quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

Histórias da antiga Impressora Paranaense

 Histórias da antiga Impressora Paranaense

https://www.turistoria.com.br/historias-da-antiga-impressora-paranaense

A Impressora Paranaense teve diversos donos, sedes e faces e este artigo vai abarcar toda a trajetória dela, a primeira e maior gráfica do Paraná.

 

Aqui, vamos dar destaque à sua última e principal sede, mas talvez a menos conhecida: a casa quase centenária em estilo alemão, que fica rua Comendador Araújo, n. 731, bairro Batel, Curitiba, que abrigou por mais de 70 anos a Impressora. Hoje, abriga uma agência bancária, bem ao lado da entrada do Shopping Crystal.


Felizmente, a casa ainda se encontra preservada, embora tenha sido praticamente destruída em 1942, num episódio trágico sobre o qual falaremos mais no final do texto.

 

 

As origens da imprensa paranaense

 

Antes de chegar no endereço da Comendador Araújo, vale descrever algumas notas sobre o jornalismo no Paraná.

 

A história da Impressora Paranaense remonta ao ano de 1853, quando o jornalista Cândido Martins Lopes (1803-1871) chegou a Curitiba trazendo consigo uma prensa, a primeira da história do Paraná. Na capital, ele montou uma pequena oficina gráfica e então fundou “O Dezenove de Dezembro” - o primeiro jornal do Paraná -, com sede na Rua das Flores (atual Rua XV de Novembro), cuja primeira versão impressa circulou em 1º. de abril de 1854. A gráfica da família Lopes se chamava “Typographia Paranaense” e era uma das maiores do Brasil.

 

Contar a história da Impressora Paranaense e todos os nomes que ela teve ao longo dos anos, então, é também falar da história do surgimento do Paraná como província autônoma. Isso porque, já em sua primeira edição, o “O Dezenove de Dezembro” destacava a lei imperial número 704, de agosto de 1853, que elevava a 5ª Comarca de São Paulo à categoria de Província do Paraná. A emancipação da província do Paraná foi oficializada em 19 de dezembro daquele ano, fato que por si só explica a escolha do nome do jornal. 

 

A incipiente província precisava de um meio de divulgação dos atos do governo, de modo a não recorrer a outras províncias para isso. Nesse sentido, a Typographia Paranaense com O Dezenove de Dezembro cumpriram essa função, da qual tanto necessitava o Paraná em sua origem.


Segue abaixo a primeira edição do O Dezenove:


O surgimento da “Impressora Paranaense”

 

Com a morte de Cândido Lopes (que hoje é nome de rua em Curitiba), por vários anos quem administrou o jornal e a gráfica da família foi sua esposa, e depois seu filho, Jesuíno Martins Lopes. Com o enfraquecimento da monarquia, porém, o Dezenove de Dezembro (já sem o “o” desde 1885) minguou até ser fechado em 1890, restando somente a Typographia, da qual o Barão do Serro Azul se tornou sócio em 1888.

 

Muito provavelmente, Ildefonso Pereira Correia (o Barão), na época o maior produtor de erva-mate do Brasil, quis investir na litografia para a produção de rótulos de erva-mate, sendo assim muito necessária a gráfica. Em 1889, ele adquire também a Litographia do Comércio. Além disso, através da gráfica era possível a produção de rótulos e impressos de outra natureza para outras empresas, como livros, jornais, propaganda, etc.- interesses que certamente eram parte da ambição política do Barão. 

 

Nesse período, a antes “Typographia paranaense” foi rebatizada pelos sócios de “Impressora Paranaense", e sua nova sede foi inaugurada em 1889, num prédio na esquina da atual rua Carlos Cavalcanti com a rua Riachuelo, bem próximo à residência do Barão (hoje Solar do Barão). Esse prédio ainda existe e está conservado, pois é uma Unidade de Interesse de Preservação e porque atualmente abriga o Cine Passeio.

 

A morte precoce do Barão do Serro Azul, porém, mudou os rumos da gráfica. Por algum tempo, sua esposa, a Baronesa, administrou a Impressora junto com Jesuíno Martins Lopes. Logo depois, provavelmente os sócios decidiram pela venda da empresa a Francisco Folch, um litógrafo experiente de origem espanhola que trabalhava na Impressora. Já em 1912, Folch vendeu parte da gráfica ao imigrante alemão Max Schrappe, que 10 anos mais tarde adquiriu o negócio por completo. 


Abaixo, uma uma relíquia fotográfica que registrou a Impressora:


Novos tempos, nova sede

 

Apesar de tantos proprietários em tão pouco tempo, o nome comercial “Impressora Paranaense” se manteve, mesmo após a definitiva aquisição por Max Schrappe. O que mudou foi a sede da gráfica.

