O Colégio Estadual Barão de Antonina resultou da fusão do Grupo Escolar
“Barão de Antonina”, criado em 1912; da Escola Normal Colegial Estadual
“Margarida Kirchner”, criada em 1958 e do Colégio Comercial Estadual
“Professor José Gribosi”, criado em 1959. Houve a reorganização pelo
Decreto nº 2785 de 04/01/77 e a fusão propriamente dita em 1983.
Recebeu a denominação Colégio “Barão de Antonina”, em homenagem a João
da Silva Machado, o “Barão de Antonina”, fundador da cidade de Rio
Negro.
Algumas imagens dos antigos prédios utilizados pelo colégio:
fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
quinta-feira, 22 de junho de 2017
Antonina
Rua central nos anos 1930.
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Antigo Porto sem data.
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Antonina em 1929.
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Vista de Antonina sem data com o porto e o Armazém Matarazzo.
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Armazém Matarazzo no Porto de Antonina.
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Vista da cidade e de parte da Estação Ferroviária sem data.
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Cartão postal sem data de Antonina sem data.
Júlia Wanderley
Uma mulher protagonista em pleno século 19
que deixou seu nome escrito na história da educação paranaense. Júlia
Wanderley Petriche era filha de Affonso Wanderley e de Laurinda da Souza
Wanderley. Natural de Ponta Grossa, mudou-se para Curitiba com a
família quando tinha somente três anos.
Estudou com professores particulares antes de frequentar os colégios
Curitiba, Saldanha, Nossa Senhora da Glória e Santo Inácio. Ingressou no
curso secundário em 1889 no Ginásio Paranaense.
A fase mais dura foi quando enfrentou todos os preconceitos sociais
existentes contra as mulheres e matriculou-se na Escola Normal, em 1890.
Naquele ano, liderou o movimento para o ingresso de moças no
educandário, que até então era aberto somente para o sexo masculino. Foi
a primeira mulher a se formar nessa instituição, em 1892.
Diplomada como professora, ela foi designada para a 9.ª Cadeira de
Instrução Primária de Curitiba. Durante 25 anos, dedicou-se ao
magistério. Na maior parte desse tempo prestou serviços na Escola
Tiradentes. Chegou a assessorar três secretários de educação.
1944
General Carneiro
Um dos principais nomes no Cerco da Lapa –
episódio que veio a ser tratado por alguns historiadores como a
principal razão para a República ser “salva” – o general Gomes Carneiro
perdeu a vida durante a Revolução Federalista (1893 a 1895). Para outros
pesquisadores, o que o Cerco da Lapa fez foi contribuir para a
manutenção do Marechal Floriano Peixoto, chamado de “marechal de ferro”,
como presidente do Brasil. Afinal, os revoltosos não deveriam, segundo
quem defende esta tese, colocar por terra a República recém-instaurada –
o objetivo seria tirar Peixoto do cargo.
Gomes Carneiro comandou as tropas que impediram o avanço da Revolução
Federalista no Sul do Brasil. Durante 26 dias, ele e sua tropa
resistiram aos ataques dos 3 mil combatentes comandados por Gumercindo
Saraiva. Pelo menos 500 pessoas morreram. Com a morte do comandante em
fevereiro, a Lapa se rendeu e deixou a passagem aberta para que os
revolucionários tomassem Curitiba. Mesmo com a derrota, o tempo perdido
na Lapa contribuiu para que o Exército de Floriano se organizasse e
conseguisse derrotar os federalistas.
Veterano da Guerra do Paraguai, Carneiro ainda chefiou Comissão de
Linhas Telegráficas na “Marcha para oeste”, de 1890 a 1892.
1957
David Carneiro
Ele subiu a Serra do Mar para se destacar
na capital do estado como um dos principais nomes empresariais.
Industrial da erva-mate, David Carneiro chegou a ocupar a cadeira da
Associação Comercial do Paraná. Nascido em 1879, Carneiro, porém, só
chegou onde chegou por insistência do pai, que possuía o mesmo nome. O
sonho do então rapaz era continuar na carreira acadêmica e estudar –
chegou a lecionar em Campinas, no estado de São Paulo.
Mas por força familiar, ele seguiu na carreia comercial. Ainda de calças
curtas, como diz a historiadora Maria Nicolas, foi caixeiro – a
contragosto. Insistente, Carneiro retomou os estudos, mas a vida
familiar o impediu de continuar. Com a cooperação de um grupo que
incluía outros intelectuais, contribuiu para a fundação do jornal Gazeta
do Povo, em 1919. Em 1923, também atuou na elaboração do periódico O
Dia.
