sexta-feira, 28 de janeiro de 2022

Gênesis - Origens do Athletico

 

Gênesis - Origens do Athletico


Em 1912, Joaquim Américo Guimarães reuniu um grupo de amigos e fundou o International Foot-Ball Club, que tinhas as cores preta e branca no seu uniforme e disputava torneios na baixada da Água Verde. Nos torneios internos organizados pelo Internacional, entravam em campo times secundários, formados por sócios do clube, um desses grupos decidiu dar o grito de independência e, no dia 24 de maio de 1914, fundou o América Futebol Clube que utilizava as cores vermelha e branca, seu primeiro presidente foi o capitão Augusto do Rego Barros. América e Internacional passaram então a disputar partidas amistosas e logo se tornaram adversários também na disputa do campeonato estadual. O Internacional venceu o primeiro, em 1915. O América levantou o troféu em 1917. Entre os irmãos, surgia uma rivalidade com equipes independente até 1924, os dois clubes se fundiram novamente em 21 de março daquele ano, dando origem ao Club Athletico Paranaense (grafia original e de época[10]).[11][12]

Vale ressaltar, que a fusão entre Internacional e América, não se deu com todas as facilidades. Sabe-se que o América surgiu de dentro do próprio Internacional, sendo por algum tempo o seu segundo time. Mas cresceu, começou a dar mostras personais. A camisa era outra e o fator origens, o fator berço, por um rápido momento passou a deixar de contar.

O América virou rival, essa rivalidade na verdade era falsa, pois tudo continuava em casa, inclusive as amizades presentes nas duas bandeiras. As diferenças se davam mais pelo fato de ser outra equipe, embora na pratica nem chegasse a ser outro clube, tal como Coritiba e o Britânia. Encontrava-se, ainda, praticamente na casca. Mas possuía personalidade e isso dava ao América força.

Unir as forças de Internacional e América na força da amizade, seria o surgimento de um novo clube imbatível dentro do futebol paranaense, era o que pensava os intelectuais de ambos os lados, reunidos em mesas de café em diversos encontros ponderando sobre a possibilidade.

Contudo, não existia unanimidade. Alguns componentes do lado do América, eram frontalmente contrários a fusão, pois imaginavam que seriam totalmente absorvidos pelo Internacional, inegavelmente mais poderoso, e se afastaram, voltando somente após a conclusão da fusão, assegurando que se tratava de um novo clube com cores e bandeiras totalmente diferentes do Internacional.MACHADO, Heriberto Ivan (1994). Atlético Paixão de um Povo. Curitiba: [s.n.] p. 28

O primeiro jogo

Primeira partida do Athletico, utilizando o uniforme do Internacional em 06/04/1924.

A primeira partida de futebol (amistosa) que a nova agremiação realizou foi no dia 6 de abril de 1924, contra o Universal FC. e obteve vitória por 4 a 2. O time jogou com Tapyr, Marrecão e Ferrário; Franico, Lourival e Malello; Smythe, Ari, Marreco, Maneco e Motta.

Para essa partida não foi possível utilizar o novo uniforme, que ficaria pronto apenas 15 dias subsequentes, confeccionadas para serem utilizadas no Torneio Início de 1924, sendo assim o clube precisou jogar o amistoso com o antigo uniforme do Internacional, escolhido na ocasião devido a sua prevalência na fusão. Atlético Paixão de um Povo. [S.l.: s.n.] 1994

Os gols foram marcados por Marreco, Ari (2) e Malello. O árbitro foi José Falcine, atleta do Savoia, que mais tarde jogou no rubro-negro.[13]

Década de 1920

Torneio Início de 1924, a primeira competição oficial disputada.

Com a união de forças, o clube formou um time reforçado e pôde fazer frente aos mais temíveis esquadrões existentes, como o Britânia, o Savoia, o Palestra Itália e o Coritiba.

Em 1924 foi vice-campeão do Torneio Início, e na sua primeira participação no Campeonato Paranaense, terminou na 5ª colocação.

Em 1925 realizando uma campanha brilhante, conquistava seu primeiro título de Campeão Paranaense.

Em 1926 foi vice-campeão estadual.

Em 1927 foi vice-campeão estadual.

Em 1928 foi vice-campeão estadual.

Em 1929 ganhou pela segunda vez o Campeonato Paranaense, e pela primeira vez na história de forma invicta.

Em 1930, ganhou o título de bicampeão paranaense pela primeira vez em suas história, com duas vitórias sobre o Coritiba por 3x2 durante o campeonato. A partida que consagrou o bicampeonato foi na segunda vitória sobre o Coritiba, em 28 de dezembro de 1930, em uma verdadeira guerra campal com o resultado de 3x2 para o rubro negro (gols de Zinder Lins, Marreco e Levoratto). A última partida do certame de 1930 o time não compareceu, para comemorar com a sua torcida. Este jogo era para ser com o Palestra Itália.[14] Outro feito notável nesse ano, aconteceu no dia 21 de julho, quando em partida amistosa venceu o poderoso Corinthians por 1x0, gol de Marreco, além de ter realizado outros dois amistosos contra Caxias/SC (Atual Campeão Catarinense) e a seleção da cidade da Lapa, vencendo ambos os jogos com o mesmo placar de 10x1.

Década de 1930

Em 1933 Caju, um dos grandes ídolos do clube, iniciava sua jornada no Athletico.

O clube era a melhor equipe do futebol paranaense no início da década de 1930, mantendo os mesmos jogadores que haviam se sagrado campeões em 1929 e 1930. Os reforços de Chumbinho e Érico, o clube tornou-se uma equipe que se impôs aos adversários.

Em 1931 terminou o campeonato estadual na 3ª posição.

Em 1932 não obteve um bom desempenho, e acabou o campeonato de fora dos 5 primeiros colocados.

Em 1933 a temporada ficou marcada pelo Atletiba da gripe, aonde o Athletico no dia 21/05 com um time gripado venceu o maior rival pelo placar de 2x1. O Jornal o "O dia" no dia seguinte, abriu a edição assim: Raça 2x1. Outro fato importante nesse ano, foi a estreia no dia 30/07 de um jovem goleiro de 18 anos: Caju, que no decorrer da história se tornaria um dos maiores ídolos do Athletico.

