
Olá Curiosos,
Hoje vamos falar da sucessora de Dona Leopoldina no coração de Dom Pedro I, essa deu um pouquinho mais de sorte que Leopoldina, nossa "Leo", pois encontrou um Pedro cheio de remorso pelo que tinha acontecido com a ex-esposa.
Tivemos no Brasil quatro Imperatrizes contando com a Carlota, que foi uma Imperatriz Titular, tivemos a Leo, a Tereza Cristina, que Imperou por mais tempo ao lado de Dom Pedro II e a quase anônima, Dona Amélia.
Dona Amélia pegou um Pedro modificado pela culpa. Na época não existia como comprovar que depressão era uma doença invisível e muito menos que alimentos poderiam ser contaminados por "salmonela". Então pairava na cabeça do Imperador a dúvida se Domitila teria sido capaz de envenenar Leopoldina ou não, além da culpa de ter levado a amante pra viver debaixo do mesmo teto que eles. Por mais que isso fosse normal na Europa, lembrem-se que estamos falando do século XIX, os costumes eram outros, os casamentos eram feitos por contratos e as casas eram gigantescas. Então havia mesmo uma pegação nos Palácios, não apenas de amantes, mas de empregados, nobres, militares, uma coisa de louco. Não tinha Sky, nem Netflix então era fácil se distrair olhando as beldades passando, fossem elas femininas ou masculinas.
Quando passou o luto de Dom Pedro I, este logo teve que pensar em um segundo casamento, mesmo tendo cinco filhos com Leo e mais duas com a Marquesa de Santos, assumidos, seu filme com ela estava queimadíssimo, aliás, comparo Dom Pedro com o cantor Eduardo Costa, gente boa, mas peca no olho grande



. Então Pedrão já tinha engravidado a irmã da Domitila, essa já tinha mandado dar cabo da irmã, só não conseguiu porque a Aia era ruim de Mira, não era o Lee Oswald nem o Dilermano de Assis, e só sei que nessa brincadeira toda, Dom Pedro já devia ter uns vinte filhos no Brasil entre bastardos e legitimados. O cara era reprodutor igual ao boi bandido com sêmem a preço de ouro. Apesar de todo mundo ver em Domitila uma mulher interesseira, ela era até apta ao trono, era bonita, inteligente, espirituosa, sabia tomar decisões, mas, o povo brasileiro era apaixonado na Leo e quando vazaram as cartas dela para a família falando das humilhações que Pedrão e Domitila fizeram ela passar, Domitila até pensou por um momento que ele ficaria "finalmente" com ela, mas o cara tinha que limpar sua imagem e alguém de uma linhagem "melhor" que a da Domitila seria o ideal e ele prometeria que iria se comportar.
Então, despachou a Domitila (Marquesa de Santos) pra Sampa e as filhas, uma foi pra Europa, uma ficou no Brasil com a mãe, pegou o Barão de Barbacena e pediu pra ele baixar o "Tinder" de novo que ele estava na pista.
Só que desta vez, a fama de mau menino já tinha corrido o mundo e ninguém queria casar com um "Pegador", mesmo sendo rico. A história da Marquesa tinha pegado malzão. Tipo aquela do Ronaldo Fenômeno? Quanto mais tentavam limpar, mais sujavam?
Mas, Imperador do Brasil não era bagunça.
Acharam Amélia de Leuchtenberg, filha do Rei da Baviera. Essas princesas da Baviera eram todas lindas (Vide Sissi). Ela era neta da polêmica Josefina, a primeira esposa de Napoleão que traía ele direto, mas a linhagem era mais azul que anil. Linda, com dezessete anos, letrada e inteligente, pronto... alvo localizado com sucesso!
Dom Pedro deu um super Like!
Mas, o "alvo" mesmo assim não estava muito a fim. Dizem que pediu de joelhos a mãe
#EleNão.
Mas não foi atendida.
