Mostrando postagens com marcador O Barão de Teffé e a Defesa do Porto de Antonina. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador O Barão de Teffé e a Defesa do Porto de Antonina. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 2 de março de 2023

O Barão de Teffé e a Defesa do Porto de Antonina, 1877.

 O Barão de Teffé e a Defesa do Porto de Antonina, 1877.

Em 1877, devido à cobrança de comerciantes para que se desobstruísse o porto de Antonina, o governo imperial solicitou ao engenheiro Barão de Teffé novos exames no local com o objetivo de orçar o arrasamento das rochas submarinas. O seu Relatório dos Trabalhos e Estudos Realizados na Bahia de Antonina, publicado no mesmo ano, é um contraponto aos relatórios das comissões anteriores e propõe, inclusive, um novo traçado para a ferrovia. Nele, o engenheiro defendeu sua imparcialidade política com relação à “Guerra dos Portos” e contrariou aos engenheiros Moraes e Jardim que consideravam custosas as obras na Baía de Antonina. Para Teffé, as seis rochas submarinas (lajes) totalizam 680m3 e sua dinamitação demandaria 350 dias de trabalho com uma despesa de 85 contos de réis. O engenheiro argumentou que a dinamitação de rochas submarinas era o que tinha de mais avançado na engenharia hidráulica, ramo do qual havia se especializado, e que o porto de Antonina já era o preferido dos carregadores e, com o melhoramento, teria mais segurança e atrairia mais navios.

O engenheiro citou alguns portos do Brasil e da Europa para rebater a ideia de que o porto de Antonina é acanhado e enfatizou a sua posição geográfica, próxima da capital e, sobretudo, do Vale do Rio Cachoeira. Essa ênfase dada ao Vale do Rio Cachoeira se justifica pela proposta do engenheiro de desviar o traçado da ferrovia para essa região, comunicando Antonina à Colônia Assungui. Na visão do engenheiro, a natureza não só privilegiou a cidade de Antonina como empório marítimo, mas também predestinou as terras do Vale do Rio Cachoeira para o estabelecimento de colônias agrícolas.

Com o argumento de que o transporte marítimo é mais econômico que o terrestre, Teffé condenou a ideia de se construir uma ferrovia às margens de uma baía e destacou que, para chegar à Paranaguá, a ferrovia teria que cortar uma região alagadiça, o que torna a obra mais custosa. Teffé, portanto, propôs a construção de uma estrada ligando Antonina à Colônia Assungui, bem como um novo traçado para a ferrovia que, segundo o engenheiro, deveria vencer a Serra do Mar entre as serras do Guaricana e Capivari, evitando os altos custos para transpor a íngreme Serra do Marumbi. No seu traçado, o objetivo é procurar o caminho menos íngreme entre Antonina e Curitiba, bem como beneficiar regiões potencialmente agrícolas, ou seja, o Vale do Rio Cachoeira. O relatório do Teffé dará novo ânimo à “Guerra dos Portos”, pois era o primeiro parecer a favor de Antonina.

O esboço topográfico abaixo foi elaborado por Teffé para justiçar seu projeto ferroviário.


Nenhuma descrição de foto disponível.

quinta-feira, 12 de agosto de 2021

O Barão de Teffé e a Defesa do Porto de Antonina, 1877.

 O Barão de Teffé e a Defesa do Porto de Antonina, 1877.

Em 1877, devido à cobrança de comerciantes para que se desobstruísse o porto de Antonina, o governo imperial solicitou ao engenheiro Barão de Teffé novos exames no local com o objetivo de orçar o arrasamento das rochas submarinas. O seu Relatório dos Trabalhos e Estudos Realizados na Bahia de Antonina, publicado no mesmo ano, é um contraponto aos relatórios das comissões anteriores e propõe, inclusive, um novo traçado para a ferrovia. Nele, o engenheiro defendeu sua imparcialidade política com relação à “Guerra dos Portos” e contrariou aos engenheiros Moraes e Jardim que consideravam custosas as obras na Baía de Antonina. Para Teffé, as seis rochas submarinas (lajes) totalizam 680m3 e sua dinamitação demandaria 350 dias de trabalho com uma despesa de 85 contos de réis. O engenheiro argumentou que a dinamitação de rochas submarinas era o que tinha de mais avançado na engenharia hidráulica, ramo do qual havia se especializado, e que o porto de Antonina já era o preferido dos carregadores e, com o melhoramento, teria mais segurança e atrairia mais navios.

O engenheiro citou alguns portos do Brasil e da Europa para rebater a ideia de que o porto de Antonina é acanhado e enfatizou a sua posição geográfica, próxima da capital e, sobretudo, do Vale do Rio Cachoeira. Essa ênfase dada ao Vale do Rio Cachoeira se justifica pela proposta do engenheiro de desviar o traçado da ferrovia para essa região, comunicando Antonina à Colônia Assungui. Na visão do engenheiro, a natureza não só privilegiou a cidade de Antonina como empório marítimo, mas também predestinou as terras do Vale do Rio Cachoeira para o estabelecimento de colônias agrícolas.

Com o argumento de que o transporte marítimo é mais econômico que o terrestre, Teffé condenou a ideia de se construir uma ferrovia às margens de uma baía e destacou que, para chegar à Paranaguá, a ferrovia teria que cortar uma região alagadiça, o que torna a obra mais custosa. Teffé, portanto, propôs a construção de uma estrada ligando Antonina à Colônia Assungui, bem como um novo traçado para a ferrovia que, segundo o engenheiro, deveria vencer a Serra do Mar entre as serras do Guaricana e Capivari, evitando os altos custos para transpor a íngreme Serra do Marumbi. No seu traçado, o objetivo é procurar o caminho menos íngreme entre Antonina e Curitiba, bem como beneficiar regiões potencialmente agrícolas, ou seja, o Vale do Rio Cachoeira. O relatório do Teffé dará novo ânimo à “Guerra dos Portos”, pois era o primeiro parecer a favor de Antonina.

O esboço topográfico abaixo foi elaborado por Teffé para justiçar seu projeto ferroviário.

Nenhuma descrição de foto disponível.