Já a pesquisadora Camila Muzzillo aponta que a via é uma homenagem a
outro David Carneiro (na foto), que tem o mesmo nome do pai, do avô e do
bisavô. Ele assumiu a direção do engenho de erva-mate após o
falecimento do pai até 1943. Membro do Centro de Letras do Paraná, do
Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense. Publicou
vários trabalhos na área da história, filosofia, educação, religião,
museologia e numismática.
1953
Barão do Serro Azul
Para não saquear Curitiba, as tropas
federalistas que vinham do Rio Grande do Sul exigiam “empréstimos de
guerra”. Foi nesse período que Ildefonso Pereira Correia, o Barão do
Serro Azul, pagou aos federalistas para que a cidade não fosse alvo de
saques. Com Vicente Machado em Castro, Serro Azul chegou a cuidar de
Curitiba por meio de uma junta governativa. Considerava desnecessário
derramar mais sangue. Por isso, decidiu negociar. Quando os legalistas –
que defendiam o governo – retomaram Curitiba, mandaram prender Serro
Azul e mais cinco companheiros sob a alegação de que deveriam ser
julgados pelo Conselho Militar pela “ajuda” que teriam dado aos
maragatos. Na noite do dia 20 de maio de 1894, foram levados de trem com
o pretexto de que embarcariam em um navio com destino ao Rio de
Janeiro, onde receberiam a sentença. Era uma emboscada. Todos foram
executados no meio do caminho. Ainda não se tem uma resposta definitiva
de quem teria ordenado a morte.
Na capital, adquiriu e modernizou o engenho Iguaçu, além de inaugurar o
Engenho Tibagi. Adquiriu a Typographya Paranaense, que mais tarde passou
a se chamar Impressora Paranaense.
1960
Generoso Marques
Vindo de uma infância humilde, Generoso
Marques dos Santos se esforçou para concluir os estudos. Formou-se pela
Faculdade de Direito de São Paulo e após um ano, de volta a Curitiba,
foi eleito deputado provincial. Sua trajetória política vai de figura
com grande apoio e representatividade a exilado em tempos de Revolução
Federalista. Essa transição começa em 1891, quando o Marechal Floriano
Peixoto, ao ocupar o lugar de Deodoro da Fonseca na presidência da
recente República, destitui vários governadores, incluindo Generoso
Marques.
Em 1894, as ideias da Revolução Federalista – que se opunham ao que era
determinado pela presidência da República – chegaram ao Paraná. Generoso
Marques viu a chance de voltar ao governo e se juntou aos ideólogos
federalistas. Sem sucesso, ficou exilado em Buenos Aires durante alguns
meses. Ao retornar, voltou a investir em sua carreira política.
Além da Revolução Federalista, atuou também na Guerra do Contestado,
como entusiasta do conflito armado. Expressava suas ideias através da
política, advocacia e do jornalismo. Redigiu os jornais “O Paraná” e “A
Federação” e fundou o “A Reforma”.
1923
Victor Ferreira do Amaral
Victor Ferreira do Amaral foi responsável
por ações que beneficiaram a estrutura e a identidade cultural de
Curitiba. Seu grande feito foi a idealização da Universidade do Paraná.
Quando a instituição foi criada, ele disse que “o dia 19 de dezembro
representou a emancipação política do Estado e deve também representar
sua emancipação intelectual”. Como diretor da Faculdade de Medicina do
Paraná, Victor Ferreira do Amaral foi responsável pela edificação da
Maternidade do Paraná, instituição que hoje leva o seu nome. Ele também
foi o primeiro reitor da universidade quando ela se tornou federal, em
1946.
Nasceu na Lapa, em 1862. Como médico, jornalista, político e educador,
sempre defendeu que todos os cidadãos merecem saúde e educação de
qualidade. Sua carreira na administração do Estado passa por cargos como
deputado estadual e federal, superintendente do ensino público e
vice-presidente do Estado do Paraná. Escolheu o nome do município de
Araucária, criou a cidade de Clevelândia e ajudou a elaborar a
Constituição do Estado do Paraná de 1892.
1953
Vicente Machado
Quando as tropas federalistas avançavam
pelo Paraná, no começo de janeiro de 1894, o então presidente do estado,
Vicente Machado evadiu-se de Curitiba em direção a Castro. Ele chegou a
transferir a capital do Paraná para aquela cidade, com medo da
Revolução Federalista que chegava em Curitiba.
Antes disso, com a proclamação da República em novembro de 1889, Machado
ocupou uma série de cargos que o projetaram politicamente, como chefia
de polícia do governo provisório, superintendência da instrução pública
do estado e a presidência da Câmara Municipal de Curitiba. Foi também
relator da conturbada assembleia constituinte do Paraná, em 1892.
