quinta-feira, 21 de julho de 2022

"Na esquina da antiga Rua da Liberdade, ao lado da Estação, o imóvel da família Tassi, construído pelos imigrantes italianos da região de Mântova, Angelo e Angela Tassi

 "Na esquina da antiga Rua da Liberdade, ao lado da Estação, o imóvel da família Tassi, construído pelos imigrantes italianos da região de Mântova, Angelo e Angela Tassi

"Na esquina da antiga Rua da Liberdade, ao lado da Estação, o imóvel da família Tassi, construído pelos imigrantes italianos da região de Mântova, Angelo e Angela Tassi, possuía a princípio, um pavimento e funcionava como comércio de alimentos e bebidas. Mas como os viajantes que desembarcavam da Estação, buscavam além da alimentação um lugar para descansar da viagem, começaram a pedir “pouso” aos proprietários. Assim, em 1900, os Tassi inauguraram o Hotel Estrada de Ferro.
A alta demanda de clientes obrigou Angelo Tassi a ampliar as instalações do hotel. Uma das alterações realizada em 1910, o imóvel passou a ter dois pavimentos, adquiriu características ecléticas, e exigiu o emprego de mais funcionários, para atender aos 60 quartos, salões de refeições (café/jantar), hall, jardim de inverno e duas cozinhas. Entretanto, o hotel permaneceu com o nome Hotel Estrada de Ferro até o final da década de 1910, recebendo a nova denominação, Hotel Tassi, somente na década seguinte.
A construção edificada em alvenaria de tijolos e cobertura de telhas francesas, sem recuo colocadas às divisas laterais, é o mais extenso dos sobrados que compõem o conjunto arquitetônico da face leste da praça Eufrasio Correia. Arquitetura eclética, tendo nas cornijas em massa, nas aberturas guarnecidas por balaústres na platibanda e nos ressaltos sobrepostos aos vãos seus principais adornos.
A fachada eclética ornava com o seu entorno onde pulsava o movimento da modernidade e ao entrar no hotel os hóspedes vislumbravam uma estrutura cordial e receptiva. "Logo na entrada havia uma porta dupla, com vidros biseautés e ao lado esquerdo, havia a recepção, com o escritório atrás. O piso da entrada era ladrilhado. Nesse hall de entrada, ficavam uma mesa e cadeiras de descanso”, descreveu Milena Angela Tassi de Andrade, neta dos fundadores. Em suas lembranças Milena comentou sobre a sensação de acolhida, requinte e conforto das instalações: “ Na frente, tinha a escada de mármore branco com colunas laterais, que levava ao primeiro andar, onde estavam os dormitórios.
Era costume da família Tassi, após o jantar, ficar no hall conversando com alguns hóspedes.". Aspecto que o caracterizava como um hotel familiar, onde os proprietários mantinham relações de sociabilidade informal com os hóspedes, em uma época em que a hospitalidade vigorava e o hoteleiro, além de fornecer alimento e acomodação, oferecia também aos seus hóspedes conforto e aconchego.
Do hall de entrada, portas de imbuia almofadadas davam acesso ao jardim de inverno com teto de vidro e o piso ladrilhado por rosetas. O restaurante principal e o salão de café possuíam cozinhas separadas. O Hotel contava também com um porão para o armazenamento do vinho e dividia espaço com a câmara escura de fotografias de Santo Tassi, pai de Milena e filho de Angela e Angelo Tassi.
Ao recorrer as suas memórias Milena nos fornece o ambiente em seu uso rotineiro e com todas as suas funções: “A lavanderia tinha acesso para o pátio interno... lavava-se a roupa em grandes tanques. Ao lado, a sala de passar, com grandes cestos para a roupa lavada", e na parte traseira do prédio, havia uma garagem e um galinheiro. No pátio central onde depois foi construído o jardim de inverno, comentou sobre a existência de um chafariz em que a noite eram tocadas músicas para os hóspedes. Os quartos maiores ficavam no primeiro andar e alguns com vista para a Praça Eufrásio Correia. Já no segundo andar os quartos eram menores com aposentos destinados aos funcionários. Os banheiros eram separados dos quartos e as camareiras se encarregavam de preparar os banhos quentes. Outro aspecto peculiar era a moradia da família que se encontrava ao fundo estabelecimento “, com um porão e terraços separados da entrada do hotel, que era pela Rua Barão do Rio Branco.".
O Hotel Tassi permanece na lembrança dos familiares, Suzette Passalacqua relatou que alguns hóspedes tornavam-se amigos da família. No entanto, as relações entre hoteleiro-hóspede tinham suas delimitações e os espaços entre o trânsito de hóspedes e a área restrita à família deviam ser respeitados. Suzette revelou que Angelo Tassi proibia os namoros de suas filhas com os hóspedes, porém essa foi uma regra inflexível burlada por ela, pois acabou por se envolver e casar-se com um hóspede.
Em 1942, após anos de funcionamento sob a administração dos Tassi, o hotel foi alugado e recebeu um novo nome: Continental. Posteriormente, na década de 1960, a família decidiu vender o imóvel. No ano de 1972, a Estação Ferroviária foi desativada, resultante da progressiva substituição do transporte ferroviário pelo rodoviário. Em seguida, a região da Estação passou a viver um momento de abandono com o fechamento de vários hotéis, inclusive o Continental em 1976. Desta forma as portas do antigo Tassi, endereço de chegadas e partidas de vários viajantes que encontravam nos aposentos e na conversa dos donos o aconchego, foi lacrada.
Na década seguinte, um incêndio abalou a estrutura do edifício, que ficou à mercê dos seus atuais proprietários, porém um novo olhar de representantes da memória histórica do Estado delimitou-o como novo espaço urbano a ser preservado.".
(Extraído do TCC de Talita Roberta Pompeu Lichoveski, em tcconline.utp.br)
Paulo Grani.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Cartão Postal do início século XX.
Acervo Casa da Memória