Em 1934, o Athletico Paranaense já era proprietário, em definitivo, do terreno da Baixada da Água Verde, e o estádio passou a ser denominado de Joaquim Américo Guimarães, sugestão de Alcídio Abreu, para homenagear o grande desportista que havia morrido em 1917. Nesse ano, o rubro-negro voltou a ter uma equipe competitiva e fez bonito. Sagrou-se campeão paranaense de 1934. Na equipe campeã desse ano figurava como goleiro, o jovem Alfredo Gottardi, o "Caju", que viria a ser o maior ídolo de todos os tempos da torcida atleticana.

Em 1935 não repetiu a boa campanha do ano anterior, e terminou o campeonato de um turno único de fora das primeiras colocações.

Em 1936, com apenas 12 anos de existência, o Athletico Paranaense conquistava seu quinto título paranaense, e mais uma vez, de forma invicta. Nesse mesmo ano, levantou pela primeira vez na história o troféu do Torneio Início.

Em 1937 o Athletico iniciou a construção da arquibancada de concreto no Joaquim Américo (feito inédito para os estádios paranaenses), demolida somente em 1991. Já no futebol, o clube foi vice-campeão estadual.

Em 1938 terminou o campeonato estadual na 4ª posição.

Em 1939 não obteve um bom desempenho, e acabou o campeonato estadual de fora das primeiras colocações.

Em 1940 o campeonato estadual foi muito disputado. Athlético e Ferroviário lideraram o certame. O tricolor ferroviário conquistou o 1º turno, enquanto o rubro negro laureou-se no segundo. Era preciso uma decisão em "melhor de três pontos" para se conhecer o campeão. Em virtude de uma confusão acontecida no último jogo do returno, estava empatado o clássico em 2 a 2, quando o Ferroviário fez um gol, prontamente anulado pelo árbitro em razão de um impedimento. O Britânia Sport Club não se conformou e abandonou o campo aos 35 minutos do 2º tempo. O Tribunal de Justiça da Federação Paranaense de Futebol, julgando o caso, deu vitória ao Athlético - 3 a 2, pois o Ferroviário se negara a continuar jogando. Este motivo anulou a "melhor de três". O clube ficou 180 dias suspenso e o Athlético Paranaense foi considerado campeão paranaense de 1940.

Década de 1940

Em 1941 ficou com o vice-campeonato, após uma série de disputa em 3 partidas contra o Coritiba.

Em 1942 terminou o estadual em 3° lugar. Nesse mesmo ano, pela primeira vez na história, o Athletico teve 2 jogadores convocados pela Seleção Brasileira de Futebol, Caju e Joanino foram selecionados para a disputa do Campeonato Sul-Americano disputado no Uruguai.

Em 1943, o diretoria trouxe para o elenco o técnico e dois jogadores da Seleção Paraguaia de Futebol. Com a equipe reforçada e com mais qualidade, o rubro-negro voltou a mandar no campeonato. Dois turnos bem disputados. Coritiba campeão do primeiro turno e Athlético do segundo. Novamente, uma "melhor de três pontos" teria que acontecer, o time da baixada venceu os dois Atletibas por 3 a 2 e a torcida festejou o título de campeão paranaense.

Em 1944 o rubro-negro foi vice-campeão estadual. Como destaque do período, nesse mesmo ano Jackson que viria ser um dos grandes craques do futebol paranaense, iniciou sua carreira no Athletico.

Em 1945, o campeonato seria decidido no maior clássico do futebol paranaense. O Athletico Paranaense foi campeão do 1º turno de forma invicta. O Coritiba foi o campeão do 2º turno. Seria realizada uma "melhor de três" para decidir o título. Foram partidas para entrarem na história do futebol paranaense. O Coritiba venceu a primeira por 2-1, no Belfort Duarte, atual Couto Pereira. A segunda foi vencida pelo clube da Baixada em casa, por 5 a 4. A terceira partida foi marcada para o Estádio Belfort Duarte. Foi um jogo muito disputado. Terminou empatado no tempo normal, 1-1. O jogo foi para a prorrogação. Aos sete minutos o atacante Xavier, do Athletico, fez o gol da vitória. Coritiba 1-2 Athletico Paranaense. A torcida fez uma das maiores festas, com carreatas, fogos de artifício e cânticos até o raiar do sol.

Em 1946 ficou junto com o Ferroviário na segunda colocação do campeonato estadual.

Em 1947 o Athletico ficou novamente com o vice-campeonato estadual. Nesse mesmo ano foi lançada a pedra fundamental para a construção do antigo Ginário do Estádio Joaquim Américo.

Em 1948 o Athletico participou de um amistoso contra o Botafogo, para a inauguração dos refletores do Estádio General Severiano. No campeonato estadual, terminou o certame como vice-campeão.

Em 1949, o Athletico Paranaense foi um "Furacão" que passou pelos campos do Paraná. Com a manchete de primeira página no extinto jornal Desportos Ilustrados do dia 20 de maio de 1949 anunciando a goleada do Athletico em cima do Britânia (no domingo, dia 19 de maio) em letras garrafais: O “Furacão” Levou o “Tigre” de Roldão, nasceu o apelido do rubro-negro paranaense. Não só o time de "49", como os demais times formados pelo clube, receberam o carinhoso apelido de Furacão e assim sendo, o termo furacão foi inserido no hino atleticano, não só para idolatrar o esquadrão de 1949, que arrasou todos os adversários com placares acima de quatro gols, mas também para representar a força que o clube tem junto a sua torcida e o receio e o respeito que seus adversários devem ter nos confrontos dentro das quatro linhas.[15]

Desportos Ilustrados, naquela edição de segunda-feira, 20 de maio de 1949 e sua manchete, não imaginava o momento histórico que estampava em sua primeira página. A partir daquele dia as manchetes de todos os jornais paranaenses só falavam do "Furacão" rubro-negro que liquidava as equipes adversárias sempre com goleadas. Em 1949 foram onze goleadas seguidas (recorde quebrado apenas 59 anos depois), tornando-se campeão paranaense daquele ano.[16]

Nesse mesmo ano (1949) foi o primeiro clube paranaense em uma excursão internacional, na viagem para o Paraguai enfrentou Olímpia, Cerro Porteno e o Nacional, ganhando somente do Nacional por 4x1 líder do campeonato nacional paraguaio em curso na época. MACHADO, Heriberto Ivan (1994). Atlético Paixão de um Povo. Curitiba: [s.n.] p. 102

Em 1950 fechando a década, não repetiu a excelente campanha de 1949 e terminou o estadual na 5ª colocação.