 

Desde que chegou com a família a Curitiba, Max Schrappe viveu na região do bairro Batel. Em planta baixa da edificação, disponível na Casa da Memória, temos acesso ao provável ano em que a família construiu sua casa na rua Mato Grosso, atual Comendador Araújo. A foto está meio apagada, mas presumimos que o ano seja 1923. Nessa planta, observam-se todas as características que tornam a casa singular. Seu estilo, apesar de genericamente definido como "eclético", segue traços da arquitetura alemã. A casa tem volumes chanfrados, dois andares repletos de persianas e telhado íngreme com janelas no sótão. Além disso, embora seja toda de alvenaria, os detalhes externos das paredes lembram o estilo enxaimel, com linhas em diagonal na parte superior e com pintura à base de cores vibrantes. Se hoje a casa é branca, originalmente ela foi amarela, com telhado vermelho, persianas verdes e com as linhas na fachada em marrom.

 

Foi essa casa alemã que a Impressora Paranaense ocupou desde a década de 1920 até 1996, quando a família Schrappe decidiu pela venda da gráfica a uma multinacional, que transferiu a Impressora ao bairro Pinheirinho.


Na sequência, a bela planta da Impressora, em que se diz "Planta de uma casa a construir-se na rua Comendador Araujo n 109, pertencente ao Sr. Max Schrappe - Curitiba", Acervo da Casa da Memória de Curitiba:

 


O dia em que a Impressora Paranaense quase veio abaixo

 

Se hoje o clima daquela região da Comendador Araújo sombreada por cerejeiras é calmo, nem sempre foi assim. Em 18 de março de 1942, algumas pessoas quase demoliram com as próprias mãos a Impressora Paranaense.

 

Segundo o jornal Correio do Paraná, naquele dia alguns sujeitos invadiram a Impressora Paranaense e outros clubes e estabelecimentos de imigrantes alemães e japoneses, como o Clube Concórdia e a Farmácia Tiradentes, levando a gráfica ao maior prejuízo de toda sua história, de mais de 2 mil contos. Tanto a gráfica quanto o escritório da Impressora ficaram arrasados.

 

De acordo com o relato de Paulo José da Costa, um “simpático senhor que foi funcionário da Impressora Paranaense” disse que, naquele dia, “a turba invadiu as dependências da empresa quebrando tudo. Havia dois cachorros pastores alemães e eles foram capturados, levados para a praça Osório e lá mortos a pauladas e içados pelo pescoço em árvore do local”.

 

Como contextualizar tal brutalidade? É sabido que o ataque à marinha brasileira por submarinos alemães em março de 1942, e a consequente declaração de guerra ao Eixo em agosto, por Getúlio Vargas, despertou em brasileiros exageradamente nacionalistas o sentimento de ódio e xenofobia contra alemães, japoneses e descendentes dessas etnias que moravam em Curitiba. Outras culturas associadas ao Eixo também foram vitimadas. A maioria daqueles que sofreram violência simbólica, material e física fruto da xenofobia nada tinha a ver com guerra, muito menos com o nazismo, por exemplo.

 

Entretanto, por motivos de precisão histórica, cabe destacar que alguns dos estabelecimentos mais atingidos pela violência estiveram, sim, ligados ao Partido Nazista no Paraná (sobre o qual já escrevemos aqui no Turistória). Reiteramos: nada justifica a violência contra um concidadão ou estrangeiro, trata-se apenas de contextualizar os fatos.

 

A partir de pesquisas do renomado historiador Rafael Athaides, sabemos que Max Schrappe, na época proprietário da Impressora Paranaense, era tesoureiro do Partido Nazista e imprimia propaganda do regime de Adolf Hitler para o consulado da Alemanha Nazista em Curitiba. Do mesmo modo, a Companhia de Força e Luz do Paraná, atual Copel, foi vandalizada, talvez pelo posicionamento político de Hans Bennewitz, então diretor da Cia. e grande financiador da propaganda nazista no Paraná (ATHAIDES, 2007, pp. 95-96).

 

Max Schrappe e Hans Bennewitz eram membros do partido. Essa ligação com o nazismo pode, de alguma forma, ter feito com que alguns habitantes locais fossem atingidos pela violência injustificável, enquanto outros, não.

 

Fato é que, nesse clima de guerra em Curitiba, a então quase centenária Impressora Paranaense por pouco não veio abaixo e encerrou suas atividades. 


Aqui, cenas tristes no Clube Concordia:


Dias atuais

 

Depois de tanta história, cabe aqui dizer em que estado hoje se encontra esse patrimônio de Curitiba.

 

De forma melancólica, recentemente, a Impressora Paranaense foi à falência; depois de vendida, ela não foi mais a mesma. Dela restou, entretanto, algumas histórias, como a primeira prensa do Paraná (hoje exposta no Museu Paranaense), o primeiro jornal paranaense, as litografias, as centenas de memórias e os patrimônios arquitetônicos, como o Cine Passeio e a casa da família Schrappe.