Foi com ele no cargo de presidente do Paraná que Barão do Serro Azul foi
assassinado em uma emboscada após a Revolução Federalista – nunca se
provou quem mandou matar o Barão. Apesar de ser acusado de abusos no
exercício do poder, Vicente Machado conseguiu se eleger senador em 1895,
substituindo Generoso Marques.
1950
Presidente Affonso Camargo
O guarapuavano Affonso Alves de Camargo
teve uma longa trajetória na história política do Paraná. Além de
promotor público e professor, Camargo foi deputado estadual e federal,
vice-presidente do estado e chegou a exercer a presidência do Paraná no
ano de 1916. Responsável por fundar o Banco do Estado do Paraná,
acumulou polêmicas ao longo de sua vida pública.
Durante a Guerra do Contestado (1912-1916), nos planaltos paranaense e
catarinense, ocupando o cargo de vice-presidente do Paraná, Camargo
defendeu o grupo empresarial Lumber, que era subsidiária da empresa
norte-americana Brazil Railway Company e tinha o objetivo de explorar
madeira e vender os terrenos para imigrantes europeus. O detalhe é que
essas terras já estavam ocupadas por caboclos que habitavam a região. O
historiador Walmor Marcellino escreve que o irmão de Camargo, Marins,
possuía terras na região.
Camargo ainda foi senador da República e presidente do Paraná novamente
em 1928, sem cumprir todo o mandato por causa da Revolução de 1930.
Devido ao avanço das tropas revolucionárias, abandonou a cidade em
direção a Paranaguá. Em poucas horas, a Revolução de 1930 se instalou no
Paraná e caminhava para seu desfecho 20 dias depois, com Getúlio Vargas
assumindo o cargo de presidente do Brasil.
1952
Munhoz da Rocha
São dois os possíveis personagens que dão
nome à avenida. Para o historiador Valério Hoerner, a homenagem foi
feita ao antoninense Caetano Munhoz da Rocha (na foto), que foi prefeito
de Paranaguá, em 1908. Formado na Faculdade Nacional de Medicina, no
Rio de Janeiro, em 1902, ele se preocupou em construir redes de água e
esgoto na cidade, além de ligá-la ao Porto de D. Pedro II. Em 1920, como
presidente do Estado, Caetano Munhoz da Rocha deu relevância para o
ensino profissional e estruturou ações que aumentaram a eficiência da
alfabetização no Paraná. Organizou abrigos para menores e criou o
Serviço de Assistência à Infância, o Juizado de Menores e abrigos para
idosos, leprosos e pessoas com tuberculose.
Outro nome para a Avenida Munhoz da Rocha é o de Bento, filho de
Caetano, sugerido pela pesquisadora Camilla Muzzillo. Ele foi governador
do Estado entre 1951 e 1955. Durante o centenário da emancipação
política do Paraná, Bento Munhoz da Rocha inaugurou obras como a Praça
19 de Dezembro, as novas instalações da Biblioteca Pública do Paraná e
do Teatro Guaíra e o Centro Cívico, usado para centralizar a
administração pública.
Bento Munhoz da Rocha investiu em projetos para aprimorar a malha viária
do Estado, dando força para a migração e a expansão das fronteiras
agrícolas do Paraná.
Manoel Ribas
Nascido em Ponta Grossa, Manoel Ribas se
mudou para Santa Maria para trabalhar em uma grande empresa do ramo
ferroviário. Foi eleito prefeito da cidade gaúcha em 1928, quando
começou a ganhar a confiança de Getúlio Vargas, então governador do Rio
Grande do Sul. Em 1932, nos primeiros anos do Estado Novo, Vargas nomeou
Manoel Ribas como interventor do governo no Paraná. A gestão foi a mais
longa da história do estado (14 anos) e esteve sempre alinhada com a
ambígua política nacional: rígida e focada em avanços na estrutura
socioeconômica do estado.
Manoel Ribas tinha o apelido de “Maneco Facão”, resultado dos cortes
rígidos que fazia no orçamento e no pessoal que trabalhava nas
repartições públicas, quando o rendimento não era como esperado. Alguns o
acusavam de tomar essas decisões de maneira arbitrária.
É lembrado até hoje por determinadas obras, como a construção da Estrada
do Cerne que ligou a capital ao norte pioneiro e com a reestruturação
do Porto de Paranaguá. Com as obras, o Paraná foi inserido no mapa da
exportação (até então a maioria dos produtos paranaenses ainda saíam do
país pelo Porto de Santos).
