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sábado, 8 de julho de 2023

Nilo Cairo da Silva (Paranaguá, 12 de novembro de 1874 – Rio de Janeiro, 6 de junho de 1928)

 Nilo Cairo da Silva (Paranaguá12 de novembro de 1874 – Rio de Janeiro6 de junho de 1928)


Nilo Cairo da Silva
Nascimento12 de novembro de 1874
Paranaguá
Morte6 de junho de 1928
Rio de Janeiro
CidadaniaBrasil
Alma mater
Ocupaçãomédicoengenheiro

Nilo Cairo da Silva (Paranaguá12 de novembro de 1874 – Rio de Janeiro6 de junho de 1928) foi um médicoengenheiro militarbacharel em matemática e ciências físicas e professor catedrático Brasileiro.

Nilo Cairo é considerado o criador intelectual da Universidade do Paraná, futura UFPR.

Biografia

Vida e legado

Natural de Paranaguá, Nilo Cairo da Silva nasceu na quinta-feira, dia 12 de novembro de 1874 e foi filho do militar Simplício Manoel da Silva Junior. Fez seus estudos primários em sua terra natal e na adolescência mudou-se para a cidade do Rio de Janeiro aonde assentou praça no Colégio Militar.

No Exército Brasileiro estudou no Estado Maior de Engenharia tornando-se engenheiro militar. Em 1891 foi promovido a 2° tenente da engenharia e 1° tenente em 1899. Em 1904 ao realizar uma manobra militar mal sucedida, teve dois tímpanos rompidos e assim foi afastado dos serviços militares da ativa. Em fevereiro de 1911 Nilo Cairo foi promovido a capitão.

Nilo Cairo foi muito estudioso e curioso pelas mais diversas áreas do conhecimento, sendo assim, estudou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e em 1903 recebeu o grau de Doutor ao defender a tese “Similus Similibus Curantur”. Alem da engenharia militar e da medicina, Nilo bacharelou-se em Ciências Físicas e Matemática.

Tese Defendida por Nilo Cairo para a conclusão do Curso de Medicina na Faculdade do RJ - 1903

Ainda no Rio, Nilo contraiu matrimônio, porém, sua esposa logo faleceu em decorrência do parto do primeiro filho do casal e o mesmo, que nasceu deficiente, também faleceu alguns anos depois.

Em 1906, logo após a morte da esposa, deixou o Rio de Janeiro e mudou-se para Curitiba. Na capital paranaense dedica-se a medicina homeopática ao abrir uma clínica especializada.

Na homeopatia Nilo Cairo preocupou-se não somente em clinicar, mas também ajudou a divulgar a ciência ao escrever vários livros sobre o assunto e na criação de periódicos. Com a ajuda de Domingos Velozo fundou, em 1906, a Revista Homeopática do Paraná, que mais tarde virou Revista Homeopática Brasileira e também criou o Dispensário Homeopático Infantil.

Entre os diversos livros que Nilo escreveu em sua vida, muitos são especializados na medicina homeopática, como: Medicamentos Completos, de 1905; Tratamento Homeopático da Coqueluche, de 1906; Tratamento Homeopático da Influenza, de 1907; Guia Homeopático Brasileiro, de 1908; Tratamento Homeopático de Moléstias Tropicais, de 1909; O 606 em Homeopatia, de 1911; Tratamento Homeopático das Diarreias Infantis, de 1917. Entre seus livros encontramos também: Guia Prático da Cultura e Preparação do Fumo, 2° edição em 1922; O Livro da Cana de Açúcar, de 1924; A Cultura de Terra, entre outros. Ao longo de sua vida, Nilo Cairo colaborou em jornais e revistas do Rio de Janeiro e Paraná com artigos, principalmente de medicina.

Com uma extensa lista de livros publicados em diversas áreas, foi convidado a entrar para a Academia Paranaense de Letras e hoje a cadeira trinta e cinco desta entidade tem como o patrono o Dr. Nilo Cairo.

Pouco tempo depois do seu retorno ao Paraná, Nilo casou-se novamente e neste período mora na cidade de Palmeira, interior do estado, por algum tempo.

Nos primeiros anos do século XX, Nilo Cairo ressuscita em antigo sonho de Rocha Pombo que é o de dotar Curitiba com uma Universidade. Para isto reuniu forças com alguns intelectuais e autoridades com a intenção de colocar em prática esta ideia. Entre estas autoridades esta Victor Ferreira do Amaral, deputado e diretor de instrução pública do estado, além de Plínio Tourinho, Flávio Luz, entre outros. Este grupo aproveita a alteração de uma lei, a Lei Orgânica do Ensino modificada em 5 de abril de 1911 que desoficializava o ensino superior e criam, em 19 de dezembro de 1912, dia que comemora a Emancipação do Estado, a Universidade do Paraná, instituição embrião da Universidade Federal do Paraná. Assim a primeira diretoria da nova Universidade fica constituída da seguinte forma:

  • Victor Ferreira do Amaral – diretor;
  • Euclides Bevilacqua – vice – diretor;
  • Nilo Cairo – 1° secretário;
  • Daltro Filho – 2° secretário;
  • João Barcellos – tesoureiro;
  • Hugo Simas – bibliotecário.

