fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
quinta-feira, 5 de maio de 2022
King Kong apelido do ônibus que fazia a linha São Paulo x Santos 1933.
King Kong apelido do ônibus que fazia a linha São Paulo x Santos 1933.
Em 1916, a via que liga a região norte-sul de São Paulo foi oficialmente inaugurada com o nome do mártir da Independência.
Em 1916, a via que liga a região norte-sul de São Paulo foi oficialmente inaugurada com o nome do mártir da Independência.
Em 1916, a via que liga a região norte-sul de São Paulo foi oficialmente inaugurada com o nome do mártir da Independência. Mas a avenida Tiradentes já existia desde antes de seu homenageado, Joaquim José da Silva Xavier (1746-1792), existir e era chamada de Estrada Real de Guarepe, o nome de um rio que corria por ali. No fim do século 19, o local ainda era bem rural, com porcos e galinhas correndo livres pelas ruas. Já no século 20, Antonio da Silva Prado (1840-1929), que foi prefeito da cidade entre 1899 e 1911, fez do lugar uma das vitrines de sua gestão: alinhou o traçado da rua margeada por palacetes (foto), criou uma faixa dupla para o tráfego e plantou muitas árvores. Em 1909, um estrangeiro registrou sua impressão: “a gente se sente em Paris”. Com fotografia de Guilherme Gaensly, registro da avenida em 1921.
: A foto mostra uma rua larga e arborizada, com árvores nas duas calçadas e na ilha, que divide as faixas para o tráfego. Às margens da avenida há palacetes, e também vemos postes de energia elétrica ao longo do caminho. Ao lado esquerdo da imagem está escrito: Homenagem a Tiradentes.
REVOLTA DOS CARROCEIROS Responsáveis até então pelo transporte de cargas entre a estação ferroviária e as casas comerciais da cidade, os carroceiros de Curitiba não aceitaram a circulação dos bondes de mulas, a partir de novembro de 1887.
REVOLTA DOS CARROCEIROS
Responsáveis até então pelo transporte de cargas entre a estação ferroviária e as casas comerciais da cidade, os carroceiros de Curitiba não aceitaram a circulação dos bondes de mulas, a partir de novembro de 1887.
REVOLTA DOS CARROCEIROS
Responsáveis até então pelo transporte de cargas entre a estação ferroviária e as casas comerciais da cidade, os carroceiros de Curitiba não aceitaram a circulação dos bondes de mulas, a partir de novembro de 1887. “Os bondes logo foram execrados pelos carroceiros em razão da competição que faziam quanto ao transporte de cargas”, resgatou em 2012 o jornalista Cid Destefani na coluna “Nostalgia”, do jornal “Gazeta do Povo”.
Segundo anúncio veiculado na imprensa pela empresa Ferro Carril Curitybana, para bagagens e encomendas eram cobrados 100 réis para até 30 quilos; mais do que esse peso, a taxa era de 40 réis a cada 15 quilos. Havia ainda preços tabelados para que os carris levassem cargas urbanas, de importação e de exportação.
Os bondes carregavam de tudo, como criticou o editorial do jornal “Dezenove de Dezembro”, na edição de 4 de fevereiro de 1888. Em plena rua da Imperatriz (atual XV de Novembro), o vagão recebeu “um enorme caixão e outros volumes, ao chegar em frente à casa do Sr. Fernandes Loureiro”. “Pergunta-se: é isso admissível?”, alfinetou o veículo de comunicação. Além da incômoda carga no bonde exclusivo para passageiros, o jornal disse que a viagem atrasou devido à parada.
Nem uma semana após a viagem inaugural, o jornal “Gazeta Paranaense” já relatava ataques aos bondes, o que chamou de “perversidade”. “Aproveitando a escuridão da noite – esta irmã do crime, lançam sobre os trilhos dos bonds enormes pedras e atravessam-n'os com imensos pedaços de páos.” Ainda de acordo com a publicação, no dia em que o sistema começou a operar já houve sabotagens, justamente ao veículo em que seguia o chefe de polícia. Ele, então, colocou seis policiais à disposição da empresa Curitybana, para coibir os atos.
O gerente da empresa, no entanto, dispensou a atuação dos “praças” para evitar os incidentes. A “Gazeta Paranaense” relatou, no dia 30 de novembro, um princípio de conflito na antiga rua Matto Grosso (não é possível saber em qual trecho). Um carroceiro, após descarregar, não saiu dos trilhos para dar passagem ao bonde, apesar dos apitos. Questionado pelos condutores, ele teria respondido que estava descansando. Os funcionários do empresa Curitybana, então, tentaram retirar a carroça dali, o que chamou a atenção de outros carroceiros, que saíram em defesa do colega e deram início a um “grosso salceiro”.
