sábado, 21 de maio de 2022

A CHAMADA "RUA DO CHAFARIZ" Ao se falar dos Chafarizes de Curitiba, logo vem em mente o Chafariz da praça Zacarias, instalado lá em 1871, o que motivou o lugar ser chamado "Largo do Chafariz", entre outros nomes.

 A CHAMADA "RUA DO CHAFARIZ"
Ao se falar dos Chafarizes de Curitiba, logo vem em mente o Chafariz da praça Zacarias, instalado lá em 1871, o que motivou o lugar ser chamado "Largo do Chafariz", entre outros nomes.


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Maquete da Curitiba provinciana, onde vê-se a Capela mais à frente, com o caminho livre aos fundos.
Foto: Acervo Paulo José Costa.

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Foto de 1900, tirada dos fundos igreja, mostra a agora Rua José Bonifácio, antiga rua Fechada.
Foto: Acervo Gazeta do Povo.

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Foto da primeira década de 1900, mostra o chafariz como era, com as dez colunas e outras duas unidas por um arco, tendo ao centro uma espécie de tanque depositário da água da fonte. Esse formato propiciava que diversos animais pudessem saciar a sede simultaneamente, fato que acabou condenando o uso da água à população.
Foto: Fanny Volk. Acervo Cid Destefani.

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Colonos dão de beber aos animais no chafariz, foto da primeira década de 1900.
Foto: Acervo Cid Destefany.

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Na década de 1940, a Prefeitura circundou o bebedouro de ferro com paralelepípedos justificando garantir maior segurança, tirando sua beleza histórica.

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O bebedouro de ferro, circundado com paralelepípedos, escondendo seu formato original, de peça única fundida em ferro permanece oculto até os dias de hoje.
Foto: curitiba.pr.gov.br

A CHAMADA "RUA DO CHAFARIZ"
Ao se falar dos Chafarizes de Curitiba, logo vem em mente o Chafariz da praça Zacarias, instalado lá em 1871, o que motivou o lugar ser chamado "Largo do Chafariz", entre outros nomes.
O que poucos sabem é que, uma rua mais antiga, já foi chamada de "Rua do Chafariz", como vamos ver.
No lugar onde Curitiba nasceu, em 1668, foi edificada uma pequena capela de madeira, de onde irradiou-se as primeiras ruas a partir dela. Uma dessas ruas saía pela lateral da capela, em direção aos fundos dela.
Ainda no século 18, essa viela não tinha nome e suas designações variaram ao longo do tempo, provavelmente por não ter-lhe sido atribuído um topônimo específico. Nas atas da Câmara, lemos: “rua que vai da Matriz da Igreja” (1740); “rua detrás da Igreja” e “rua Direita fronteira a Matriz” (ambas em 1761).
Os anos passaram-se e a capela foi demolida para dar lugar a uma nova igreja, agora de pedra e barro, em estilo colonial, a qual foi inaugurada em 1721.
Sem maiores preocupações, a nova edificação ocupou o espaço da pequena viela que dava acesso aos fundos da igreja, impedindo seu antigo caminho aos fundos da igreja. Tal situação fez com que a população logo a chamasse de "Rua Fexada", recebendo assim o seu primeiro nome.
Em 1786, constata-se o primeiro uso formal do nome "Rua Fechada" em uma ata da Câmara, demonstrando que a interrupção abrupta de seu acesso ao fundo da igreja, criou junto a população tal termo.
Essa nomenclatura pode ser constatada em uma escritura de 1811, de venda de uma casa, onde lê-se: "na rua Fechada que faz frente para a rua do Rosário". Em um anúncio de emprego, de 1856, percebe-se também a denominação “Fechada”. O nome Rua Fechada, aparece consagrado também na planta de Curitiba, de 1857, e na maquete de 1876.
Em 1860, a coletividade resolveu levantar duas torres na igreja, porém a construção apresentou rachaduras o que motivou, em 1875, sua completa demolição.
Por ocasião da edificação da nova matriz, o projeto contemplou a relocação da Igreja mais para o lado, permitindo a reabertura da rua dando acesso à frente da igreja e à praça Tiradentes, sendo ela, então, uma importante via de ligação com a expansão territorial que já estava ocorrendo em direção oeste da igreja.
Em sua pequena extensão, ela passou a ligar a praça Tiradentes indo até o chafariz que havia sido edificado em 1853, lá nos fundos da igreja. Note-se que esse chafariz foi inaugurado quase vinte anos antes do chafariz da Zacarias.
Segundo o historiador Ruy Wachowicz, por tal proximidade com o chafariz a viela chegou a receber a denominação de "Rua do Chafariz", tempos em que a população servia-se diariamente da água que ali brotava, e cuja local também foi chamado de "Chafariz da Rua Fechada".
Em 1886, finalmente, a rua foi formalmente nominada com seu atual topônimo "José Bonifácio".
Infelizmente, o chafariz foi demolido em 1911, após a rede de água e esgoto de Curitiba ser instalada (1908), obrigando a população a aderir ao serviço da água encanada.
Após a demolição do chafariz, o local passou por várias metamorfoses, conforme constata-se nas fotos:
Paulo Grani

