fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
terça-feira, 4 de abril de 2023
1973 - Grupo Escolar Castelo Branco Acervo digital IHGP. — com Almir SSi em Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá - IHGP.
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***Vista da Avenida Sete de Setembro em 1903 ***
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***Vista da Avenida Sete de Setembro em 1903 ***
***A direita a Estação Ferroviária, a esquerda a Praça Eufrásio Correia tomada pela Exposição do Cinquentenário da Emancipação Política do Paraná. Ao centro o Hotel Roma. Avista-se na esquina as antigas instalações do Hotel Tassi, ainda como uma Casa e uma Venda, mais tarde Angelo Tassi e Angela Puglia, construíram o sobrado, que seria o Hotel até os anos 60 ***
CONHECENDO A HISTÓRIA DA EMPRESA " O BOTICÁRIO "
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CONHECENDO A HISTÓRIA DA EMPRESA " O BOTICÁRIO "
A família mudou-se para o Brasil quando Miguel tinha 11 anos. Em território brasileiro, eles fixaram residência na cidade de Curitiba, no Paraná.
Miguel Krigsner é graduado em farmácia e bioquímica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR). Concluiu o curso em 1975 e, dois anos mais tarde, deu início a uma empresa que se tornaria na gigante O Boticário.
"Miguel Krigsner abriu sua primeira loja O Boticário em Curitiba, no Paraná, em 1977. A princípio, era uma farmácia de produtos manipulados. Não demorou muito para o negócio decolar e virar o fenômeno de empreendedorismo que é hoje. Com quase 4 mil pontos de venda físicos em 1.750 municípios, a marca é a maior franquia do Brasil, segundo a ABF (Associação Brasileira de Franchising). Mas nada disso seria possível se um outro empreendedor não tivesse dado um "empurrãozinho". E esse empresário era ninguém menos que Silvio Santos.
Acontece que o Silvio tinha o sonho de lançar sua marca de cosméticos (motivo pelo qual hoje existe a Jequiti) e havia comprado 70 mil frascos de perfume para iniciar seu negócio em 1979. Na mesma época, porém, ele ganhou a concessão para criar o SBT e acabou desistindo de investir na área de perfumaria.
Com isso, 60 mil frascos foram parar num depósito. Assim que Krigsner ficou sabendo, foi a São Paulo ver se parte daquilo poderia interessar ao Boticário.
Ao ver os produtos, disse: "Gostei do que vi e quis comprar mil vidrinhos de um tipo, quinhentos de outro, trezentos de outro. O funcionário foi taxativo: ‘Eu te vendo tudo ou nada’."
Krigsner então decidiu comprar todos os frascos — uma decisão arriscada, uma vez que ele era químico e sua loja era uma pequena farmácia de manipulação recém-aberta. "Eu não tinha dinheiro para comprar tudo e nem mesmo onde guardar. Mesmo assim, mandei carregar e disse que se não pudesse pagar eu devolveria", disse o empresário.
A salvação do químico veio de uma amiga perfumista, que criou o conhecido Acqua Fresca. A colônia, que virou sensação em todo o Brasil pouco tempo depois, foi lançada no mesmo ano.
"De volta à loja, chamei a perfumista e disse a ela que a fragrância que ela dizia ainda não estar pronta estava aprovada e precisava ir para o mercado. Eu precisava pagar os frascos e aprovei como estava. Assim nasceu o Acqua Fresca, uma das fragrâncias mais vendidas no mundo até hoje."
Em pouco tempo, medicamentos manipulados foram dando espaço aos cremes, perfumes e outros itens de cuidados pessoais e foi assim que surgiu a loja O Boticário que conhecemos hoje. O pontapé para o sucesso, porém, foi dado a partir da segunda loja de Krigsner, instalada no Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR).
Nessa loja, o Acqua Fresca ficou conhecido em todo o Brasil. Segundo o empresário, foram os clientes os verdadeiros marqueteiros do negócio, que compravam as colônias para dar de presente para amigos e familiares de outras partes do Brasil.