Os casos continuaram. Quem conta, desta vez, é o jornal “A Republica”, na edição de 8 de novembro de 1888. De acordo com o relato, carroceiros transportavam barro para o Largo do Mercado (antiga Cadeia Pública de Curitiba e atual Paço Municipal) e ocuparam os trilhos. Intimados pelo condutor a liberarem a passagem, continuaram o serviço. O bonde ficou parado por pelo menos quinze minutos: “Por apitos successivos, retiraram-se apressadamente. Pedimos providencias para abusos de tal ordem”.
Em 1895, o Código de Posturas Municipais instituiu uma multa de 5 mil réis para qualquer pessoa que atrapalhasse a circulação dos bondes, fosse por parar veículos nos trilhos ou por tentar sabotá-los com paus, pedras e outros objetos que impedissem o trânsito ou levassem ao risco de descarrilhamento. No final de abril de 1896, os carroceiros de Curitiba fizeram uma greve. Segundo “A Republica”, aqueles que queriam trabalhar eram ameaçados. Os colonos, depois de venderem seus produtos, ajudaram a transportar cargas, sob a proteção da polícia.
Dois anos e meio depois, uma norma municipal disciplinou o trabalho da categoria. A lei 13 de 1898, publicada pelo jornal “O Municipio”, apontado como o “órgão da municipalidade de Curityba”, normatizou o serviço de transporte de cargas, inclusive nos bondes. As matrículas, tanto de carroceiros, cocheiros, condutores e carregadores, eram emitidas pela Câmara Municipal apenas para maiores de 14 anos de idade.
(Fonte: www.cmc.pr.gov.br).
Paulo Grani.
CURIOSO TESTAMENTO DE MATEUS LEME Bandeirante paulista, Mateus Leme foi um dos primeiros povoadores de Curitiba, estabelecendo-se, com numerosa família, num sítio da região do rio Barigui.
CURIOSO TESTAMENTO DE MATEUS LEME
Bandeirante paulista, Mateus Leme foi um dos primeiros povoadores de Curitiba, estabelecendo-se, com numerosa família, num sítio da região do rio Barigui.
CURIOSO TESTAMENTO DE MATEUS LEME
Bandeirante paulista, Mateus Leme foi um dos primeiros povoadores de Curitiba, estabelecendo-se, com numerosa família, num sítio da região do rio Barigui. Nomeado Capitão-Povoador e sesmeiro pelo Capitão-Mor Gabriel de Lara, assinou o auto de criação do pelourinho de Curitiba em 1668. Mais tarde, em 1693, os habitantes se reuniram e solicitaram à Mateus Leme, por petição, a criação da Vila de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais, hoje Curitiba.
O testamento de Mateus Leme, conforme detalhado adiante, demonstra como os homens públicos antigamente se entregavam de corpo e alma para os trabalhos visando o bem da coletividade, terminando sua vida, quase sempre, sem ostentação e sem bens materiais:
Testamento do Capitão Povoador Mateus Martins Leme, redigido em 02/06/1695, (grafia transcrita do original):
"Em nome da Santíssima Trindade Padre filho e Espírito Santo três pessoas e hum só Deus uerdadeiro. Saibam quantos este público Istromento uirem em como no ano do nascimento denosso Senhor Jesus Cristo demil e seis sentos e e nouenta e sinco anos aos dous dias domez de Junho do dito anno, eu Mateus Martis Leme estando em cama, faso este meu testamento da foram seguinte:
Primeiramente encomendo minha alma a Santíssima Trindade, que acriou e rogo ao padre eterno pellamorte e paicham do seu unigenito filho a queira reseber como resebeu a sua estando pera morer na aruore da uera Crus e a meo Senhor Jezus Cristo pesso por suas divinas chagas que va que nesta uida me fesmercê dar seu presioso sange emeresimento deseus traualhos me faxa também mercê nauida que esperamos dar o prêmio quilhe agloria e pexo e rogo a gloria Virgem Maria mãy de deus e ao anio de minha garda e atodos os santos de quem sou deuoto queira por mim emtreseder agora e quando minha alma deste corpo sair porque como uerdadeiro cristam protesto deuiver emorer em asanta fé católica e nesta fé espero saluar minha alma não p’ro meus meresimentos, mas pellos da paicham d’ungenito filho de deus;
Rogo a meu genro Antonio da Costa celozo e a Capptam. Mór agostinho de fiqueiredo, em Pernaguá Manoel velozo que per seruisso de deus queiram ser meu testamenteiro, feitores e procuradores de meus beis – meu corpo será sepultado nesta Igreia matris no Cruzero de Tailho do arco aonde está sepultado meo filho Miguel Martins – Declaro que não deuo diuidas nem huas somente duas colheres e hua tomoladera que possa ter quatro patacas de peso pouco mais ou menos; declaro que estas duas colheres e a tomoladera deuo a manoel picam de dote; declaro que sou casado com antonia de goes em fase da Igreia da qual tiue dous filhos machos a sauer – Antonio Martins yá defunto e Mateus Leme e a anna maria da silva e a maria Leme mulher de manoel picam;