Década de 1950

Em 1951 terminou o campeonato estadual na 7ª colocação.

Em 1952 terminou o campeonato estadual na 6ª colocação.

Em 1953 o Athletico ficou com a 4ª colocação no Campeonato Paranaense.

Em 1954 o destaque da temporada, foi a conquista foi o Torneio João Todeschini de forma invicta.[17]

Em 1955 terminou o campeonato estadual na 5ª colocação.

Em 1956 terminou o campeonato estadual novamente na 5ª colocação.

Em 1957 terminou o campeonato estadual na 3ª colocação.

Em 1958 o Athletico conquistou o único estadual da década de 50, a partida que rendeu o título da temporada foi realizada em Paranaguá, com uma vitória de 4x3 sobre o Rio Branco.

Em 1959 a equipe rubro-negra, campeã de 1958, com a comissão técnica formada Jackson Nascimento e Caju e Pedro Sthengel Guimarães, conquistou o direito de representar o Paraná na primeira Taça Brasil em 1959. A estreia do furacão foi no domingo, 23 de agosto, na cidade catarinense de Tubarão aonde conseguiu uma vitória por 2 a 1 no Hercílio Luz. Nesta partida, comandada pelo capitão "Tocafundo" e com gols do ponta-esquerda Tião aos 9 minutos do primeiro tempo e do atacante Gaivota aos 30 minutos do segundo tempo, o rubro negro fez um jogo histórico.

Em 1960 o Athletico fechando a década de 50, terminou o campeonato estadual na 5ª colocação.

Década de 1960

Em 1961 iniciou a década de 60 com um 4º lugar no campeonato estadual.

Em 1962 o Athletico terminou o estadual de fora das primeiras colocações.

Em 1963 o elenco que ficou conhecido como os "universitários atleticanos" (devido a muitos cursarem universidades) terminou o estadual na 4ª colocação.

Em 1964 terminou o campeonato estadual na 3ª colocação.

Em 1965 o Athletico terminou o estadual de fora das primeiras colocações.

Em 1966 terminou o campeonato estadual na 3ª colocação. Nesse mesmo ano faleceu Aníbal Requião um dos torcedores ilustres do Furacão na época.

Em 1967, a situação financeira do clube era desfavorável, e com uma campanha de somente três vitórias, onze empates e quatorze derrotas, foi rebaixado para a segunda divisão do paranaense.[18] Foi o presidente Jofre Cabral e Silva que conseguiu tirar o time da segunda divisão, trazendo os campeões mundiais de 1962 Djalma Santos e Bellini, formando um time competitivo para1968.

Em 1968 Jofre Cabral acabou morrendo devido a um infarto durante uma partida do clube, declarando momentos antes "Não deixem - nunca - morrer o meu Atlético!". Nesse mesmo ano o Athletico venceu o torneio Jofre Cabral e garante o direito de representar o Estado do Paraná na 2ª edição do Torneio Roberto Gomes Pedrosa (Robertão), conseguindo vitórias expressivas sobre esquadrões como Santos, Corinthians e Internacional, assim como contra Náutico e Fluminense.[19] Outro fato importante desse ano no Robertão, foi o recorde de público do Estádio Vila Capanema na vitória diante do Santos com cerca de 24.303 torcedores presentes, marca até hoje não batida.[20] Já no estadual, o rubro-negro ficou com o vice-campeonato.

Em 1969 Bellini encerrou sua carreira após dois anos atuando pelo Athletico.[21] Já no estadual, terminou o campeonato na 5ª colocação.

Em 1970 fechando a década, o clube conquistou o título de campeonato paranaense depois de 12 anos de jejum, goleando o Seleto por 4x1 jogando fora de casa. Sicupira foi artilheiro do campeonato com 20 gols, e Djalma Santos conquistava seu último título da carreira aos 41 anos de idade.

Década de 1970

Em 1971 Djalma Santos encerrou sua vitoriosa carreira atuando pelo Furacão. No estadual o Athletico terminou o campeonato na 4ª colocação.

Em 1972 o Athletico foi vice-campeão estadual.

Em 1973 participou pela primeira vez do Campeonato Brasileiro (modelo atual) terminando na 28ª posição. No campeonato estadual ficou novamente com o vice-campeonato.

Em 1974 terminou o Campeonato Brasileiro em 2º lugar no grupo 4, ficando a 1 ponto de se classificar para o quadrangular final. No estadual, dividiu o vice-campeonato com o extinto colorado.

Em 1975 terminou o Campeonato Brasileiro na 29ª posição, já no estadual ficou com o 3º Lugar.

Em 1976 terminou o Campeonato Brasileiro na 26ª posição, já no estadual ficou novamente com o 3º Lugar.

Em 1977 terminou o Campeonato Brasileiro na 48ª posição, já no estadual ficou pelo terceiro ano consecutivo com o 3º Lugar.

Em 1978 terminou o Campeonato Brasileiro na 62ª posição, já no estadual foi vice-campeão. O destaque desse ano foi o milagre de Ziquita diante do Colorado, no qual fez 4 gols depois dos 30 minutos do segundo tempo, empatando o jogo em 4x4.[22]

Em 1979 o Athletico fez uma boa campanha e terminou o Campeonato Brasileiro na 11ª colocação. No estadual ficou com a 3ª colocação.

Em 1980 o Athletico disputou a Taça de Prata do Campeonato Brasileiro (pela primeira vez na história), equivalente a série B atual, terminando o certame na 25ª colocação. Já no estadual, fechando a década sem títulos, terminou o campeonato na 9ª colocação.

Década de 1980

Em 1981 o Athletico não disputou campeonato nacional. Já no estadual ficou com o 3º lugar.

Em 1982 depois de 12 anos de jejum, o Athletico foi novamente Campeão Paranaense com os jogadores Washington e Assis, liderando o time. No Campeonato Brasileiro, terminou o certame na 32ª colocação da série A.