Dois anos depois, a primeira franquia da marca foi aberta em Brasília (DF), e depois disso os números só cresceram até ser criado o Grupo Boticário, que englobou todas as frentes da empresa: O Boticário, Eudora, Quem Disse Berenice?, The Beauty Box e Fundação O Boticário de Proteção à Natureza.
Questionado sobre a fórmula para o sucesso, o químico nascido na Bolívia disse que é trabalhar duro e aproveitar as oportunidades.
"Adquirimos expertise, desenvolvemos conhecimento profundo sobre cosméticos, varejo e consumidor e investimos fortemente na construção da marca. O sucesso de um empreendimento depende da qualidade do trabalho e do olhar para as oportunidades. A receita é a mesma há décadas. O que muda são as ferramentas disponíveis. Posso dizer que faria tudo de novo."
Atualmente o Grupo Boticário tem 3.962 unidades em 1.750 municípios, sendo que 3.760 são da franquia O Boticário. Também foram instaladas lojas em Portugal, Angola, Moçambique, EUA, Japão, Venezuela, Colômbia e Paraguai.
(Adaptado de: huffpostbrasil.com)
Paulo Grani
Loja no Aeroporto Afonso Pena, inaugurada em 1979.
Primeira loja O Boticário, aberta em 1977 na rua Saldanha Marinho, em Curitiba
#INRI, O POLÊMICO E FOLCLÓRICO #PERSONAGEM DE #CURITIBA
#INRI, O POLÊMICO E FOLCLÓRICO #PERSONAGEM DE #CURITIBA
INRI, O POLÊMICO E FOLCLÓRICO PERSONAGEM DE CURITIBA
" Quem nasceu, passou ou vive em Curitiba nas últimas duas décadas, provavelmente já ouviu falar de um personagem ícone da cidade: INRI Cristo, que afirma ser a própria reencarnação de Jesus Cristo. Assim como Oil Man, a mulher que gritava Borboleta 13 na Rua XV, mímicos, estátuas e outras pessoas que marcam a história dos curitibanos, INRI Cristo chegou a ter uma sede da Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade (Soust) por aqui.
Há pouco mais de uma década, no entanto, suas andanças na cidade ficaram mais raras. Ele mudou-se para Brasília, como previsto na fundação da Soust, por uma “ordem de Deus”. Antes disso, porém, foi em território curitibano que ele começou a ganhar fama.
Era 1962 quando INRI desembarcou em Curitiba pela primeira vez. Aos 14 anos, o adolescente de Indaial, Santa Catarina, ficou hospedado em um hotel próximo à rodoviária. Naquela época ele ainda não havia tido o que acredita ser a revelação de que era a “reencarnação de Jesus Cristo“, o que só aconteceu em 1979, durante um jejum em Santiago, no Chile. Por isso, o jovem levava uma vida comum, trabalhando como mascate e corretor. Apenas mais um rosto na capital paranaense.
No ano seguinte ele participou, inclusive, da inauguração de um dos cinemas mais tradicionais da cidade, o Cine Vitória, fechado em 1987 para a construção do Centro de Convenções de Curitiba. Anos mais tarde, depois de fundar a Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade (Soust) em Belém do Pará, ele voltou à cidade para estabelecer sua igreja. Foi com a ajuda da Gazeta do Povo, aliás, que o endereço foi escolhido.
“O imóvel onde foi estabelecida a sede provisória no Alto Boqueirão foi localizado após várias buscas em anúncios na Gazeta do Povo”, revela. O lugar deveria ser uma mercearia, mas, segundo INRI, o alvará foi negado pela Prefeitura, o que possibilitou que a Soust ficasse sediada ali por nada menos que 24 anos. A casa em questão, na rua Danilo Pedro Schreiner, ainda existe, mas já não exibe a placa em que se lia “Sede Provisória do Reino de DEUS”.
O que INRI fazia em Curitiba?