Criou vários hospitais e escolas – dentre elas o Colégio Estadual do
Paraná – e incentivou a instalação de empresas e a ocupação do interior
do estado, medida que ajudou a desenvolver a região de terra roxa e, por
consequência, a riqueza cafeeira do Paraná.
1954
João Gualberto
O capitão João Gualberto Gomes de Sá viveu
para consolidar sua carreira como militar e morreu no campo de batalha
traído por sua arma. Em 1912, ele assumiu o comando do Regimento de
Segurança do Estado do Paraná (atual Polícia Militar). O então
presidente do Estado, Carlos Cavalcanti, escolheu um homem de confiança
para essa posição, visto a disputa de território entre Paraná e Santa
Catarina que começava a fervilhar. Logo depois, começaram a chegar
notícias sobre um grupo de colonos, liderados pelo monge José Maria, que
montaram acampamentos em fazendas da região de Palmas. O capitão João
Gualberto liderou seus homens para impedir as invasões. Eles marcharam
de União da Vitória até Palmas. No caminho, uma chuva desabou e
encharcou a arma de João Gualberto. Durante a batalha com os colonos, em
Irani, em Santa Catarina, a arma "engasgou" e não funcionou. A batalha
resultou na morte de muitos homens - entre eles o capitão João Gualberto
e o monge José Maria – e no início da Guerra do Contestado (1912-1916).
1924
Cândido de Abreu
Ao projetar em meados de 1902 a obra do
Colégio Xavier da Silva, em Curitiba, o engenheiro civil Cândido de
Abreu tornou-se um dos responsáveis pela idealização da construção do
primeiro grupo escolar do estado. A instituição inaugurou o sistema de
ensino seriado como conhecemos hoje – já que antes as turmas não eram
divididas por séries.
Durante o seu segundo mandato como prefeito de Curitiba, de 1913 a 1916,
Abreu foi o responsável por construir a primeira sede própria para a
prefeitura da capital. Até então, a sede do município era quase
itinerante e chegou a funcionar em salões de igrejas e dividiu espaço
até com a cadeia pública. O local escolhido foi a atual Praça Generoso
Marques, próximo da Catedral. Em 1914, baseada no projeto arquitetônico
do próprio prefeito, começou a construção do Paço da Liberdade.
Também urbanizou e enfeitou a Praça Carlos Gomes e a Praça Eufrásio
Correia, assim como reformou as praças General Osório, Tiradentes e
Santos Andrade.
Abreu também trabalhou na comissão da estrada de ferro Madeira-Mamoré,
na Amazônia, foi diretor das obras públicas da Província do Paraná e
secretário de Estado.
1953
Visconde de Nácar
Se dependesse de Manoel Antonio Guimarães, o
Visconde de Nácar, a capital do nosso estado seria Paranaguá. Durante o
período de emancipação da Província do Paraná (que até 1853 pertencia a
São Paulo), Guimarães construiu o palacete onde hoje fica a sede da
Prefeitura de Paranaguá. Segundo historiadores, ele pretendia, com a
emancipação, se tornar presidente da Província e nomear Paranaguá como
capital devido à importância da cidade na época. Entretanto, o liberal
Zacarias de Góes e Vasconcelos foi nomeado como presidente provincial e
determinou que Curitiba fosse a capital.
Guimarães foi um dos nomes mais influentes da burguesia ervateira do
Paraná. Nascido em Paranaguá, em 1813, ele empreendeu desde muito cedo
em atividades comerciais. Negociava imóveis e trabalhava com o
transporte e venda de produtos de armazém e escravos no Porto de
Paranaguá. Seus negócios eram muito rentáveis e ajudaram toda a
movimentação econômica da cidade, a ponto de uma casa de cobrança de
impostos ser instalada no local.
Foi líder do partido conservador no Paraná. Ele recebeu o título de
Visconde de Nácar em 1880.
Lamenha Lins
Nem é preciso se esmerar muito para
encontrar, em Curitiba, um conhecido com sobrenome italiano, ucraniano,
polonês ou alemão. Um dos grandes “responsáveis” é Adolpho Lamenha Lins.
Com ele na presidência da Província do Paraná, nos anos 1870, foi
dinamizada a política colonizadora principalmente nos arredores do
planalto curitibano – onde foram criados, por exemplo, os núcleos de
Santa Cândida e Órleans. Os resultados satisfatórios fizeram com que o
programa fosse estendido ao litoral, como é o caso da colônia italiana
Alexandra, e aos Campos Gerais. Com ele, foram implantados
aproximadamente 27 núcleos coloniais. Um dos objetivos do fluxo
imigratório era criar uma agricultura de abastecimento para o próprio
estado.