Em 1983 pela segunda vez na sua história o Athletico conquistou um bicampeonato estadual. Com o "casal 20", como ficou conhecido a dupla Washington e Assis, o rubro negro obteve o terceiro lugar no Campeonato Brasileiro de futebol de 1983 (melhor colocação até 2001), e no último jogo do clube nesta competição (Athlético 2 x 0 Flamengo), houve o recorde de público (marca que possivelmente nunca será ultrapassada pelas modificações que o estádio passou) no estádio Couto Pereira, com e 67.391 pessoas.[23]

Em 1984 o Athletico completou 60 anos de idade, no estadual ficou com a 4ª colocação, e no brasileirão terminou na 11º posição.

Em 1985 o Athletico foi novamente Campeão Paranaense.

Em 1986 o rubro-negro foi 7º colocado no estadual e 18º no Campeonato Brasileiro.

Em 1987 o Athletico disputou o Modulo Amarelo da Copa União (equivalente a Série B atual) e foi eliminado nas semifinais para o Guarani. No estadual ficou com o vice-campeonato.

Em 1988 novamente Campeão Paranaense e 19º colocado na Copa União.

Em 1989 foi rebaixado a série B pela primeira vez na história. No campeonato estadual foi 3º colocado.

Em 1990 fechou a década com o titulo do campeonato estadual. Na série B chegou pela primeira vez a uma decisão nacional, perdendo o título para o Sport, porém conquistando o acesso a série A de 1991.

Década de 1990

Em 1991 ficou na 17ª posição da série A e no estadual foi vice-campeão.

Em 1992 iniciou a campanha para reconstrução da "Baixada" (Estádio Joaquim Américo). No Campeonato Brasileiro terminou a temporada na 15º colocação e no estadual ficou em 4º colocado.

Em 1993 foi rebaixado para série B e terminou o estadual na 3ª colocação.

Em 1994 termina a reconstrução da baixada, e o estádio volta a receber jogos do Athletico depois de 9 anos. Pelo nacional da série B, clube não consegue o acesso, e no estadual fica na 4ª colocação.

Em 1995, depois de perder de 5x1 para seu rival, Coritiba, assumiu uma nova diretoria, onde lançaram o "Atlético Total", um novo projeto estratégico do clube.

  • Nesse mesmo ano aos 71 anos, conquistou o primeiro título nacional da sua história, sendo Campeão Brasileiro da Série B de 95 em cima do seu maior rival, o Coritiba.

Em 1996 termina o Campeonato Nacional entre os 8 melhores colocados, e no estadual fica com o 3º lugar.

Em 1997, o antigo estádio Joaquim Américo foi demolido para a construção do novo estádio. No brasileirão fica em 18º colocado.

Em 1998, depois de 8 anos voltou a ser Campeão Paranaense, vencendo o Coritiba após uma série de 3 jogos, além de conquistar a Copa Paraná.

Em 1999, o clube inaugurou o estádio mais moderno da América Latina, na época, com um jogo amistoso entre Athlético e Cerro Porteño, do Paraguai. A partida terminou 2 a 1 para a equipe rubro-negra. Dois dias depois, ainda em virtude da inauguração do estádio, a Seleção Brasileira de Futebol disputou um amistoso contra a Seleção da Letônia, proveniente do Leste Europeu. O jogo terminou 3 a 0 para o Brasil.

  • No mesmo ano levantou o segundo título nacional da sua historia[24][25][26] através de uma competição organizada oficialmente pela CBF[27], sendo campeão da Seletiva da Libertadores em final realizada contra o Cruzeiro, garantindo o direito a vaga no torneio continental do ano seguinte.
  • No período a camisa rubro-negra foi guardada na cápsula do tempo instalada no Museu Americano de História Natural, em Nova York, aonde objetos foram selecionados ao redor do mundo para representar a raça humana no terceiro milênio. Para representar a paixão da humanidade pelos esportes, um único artigo foi selecionado: a camisa do Club Athletico Paranaense.[28][29]

Em 2000 foi Campeão Paranaense e disputou pela primeira vez na sua história a Libertadores da América, na fase de grupos se classificou em primeiro colocado fazendo 16 dos 18 pontos disputados, só empatando uma vez, contra o Emelec, no Equador. Só não fez a melhor campanha geral da primeira fase por um gol de saldo: os colombianos do América de Cali, no Grupo 6, igualaram a pontuação dos paranaenses, mas tiveram saldo 10 contra 9 do rubro-negro.[30] Nas oitavas de final, enfrentou o Atlético Mineiro em duas partidas, sendo eliminado da competição nas penalidades.

Década de 2000

Em 2001, conquistou pela terceira vez na sua história o bicampeonato estadual,

  • Nesse mesmo ano, levantou o seu terceiro título nacional oficial, vencendo pela primeira vez o Campeonato Brasileiro da Série A (final contra o São Caetano, onde ganhou por 4x2 e 0x1), com a conquista do "Brasileirão", Alex Mineiro consagrou-se como ídolo do clube.

Em 2002 foi pela primeira vez tricampeão estadual, e disputou pela segunda vez a Libertadores da América.

Em 2003 conquistou a Copa Paraná (Sesquicentenário).

Em 2004 foi vice campeão do Campeonato Brasileiro, com o artilheiro Washington marcando um recorde histórico de trinta e quatro gols numa única edição do Campeonato Brasileiro. Nesse mesmo ano, foi firmada uma parceria com a empresa fabricante de aparelhos celulares japonesa Kyocera, renomeando o estádio para Kyocera Arena.

Em 2005, foi Campeão Paranaense e disputou pela primeira vez uma final Continental pela Libertadores da América, aonde o clube não pôde fazer o 1º jogo da decisão em seu estádio, que mesmo sendo considerado na época[31] como o mais moderno da América Latina, não possuía a capacidade mínima de 40 mil lugares exigida pelo regulamento. Mesmo assim, a diretoria investiu, em regime de urgência, 1 milhão de reais na construção de arquibancadas móveis para dar capacidade ao estádio para mais de 42 mil pessoas. Mesmo com a autorização oficial de uso das arquibancadas, após vistoria do Corpo de Bombeiros e o órgão oficial de engenharia responsável pela vistoria entregues à CONMEBOL, a entidade transferiu o jogo para o Estádio Beira-Rio e o resultado da partida foi o empate por 1x1. Na segunda partida, no Estádio do Morumbi, o rubro negro perdeu a partido, levando quatro gols no final do jogo, diante de mais de 70 mil torcedores e perdendo o título da Copa Libertadores da América. No mesmo ano após 10 anos de contenda judicial, o clube firmou acordo assumindo definitivamente o direito de uso do terreno vizinho.