LEMBRA-SE DOS BISCOITOS E BOLACHAS LUCINDA ? Sua história deve-se ao empreendedorismo de Paulo Groetzner ao inaugurar uma padaria na Avenida João Pessoa (atual Luiz Xavier), na qual logo dedicou-se à fabricação de biscoitos e bolachas.

 LEMBRA-SE DOS BISCOITOS E BOLACHAS LUCINDA ?
Sua história deve-se ao empreendedorismo de Paulo Groetzner ao inaugurar uma padaria na Avenida João Pessoa (atual Luiz Xavier), na qual logo dedicou-se à fabricação de biscoitos e bolachas.


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1904, além da venda direta, carroças distribuíam os produtos pelos bairros e arredores de Curitiba.

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"Esse fato aconteceu em 1916, época em que chegara a Curitiba o primeiro avião, pilotado por Cícero Marques, transformando-se logo em novidade geral. Como não havia campo de aviação , foi utilizada a pista de corrida do Prado Velho para que o avião pudesse aterrissar.

 "Esse fato aconteceu em 1916, época em que chegara a Curitiba o primeiro avião, pilotado por Cícero Marques, transformando-se logo em novidade geral. Como não havia campo de aviação , foi utilizada a pista de corrida do Prado Velho para que o avião pudesse aterrissar.


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Piloto Cícero Marques e seu aeroplano, com a nova hélice.
Foto: Arquivo Gazeta do Povo.

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Interior da sala de montagem da antiga fábrica, década de 1910.
Foto: Acervo família Essenfelder

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Visita do Presidente do Paraná, Dr. Carlos Cavalcanti, acompanhado por escolta montada, à antiga fábrica de Pianos Essenfelder, década de 1910, sita à antiga Estrada da Graciosa.
(Acervo família Essenfelder)