Já ele...
Recebeu a foto dela e Pá
: "Maior gata" e tinha outra coisinha nisso aí, Dom Pedro era aficcionado por Napoleão, as crianças naquele tempo não jogavam GTA, elas brincavam de soldadinho brigando com soldadinho, com indiozinho caindo da mureta e generalzinho no cavalinho e Dom Pedro sempre queria ser o Napoleão, hoje a psicanálise explica isso como complexo de Napoleão, pela baixa estatura quer sempre aparecer, mas enfim, arrumaram uma mulher bonita, cabelão preto, olho azul, mais alta que ele, dezessete aninhos e ainda neta adotiva de Napoleão, ele pensou: " Essa é pra casar", em trinta de maio de 1829, o contrato de casamento foi assinado em segredo, em dois de agosto o casamento por procuração foi também lavrado. Ela ainda passou na Inglaterra com a missão de pegar a Maria da Glória que era a filha da Leo, pra voltar com ela para o Brasil. Pedro estava tão entusiasmado que fez uma dietinha na semana pra esconder uns pneuzinhos e desmaiou quando viu a mulher. Olha que vergonha?
Como ela ficou só um ano e meio no Brasil ela é pouco conhecida e pouco mensionada nos livros de história e não deixou herdeiros legítimos, então muito material de Dona Amélia foi perdido. Então o que se tem certeza através de suas documentações é que nasceu em Monza, onde hoje é Milão em 31 de julho de 1812, portanto Leonina, por isso botou ordem no Palácio de São Cristóvão e era filha do entiado de Napoleão.
Ela foi criada na Região Alemã, mas, sua educação e idioma era o francês.
A cogitação dela se casar com Dom Pedro começou no mesmo ano em que Leo faleceu, mas a mãe dela não quis, pois ela tinha quinze anos e a má fama de Dom Pedro ainda estava muito fresca. Preferiram esperar a poeira baixar.
Como o status da família dela não estava lá nas alturas por conta da queda de Napoleão, então acharam que seria legal pra família em geral, ter uma Imperatriz naquele momento político.
Mas, voltando ao desmaio...
Desculpou-se que aquilo era a paixão a primeira vista. Pedrão não dava ponto sem nó.
Toda Corte gostou da nova esposa, catorze anos mais jovem que Pedro, casaram-se no dia seguinte e disseram que choveu tanto no dia que para o povo eram as lágrimas de Leopoldina que estavam lavando a alma e finalmente estavam livres da amante. Essa Domitila estava mais odiada que atendente de pedágio quando pede pra gente achar moedinha pra facilitar o troco (Eu que não procuro, não mandei botar o pedágio, eles que lutem no troco), mas nada atrapalhou o casamento e Debret até fez um quadro lindo da noiva de branco, sendo abençoada.
Apesar de vir de longe, de outras culturas, ela resolveu se animar e fazer do seu casamento um casamento bacana.
Pedro dava total atenção a ela e ela curtia as crianças de Pedro. Principalmente o Pedro II, que chamava ela de mamãe e até o final da vida, trocaram cartas carinhosas e confidenciais, o que gerou muita fofoquinha que ele era apaixonado pela madrasta, que rolava um Complexo de Édipo, mas o que tinha mesmo era uma grande afeição, ele gostava mesmo era da Condessa De Barral, mas essa é outra historia. Amélia, colocou ordem na Corte. Antes da chegada dela, qualquer um podia chegar a hora que fosse e pedir para falar com o Imperador, ela cortou logo isso criando uma agenda Real com horários que deviam ser respeitados com rigor. Criou uniformes especiais para diferenciar quem atendia a Corte e administrou a educação das crianças. Ensinando outros idiomas e técnicas de Botânica ao Pedrinho II, adequando-os aos moldes da Europa. Ele a via como uma salvadora, mas, isso não quis dizer que ele não deu outras puladas de cerca, mas quando ela desconfiava de algo, não fazia igual a Leopoldina, botava fogo no parquinho, fazia greve de sexo e pronto, o "santo voltava pro pau oco" (Depois explico essa expressão) mas, o que quero dizer é que ela era uma pessoa de mais fibra no trato do lar que a Leo, talvez porque já sabia o que ia encontrar e Leo não.