O primeiro ano letivo da nova Universidade inicia-se em março de 1913 no prédio alugado da família Miró, na Rua Comendador Araújo, n° 560, e os professores pioneiros da UFPR foram: Mário e Plínio Tourinho; Daltro Filho; Bezerril; Baeta de Faria e Teófilo Duarte.

Além de ocupar o cargo de 1° secretário da então Universidade do Paraná entre 1913 e 1917, Nilo lecionou fisiologia, patologia geral e anatomia patológica no curso de Odontologia e homeopatia e terapêutica homeopática no curso de Medicina, entre outras disciplinas ministradas nos cursos de Farmácia e Engenharia (geologia e mineralogia).

Seu discurso “Liberdade de Ensino e Liberdade Profissional” proferido aos formandos e convidados por ocasião da colação de grau das primeiras turmas da Universidade, em 1914, foi amplamente divulgado por jornais locais e nacionais e publicado em vários periódicos.

Por questões políticas de âmbito nacional, a universidade foi dissolvida em várias faculdades no final da década de 1910 e por essa razão e mais a insatisfação aos políticos paranaenses em não lutarem pela Universidade do Paraná, Nilo ausentou-se do estado por algum tempo, indo morar no interior paulista. Após retornar a Curitiba, alguns anos depois, voltou a lecionar nas faculdades, agora desmembradas, da “antiga” Universidade do Paraná.

Em 1925 afastou-se das salas de aula em função de problemas de saúde e logo em seguida transferiu residencia para sua cidade natal. Alguns anos antes Nilo casou-se pela terceira vez, agora com Ermelina Schmidt.

Falecimento e homenagens

Morando em Paranaguá e afastado da vida acadêmica de docente em função de problemas ocasionados por uma úlcera estomacal, em 1928 Nilo viajou para a cidade do Rio de Janeiro com a intenção de tratar a enfermidade, porém, na quarta-feira, dia 6 de junho de 1928, faleceu, na capital federal, Nilo Cairo da Silva aos 53 anos e 06 meses de idade.

Em 1933 seus restos mortais foram transladados do Rio de Janeiro para Curitiba e colocados no pedestal do seu busto, que estava sendo inaugurado em frente do prédio da “antiga” Universidade do Paraná (ainda desmembrada em várias faculdades) e futura UFPR, na Praça Santos Andrade.

Além do busto, as homenagens ao médico homeopata, engenheiro e um dos fundadores da primeira universidade federal brasileira são inúmeras, porém, destacam-se duas: em Apucarana, cidade do interior do Paraná, encontra-se o Colégio Estadual Nilo Cairo, a maior escola do município e da região e no centro da capital paranaense esta localizado a Rua Nilo Cairo, duas justas homenagens ao parnanguara que realizou o sonho da “Liberdade de Ensino e Liberdade Profissional”. Outra homenagem é por parte no Curso de Medicina da Universidade Federal do Paraná, DANC, aonde o diretório acadêmico leva o seu nome.

Referências

  • André Fedalto (7 de setembro de 2009). «Quem foi Nilo Cairo – Diretório Acadêmico Nilo Cairo (DANC)». Consultado em 29 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 17 de janeiro de 2012
  • Yimg (n.d.). «Nilo Cairo». Consultado em 1 de dezembro de 2009. Arquivado do original em 3 de março de 2016
  • Redação. Filha de Nilo Cairo Relembra suas Obras. Gazeta do Povo, Curitiba, 12 nov. 1968
  • CARNEIRO, David. A Universidade e o Centenário do Dr. Nilo Cairo. Gazeta do Povo, Curitiba, 13 nov. 1974
  • FILHO, B. Nicolau do Santos. Conheça Nilo Cairo da Silva – Um Conterrâneo de Muito Valor. O Estado do Paraná, Curitiba, 17 nov. 1974
  • Redação. Nilo Cairo. Gazeta do Povo, Curitiba, 26 jun. 1993
  • Redação. UFPR Comemora 50 Anos da Morte de Nilo Cairo. Diário Popular, Curitiba, 31 mai. 1978
  • WACHOWICZ, Ruy Christovam. A Universidade do Mate: História da UFPR, Editora da UFPR, Curitiba. 1983