FLORIANO ESSENFELDER E A PRIMEIRA HÉLICE DE AVIÃO DO BRASIL
"Esse fato aconteceu em 1916, época em que chegara a Curitiba o primeiro avião, pilotado por Cícero Marques, transformando-se logo em novidade geral. Como não havia campo de aviação , foi utilizada a pista de corrida do Prado Velho para que o avião pudesse aterrissar.
Apresentando-se ao público nesse local, Cícero Marques fez uma série de evoluções com o avião e, ao final de uma delas, quando empreendia nova aterrissagem , teve quebrada a hélice do aparelho ao tocar o solo. Na ocasião, não existia outra hélice no Brasil. Para vir da Europa, de navio, a peça levaria cerca de três meses. Foi ai que Jorge Leitner, conhecedor da capacidade artesanal dos Essenfelder, teve a idéia de procurá-los, expondo-lhes o problema. Em companhia do piloto do avião, vieram à Fábrica Essenfelder, mostrando-lhes a hélice quebrada e perguntando-lhes se eram capazes de fazer outra igual. Mesmo não dispondo de tempo suficiente, face ao trabalho na fábrica, Floriano foi quem aceitou o desafio e, depois de examinar detalhadamente a hélice quebrada, reuniu a madeira adequada e começou logo a trabalhar. Entusiasmou-se tanto pelo serviço que passou a executá-lo durante a noite, para ganhar tempo.
Antes que estivesse totalmente pronta, Floriano não deixou que ninguém visse a nova peça, terminando-a em tempo recorde, pouco mais de vinte dias. Para surpresa de todos, aquela hélice aqui construída era mais leve e mais resistente que a original. Aplicada ao avião, a peça foi posta a funcionar, atendendo plenamente às exigências. A tarefa estava cumprida.
Mais tarde, o Governo do Estado fazia igual pedido de outra hélice e Floriano fabricou-a, igual à primeira, tendo sido levada ao Uruguai, onde fez parte da mostra industrial do Paraná, na Exposição Sul-Americana. Em conseqüência dessas exposição, Floriano ganhou um diploma e uma medalha de ouro. O mais importante é que alguns observadores franceses viram o trabalho e, sem muito tardar, chegou uma proposta do Governo Francês, vinda de Paris, pedindo-lhe que construísse um número expressivo de hélices. Ao receber a noticia por telegrama , ponderou e resolveu não atender à solicitação, justificando, segundo palavras de sua esposa, três motivos principais:
1 — Sendo alemão de nascimento, não poderia fabricar hélices para a França, que estava em guerra contra a Alemanha;
2 — 0 Brasil não participava da guerra;
3 — Seu pai não queria que se descuidasse dos afazeres próprios e ele mesmo não admitia se afastar da fábrica de piano, pois nas horas difíceis Floriano era um incansável lutador. A ele se deve grande parcela do sucesso de F. Essenfelder & Cia.
Durante a guerra de 1945, realizou importante trabalho: projetou várias máquinas para produção de pianos, principalmente aquelas destinadas à elaboração de peças dos mecanismos, uma vez que a época não permitia a importação e era de vital importância possuí-las.
O seu grande espírito humanitário fez dele um participante de diversas sociedades filantrópicas, tendo recebido, no dia 06 de maio de 1958, o titulo de "Cidadão Honorário de Curitiba ". Foi agraciado com a "Medalha de Mérito de Santos-Dumont", concedida pelo Ministério da Aeronáutica em 1961. Como desportista, praticou vários esportes e foi um dos atletas do Coritiba Foot Bali Club, destacando-se também em competições de tiro ao alvo e caça.
Nessa época, a imprensa curitibana enalteceu-lhe a personalidade enfocando o fato que lhe proporcionou tão excelso merecimento: "Um dia, quando se compuser devidamente a história do progresso industrial de nossa terra, o nome Essenfelder refulgirá em lugar de honra. [...]" - Texto de Cezar Azevedo (bisneto de Floriano Essenfelder), Solange Essenfelder de Azevedo e outros).
Paulo Grani

INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO DE CURITIBA Histórica foto do final década de 1880, mostra o amplo espaço livre em frente à Estação Ferroviária de Curitiba, correspondente à atual Praça Eufrásio Correia.

 INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO DE CURITIBA
Histórica foto do final década de 1880, mostra o amplo espaço livre em frente à Estação Ferroviária de Curitiba, correspondente à atual Praça Eufrásio Correia.

Pode ser uma imagem de ferrovia
Foto: Acervo Paulo José da Costa
Pode ser uma imagem de ao ar livre
A Estação Ferroviária de Curitiba, década de 1880, em foto de Marc Ferrez.
Acervo Biblioteca Nacional
Cartão Postal de Curityba, da década de 1890, mostra a chamada "Casa Rosada de Curitiba". O histórico edifício construído em meados de 1880, para residência da família Amazonas Marcondes. Na década de 1890, abrigou a sede do 39° Regimento de Infantaria. Na primeira década de 1900, foi vendido para os irmãos Manoel Ignácio e João Antônio de Araújo Pimpão. Em 1911, Emilio Romani Adquiriu-o, de onde passou a ser conhecido como "Casa Emilio Romani". Atualmente, pertence a um importante advogado da cidade.

INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO DE CURITIBA
Histórica foto do final década de 1880, mostra o amplo espaço livre em frente à Estação Ferroviária de Curitiba, correspondente à atual Praça Eufrásio Correia.
À esquerda, parte da antiga Estação Ferroviária de Curitiba, feita às pressas alguns anos antes, para a inauguração da ferrovia Paranaguá-Curitiba. Em 1895, seu projeto foi alterado, quando construíram um andar acima, cuja configuração foi novamente alterada em 1893, quando ganhou o segundo andar, cujo formato se manteve e está incorporado ao Shoping Estação.
Ao lado direito dela, os primeiros barracões da estação davam apoio logístico à entrada e saída de produtos em direção ao litoral.
Ao centro do espaço, os trilhos dos bondinho, ainda puxados por mulas, seguiam em direção à rua da Liberdade (hoje Barão do Rio Branco) e aos demais pontos.
À direita, a chamada "Casa Rosada de Curitiba", o histórico edifício, construído em meados de 1880, foi para residência da família Amazonas Marcondes. Na década de 1890, abrigou a sede do 39° Regimento de Infantaria. Na primeira década de 1900, foi vendido para os irmãos Manoel Ignácio e João Antônio de Araújo Pimpão. Em 1911, Emilio Romani Adquiriu-o, de onde passou a ser conhecido como "Casa Emilio Romani". Atualmente, pertence a um importante advogado da cidade.
(Foto: Acervo Paulo José da Costa)
Paulo Grani

Nesta foto de Augusto Weiss, da primeira década de 1900, vemos a fachada da antiga Cervejaria Providência, Curitiba, a qual foi a peça principal do conjunto de instalações que compunham o "Parque Providência" construído pelo imigrante Ernesto Bengtsson, cuja história contaremos a seguir:

 Nesta foto de Augusto Weiss, da primeira década de 1900, vemos a fachada da antiga Cervejaria Providência, Curitiba, a qual foi a peça principal do conjunto de instalações que compunham o "Parque Providência" construído pelo imigrante Ernesto Bengtsson, cuja história contaremos a seguir:


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Flagrante da construção do primeiro bloco da fábrica com a residência da família anexa.
Foto: Acervo MP

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Em 1913, o fotógrafo Augusto Weiss registrou na entrada do Parque Providencia o sr. Ernesto Bengtsson e sua família: Da esquerda para a direita: o menino Ernesto Johann Kronland, as crianças Sigurd e Anna Suckow Bengtsson, Johann Ernid Waldemar Ernlund; os casais Carlos Gustavo Bengtsson e sua esposa Emma Suckow Bengtsson, Elijam Ernlund e sua esposa Emma Ernestina Bengtsson Ernlund (meus avós) com a filha Ellen no colo; Amália Bengtsson e seu noivo Carlos Lourenzen, Henriquetta Valt Bengtsson viúva de Bernardo Bengtsson, Crestruna Laxdal Bengtsson e Ernesto Bengtsson, o menino Oscar Johann Kronland, João Pedro Jonsson Kronland e sua esposa Anna Elida Bengtsson Kronland, Alma Christina e Emma Amanda Kronland.. A foto foi feita no ano de 1913 por Augusto Weiss.
(Texto e foto de Denise Ernlund Metynoski). 

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Instalações de produção das cervejas da Cervejaria Providência.
Foto: Arquivo Publico do Paraná.

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Setor de vendas da Cervejaria Providência.
Foto: Arquivo Publico do Paraná.