Jogar boliche no Shopping Curitiba, caminhar no Parque Barigui, assistir a concertos no Teatro Guaíra. Poderia ser apenas um dia normal na vida de um curitibano típico, mas essa é a descrição de alguns dos programas que INRI Cristo mais gostava de fazer quando morou em Curitiba, entre 1982 e 2006.
Apesar do tempo na cidade, ele diz não levar daqui o sotaque característico. “Deveras é um sotaque bem peculiar [o do curitibano]”, avalia. Mas emenda que, por ter “consciência universal”, é imune a trejeitos e a mudanças no sotaque ou no jeito de ser. Por isso, não levou das terras curitibanas nem mesmo o “E” carregado do “leite quente”.
Em Brasília
Instalado em Brasília desde 2006 por “ordem divina”, INRI diz ter muito carinho por Curitiba e pelas pessoas da cidade. “O que mais gostava em Curitiba era encontrar filhos de Deus que lá residiam e vinham à minha presença nas reuniões de sábado. Alguns tiveram a missão de me assessorar em todos os sentidos, inclusive enfrentando hostilidade dos que ignoravam e ignoram minha real condição e identidade.” Fora da sede da Soust e além desses encontros, o cotidiano do Filho de Deus era tipicamente curitibano.
“Muitas vezes caminhei com meus discípulos até o zoológico no Parque Iguaçu, também fiz caminhadas no Barigui. Nos últimos tempos visitei alguns parques da cidade, a Ópera de Arame, assisti a um concerto no Teatro Guaíra, onde sei que um dia voltarei para falar ao povo curitibano”, conta INRI. Ele também diz que gostava de assistir a “filmes clássicos do cinema mundial, incluindo faroeste” e disputar partidas de sinuca com amigos que o visitavam no Alto Boqueirão.
Hostilidade
Mas nem só de alegrias viveu INRI em Curitiba. De acordo com seus relatos, foi um período de muito trabalho para que as pessoas reconhecessem sua verdadeira identidade. “O Senhor disse que eu haveria de permanecer em Curitiba até que o povo dessa cidade não me chamasse por outro nome a não ser INRI Cristo. Nesse lugar o Senhor colocou diante de mim muitas cobaias vivas para eu conhecer os diferentes comportamentos de meus contemporâneos.”
Depois de passar mais de duas décadas vivendo aqui, ele tornou-se uma das figuras lendárias da cidade – e recebeu até homenagens antes de se mudar para Brasília.
“Fui convidado a participar da campanha do Festival de Teatro de Curitiba, não como artista, mas para prestigiar a arte. Minha imagem em tamanho real ficou espalhada pelas ruas da cidade nos pontos de ônibus. Foi uma espécie de carinhosa homenagem dos curitibanos. É essa a imagem, a sublime lembrança que carrego do povo curitibano”, relata.
Com o tempo, tal qual está escrito na Bíblia, INRI parece ter “vencido o mundo” e aprendido a lidar com a hostilidade daqueles que não acreditam no que diz. Hoje, mantém um canal no Youtube em que publica vídeos sobre assuntos que vão de “livre-arbítrio” a “bonecas de silicone”, passando ainda por “Pablo Escobar“, “ioga” e “rodeios”.
Sua conta no Twitter tem mais de 13 mil seguidores e, no Instagram, mais de sete mil. É muita gente, mas nada comparado à página oficial no Facebook, com mais de 338 mil inscritos. Além das atividades nas redes sociais, INRI também responde perguntas e concede bênçãos todo sábado, às 11h, por meio de sua TV online, e recebe os “filhos do coração” na sede da Soust, em Brasília.
Ele diz que sente falta da organização dos curitibanos, mas se lembra sem saudades de outras características da cidade. O que menos gostava era “do característico frio de Curitiba, em todos os sentidos.”