Em 2006 pela Copa Sul-Americana o clube também fez uma boa campanha, passando por Paraná Clube, River Plate e Nacional do Uruguai, chegando à semifinal do torneio, onde foi eliminado pelo Pachuca.

Em 2007 termina a série A na 12 colocação se classificando novamente para a disputa da Sul-Americana de 2008.

Em 2008 o período ficou marcado pela quebra do recorde de vitórias consecutivas do "Furacão de 49", quando ganhou 12 partidas seguidas.

Em 2009, conquistou o Campeonato Paranaense.

Em 2010, finalizou na 5ª posição no Campeonato Brasileiro.

Década de 2010

Em 2011, o clube terminou na 17° posição no Campeonato Brasileiro e, depois de 15 anos de permanência na série A, acabou rebaixado para a Série B do Brasileirão.

Em 2012, garantiu acesso à Série A do Brasileirão com o 3° colocação do Campeonato Brasileiro da série B. Já no campeonato estadual ficou com vice-campeonato da competição.

Em 2013, foi vice-campeão da Copa do Brasil e do Campeonato Paranaense, além de terminar o Campeonato Brasileiro na 3ª posição, garantindo a sua 4º participação na Libertadores da América de 2014.

Em 2014, ficou na 4ª posição no Campeonato Paranaense e foi eliminado nas oitavas-de-final da Copa do Brasil. No Campeonato Brasileiro, terminou na 8ª posição.

Nesse mesmo ano o Estádio Joaquim Américo Guimarães teve a sua reforma e ampliação concluída, e recebeu 4 partidas oficiais da Copa do Mundo de Futebol de 2014.[32]

Em 2015, ficou na 10° posição no Campeonato Brasileiro. No campeonato estadual, disputou o Torneio da Morte, grupo destinado a decidir os rebaixados.[33]

Em 2016, conquistou o Campeonato Paranaense e terminou em 6° colocado o brasileirão. Esta posição lhe rendeu uma vaga na pré-Libertadores da América de 2017.

Em 2017 O destaque do clube na temporada, foi vice-campeonato estadual,[34] e a sua 5ª participação na Libertadores da América, no qual se classificou na fase de grupos e acabou sendo eliminado nas oitavas para o Santos.

Em 2018, foi Campeão Paranaense e o primeiro paranaense a conquistar um campeonato internacional oficial, a Copa Sul-Americana se classificando pela 6º vez para a Libertadores.

Em 2019, obteve a Tríplice coroa no futebol, sendo bicampeão estadual pela quarta vez na história, campeão da Levain Cup/CONMEBOL (Torneio Internacional no Japão) e da Copa do Brasil,[35][36][37][38][39] estas duas últimas pela primeira vez em sua história, sendo a Copa do Brasil sua quarta conquista nacional.

  • Nesse mesmo foi vice-campeão da Recopa frente ao River Plate, e durante a Libertadores da América aplicou uma goleada memorável por 3x0 diante do tradicional Boca Juniors na Arena da Baixada, clube se classificou para as oitavas e foi eliminado pelo mesmo clube argentino.[40]
  • Já no Campeonato Brasileiro, terminou na 5ª colocação, dentro da zona de classificação para a Libertadores da América de 2020.

Em 2020, foi vice-campeão da Supercopa do Brasil[41] e sagrou-se tricampeão paranaense (Pela segunda vez na história), ganhando os dois jogos da final no clássico Atletiba (ida e volta, Arena-1x0, Couto Pereira-1x2) em 2 e 5 de agosto.[42]

  • Na sua 7ª participação na Libertadores de 2020 foi eliminado nas oitavas pelo River Plate da Argentina.

Década de 2020

Em 2021 conquistou pela segunda vez na história a Copa Sul-Americana, sendo campeão em final única em Montevidéu, vencendo por 1x0 o Red Bull Bragantino, resultando no primeiro e único bicampeão da competição no Brasil.[43] Com isso, garantiu a 8ª participação do clube na Libertadores da América de 2022, além da vaga na Recopa e na Levain Cup.[44] No campeonato Brasileiro terminou a competição na 14ª colocação. No mesmo ano, chegou pela terceira vez na sua história em uma decisão de Copa do Brasil, ficando pela segunda vez com um vice-campeonato, após perder duas partidas decisivas para o Atlético-MG.[45]

  • No ranking nacional da CBF, terminou o ano na 5ª colocação pelo 2º ano consecutivo com 13.512 pontos acumulados [46].
  • No ranking da CONMEBOL subiu 12 posições e fica dentro do TOP 15 pela primeira vez na sua história, resultando em cabeça de chave para a Libertadores de 2022 [47].

Em 2022 o Athletico apareceu pela primeira vez no ranking anual da IFFHS, entre os melhores clubes do mundo na 10ª colocação com 252 pontos, em detrimento a campanha do ano anterior, ficando a frente de clubes tradicionais do cenário mundial tais como Paris Saint Germain, Juventus e Manchester United.[48]

Simbolos

Escudo

Escudo sem listras em 1934.

O símbolo do Athletico é composto de um monograma (CAP) aplicado sobre um escudo.

O escudo teve algumas variações, desde a fundação até 1988 o formato das listras eram horizontais, com uma pequena exceção no ano de 1934, quando um escudo sem a presença de listras é encontrado em fotos da época [49]. Em meados de 1988, o então presidente Valmor Zimermann apostou em um uniforme com listras verticais, semelhante ao do Milan durando até 1997, quando o escudo foi ajustado para o formato circular mantendo as listras verticais como elemento dentro da composição do logotipo. Já em 2018 o clube passou por um processo de rebranding, modernizando e alterando tanto o escudo como o monograma.

O monograma (CAP) foi ao longo da história, o elemento que mais teve ajustes e mutações, seja por conta de modernização, quanto pela dificuldade em aplicação devido as limitações. Em algumas aplicações das décadas de 70 e 80, é comum encontrar versões simplificadas com a tipografia geométrica em jornais e revistas[50].