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Funcionários e proprietários reunidos por ocasião de uma premiação das cervejas produzidas pela Cervejaria Providencia.
(Foto: Acervo de Denise Ernlund Metynoski)

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Um dos pavilhões do Parque Providência, onde bandas e músicos animavam os finais de semana dos curitibanos.
Foto: cervisiafilia.blogspot.com

Pode ser uma imagem de texto que diz "famnica o LNT ompregado Os margens do lagogue existic dentro do bosque da Providencia"
Família e funcionário posam às margens do lago formado dentro do bosque do Parque.
Foto: cervisiafilia.blogspot.com

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Propaganda da cervejaria veiculada em periodico da época.

ENTRANDO NA CERVEJARIA E PARQUE PROVIDÊNCIA
Nesta foto de Augusto Weiss, da primeira década de 1900, vemos a fachada da antiga Cervejaria Providência, Curitiba, a qual foi a peça principal do conjunto de instalações que compunham o "Parque Providência" construído pelo imigrante Ernesto Bengtsson, cuja história contaremos a seguir:
"Ernesto Bengtsson, imigrante sueco, após seu casamento com Krestruna natural da Islândia, fixou residência em Guajuvira, PR e ali nasceram seus quatro filhos: Anna, Carlos, Emma Ernestina e Amália.
Em Guajuvira, Ernesto tinha uma fábrica de barricas de madeira, naquela época havia uma grande demanda de barricas para embalar produtos comercializados e até exportados, principalmente erva-mate. Foi como fornecedor de barricas que ele travou conhecimento com o então proprietário de uma cervejaria e quando este decidiu vender a cervejaria e a área onde estava instalada, Ernesto decidiu comprar e mudar-se para Curitiba para onde Anna, já casada com João Pedro Jonsson Kronland,havia se mudado.
Em 1901, Ernesto e João Pedro adquiriram a área de cerca de 78.000 metros quadrados, onde já havia duas casas, ali passaram a residir, também havia a pequena fábrica de cerveja. Pretendendo se dedicar à fabricação de cerveja Ernesto e Kronland contrataram um engenheiro para fazer o projeto do prédio, com a parte residencial ocupando toda a frente da construção e instalações para a fábrica nos fundos, essa construção ficava no Bairro do Batel, na Rua Francisco Rocha na altura da Rua Guttemberg.
Com o maquinário importado da Europa, foi constituída a firma Ernesto Bengtsson & Cia. - Cervejaria Providência, que passou a ter como sócios majoritários Ernesto e seu genro Kronland e como sócios minoritários os filhos: Carlos, Emma Ernestina e Amália.
Ernesto auxiliado por seu filho Carlos era responsável pela parte industrial e comercial e Kronland responsável pela administrativa. No início a cervejaria somente produzia uma cerveja escura engarrafada com o nome Cerveja Providência.
De 30 de abril a 1º de dezembro de 1904 a Cervejaria Providência participou da Exposição Internacional de St. Louis (Louisiana Purchase Exposition St. Louis – 1904) recebendo medalha de bronze por suas cervejas.
Em 16 de março de 1907 foi publicado no Diário Oficial da União o deferimento do requerimento que Ernesto Bengtsson & Cia. fez para pagamento do depósito da marca Olho que distingue suas cervejas e bebidas alcoólicas, marca registrada na Junta Comercial do Paraná.
Entre 1907 e 1909, a família adquiriu da Baronesa de Serro Azul uma outra área, no bairro do Bigorilho, limítrofe do Batel, e também foram adquirindo vários lotes de pequenos proprietários perfazendo 42.900m quadrados, entre a Campina do Siqueira e a área adquirida em 1901. Essa nova área agregada que passou a se chamar Chácara da Providência, tinha uma nascente e um riacho que foi represado formando um lago.