Diplomado em Direito, ele exerceu ainda os cargos de promotor,
secretário do Governo, deputado, presidente da província do Piauí em
1874, e presidente do Paraná, de 1875 a 1877. Faleceu em sua cidade
natal, Recife, em 1881.
1943
João Negrão
João de Souza Dias Negrão nasceu em 1833 e
foi membro de uma nova classe da burguesia industrial do século 19: os
ervateiros. Devido à cegueira que acometeu o seu pai repentinamente, ele
teve que assumir o comando do engenho de erva-mate de sua família.
Administrou os negócios com habilidade e fez a produção e o rendimento
prosperarem. Sua fazenda ganhou destaque no estado. João Negrão ajudou
na consolidação da produção e exportação do produto no Paraná. A exemplo
do pai, firmou seu nome como industrial de erva-mate e político.
Exerceu vários empregos públicos nas cidades de Lapa, Morretes, Rio
Negro e na capital.
Foi eleito deputado provincial pelo Partido Conservador e se preocupou
em fortalecer o ensino primário na região.
Seu filho, o pesquisador Francisco de Paula Dias Negrão, contribuiu
muito para o resgate da memória paranaense. Suas obras, com a Genealogia
Paranaense e os Boletins de Atas da Câmara de Curitiba, ajudam a
entender a trajetória do nosso estado.
1950
Engenheiros Rebouças
Os irmãos baianos André e Antonio Rebouças,
dois negros descendentes de escravos que viveram em pleno período de
escravidão, cravaram seus nomes na história brasileira e paranaense.
Desenvolveram projetos de estradas, ferrovias, sistemas de abastecimento
de água, lutaram pela emancipação dos escravos, sonharam com a
industrialização e com um Brasil desenvolvido.
O chafariz na Praça Zacarias, em Curitiba, a Estrada da Graciosa, a
ferrovia Paranaguá-Curitiba e Parque Nacional do Iguaçu são alguns dos
legados dos engenheiros André e Antonio no Paraná.
Em 1864, Antonio foi nomeado como engenheiro chefe da Estrada da
Graciosa e formulou o projeto do empreendimento, que ficou pronto em
1872. A iniciativa do primeiro grande investimento madeireiro no Paraná
se deve a eles que organizaram a Companhia Florestal Paranaense,
instalada em 1871. Foi a primeira indústria do Paraná a utilizar a
energia de máquina a vapor. André Rebouças chegou a servir como
engenheiro militar voluntário na Guerra do Paraguai entre 1865 a 1866.
Em 1876, o engenheiro André Rebouças sugeriu a criação do Parque
Nacional de Sete Quedas, que seria um maravilhoso complexo de Cataratas.
Em 1871, os irmãos André e Antonio Rebouças fizeram a primeira
canalização de água potável na capital, na atual Praça Zacarias.
1950
Desembargador Ermelino de Leão
O desembargador Agostinho Ermelino de Leão é
responsável por idealizar obras como o Museu Paranaense e o Teatro São
Teodoro (atual Teatro Guaíra). Ele nasceu e cresceu em Paranaguá e se
formou em Ciências Jurídicas e Sociais pela Academia de Direito de
Recife. Atuou como juiz de direito durante 22 anos ininterruptos nos
estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul e Paraná. Sua boa atuação como
juiz garantiu sua indicação e nomeação ao cargo de desembargador. Ocupou
o cargo de vice-presidente da Província por curtos espaços de tempo nas
décadas de 1860 e 1870. Apoiou obras consideradas importantes para o
Paraná, como a linha telegráfica para a capital e a estrada de Cerro
Azul a Antonina, que ajudaria a impulsionar a construção da Estrada da
Graciosa.
A Gazeta do Povo errou ao informar que o desembargador Agostinho
Ermelino de Leão foi o responsável pela construção da Capela da Glória.
Foi Maria Dolores de Leão, filha dele, quem mandou construir próximo à
sua casa, em Curitiba, uma capela dedicada à Nossa Senhora da Glória.
Por causa dessa capela, inaugurada em 25 de novembro de 1896, a região
passou a ser chamada de Alto da Glória. Nela, durante muitos anos, foram
celebradas as novenas dedicadas à Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.
1952
Comendador Araújo
Antonio Alves de Araújo, o comendador
Araújo, nasceu em Morretes, mas construiu sua carreira política em
Antonina. Estudou na Alemanha, onde obteve o diploma em Leis – o que,
atualmente, equivale ao curso de Direito. Araújo ocupou os cargos de
deputado e vice-presidente da Província. Comerciante e ervateiro,
recebeu ordens do governo provincial para fazer propaganda da erva-mate
paranaense pela Europa e Ásia, regiões que visitava com frequência.