(Texto e fotos extraídos da Gazeta do Povo)
Paulo Grani
AS FILAS PARA #PÃO, #CARNE, #AÇÚCAR E ATÉ #GASOLINA
AS FILAS PARA #PÃO, #CARNE, #AÇÚCAR E ATÉ #GASOLINA
AS FILAS PARA PÃO, CARNE, AÇÚCAR E ATÉ GASOLINA
Durante o período da Segunda Guerra Mundial, o governo tomou várias medidas de mobilização que interferiram no modus vivendi dos brasileiros. No Paraná, essas medidas de mobilização se repetiram e repercutiram avidamente no cotidiano da população. No período entre 1942 a 1945, a capital paranaense teve alterado o cotidiano das pessoas, mudando seus hábitos alimentares, sociais e culturais.
Fazia-se necessário a criação de um sentimento de guerra para que ocorresse um alinhamento entre a população e o governo. Era preciso manipular a massa – dos operários aos patrões – de forma que aceitasse e contribuísse com as ações que o governo tomara diante da Segunda Guerra Mundial. Afinal, o Brasil alinhara-se contra os regimes ditatoriais e fascistas em nome de um poder democrático. Mas como fazer as pessoas acreditarem nisso ao executar no país um governo autoritário, dito ditatorial?
A maneira encontrada foi a criação de uma espécie de "economia de guerra", embora a guerra estivesse se desdobrando em palcos muito além do Brasil, mais ainda de Curitiba.
O controle do Estado em todos os meios de vida fez com que a guerra – ou os seus efeitos – ficassem mais próximos das pessoas. Interferência na mobilização social, cultural e econômica, o racionamento de alimentos e de combustíveis, as notícias veiculadas em jornais e no rádio, os exercícios de blecaute e no modo de relacionar-se entre as pessoas, foram estratégias aplicadas no modus vivendi das pessoas, de modo a aceitarem que tudo tinha por causa a guerra e a se submeterem a toda e qualquer decisão governamental.
Os jornais curitibanos tiveram papel crucial na construção e na mobilização dessa "economia de guerra". É certo que boa parte desses jornais estava repleta de notícias de guerra e que boa parte dessas manchetes tratava do número de batalhas, mortos, feridos e possíveis ações dos Aliados e do Eixo.
Em14/05/1943, um jornal da capital chama a atenção de seus leitores para uma possível intervenção do governo no controle e no racionamento do açúcar. Ainda no mesmo dia é notíciado que o café seria adquirido sob controle do Acordo Americano. Logo depois foi apresentado o racionamento do trigo, ocasionando a falta de pão na mesa dos paranaenses. Apesar de criadas Comissões de controles de estoques em quase todos os municípios, o desabastecimento era quase total.
Nessa mesma data, foi legalizado o controle dos estoques de sal e açúcar. Toda indústria, empresa ou produtor deveria ter seus estoques contabilizados para que pudessem traçar um correto racionamento desses bens. A questão era controlar toda a entrada e a saída desses produtos. Vale ressaltar que esse controle acarretou o desabastecimento de muitos comércios, deixando os consumidores sem possibilidade de compra.
Procuravam-se alternativas para diminuir os "efeitos da economia de guerra", e a forma mais prática de obter produtos alimentícios era submeter-se ao câmbio negro; havia vários revendedores de produtos, sobretudo do trigo conseguido na Argentina, e geralmente os produtos eram transportados escondidos em carroças carregadas de feno; os valores eram altíssimos, já que os atravessadores justificavam os preços devido ao aumento demasiado do custo de vida e aos riscos do comércio realizado ilegalmente.
Nada impedia o trânsito de mercadorias "fora do controle do Estado", nem as constantes chamadas enérgicas contidas nos jornais, alardeando que a polícia seria enérgica contra aqueles que fossem apanhados em flagrante transgressão, sonegando os estoques ou cobrando preços excessivos ou praticando qualquer abuso, que pudesse contribuir para a alta indevida dos gêneros de primeira necessidade.
Logo as reclamações começam a eclodir, os preços altos, a baixa quantidade de produtos em estoque e a inflação prejudicam o cotidiano familiar paranaense.