 

Ao que tudo indica, os Schrappe sempre estiveram comprometidos com a preservação da casa, tanto que hoje é uma Unidade de Interesse de Preservação e se encontra em bom estado de conservação. Contudo, nos fundos da edificação foi construído um shopping center inaugurado em 1996, e que tomou boa parte do terreno. Todo o complexo da gráfica que ficava nos fundos da casa e que começou a ser construído em 1927 foi demolido. Restou somente a parte residencial à frente do grande centro comercial, cena que lembra e muito a da Casa Gomm, cuja história teve desfecho semelhante. Atualmente, uma agência bancária ocupa o imóvel.

 

Certamente o transeunte distraído não imagina o quanto de história guarda a antiga e mais longeva sede da Impressora Paranaense. Mesmo um local totalmente apagado do cenário da cidade pode ser símbolo da política, da economia e da imprensa paranaense, de suas conquistas e, o que mais nos interessa, de suas contradições.


Abaixo segue alguns registros nossos da casa atualmente:

Fotografias sem edição:

Fotos mais antigas de outra autoria:

Texto e pesquisa de Gabriel Brum Perin e Gustavo Pitz

Fonte de pesquisa:  


Rafael Athaides. A Ação do Círculo Paranaense do Partido Nazista (1933-1942). Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Estadual de Maringá – UEM, 2007.
http://www.pph.uem.br/dissertacoes-e-teses/dissertacoes/rafael-athaides.pdf/view


Sobre o Partido Nazista:
 
https://www.turistoria.com.br/o-partido-nazista-no-parana

Sobre o relato comentado por Paulo Jose da Costa, consultar link:

https://www.facebook.com/groups/417557358409468/posts/1271733296325199/

 

Para maiores informações, consultar a transcrição da entrevista de Oscar Schrappe Sobrinho, filho de Max:

https://fenodesign.blogspot.com/2013/07/entrevista-com-oscar-schrappe-sobrinho.html?fbclid=IwAR35csgPCYPvtKYYHH99-UT8uj5xLaNj3dbRjXLWKTHkmlySJEN1q9wAH68

 

Link da matéria sobre a depredação da Impressora:

http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=171395&pesq=%22Impressora%20Paranaense%22&pasta=ano%20194&pagfis=15895


Link da primeira edição do O Dezenove:

http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=171425&PagFis=1

  

http://www.circulandoporcuritiba.com.br/2011/10/casas-do-batel-impressora-paranaense.html

 

https://www.fotografandocuritiba.com.br/2017/01/a-antiga-impressora-paranaense.html

A Rua das Flores onde flores não havia

 A Rua das Flores onde flores não havia

https://www.turistoria.com.br/a-rua-das-flores-onde-flores-nao-havia

Setembro, mês que marca o início da primavera, é o período em que a polinização mareja os olhos dos alérgicos e florescem as flores que sobreviveram às geadas. Em Curitiba, a chegada da primavera retoma a vontade de frequentar parques, bosques e jardins, como o Botânico. Mas se tem algo que realmente parece combinar com a primavera é a Rua das Flores, atual Rua XV de Novembro.


Rua das Flores foi o nome escolhido pela Câmara de Curitiba para batizar o novo caminho aberto no centro lá pelos anos de
 1820 e 1830, para que os moradores que se espalharam ao sul do Largo da Matriz (atual Praça Tiradentes) pudessem ir às missas. Na época, a Rua das Flores não tinha mais do que 3 quadras, e ligava a Rua das Lisboas (atual Riachuelo) à Rua do Jogo da Bola (atual Dr. Muricy); entre elas, ficava a Travessa da Matriz (atual Monsenhor Celso), que conectava a Rua das Flores à Catedral. 


Embora o nome deduza seu significado,
 na Rua das Flores não havia flores. A denominação, segundo o historiador Ruy Wachowicz, era uma cópia de uma via de São Paulo, capital da província da qual Curitiba fazia parte e, por isso, da qual era dependente. Outros nomes de ruas de Curitiba, como Rosário, Direita, Comercio, Jogo da Bola, etc., também foram copiados da cidade de São Paulo. 


Se fosse para fazer juz às reais características da via,
 a Rua das Flores jamais poderia ter esse nome. Que tivesse aqui ou ali um flor em terreno baldio, ou em algum pequeno jardim nas casas e comércios construídos ao longo dela, mas o que de fato havia na Rua das Flores, e em abundância, era excrementos de bípedes e quadrúpedes, além de lixo jogado aos cantos. 