Nessa época Curitiba tinha poucas opções de lazer para as famílias, Ernesto mandou preparar uma área dentro da Chácara da Providência com mesas para piquenique em meio à mata nativa.
O parque Recreio da Providência, como ficou conhecida a área preparada, atraía muitas pessoas nos finais de semana. Era um dos melhores pontos de encontro dos curitibanos na época. Em 1910 uma banda foi contratada para animar o Parque, tocando em um grande pavilhão aberto e muitos músicos amadores ali tocaram.
O Recreio estendia-se da avenida batel até a Rua Saldanha Marinho, ficando dentro de sua área o local onde mais tarde foi instalada a sede campestre da sociedade União Juventus. A entrada do Recreio Providência era um grande portão sob um arco localizada na Avenida Batel, exatamente em frente onde hoje é a Praça do Batel.
A linha do bonde passava pela Av. Batel bem em frente ao portal do Parque da Providência, o arco do portal continha os dizeres "Entrada do Recreio da Providência". Ainda hoje é possível ver antigos cedros e pinheiros do Recreio nessa região. Nos finais de ano era no Recreio Providência que os funcionários das grandes empresas reuniam-se para as comemorações. Aos domingos e feriados, no coreto uma banda animava o público até às 22 horas.
A Cervejaria Providência foi ampliada e a cerveja ali produzida passou a ser muito apreciada entre os curitibanos. Cerveja de alta qualidade, a Providência chegou até mesmo a ser premiada em 1911, na Exposição internacional Turim-Roma.
Em 1912, Emma Ernestina casou-se com João Elijan Bentham Ernlund. Na chácara providência, como era chamada, nasceram os filhos de João Elijan e Emma Ernestina: Oscar (nascido em 30/08/1913), Ellen, Elvira (falecida aos quatro anos), Waldemar (falecido aos oito anos), Ewald, Gerda, Hjalmar e João Reinaldo. Oscar Edvin Villiam Ernlund, ainda muito jovem, também participou das atividades da cervejaria de sua família, onde trabalhou como perito contador.
A partir de 1915, passou a fabricar três tipos de cervejas: a Providência escura, a Pilsen e a Sueca Especial. A Cervejaria Providencia foi a primeira cervejaria do sul do Brasil a exportar seus produtos para países da América do Sul.
Em janeiro de 1919, João Elijan Ernlund, genro de Ernesto Bengtsson, entrou como sócio minoritário da Cervejaria Providência, passando a trabalhar na parte industrial da empresa.
Da mesma forma que havia sido premiada anteriormente em duas exposições, foi também na Exposição do Centenário do Brasil, no Rio de Janeiro (1922), Gotemburgo (1923), Estocolmo (1930) e Centenário Farroupilha (1935). E os seus rótulos passaram a divulgar as imagens das premiações recebidas.
Em 1930, seu genro e sócio João Pedro Jonsson Kronland vendeu sua parte nas terras e na fábrica para Ernesto Bengtsson que passou a ser o único proprietário.
Com a morte de Carlos Bengtsson, em 1940, João Elijan assumiu totalmente a parte industrial da cervejaria. E como os herdeiros não se entendiam a fábrica acabou sendo vendida em 1945.
Os novos proprietários ainda mantiveram a fabricação de cerveja por poucos anos, mas nos anos seguintes migraram as instalações para a fabricação de produtos plásticos mantendo, entretanto, o nome Providência.".
(Extraído de: jornalbigorrilho.blogspot.com / Texto de Denise E. Metynoski)
Paulo Grani.

