dona Caetana, recobra os sentidos e não vendo mais a onça, monta em seu protetor e parte rumo a sua casa.
Dizem que Caetana no dialeto dos animais significa onça, e que para os caçadores Caetana também é onça, então, ao ouvir alguém gritar “Caetana” a onça se afastava, pois temia o assedio dos caçadores, e que foi isso que aconteceu, mas cavalo não fala, isso todos se perguntam ainda hoje, bem, como um milagre de Deus, dizem os mais crentes, que foi Deus que deu o poder da fala para que o animal pudesse falar, e salvar a vida da sua dona.
Pode ser que isso nem tenha realmente acontecido, que o cavalo assustado tenha derrubado sua dona, que não houvesse onça, nem perigo algum, mas o que torna a historia uma lenda é o fato de fascinar as pessoas com a facilidade que se fascina uma criança pelo brinquedo novo.
Já se passaram mais de 100 anos desde o fato com Dona Caetana, historia que foi passada de boca em boca, que foi passada de geração em geração, que se torna a cada vez que é falada, uma lenda ainda mais forte e presente na vida das pessoas, no coração dos Matinhenses.
Dizem que em certas noites de verão, quando se silencia o barulho dos carros, se ficar quietinho, só ouvindo, ainda pode-se ouvir a onça correndo desvairada, o cavalo que ainda sussurra em meio ao choro do mar, CAETANA, CAETANA!


Fonte: http://www.webartigos.com/articles/53032/1/A-saga-da-Caetana/pagina1.html#ixzz1K5v4iYXP