A Rua das Flores estava longe de ser um cartão-postal curitibano. Muitos reclamavam das calçadas irregulares, da estrada desnivelada, dos potreiros e cochos espalhados entre residências e pedestres, e, claro, do
 pó e da lama que sujava finos trajes de sinhôs e sinhás, quando estes não eram carregados em liteiras pelos seus escravizados, que andavam descalços. E nem teria como a Rua das Flores ser diferente; na verdade, ela era o fiel retrato da Curitiba colonial, provinciana e escravocrata, imagem que até hoje o poder público tenta apagar.

Esse cenário somente foi alterado quando, ironicamente, a Rua das Flores deixou de ter esse nome. Quando da visita da corte imperial ao Paraná, em 1880, o característico puxa-saquismo monárquico (ou “bajulações acariciadores e mimoseadas”, de acordo com o sarcástico Wachowicz) levou a Câmara de Curitiba a rebatizar a Rua das Flores de Rua da Imperatriz. Tendo em vista a necessidade de aprovação dos “sangue azul”, a prefeitura nivelou e aumentou a Rua da Imperatriz, que passou a conectar a atual Praça Osório à atual Praça Santos Andrade, dimensão que logo depois foi estendida até o Alto da XV. 


Nessa época, Curitiba experimentava crescimento nunca antes visto. A inauguração da Estrada da Graciosa, a construção da Estrada de Ferro Paranaguá-Curitiba e a economia da herva matte permitiram o aumento da população e o surgimento da burguesia capitalista local. Frente a isso, a aparência passadista da
 
Rua da Imperatriz não mais combinava com o projeto de progresso civilizador pretendido pela elite.


Para tanto, com o
 advento da República, novamente a antiga Rua das Flores foi rebatizada, agora para Rua XV de Novembro, em homenagem à data em que a República foi proclamada. De cofres cheios, a prefeitura então revestiu a XV com paralelepípedos e investiu em iluminação pública, algo que diminuiu o barro e o pó, o trânsito de animais e os amores proibidos. Isso fez da XV a principal artéria de Curitiba, sendo caminho para quem ia à missa, ao Passeio Público e à Estação, bem como ponto de encontro para paqueras e famílias que frequentavam os bares, cafés e lojas que se espalhavam na Rua XV, transformada em área de luxo.


Essa tardia Belle Époque curitibana, à época chamada “Rainha do Sul”, colocou a cidade no
 
mapa da civilidade, embora a capital continuasse provinciana, sendo a XV um de seus cartões-postais. Tanto que Olavo Bilac, no início do século XX, a descreveu como “um tapete chique de pedra e pó por onde passam os ritmos convulsivos do nosso tempo”. Ao famoso Café Mignon e à Louvre, somaram-se as luxuosas residências de figurões, bancos, imprensa e os automóveis que andavam a mil. Tudo isso construído sobre os escombros dos prédios do século XIX da rua Rua XV, todos derrubados com a “picareta bendita” do progresso, como escreveu Ruy Wachowicz. 


Desses anos de 1920 até a Segunda Guerra Mundial, a Rua XV viveu seu auge. Na primeira gestão do prefeito Moreira Garcez, foi ela quem recebeu
 
a primeira camada de asfalto do Paraná, cuja máquina, importada, “parecia uma vaca e que cuspia a todo momento um quente e preto mingau”. Daí em diante a via virou um caos, pois os carros estacionavam aos montes, por meio deles passavam os bondes e ao redor os ciclistas e pedestres, sendo o trânsito ausente de lombadas, semáforos e demais sinalizações. Mesmo assim, os cafés se multiplicaram, os cinemas surgiram, a Boca Maldita foi batizada e a Casa do Estudante inaugurada, tudo isso na XV, o coração de Curitiba.

Após absorver e refletir quase todas as transformações de Curitiba, a história da Rua das Flores que não tinha flores teve desfecho conciliador. Em 1972, o então prefeito da cidade Jaime Lerner fechou o leito da Rua XV, tornando-a calçada com Petit Pavê e exclusiva para pedestres. Embora tenha sofrido resistência dos comerciantes locais, a iniciativa foi fundamental para acabar com o insustentável trânsito da região. Nesse ínterim, também houve um projeto para fechar com telhado o calçamento da XV, que só não vingou pois, caso concretizado, os bombeiros não teriam como acessar os prédios em caso de incêndio. Na impossibilidade de transformá-la em uma espécie de quase-shopping, a prefeitura plantou árvores e canteiros de flores, chegando até a popularizar, ainda que de maneira não oficial, o nome Rua das Flores. 


O fechamento da Rua XV, portanto, acertou contas com o passado, já que finalmente permitiu o cultivo de flores onde, até então, mal crescia o capim. O "tapete chique de pedras” se tornou, também, tapete de flores, sendo o nome Rua das Flores não só algo para paulista ver. 

Texto e pesquisa de Gustavo Pitz

Fonte de pesquisa:  

Ruy Wachowicz. “ História das Histórias da Rua XV”. Nicolau, Curitiba, n.55, setembro de 1994.