sexta-feira, 20 de maio de 2022

RELEMBRANDO O RESTAURANTE ZACARIAS "O sr. Eugênio Schoenau iniciou o Restaurante Zacarias, que funcionava para almoço e jantar, bem no centro comercial da cidade. Ele e sua família sempre estiveram à frente dos negócios: a sua esposa respondia pela cozinha e as filhas pela parte administrativa.

 RELEMBRANDO O RESTAURANTE ZACARIAS
"O sr. Eugênio Schoenau iniciou o Restaurante Zacarias, que funcionava para almoço e jantar, bem no centro comercial da cidade. Ele e sua família sempre estiveram à frente dos negócios: a sua esposa respondia pela cozinha e as filhas pela parte administrativa.


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Familia Bayer reunida no Restaurante Zacarias, em almoço dominical.
(Foto: Acervo Graça Medeiros)

Pode ser uma imagem de 6 pessoas e rua
No canto direito superior da foto, a porta de entrada do Restaurante Zacarias.
Foto: Curitiba.pr.gov.br

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Fachada do Restaurante Zacarias na sobreloja do prédio de esquina entre a Praça Zacarias e a rua Dr. Muricy. No térreo, uma loja das Casas Pernambucanas.
(Foto: internet)
RELEMBRANDO O RESTAURANTE ZACARIAS
"O sr. Eugênio Schoenau iniciou o Restaurante Zacarias, que funcionava para almoço e jantar, bem no centro comercial da cidade. Ele e sua família sempre estiveram à frente dos negócios: a sua esposa respondia pela cozinha e as filhas pela parte administrativa.
Foi um local bastante freqüentado, durante a semana, por pessoas que trabalhavam nas proximidades, paranaenses do interior que vinham a negócios ou tratamento de saúde, turistas do Rio e São Paulo e, nos fins de semana, por famílias residentes em Curitiba.
O Restaurante Zacarias trabalhava com serviço à la carte e pratos-do-dia, e os garçons utilizavam o sistema de comanda para controlar os pedidos.
Cardápio Diário: 2ª Feira - Virado à paulista, acompanhado de bisteca; Churrasco de forno (costela de boi temperada e assada com bastante molho). 3ª Feira - Dobradinha à espanhola (feijão branco, costelinha defumada e lingüiça frita) Mocotó à baiana. 4ª Feira -
Galinha com polenta; Posta branca com nhoque; Ravioli ao sugo. 5ª Feira - Rabada com nhoque; polenta Vitela à brasileira. 6ª Feira - Vatapá à baiana; Bacalhau à portuguesa; Fritada de bacalhau. Sábado - Feijoada completa.
Domingo - Pratos diversos: vários tipos de maionese (camarão, peixe, frango desfiado); Peixe ao molho de camarão; Peixe ao molho tártaro; Leitão à brasileira; Pernil à brasileira; Pato ou marreco à cubana; Pato ou marreco à Califórnia. Nos feriados de Páscoa, Natal e Ano Novo: Peru à brasileira; Peru à Califórnia; Peru à cubana.
A maioria dos pratos listados no cardápio do Restaurante Zacarias veio da Sociedade Duque de Caxias, que foram complementados com lgumas novidades. Os clientes aceitavam muito bem os pratos-do-dia, pois sabiam que naquele determinado dia da semana iriam comer aquela determinada comida. Normalmente, a clientela que era fiel ao restaurante costumava ocupar as mesmas mesas e ser servida pelos mesmos garçons. No jantar havia fundo musical e luzes coloridas no ambiente.
É interessante registrar que o fogão utilizado no Restaurante Zacarias era a óleo cru. O sr. Eugênio obteve licença da Prefeitura Municipal para trabalhar com esse tipo de combustível. Na praça Zacarias havia um tanque reservatório, que era enchido de óleo, trazido por um caminhão, e o motor fazia a sucção, tocava esse óleo para o fogão da cozinha do restaurante. A chapa do fogão ficava quente em pouco tempo, permitindo excelentes grelhados.
Quando as Lojas Pernambucanas compraram o prédio, o sr. Eugênio já havia vendido o Restaurante Zacarias. O novo proprietário montou outro Zacarias, na rua Muricy, entre André de Barros e Visconde de Guarapuava. Era década de 1970, e o Zacarias já não era mais o mesmo."
(Extraído de: Bares e Restaurantes de Curitiba, 1950-1960, de Maria do Carmo Marcondes Brandao Rolimã)
Paulo Grani

CAMPINHO DOS PADRES Ubiratan Lustosa “Éramos todos adolescentes que moravam nas proximidades da Igreja do Imaculado Coração de Maria, na Praça Ouvidor Pardinho. Os antigos conheciam essa praça por Campo da Cruz. Em épocas distantes foi colocada uma grande cruz bem no meio da praça e daí a chamarem de Campo da Cruz.