Quando recebeu o título de comendador ele já estava pobre e quase no fim
da vida. Seu irmão, Manoel Alves de Araújo, recebeu o título de
conselheiro e dá nome à outra rua.
1913Atualmente:
A Rua
A rua Comendador Araújo recebeu esse nome por ser o local onde o comendador fixou residência quando se mudou para Curitiba. Antes, era chamada de Mato Grosso e fazia parte de uma região de banhado, devido à irrigação do rio Ivo. Essa condição gerou dificuldades nas primeiras medidas de saneamento tomadas em Curitiba. Foram, então, colocadas pinguelas por toda a região, que começou a ser habitada. Muitos donos de engenho do litoral subiram a serra e se instalaram nas proximidades. Os casarões de linguagem eclética que ainda podem ser vistos na localidade são símbolos do desenvolvimento econômico da época.Zacarias
Coube ao baiano Zacarias de Góes e
Vasconcelos a árdua tarefa de ser o primeiro presidente da Província do
Paraná, em 1853. Aos 38 anos, ele e sua esposa Carolina foram recebidos
com festa pela população. Apesar de ficar no cargo somente até maio de
1855, ele teve a dura tarefa de organizar os primeiros passos do Paraná.
Coube a ele a missão de encomendar os estudos para a construção de
estradas que ligassem Curitiba ao Litoral, determinando a construção da
Estrada da Graciosa, só concluída em 1873.
Zacarias criou também uma companhia policial e incentivou a edificação
de escolas primárias. Como Curitiba sequer tinha farmácia, Zacarias
autorizou José da Silva Murici, que era do Serviço Sanitário do
Exército, a fornecer medicamentos à população pobre da capital.
Advogado, ele também foi presidente das Províncias do Piauí e Sergipe,
deputado provincial, ministro, deputado-geral pela Bahia. Ainda ocupou
os cargos imperiais de Presidente do Conselho dos Ministros e da Câmara
dos Deputados, senador e conselheiro de Estado.
1946
Visconde de Guarapuava
Antônio de Sá Camargo recebeu o título de
Visconde de Guarapuava após o episódio que dá nome a outra rua famosa em
Curitiba: a Voluntários da Pátria. O fazendeiro financiou, no Paraná, o
grupo de homens que se juntou ao exército brasileiro durante a Guerra
do Paraguai, em 1865. Esse era um ato comum entre os homens da elite.
Durante a guerra, eles cediam suprimentos, dinheiro e homens (seus
empregados e escravos) para combaterem pelo Brasil. Faziam isso
ambicionando títulos. O Visconde de Guarapuava chegou a hospedar D.
Pedro II em sua casa durante a passagem do imperador pelo Paraná, em
1880. Foi vice-presidente da Província do Paraná e coronel comandante
superior da Guarda Nacional, com a qual fundou o campo de Palmas de
Baixo (atual Clevelândia).
Ajudou na construção de obras como a Santa Casa de Misericórdia de
Curitiba e a reconstrução da Biblioteca Pública do Paraná.
1949
Presidente Taunay
Alfredo Maria Adriano D’Escragnolle Taunay,
o Visconde de Taunay, foi presidente da Província do Paraná de 1885 a
1886. Em Curitiba, ele é lembrado pela criação do Passeio Público. A
obra foi feita com dificuldade (dos 48 mil metros quadrados que o parque
ocuparia inicialmente, apenas 6 mil eram de terra firme, o resto era um
banhado) e às pressas. A cerimônia de inauguração, cheia de improvisos,
foi realizada um dia antes do Visconde de Taunay passar o governo para
Joaquim de Almeida Faria Sobrinho, que teve que arcar com despesas
futuras e corrigir defeitos da obra.
O Visconde de Taunay cresceu em um ambiente culto, influenciado pelo avô
e pelo pai, que estudavam arte e literatura. Durante a Guerra do
Paraguai, em 1865, acompanhou o corpo expedicionário do Mato Grosso e de
lá trouxe inspiração para obras como “Cenas de viagem” (1868), “A
Retirada da Laguna” (1871) e “Inocência” (1872). Ganhou visibilidade
como escritor e logo foi convidado a ingressar na política. Foi
entusiasta de medidas como casamento civil, a imigração, a libertação
gradual dos escravos e a naturalização automática de estrangeiros. No
Paraná, recuperou a estratégia de Lamenha Lins para atrair imigrantes.