Ao que tudo indica, foram infrutíferas as tentativas de controle do Estado. Naquele contexto, foi criada, em 13/10/1943, a Comissão de Abastecimento do Estado do Paraná – tendo como presidente o interventor estadual Manoel Ribas – visando a centralizar a política de preços e os métodos da distribuição de mercadorias.
Em 08/11/1943, Manoel Ribas decretou que todo tipo de exportação de açúcar e sal do Estado estava proibida até segunda ordem. Desde a importação, exportação e transporte interno das referidas mercadorias estavam sob controle do Estado. Essas determinações resultaram no registrado de 104 empresas importadoras de sal e 201 importadoras de açúcar em todo o Estado, distribuídas em várias cidades, com maior concentração em Londrina, Cambará, Ponta Grossa, Paranaguá, Ribeirão Claro e Curitiba.
Também foram organizadas fichas catalográficas para controle de alguns itens de subsistência: batata inglesa, café em grãos, milho, arroz, feijão, farinha, banana e laranja. Após minucioso trabalho, a Comissão Mixta de Tabelamento e Racionamento criou para Curitiba uma tabela de preço para os gêneros de primeira necessidade, encarregando os prefeitos dos outros municípios a fazerem o mesmo com base nos valores aferidos pela comissão.
Produtos de primeira necessidade, como açúcar, trigo, sal, carne e manteiga, passaram a faltar na mesa dos curitibanos. Para comprar pão, era necessário acordar de madrugada e enfrentar filas intermináveis. O curitibano Raul Reinhart, relatou: "Então a gente sabia: ah! Vai ter pão lá na Rua Barão do Rio Branco, lá embaixo. Então você levantava às 4 horas da manha pra ir comprar pão. Eu ia com a empregada, entrava numa fila enorme pra comprar pão."
Fator relevante é que os imigrantes alemães tinham grande participação na fabricação de pães em Curitiba; a maior empresa do gênero era a Theodoro Schaitza e Cia – de propriedade de um alemão e de um brasileiro nato – que possuía mais de setenta funcionários, empresa responsável por boa parte da demanda do município.
Quando o problema da falta do trigo atingiu o auge, outras soluções foram procuradas pelas donas de casa. As famílias de imigrantes mais abastadas com contatos familiares em Santa Catarina substituíam a farinha pelo macarrão industrializado oriundo da Argentina. Através da mistura de macarrão, ovos, leite e fermento conseguia-se o pão, muito mais caro e mais trabalhoso.
Outro item que sofreu sérias restrições foram os combustíveis. Inicialmente, limitou-se o horário para a comercialização da gasolina, mas prevendo uma possível escassez e elevação do preço, em junho de 1943 foi criado um decreto-lei que definia uma cota máxima para utilização de gasolina: os proprietários de caminhões poderiam abastecer 250 litros e os proprietários de carros leves 40 litros por mês. Assim, a cota permitia que os proprietários de automóveis rodassem cerca de 6 a 8 quilômetros por dia.
Foi também estabelecida uma ordem para todos os municípios paranaenses, obrigando-os a reduzirem em trinta por cento o consumo de combustíveis. A falta de gasolina teve que ser superada pela substituição por carvão vegetal, através dos aparelhos de gasogênio que foram adaptados na traseira dos automóveis, caminhões e até ônibus.
Paulo Grani
Fila para compra de carne no Açougue Garmatter, em 1944.
(Foto: Arquivo Gazeta do Povo).
(Foto: Arquivo Gazeta do Povo).
Fila para compra de pão na Padaria do Comércio na Barao do Rio Branco, em 1943.
(Foto: Arquivo Gazeta do Povo)
(Foto: Arquivo Gazeta do Povo)
Automóveis enfileirados abastecem numa bomba de gasolina existente numa calçada da Praça Tiradentes, durante o racionamento de combustíveis, em 1943.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo)
Foto: Arquivo Gazeta do Povo)
Automóvel adaptado com gasogênio para combustão de lenha, durante o racionamento de combustíveis, em 1944.