Mas, o Brasil estava em ebulição naquele momento. Como Dom Pedro teve que dar uma indenizada a Portugal por conta da independência, o povo brasileiro achava que ele estava dividido entre as duas Pátrias e não tinha essa dúvida com a Leo, e o casamento com a Princesa Bávara reforçou a ideia que ele curtia mais a Europa que o Brasil.
Então pra melhorar sua frente junto ao Brasil decidiu pegar sua consorte e viajar pra Minas Gerais, para sentir a quentura da panela, pois havia sido muito bem recebido com a Marquesa em Salvador, mas baiano gosta de fuleragem, mineiro é mais provinciano, recebeu ele mal e ele voltou ao Rio em dois dias. Sendo ovacionado por vários Portugueses que queriam a Monarquia sem parlamento, no que foi conhecido como a "Noite das Garrafadas", haviam assassinado Líbero Badaró que era um jornalista e médico querido do povo e que baixava o pau no Imperador, entao, a população desconfiava de Pedro, tudo naquele momento de ruim, pós morte de Leo era culpa de Pedro, espirrou? Pedro. Tropeçou? Pedro.
Quando ele chegou de Minas, os informantes que chegaram primeiro, avisaram que ele não tinha sido bem recebido e a portuguesada resolveu fazer uma festa nas ruas pra alegrar o Imperador, só não contavam com os "penetras", no caso nós, os brasileiros. O pessoal que não estava satisfeito começou a protestar e todo mundo já tinha tomado uns "gorós" e voou garrafa pra tudo que é lado.
Estava claro ali que a Família Real corria risco.
Então Dom Pedro pra não aumentar o ódio na população, abdicou do trono a favor do filho de cinco anos e se mandou pra Europa com Amélia que achava que ia passar o resto dos seus dias aqui, tomando café barato e comendo bananas.
Retornaram a Portugal para Maria da Glória tomar o trono de volta que Dom Miguel havia usurpado em um golpe e negado o casamento com a Glorinha.(Tem post dela aqui, a carioca que foi Rainha de Portugal e uma boa Rainha).
Ela virou Duquesa de Bragança e no dia sete de abril de 1828, Dom Pedro e Amélia, deixaram pra trás: Pedro, Januária, Paula e Francisca e levaram a Glorinha, tudo no calar da noite, bem no jeitinho português de sair à Francesa.
Foram para Paris, penhoraram as joias de Amélia, para conseguirem se manter e para planejarem como conseguiriam o trono de Portugal de volta, lá Amélia chegou grávida da primeira filha, enjoou a viagem inteira e confirmou na chegada. A bebê nasceu linda e saudável e colocaram um nome muito criativo na menininha francesa, Maria Amélia, pra ficar bem diferente e não fazer confusão na nossa cabeça.
#Sqn!
Ela é Maria Amélia não porque a mãe era Amélia, mas pela madrinha ser Maria Amélia. Mas, espera aí, a avó não era Amélia?


Pedro lutou em diversas batalhas para conseguir o trono de volta. Quando tudo acabou, apesar de Dom Pedro I ter só trinta e cinco anos, ele estava um caco, tinha as costelas fraturadas, coração e fígado ferrados e Tuberculose. Então veio a falecer no Palácio de Queluz em 24 de setembro de 1834.