1949
quarta-feira, 21 de junho de 2017
Doutor Muricy
A ideia do hospital da Santa Casa de
Misericórdia partiu do médico José Cândido da Silva Muricy. Foi o
‘doutor’ Muricy o responsável por bancar financeiramente quase toda a
obra. No entanto, ele não viveu para ver o prédio concluído. Morreu um
ano antes. Para não deixar o hospital inacabado, coube ao genro de
Muricy, que também era médico, Antonio Carlos Pires de Carvalho e
Albuquerque, assumir o projeto e bancar a finalização das obras. Embora o
prédio que abriga a Santa Casa atualmente ter sido inaugurado em 1880, o
pesquisador Carlos Ravazzan explica que a Irmandade da Santa Casa já
existia desde 9 de junho de 1852. Era uma entidade que atendia
primordialmente a população mais carente. A primeira sede foi edificada
em 1855, na Rua 13 de Maio. No local, onde atuava o doutor Muricy,
funcionou também uma espécie de pequeno hospital.
Além de médico e tenente-cirurgião, Muricy ocupou o cargo de deputado
provincial e foi um dos responsáveis pela fundação do Museu Paranaense.
Recebeu diversas homenagens e condecorações, como a Ordem da Rosa, Ordem
de Cristo e Ordem de São Bento de Aviz, no Brasil; a Ordem de Cristo,
de Portugal e a Ordem da Coroa da Alemanha.
1906
Mateus Leme
Mateus Leme
Natural de Santo Amaro (SP), Mateus Leme foi atraído pela descoberta de ouro para a região curitibana e em 1661 também já possuía moradia fixa no vale do Rio Barigui juntamente com algumas outras famílias. Foi bandeirante e escravizou diversos índios nos sertões brasileiros. Em 1668, a vila de Curitiba, ao contrário da vila de Paranaguá, criada 20 anos antes, não gozava de autoridade própria. A lei portuguesa exigia um mínimo de 30 famílias para que uma localidade tivesse autoridades e Câmara Municipal. Eram necessários, portanto, 30 “homens bons” – denominação que se dava aos homens adultos, casados e proprietários de bens e escravos. Nesse mesmo ano, Mateus Leme foi nomeado capitão-povoador da futura vila de Curitiba.
1904
Ébano Pereira
As origens de Curitiba se confundem com a
descoberta de ouro no litoral paranaense. Nessa história, um personagem
entra em cena: Eleodoro Ébano Pereira, que comunicou oficialmente a
descoberta de ouro na região às autoridades portuguesas por volta de
1650. Pereira era administrador de minas nos distritos do sul do Brasil e
o primeiro representante das autoridades governamentais que esteve no
local que atualmente integra Curitiba.
Até então, a região do primeiro planalto do estado era tomada por
garimpeiros vivendo em abrigos improvisados, cobertos por folhas, na
tentativa de faiscar ouro por essas bandas. Além deles, os
tupis-guaranis marcavam presença na localidade.
Apesar de ser um emissário do governo, Pereira não era propriamente um
povoador, mas foi ele que organizou, a partir de Paranaguá, uma
expedição em direção ao planalto curitibano em busca de ouro, o que, em
pouco tempo, estimulou a vinda de diversos faiscadores do metal
precioso.
Filho de portugueses, Pereira nasceu no Rio de Janeiro. Foi sertanista e
lutou ao lado do pai na expulsão dos franceses do Rio. Ele possuía o
título de general da Armada das Canoas de Guerra da Costa e Mar do Sul.
1928
Bento Vianna
Com um ato de coragem, o capitão Floriano
Bento Vianna foi o primeiro homem a clamar pela separação da comarca de
Curitiba e Paranaguá da capitania de São Paulo. Era 15 de julho de 1821,
quando o povo e as autoridades estavam reunidos em uma praça pública de
Paranaguá diante do juiz Antonio Azevedo de Melo e Carvalho.
Repentinamente, Bento Vianna levantou-se em direção ao magistrado e
solicitou a nomeação imediata de um governo provisório separado da
capitania paulista.
Após o brado, que ficou conhecido pelos livros de história como conjura
separatista, Bento Vianna não teve sucesso e foi abandonado por demais
companheiros que queriam a emancipação do Paraná e que desistiram na
hora ‘H’. Solitário em sua proclamação, só escapou de severas punições
porque a Coroa Portuguesa reconhecia seu valor e sua lealdade à Corte. O
ato, porém, acendeu a vontade de separar Paraná da então província de
São Paulo.