Fila para compra de açúcar em Londrina, em 1943, durante o racionamento do produto.
Foto: Divino Bortolotto, acervo João Baptista Bortoletti.
Foto: Divino Bortolotto, acervo João Baptista Bortoletti.
#ANTIGAMENTE MALHÁVAMOS O #JUDAS
#ANTIGAMENTE MALHÁVAMOS O #JUDAS
Malhar o Judas ainda é uma prática comum no Brasil, apesar do costume estar desaparecendo das grandes cidades, principalmente por falta de realização das últimas gerações que já não mais conhecem a historicidade bíblica do papel que Judas exerceu na condenação de Jesus à cruz. Hoje, a brincadeira está restrita, praticamente, a algumas cidades do interior do Brasil, que continuam preservando a nossa cultura e tradições populares.
A brincadeira acontece na Semana Santa, especificamente no sábado de Aleluia. Na madrugada do sábado, bonecos de palha ou de pano são pendurados em postes de iluminação pública, galhos de árvores, porteiras, para serem malhados, rasgados e queimados pela manhã.
A cidade amanhece com postes enfeitados com diversos judas: bonecos feitos com um paletó velho, camisa, calça, meias, sapatos, meias colocadas nas mãos, gravata, cujo corpo é enchido com trapos, panos velhos, raspas de madeira e jornais.
O Judas representa o personagem bíblico, Judas Iscariotes, que traiu Jesus Cristo com um beijo por 30 moedas. Consumada a traição, arrependeu-se, tentou restituir o dinheiro, mas, repelido pelos sacerdotes, enforcou-se numa corda.
A brincadeira seria uma maneira dos católicos se vingarem da traição do Judas. Antes do boneco morrer enforcado como o traidor, no entanto, tem que apanhar e ser bastante xingado.
No século 19, registros citam que nas cidades brasileiras os bonecos de judas traziam fogos de artifício no ventre e eram Incendiados junto com bonecos de demônios, ambos ardendo colorida e apoteoticamente e sendo aplaudidos pelo povo.
Atualmente, o boneco é feito com a fisionomia de alguma personalidade do mundo político, social, econômico, artístico ou esportivo que não é apreciado pelo povo, merecendo portanto ser ridicularizada, xingada e condenada.
No Brasil, no momento que antecede a queima, costuma-se ser feito, também, o julgamento de Judas, antes da sua condenação e execução. O “testamento” é escrito e adaptado ao folclore de cada região, e colocado no bolso do boneco. Alguém retira-o do bolso do boneco e faz sua leitura. Trata-se de uma sátira das pessoas e coisas locais. A “herança” só tem graça para o povo da cidade que vive o seu dia-a-dia e conhece os personagens com quem a ou a quem o Judas se refere.
Segue alguns exemplos:
"Aqui vai este sapato para o Sr. Antônio
O chapéu para o Sr. José
A gravata para o Sr. Willian
O paletó para o Sr. Aílton
O cinturão para a Sra. Maria
A camisa para o Sr. Geraldo
A calça para o Sr. Cristiano"
.....
"Deixo para o Mestre Isaías
Como o Antônio Nel uma questão:
A Antônio Nel diz que sim!
Mas o Mestre diz que não!
Diz que é mentira pura,
Que não como rapadura
Acompanhando a procissão
Deixo para o “João da Bela”
O meu canário “parteiro”
Que ele cria como bem
Mas é um “buga” verdadeiro
Vive em casa esvoaçando
Com o João “Curruxiando”
Na tenda de sapateiro"
Nos lugarejos do interior brasileiro, principalmente no Nordeste, o “testamento” é manuscrito, em folhas de papel almaço e distribuído entre alguns amigos. Quando existem tipografias no local, ele é impresso e colocado por debaixo das portas das casas, de madrugada e, às vezes, vendidos pelas ruas.
(Adaptado de: basilio.fundaj.gov.br / Fotos da web)
Paulo Grani
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