declaro que caseia anna maria da silva com antonio da Costa uelozo lhe dev seu dot porem cheiro tudo q lhe prometti não lhe resto a deuer nada;
declaro que cazei a minha filha maria Leme com manoel Picam e lhe entregey todo dote que lhe prometi so lhe resto as duas colheres e atamoladera que asima digo;
declaro que o defunto meo filho Antº. Martins que deus aia quando se cazou com a filha de baltezal carrasco leuou sincoenta rezes emtre piquenas e grandes e hu rapagam de quinze ou uinte annos e tres espigardas e se quizer entrará com tudo isto a colasam;
declaro que tenho em casa de mateus Leme hu negro por por nome uicente e hua rapariga por nome maria e hum negreo seu melaton hu negro por nome manoel, o coal defunto ficará por sua conta; declaro que tinha encarregado o meu filho mateus Leme o gado quer bacum e caualgaduras ouelhas e a feramentatodas machados, foises emchadas e feramenta de carpintaria toda; declaro que tenho hu casal de pessas manoel com sua mulher marsela, hu filho por nome gaspar, hu neto por nome Inosensio;
Bernardo com sua mulher anna seu filho por nome faustino hu neto por nome siriaco, hua neta por nome maria que está em casa demateus Leme;
Francisca com tres netos simoa Paulo e Juan – André e seu irmão pedro e sua Irmã Theodosia – Leam soltero e seu neto Lazaro – Felipe soltero faustina tapanhuma, soltera;
Declaro que grauuiel e palinario os deichou o defunto meu pay deus aia em Sam paullo forros com condisam que a grauiel com hua bastarda de minha obrigasaram a coal uruana deicho per forra e livre de oie pera sempre;
Declaro que tenho hum cazal de pessas hu índio por nome Joseph e sua mulher Domingas com hua filha por nome merensia, a dita merensia com hua filha de peito e este cazal de pessas pelos bons seruissos que delle tenho resebido agazalhos e soccorros e boa companhia que só delles sou soccorrido e empar elo em todo os meus traualhos que me asistem com todo nesesario em todas as minhas nesesidades, assim que pesso a meus testamenros e erderos que com o dito cazal e sua filha e nete não entendam nem queiram sageitar por ser assim minha ultima uontade, mas antes socoram em sua nesesidades;
Declaro que tenho mais hua negra madanela com seu filho nicolau e nicolau com duas filhas por nome Lourença e outra por nome Domingas; Declaro que tenho hu bastardo por nome Luis ao qual deicho por minha morte por esmola hu rapas do gentio da terra por nome Inosensio, a qual deicho por esmola que em hum erdero meu podera entender-se com elle – declaro que Liam e gaspar cada hu tem hua espingarda iram com suas espingardas a quem couber; Declaro que Joseph fica com sua espingarda que nem hu erdero poderá entender com elle – Declaro que tenho hua tapanhuma por nome faustina a coal se venderá para satisfasam de meus legados entero acompanhamento e missas;
Declaro que me acompanhará o Pe. Vigro. Meo corpo com sua Crus e acrus das almas e denosa Senhora e porquanto esta he minha ultima uontade de modo que tenho dito peso a justisa de sua magestade fasam dar entero cumprimento e meus testamenteros nomeado lhe torno a pedir queiram ser meus testamenteros e de meus beis, tomem o mais bem posse delles e ou uendam pera meus legados he enteramente se nesesario forem vendelos e por esta hei por acauado este meu testamento que asinei em dito dia mês e annos atras. - Mateus miz Leme - Testemunhas: O P. Vigario Antonio de Aluarenga, Antonio A. Martins, Antonio Roiz Seixas, Luiz de Sequeira, Garcia Rodrigues Velho."
Paulo Grani
***Santa Felicidade *** A Foto retrata uma Procissão que foi realizada na década de 1930. O terreno desocupado, é o local onde foi construído a empresa de Vinhos Durigam.
***Santa Felicidade ***
A Foto retrata uma Procissão que foi realizada na década de 1930. O terreno desocupado, é o local onde foi construído a empresa de Vinhos Durigam.
Educandário Santa Felicidade - 1953 ***(Atualmente no local funciona a Escola Estadual de Educação Especial Lucy Requião de Mello e Silva.)-*Av. Manoel Ribas, 7119
Educandário Santa Felicidade - 1953
***(Atualmente no local funciona a Escola Estadual de Educação Especial Lucy Requião de Mello e Silva.)-*Av. Manoel Ribas, 7119
Avenida Manoel Ribas. - 1943 ***Foto de Arthur Wischral ***
Avenida Manoel Ribas. - 1943
***Foto de Arthur Wischral ***
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