"Abagge, a primeira panificadora do Batel" 1982

Quando a Panificadora Abagge foi inaugurada no bairro Batel, a maioria das pessoas ainda comprava pão em armazéns, e as padarias priorizavam o fornecimento para bares. Isso aconteceu há treze anos e meio, numa época em que não havia outra padaria no bairro.

ANTIGO MOINHO DE TRIGO

O imóvel onde hoje funciona a Panificadora Abagge, na esquina da Avenida Sete de Setembro com a Rua Bento Viana, já teve outros usos. Inicialmente, foi um moinho de trigo. Depois, passou a ser depósito da Remington, até ser transformado em panificadora. A família Abagge trouxe experiência no setor, iniciada por José Nicolau na década de 1930.

Ao iniciar suas atividades, já oferecia também serviços de mercearia. Há cerca de dois meses, passou a funcionar como lanchonete. Segundo José Nicolau Abagge Neto, proprietário, esse tipo de atendimento foi implantado devido à carência existente na região. “Não havia nenhum local onde as pessoas pudessem tomar um café da manhã aqui por perto. Elas precisavam ir até o centro para isso. Nós buscamos oferecer um pouco mais de comodidade para quem quer começar o dia fora de casa”, explica ele.

De fato, as demais lanchonetes da região não funcionam pela manhã. Próxima à padaria Abagge, há uma outra padaria que abre apenas no fim da tarde. As demais, principalmente na Avenida Batel, só funcionam à noite.

A PRIMEIRA PADARIA

Talvez por ter sido a primeira padaria do bairro, a Abagge teve, desde o início, um grande movimento. Na época, as padarias mais próximas da região do Batel eram a Niko’s, próxima à Praça Rui Barbosa, e a Kaminski, na Água Verde. O movimento da Abagge continuou bom, mesmo com a chegada de outras padarias que foram se instalando posteriormente.

O único fator que impactou negativamente o fluxo de clientes foi a instalação dos ônibus-expressos na Avenida 7 de Setembro. Com a necessidade de criar canaletas exclusivas para esses ônibus, houve estreitamento das pistas e aumento significativo no tráfego de veículos. Isso dificultou o estacionamento, causando uma redução no número de clientes. Mesmo assim, os fregueses mais antigos continuam comprando lá e há muitos outros que ainda aparecem eventualmente.

Em relação à concorrência, José Nicolau acredita que ela existe, mas em pequena escala. “O Supermercado Real fica logo na esquina e o serviço de panificação deles é muito bom. Além disso, eles oferecem uma variedade de produtos que permite obter lucro em outros setores. Por isso, podem vender o pão com preço inferior ao nosso”, comenta. Ele destaca que a clientela da Abagge é fiel e valoriza o atendimento e a qualidade, o que justifica a preferência.

ENCOMENDAS ESPECIAIS

Além do atendimento tradicional de padaria, a Abagge também oferece encomendas especiais para festas e eventos. Os pedidos são feitos sob medida.

Esse tipo de serviço, que oferece produtos personalizados para festas conforme o tamanho solicitado pelos clientes e sempre encomendados com antecedência, tem apresentado resultados bastante satisfatórios. Isso se destaca ainda mais ao considerar que não é um serviço comum em outras padarias.

Sobre a clientela, o proprietário comenta que há uma leve queda na frequência logo após o reajuste no preço do produto. No entanto, essa redução não dura muito e logo tudo volta ao normal. Talvez, devido aos frequentes aumentos em outros produtos, as pessoas já não reclamem tanto do aumento no preço do pão.

sexta-feira, 30 de maio de 2025

"Abagge, a primeira panificadora do Batel" 1982

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