 CAMPINHO DOS PADRES
Ubiratan Lustosa
“Éramos todos adolescentes que moravam nas proximidades da Igreja do Imaculado Coração de Maria, na Praça Ouvidor Pardinho. Os antigos conheciam essa praça por Campo da Cruz. Em épocas distantes foi colocada uma grande cruz bem no meio da praça e daí a chamarem de Campo da Cruz.


Pode ser uma imagem de ‎7 pessoas, pessoas em pé, pessoas jogando futebol americano, ao ar livre e ‎texto que diz "‎یکN Bira Palmeiro Aristóxenes‎"‎‎
CAMPINHO DOS PADRES
Ubiratan Lustosa
“Éramos todos adolescentes que moravam nas proximidades da Igreja do Imaculado Coração de Maria, na Praça Ouvidor Pardinho. Os antigos conheciam essa praça por Campo da Cruz. Em épocas distantes foi colocada uma grande cruz bem no meio da praça e daí a chamarem de Campo da Cruz.
Jogávamos futebol nessa praça, descalços, engatando os pés nas guanxumas que se enfiavam entre os dedos da gente, chutando bolas de meia ou de borracha até o anoitecer.
Quando conseguimos fazer uma vaquinha e comprar uma bola de couro fundamos um time de futebol. Não sei porque demos o nome de Oceania Futebol Clube. Fui seu presidente. Daí em diante a gente treinava e jogava contra outros times, às vezes na nossa praça, às vezes no campo do "5 de Maio", na praça em frente ao estádio do Atlético. Após os jogos, a gente ia correndo pra casa tomar banho e colocar uma roupa melhor, e então em quatro ou cinco amigos íamos até os estúdios da Rádio Clube Paranaense. Nessa época, por volta de 1942, a Bedois estava na Rua Monsenhor Celso. Escrevíamos em casa para entregar aos locutores os nomes dos times, os jogadores, o resultado do jogo e quem havia marcado os golos. Então, íamos depressa sentar num auditório pequeno, ficando à espera do programa de esportes para ouvir falarem do nosso time... e lerem os nossos nomes. É claro que a gente só levava os resultados quando nosso time ganhava.
Às vezes ficávamos um pouco mais para assistir a apresentação de alguns cantores. O palco era pequeno e separado da plateia por um vidro. Chamavam de aquário. A gente ouvia pelos alto-falantes.
O adolescente que era eu jamais poderia imaginar que um dia iria trabalhar naquela emissora, ser o seu diretor, mas já era seu fã.”
Foto: Equipe cujos integrantes eram congregados marianos e eventualmente alguns amigos convidados. Os jogos eram no “campinho dos padres” nos fundos da Igreja do Coração de Maria, na Rua Engenheiros Rebouças. Eram “times de sete”.
Em pé, à esquerda Ubiratan e de casaco preto e calça clara Palmeiro. Agachados: o primeiro à esquerda é Manoel Bandeira, ao seu lado Aristóxenes Dall’Stella. Não recordo os nomes dos outros.
Trecho do Capítulo 8 do livro O RÁDIO DO PARANÁ – FRAGMENTOS DE SUA HISTÓRIA.
Instituto Memória Editora.

Bairro do Pilarzinho, depois renomeado para Bom Retiro, década de 1960. A foto foi tirada da Chácara do Hugo. As casas fazem frente para a Rua Henrique Itiberê da Cunha, entre as ruas Dom Alberto Gonçalves e Cel. ~João Guilherme Guimarães.

 Bairro do Pilarzinho, depois renomeado para Bom Retiro, década de 1960. A foto foi tirada da Chácara do Hugo. As casas fazem frente para a Rua Henrique Itiberê da Cunha, entre as ruas Dom Alberto Gonçalves e Cel. ~João Guilherme Guimarães.



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