Baltazar Carrasco dos Reis
Muitos povoadores começaram a se interessar
pela localidade motivados, sobretudo, pela exploração de ouro e também
para prear índios para servirem de escravos. Durante muito tempo esses
bandeirantes passavam sem deixar povoadores. Apenas um ou outro eram
atraídos – foi o que aconteceu com um dos primeiros “moradores” da
futura Curitiba, o bandeirante Baltazar Carrasco do Reis. Sabe-se, por
exemplo, que em 1661 a família do bandeirante Baltazar, conhecido também
por ter “domesticado” muitos índios, já tinha residência fixa no vale
do Rio Barigui juntamente com algumas outras famílias. Em 1668, quase
duas décadas depois de Ébano Pereira ter anunciado a descoberta de ouro,
a vila da futura capital do estado era formada praticamente por um
agrupamento de casas em torno de uma capela.
O inventário dos bens de Baltazar, também considerado um dos fundadores
de Curitiba, está preservado quatro séculos depois de sua morte. O
documento original de 1697 está cuidadosamente guardado no Arquivo
Público do Paraná.
1951
MORRETES
Margem do Rio Nhundiaquara - hoje: Rua das Flores |
Igreja matriz Nossa Senhora do Porto |
Colégio Estadual "Rocha Pombo" |
Estrada da Graciosa - 1954 |
Casarios à beira do rio Nhundiaquara |
Prefeitura Municipal de Morretes |
Indústria de Papel São Marcos Ltda |
Estrada de ferro - Serra do Mar - Ponte São João - 1879 |
Ponte metálica sobre o rio Nhundiaquara - 1912 |
Hotel Nhundiaquara |
Estrada da Graciosa - Serra do Mar - 1923 |
Morretes - 1945 |
Foto publicada pelo amigo Éric Hunzicker, no facebook. Caserna do Tiro de Guerra 70 – mais tarde Bar Nhundiaquara de Santiago Mattar. |
Igreja Metodista de Morretes |
Estrada da Graciosa - Serra do Mar - Morretes - década de 60 |
Igreja Matriz Nossa Senhora do Porto - Morretes |
Theatro Philodragmático Morretense - 7 de setembro de 1922 |
Estação Ferroviária Véu de Noiva - 1946 |
Estação Ferroviária Véu de Noiva |
Paulo e Zeca do bar barril. |
Praça Lamenha Lins |
Rua XV de Novembro - Sobrado do sr Souza - No térreo era um comércio. |
Desfile escolar - Grupo Escolar Miguel Schleder - 1949 - a 1ª à esquerda é a profª Olinda Dall' Stella e, no centro é a profª Iracema Bittencourt. |
Uma tragédia em Morretes, quando ocorreu o desabamento de uma
Cooperativa, ocasionando a morte da jovem Soraya Correa, nossa grande
amiga. Ela era funcionária da Cooperativa. |
Enchente de 1949 - Rua Visconde do Rio Branco esquina com a Rua XV de Novembro. |
Rua XV de Novembro |
Foto de Mauro Cherobim |
Rua XV de Novembro - A carroça era de Marquinhos Triaquim Malucelli, estacionada em frente a sua residência. |
Barreiros - década de 1930 |
Barreiros - década de 30 |
Barreiros - década de 30 |
Estrada de Barreiros |
Estrada da Graciosa - Serra do mar. |
Antiga casa da sra. Santa e do sr. Herval Augusto Petersen |
Rio Nhundiaquara e o Hotel Nhundiaquara, prédio à direita |
Rua XV de Novembro |
Estação Ferroviária de Morretes |
Gondoleiro em Morretes no rio Nhudiaquara |
Rua XV de Novembro - A carroça era de Marquinhos Triaquim Malucelli |
Igreja São Benedito |
Igreja São Sebastião - Porto de Cima - Morretes |
Antiga Rodoviária de Morretes - Rua XV - Bar Barril |
Estação Ferroviária de Morretes |
Estação Ferroviária de Morretes |
Estação Ferroviária - Banhado |
Estação Ferroviária de Morretes |
Grupo Escolar Miguel Schleder |
Casa Paroquial - 1º prédio à esquerda - Rua Visconde do Rio Branco |
Enchente - Rua XV de Novembro |
Fachada da antiga residência de Narciso Malucelli - casa com 5 janelas |
Estação Ferroviária de Morretes |
Rua XV de Novembro - Enchente |
Rua XV de Novembro - ano: 1975 |
Restaurante Madalozo - 1978 |
Porto de Cima - corrida de boia cross |
Escadaria da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Porto |
Rua do Colégio Estadual Rocha Pombo |
Ponte sobre o rio Nhundiaquara - Porto de Cima. |
Usina de cana-de-açúcar - Central - Morretes |
O correto é: Largo dr. José Pereira |
O correto é: Rua Visconde do Rio Branco. |
São João da Graciosa |
Ponte sobre o rio Nhundiaquara - travessia do centro da cidade para a Vila Santo Antônio, construída pelo exército brasileiro por ocasião da Festa Feira-ano: 2000 |
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