Ela não se decepcionou com ele. Eles ficaram casados cinco anos, mas quando ele faleceu ela não teve nenhuma intenção de se casar novamente e tinha que cuidar que o irmão, que era o Duque Augusto que havia vindo com ela para o Brasil e tornou-se Duque aqui, um homem muito lindo, que encantou a Maria da Glória, então ela não podia ficar curtindo luto, tinha logo que deixar a entiada em segurança e em 1835, ano seguinte, casou o irmão com a Glorinha(Tem post aqui na página sobre a Rainha Carioca) só que esse irmão morre do nada. Ele pega uma infecção de garganta, com vinte e cinco anos, passa mal por uma semana e Jaz. Então Como Glorinha iria ter que se casar novamente, pela terceira vez, pois já tinha tido o casamento não consumado com o Tio Miguel que deu o Golpe no trono e não casou com ela, tinha o segundo marido que morreu do nada e tinha que arrumar o terceiro, acharam Amélia meio " urubuzenta" e expulsaram ela do Palácio.(Tipo...Essa tem dedo podre) mas, Glorinha casa com um príncipe maneiríssimo que reaproxima as duas e diz que aquilo tudo era intriga da oposição.
A Vida dela não era um morango nem na Corte.
Aos vinte e dois anos, linda, Dona Amélia ficou viúva e tentou de toda forma se dedicar a educação das duas meninas. Pensou, marido nunca mais!
Ela ficou alguns anos na Baviera, visitou a irmã na Suécia, visitou a Inglaterra. Em 1839 ela volta a Portugal, pois queria viver próximo ao túmulo do marido que pra ela era um Santo, alugou um Palácio que é onde hoje, funciona a Embaixada Francesa e ficou lá até 1846.
A Filha Maria Amélia era uma intelectual, apaixonada em estudar e ela resolveu acompanhar a filha até Munich, onde ela tinha sido uma das primeiras mulheres a ser admitida na Universidade.
Amélia recebeu uma herança muito grande, por conta da venda das terras da família em Monza, então comprou um Palácio na Baviera, muito bonito, onde hoje funciona uma escola.
E vivia muito bem financeiramente.
Maria Amélia se formou em Física e Astronomia, e já estava combinado dela casar com o Primo Maximiliano.
Em 1850 ela pegou "Escarlatina" e isso evoluiu para uma tuberculose. Foram para a Ilha de Madeira em 1852, para Maria Amélia se recuperar em um clima mais ameno.
Mas, pra completar sua tristeza, Maria Amélia faleceu aos vinte e um anos de idade devido ao agravamento da doença na Ilha de Madeira e Amélia com quarenta anos, decidiu ser uma pessoa solitária e se dedicar apenas a caridade e a hospitais que cuidavam de tuberculose. Doença que levou o marido e a filha precocemente.
Ela voltou pra Lisboa e nunca mais saiu de lá.
Construiu diversas obras de caridade e investiu seu dinheiro nos estudos para a cura da Tuberculose.
Deixou muitas joias de herança, algumas vieram para o Brasil para Dom Pedro II, e a Tiara Bragança que era cheia de diamantes que foi um presente comprado por Dom Pedro I da herança dos filhos de Leopoldina, foi parar na Suécia, pois a única irmã de Amélia era a Rainha da Suécia e conscidentemente, hoje ela é usada pela Rainha Silvia que é filha de brasileira, morou doze anos em São Paulo e tem dupla nacionalidade.
Em 2012, quando Leo foi exumada pela minha best, gurua eterna, Valdirene Ambiel, o corpo de Dona Amélia também foi estudado. Ela faleceu em janeiro de 1873, aos sessenta anos de idade e sofria de enxaquecas e forte escoliose. Foi sepultada no Panteão de São Vicente, junto com Maria Amélia "a filha" , mas depois veio transladada para a Cripta do Monumento da Independência junto com o "Santo" para ela, o "Demonão" para Domitila e o " Galinha" pra Leo, vulgo, Dom Pedro I.
Essa foi nossa Terceira Imperatriz, que apesar de esquecidinha nos livros de história, também contribuiu pra história do nosso país.
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