Variações do monograma (CAP).

Na década de 1940, o jogador Ayrton Lolô Cornelsen, à época também estudante de engenharia e arquitetura, decidiu redesenhar o escudo do rubro-negro porque o achava muito conservador e parecido com o do Flamengo carioca. O antigo símbolo era triangular, com listras horizontais em vermelho e preto e o acrônimo CAP (de Club Athletico Paranaense) em estilo gótico no lado superior, enquanto o novo era o CAP com letras mais estilizadas e grossas, mantendo o entrelaçar delas, em um estilo barroco, sem nenhum contorno.

Por ser simpático pelo Flamengo, deixou uma pequena homenagem ao clube carioca na forma como as letras se entrelaçam, remetendo justamente ao seu escudo.[51]

Posteriormente, voltou-se a utilizar um contorno quase triangular com listras vermelhas e pretas na horizontal e a letras estilizadas por Lolô. Este escudo foi utilizado até setembro de 1988, quando houve uma pequena alteração, pois as listras passaram para a vertical.

Em 1997, na era Petraglia, o escudo foi modificado, mantendo as linhas verticais e as letras concebidas por Lolô, porém, dentro de um escudo redondo, modernizando um dos principais símbolos do clube.[52]

Em 2018, o clube passou por uma nova e radical reformulação na sua identidade visual. O nome "Clube Atlético Paranaense", adotado a partir da década de 1950, cedeu lugar à denominação original "Club Athletico Paranaense". A troca permitiu o fim de confusões com outros Atleticos pelo Brasil, como por exemplo o Clube Atlético Mineiro e o Atlético Clube Goianiense.[53][54]

Além da nova grafia, o clube adotou um novo escudo, com visual moderno, formado por linhas paralelas ascendentes nas cores do time e com o formato remetendo a um furacão, apelido do Athletico, encimado com acrônimo CAP. O escudo reúne também detalhes da bandeira do estado do Paraná e o conceito de crescimento.[55][56]

As estrelas comemorativas das conquistas de 2001 (dourada) e 1995 (prateada), que tradicionalmente acompanhavam a aplicação do símbolo circular foram retiradas

Sedes Antigas

O Athletico ao longo da sua história, teve diversas sedes[97], conforme listadas abaixo:

Rua XV de Novembro

O Athletico nasceu oficialmente no coração de Curitiba, em plena Rua XV de Novembro MACHADO, Heriberto Ivan (1994). Atlético Paixão de um Povo. Curitiba: [s.n.] p. 25. No início dos anos 20, o local já era considerado a artéria principal da cidade, abrigando bancos, estabelecimentos comerciais e até mesmo a sede da Gazeta do Povo, vizinha do Internacional. Tudo de importante acontecia por lá, sendo o ponto de encontro da elite e dos intelectuais da época.

As primeiras discussões sobre a fusão de Internacional e América aconteceram no Café do Comercio, local preferido de importantes e tradicionais figuras curitibanas daqueles tempos. Como americanos e internacionalistas mantinham suas sedes na Rua XV de Novembro (a do América no número 386 e do Internacional, no 416), naturalmente a primeira sede do clube recém-nascido seria por lá.

Em 21 de março de 1924, no número 416 da Rua XV de Novembro, nasceu o Atlético. O clube, apesar de manter seus jogos na Baixada do Água Verde, manteve a sede administrativa no centro da cidade. Nos primeiros anos de existência, ocupou o andar superior da Casa das Meias, da família atleticana do ex-deputado Jorge Nasser. Além de importantes decisões a respeito dos rumos do novo clube, o local servia para intermináveis jogos de cartas, popular entre a elite curitibana da época.

Muitas decisões aconteceram também nos bares que povoavam o centro da cidade, como o Bar Paraná (ao lado da Casa das Meias) e o Bar Americano (na esquina com a Marechal Floriano). Como as sedes normalmente eram alugadas, o Atlético peregrinou por muito tempo por toda extensão da rua, ocupando diferentes imóveis.

Mais tarde, a sede do Atlético foi transferida para a avenida Marechal Floriano. Nos anos 60, o presidente Aníbal Requião decidiu construir a sede administrativa do clube anexo ao Ginásio da Baixada e o Atlético abandonava, definitivamente, a XV de Novembro, mudando o endereço para a rua Buenos Aires, no Água Verde.

PAVOC

Foto do Jornal do Athletico de 1984, com imagens da antiga sede de campo.

Concebido para ser uma Vila Olímpica e fruto da idealização de um pai e de seus filhos esportistas, o PAVOC foi usado como moeda para a construção da nova Baixada e do seu Centro de Treinamento do Caju, no Umbará[98].

A história começou quando Emilio Cornelsen doou uma grande área de terra, situada na velha estrada que conduzia ao aeroporto Afonso Penna. Enquanto isso, Aryon, Alcir e Ayrton já faziam parte da história do futebol: os dois primeiros foram campeões pelo Coritiba, e Lolô pelo Atlético Paranaense, em 1945. Eleito para a presidência do Coritiba, Aryon permaneceu por sete anos no cargo, até que em 1958, iniciou a concretização do sonho de seu pai e de seu irmão mais velho Alcyr, o Cezico. A idéia era transformar as arquibancadas de madeiras do Estádio Belfort Duarte, castigadas pelo tempo, em um gigante de concreto armado: o Couto Pereira.

No ano de 1963, Emilio Cornelsen faleceu, sendo vítima da leucemia. Como herança, Aryon recebeu a área do PAVOC e adquiriu os lotes vizinhos, completando 400 mil m². Um ano depois, solicitou os trabalhos de Lolô para realizar um projeto que viabilizasse a primeira Vila Olímpica brasileira em forma de clube social para a sua Organização Aryon Cornelsen (OARCO). Assim, a vila passou a fazer parte da estrutura esportiva do Coritiba, com campos treinamento e uma sede de campo de apoio. A partir de 1966, o PAVOC se tornou uma referência curitibana, a partir do projeto de Lolô, que em 1974, veio de Portugal para expor o projeto para o então prefeito Jaime Lerner.

Um dos objetivos do projeto era fazer com que a Vila Olímpica se tornasse auto-sustentável com o fluxo de turistas, ou seja, as divisas seriam fundamentais para a sua manutenção. Na terceira fase do empreendimento, caso fosse desenvolvida dentro dos planos estabelecidos, se resumia na construção de um hotel de categoria internacional, com 260 apartamentos de luxo e 50 suítes. Posteriormente, novos desejos foram incrementados ao projeto: a construção de um restaurante de 70m de altura, tendo um piso giratório e um cinema ao ar livre para 1.300 espectadores.

A Vila Olímpica possuía cinco campos de futebol construídos: um com medidas oficiais e drenagem, tendo como característica principal a grama importada do Uruguai; e dois de pelada - um deles com areia. A série de campos foi completada com outros dois com 40 x 60, com piso de grama, mas que se prestava aos associados que não se identificavam com a área para praticar o futebol. Um outro campo seria construído e serviria para treinamentos do Coritiba, com duas arquibancadas em volta do gramado, uma pista de atletismo e caixas para salto. Tudo de acordo com as normas exigidas pelo comitê do esporte olímpico. Canchas de basquete (uma delas coberta), stand para tiro ao alvo, arco e flecha, futebol de salão, vôlei, tênis, mini golfe, entre outros esportes, complementariam o conjunto da Vila Olímpica.

Por fim, Aryon Cornelsen fez de tudo para que o Coritiba recebesse o clube PAVOC, chegando até a planejar a venda dos carnês e das cotas para associados. Porém, motivos internos do clube alviverde, restou a Aryon levar a mesma proposta ao Atlético Paranaense. Segundo o contrato, Aryon se responsabilizava pela venda de carnês para sócios, durante sete anos. Terminando o prazo, independentemente do que acontecesse, a propriedade ficava para o clube. Foi quando se descobriu a cláusula de transferência de propriedade que as vendas caíram. Aryon não conseguiu arrecadar o necessário para viabilizar o projeto, e terminado o tempo de contrato, o PAVOC acabou indo inteiramente de graça para o Atlético.

Após uma negociação com o Governo Estadual, hoje a área pertence ao Batalhão da Polícia Florestal.

Ginásio

Foto do jornal do Athletico de 1984 com vista aérea do antigo Ginásio.

Quando assumiu o Atlético, em 1947, o presidente João Alfredo Silva tinha como uma das metas aumentar o patrimônio do clube. Incentivado pelo filho, Jofre Cabral e Silva, idealizou e iniciou a construção do Ginásio de Esportes [99] da Baixada. Jofre era muito ligado às atividades amadoras atleticanas e amante do basquete. A comissão de obras ficou sob responsabilidade de Aníbal Requião que, o lado de Jofre, se constituiu num dos maiores responsáveis pela concretização do espaço. Porém, a falta de incentivos financeiros emperraram o início das obras. Apenas em 1949, no ano em que o Furacão encantava os quatro cantos do estado, o clube começou a erguer o ‘Gigante', como carinhosamente era chamado o local.

Em 1950, no dia do aniversário do Atlético, o governador Moisés Lupion concedeu empréstimo de Cr$ 100.000,00 ao rubro-negro para auxiliar nas obras. Mesmo assim, o espaço só foi inaugurado em 1956, com a realização do Campeonato Brasileiro Feminino de Basquete, vencido pela Seleção do Rio de Janeiro. Em homenagem ao seu idealizador, o local foi batizado de “Ginásio de Esportes João Alfredo Silva”, mas ficou popularmente conhecido como “Ginásio do Atlético”.

Palco das mais variadas atividades sócio-esportivas, o ginásio se notabilizou por lutas de boxe, nos áureos tempos de Caninin, campeonatos de basquete, até circo e, principalmente, o carnaval. Por vários anos, o tradicional Clube Curitibano alugou o espaço para a realização dos bailes da Festa do Momo. Nos anos 80, o “Carnaval do Atlético” era considerado o mais popular de Curitiba.

Durante muitos anos, a rivalidade entre Atlético e Coritiba saiu dos limites dos gramados e invadiu, também, as quadras. Os jogos de basquete geraram verdadeiras guerras da dupla Atletiba, entrando para a história do esporte do estado.

Em 1963, o então presidente atleticano José Pacheco Neto decidiu implantar no ginásio o conceito de “multifuncionalidade”. No dia 15 de novembro, o espaço foi reinaugurado, depois de passar por uma série de reformas. Além da implantação de um departamento de fisioterapia, que durante muito tempo foi referência no Paraná, o local dispunha também de um Instituto Hidroterápico, com saunas, duchas e salas de massagens. Para garantir o conforto de todos, foram construídas salas de jogos, bar, um restaurante e a principal sensação da época: o “gelorama”. Para inaugurar a pista de gelo do Atlético, foi convidada para uma apresentação a famosa patinadora inglesa Pamela Ash Worth.

Nos dias 02 e 03 de junho de 1968, a alegria que sempre prevaleceu no Ginásio do Atlético deu lugar a uma súbita tristeza, com o velório de Jofre Cabral e Silva. Ele, que foi o mentor de toda aquela estrutura, teve como palco de despedida uma de suas maiores realizações. Coberto com a bandeira atleticana, Jofre foi reverenciado por milhares pessoas, no maior enterro que Curitiba já presenciou.

Mesmo sem a supervisão de seu criador, o ginásio continuou imponente, sendo palco de partidas das equipes amadoras do Atlético, além de ser a casa do time de futsal do clube, de onde saiu grandes jogadores, como Paulo Rink. O ginásio foi mantido até 1995, quando foi demolido para dar lugar à arquibancada móvel da velha Baixada.

Colombo

No dia 2 de setembro de 1970, os principais jornais paranaenses noticiavam a inauguração da sede campestre do AtléticoMACHADO, Heriberto Ivan (1994). Atlético Paixão de um Povo. Curitiba: [s.n.] p. 152, sendo a primeira etapa que corresponde à concentração dos jogadores, localizada no 15 km da estrada Curitiba-Colombo. Num reconto bonito e aprazível, a sede possuía uma casa em forma de “U”, com quase 300m² de área construída, possuindo ampla sala para refeições, sala-de-estar, copa-cozinha, despensa, sete dormitórios (com capacidade para três pessoas cada um), três banheiros, uma sala destinada ao Departamento Médico, massagens, rouparia e descanso. Havia também, várias churrasqueiras no bosque de entrada da sede.

A sede da área campestre do Atlético continha 11 alqueires e foi adquirida no mês de abril, por escritura de compromisso de compra e venda, pelo preço de Cr$ 130.000,00. A compra, conforme deliberação do Conselho Deliberativo do Atlético, teve por finalidade garantir os direitos dos adquirentes dos títulos da ex-chácara situada na estrada Curitiba-Ponta Grossa, que tinha uma área com cerca de quatro alqueires. Vale lembrar que a aquisição foi idéia do presidente Rubens Passerino de Moura.

Isso representou uma melhoria importante no patrimônio do clube, mesmo porque o terreno possuía luz elétrica, água encanada, com três construções, sendo que a primeira havia sido entregue uma semana antes. Já a segunda serviu de residência para um chacreiro e, por fim, a terceira, de alvenaria, teve a sua construção finalizada algumas semanas depois. Esta, uma casa com 300 m², que foi destinada para ser a sede social, tinha uma cobertura de lage de concreto, onde faltou apenas, num primeiro momento, a colocação de tacos e vidros, além da pintura. A sede também ofereceu recreação para os sócios, com os campos de pelada, canchas de bocha e parque infantil.

Pinheirão

Foram exatos oito anos de sofrimento [100], angustia, tensão e vários momentos difíceis. É disto que a torcida atleticana mais lembra quando se toca no assunto Pinheirão, estádio que nos acolheu durante oito anos. A distância do centro da cidade, o frio, a pouca visibilidade, as péssimas condições de acomodação para a torcida e a falta de segurança foram os principais pontos que afastaram a maior e mais fiel torcida do estado do clube, tanto que a média de público nos jogos do Atlético era de 970 pagantes.

No ano 1992, quando já eram passados seis anos de sofrimento para a torcida atleticana no Pinheirão, o então presidente José Carlos Farinhaque percebeu o equívoco que havia sido cometido em levar o Atlético e a sua imensa torcida para o estádio da Federação. Farinhaque e toda a diretoria rubro-negra resolveram que o Atlético voltaria para sua casa e aproximaria novamente a torcida do clube.

Passados dois anos da decisão tomada, o Atlético voltou a mandar seus jogos no Estádio Joaquim Américo. Com muito esforço por parte da diretoria e do apoio incondicional da torcida, em 1994 o Atlético estava de volta a baixada, porém não de forma definitiva.

Mais tarde voltaríamos a mandar alguns de nossos jogos no estádio da Federação (mesmo contra a vontade da maioria da torcida rubro-negra), pois estávamos construindo o que consideramos nosso templo sagrado, a Arena da Baixada.

Mas nem tudo o que se refere ao estádio da Federação pode ser considerado ruim. No Pinheirão conquistamos títulos e vitórias inesquecíveis. Quem não se lembra do Campeonato Paranaense de 1988, conquistado em cima do Pinheiros, quando a equipe ainda era treinada por Nelsinho Baptista? E o início de Campeonato Brasileiro arrasador em 1991, quando enfiamos 3 a 0 no Flamengo?

No período mais recente em que estivemos utilizando o estádio da Federação, podemos destacar entre outros títulos, o de Campeão Paranaense de 1998 em cima do Coritiba. Com direito a pênalti cobrado para fora pelo goleiro Régis do Coritiba, que nos garantiu o título daquele ano. Outro momento que se tornou inesquecível para a nação rubro-negra, no Pinheirão, foi à sonora goleada pelo aplicada em cima de nosso maior rival no ano de 1997, quando após estarmos perdendo por 2 a 0, viramos a partida de forma espetacular para 5 a 2.

Engenheiro Rebouças

Pouca gente poderia imaginar que aquela antiga distribuidora de cerveja e chopp fosse tornar-se sede do maior time de futebol do Paraná.

A distribuidora, diga-se, era bastante freqüentada, principalmente em dias de jogos do Atlético. Mas a história atleticana teve início ali em 1997, logo no início do ano, quando a Comissão Gestora pôs abaixo o antigo Joaquim Américo para erguer a majestosa Arena da Baixada.

O casarão foi alugado pela diretoria rubro-negra e serviu de sede até que a parte administrativa do Furacão pudesse ser transferida para a sede atual, na Rua Petit Carneiro.

No fim da Engenheiros Rebouças, foi criada a primeira loja de venda produtos do Atlético. Era a inauguração de uma loja exclusivamente atleticana, com chaveiros, botons, camisas, camisetas, bandeiras e muitos outros artigos relativos ao Atlético. Lá também era feita a venda antecipada de ingressos, com filas que iam até quase a sede da Torcida Os Fanáticos, como nas finais de 1998.

Nesse verdadeiro QG atleticano, pagava-se o carnê de sócio torcedor e também foi assinado o contrato de jogadores que se tornaram ídolos, como Cocito, Gustavo e Lucas.

Mas talvez o fato mais marcante do Casarão da Rebouças, foi a resistência atleticana em meados de 1997. Após as acusações mostradas pela tv de que, entre outros times, o Atlético também estava dentro de um esquema de corrupção de árbitros, comandado pelo Diretor da Comissão de Arbitragens da CBF, Ivens Mendes, e posterior suspensão das atividades do Furacão por um ano, o Casarão virou o centro das manifestações pró-justiça.

Todos os movimentos foram coordenados ali, desde a coleta de mais de 100 mil assinaturas pedindo a revisão do caso, como protestos com caminhão de som e presença de centenas de torcedores.

Em frente ao Casarão da Rebouças, um torcedor usando máscara, acorrentou-se a uma árvore, entrou em regime de greve de fome e disse que só sairia daquele estado após o STJD da CBF anular a decisão, que suspendia as atividades do Atlético por um ano e impedia terminantemente que o então presidente Mário Celso Petraglia tivesse ligações com o futebol.

Foi uma árdua luta, uma grande batalha em que o Atlético ainda conseguiu sair vencedor, graças a força de sua torcida que não se calou frente a tamanha injustiça, indo inclusive ao Rio de Janeiro quando foi julgado o recurso impetrado pelo departamento jurídico atleticano.

Desde setembro de 1999 o Atlético deixou o Casarão. Depois, seu pátio serviu de estacionamento para veículos em dia de jogos e atualmente está em reformas onde dará lugar a um conjunto de escritórios.

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