Nenhuma descrição de foto disponível.
Hall do Hotel Tassi, foto de 1935.
Autor desconhecido. Fonte: Elisabete Tassi Teixeira. Fundação Cultural de Curitiba.

Nenhuma descrição de foto disponível.
. Hotel Estrada de Ferro, em foto de 1902. Fonte: Elisabete Tassi Teixeira. Fundação Cultural de Curitiba

Nenhuma descrição de foto disponível.
Cartão Postal do início século XX. Autor desconhecido.
Acervo Casa da Memória.

Nenhuma descrição de foto disponível.
HOTEL AMPLIADO, AINDA DENOMINADO HOTEL ESTRADA DE FERRO, 1917.

Foto: Autor desconhecido. Fonte: Elisabete Tassi Teixeira. Fundação Cultural de Curitiba, 1991, p.27.

HISTORIA DA PADARIA AMÉRICA A história toda começa quando chega em Curitiba, no ano de 1882, o alemão Friedrich Engelhardt para viver trabalhando como pedreiro e carpinteiro.

 HISTORIA DA PADARIA AMÉRICA
A história toda começa quando chega em Curitiba, no ano de 1882, o alemão Friedrich Engelhardt para viver trabalhando como pedreiro e carpinteiro.

HISTORIA DA PADARIA AMÉRICA
A história toda começa quando chega em Curitiba, no ano de 1882, o alemão Friedrich Engelhardt para viver trabalhando como pedreiro e carpinteiro.
Em 1885 ajudou a fundar a Sociedade Rio Branco e a primeira cervejaria a vapor de Curitiba. Foi seu filho Eduardo Engelhardt quem fundou, em 1913, a Padaria América que no início funcionava como armazém de secos e molhados, na esquina das ruas Alferes Poli e Sete de Setembro.
Em 1914 mudou o estabelecimento para a rua Trajano Reis (na época rua América) daí o nome da Padaria América. Em 1928 se estabeleceu na esquina das ruas Trajano Reis com Pres. Carlos Cavalcanti, onde permanece até hoje.
O Sr Eduardo passou todo o seu conhecimento de panificação e bolos para seu filho Evaldo que começou a trabalhar aos 16 anos com seu pai. O maquinário era quase todo importado da Alemanha e alguns existem até hoje.
Durante a 2ª Guerra Mundial a Padaria América teve que baixar a produção de pães devido a dificuldade de encontrar trigo. Nessa época, Evaldo era quem transportava os pães para os bairros distantes de carroça, alguns de seus clientes não tinham dinheiro para pagar os pães então trocavam por mel, frios ou outros produtos.
Em 1953 casou com Lidia Kohls e juntos assumiram o empreendimento, pois o Sr Eduardo (fundador) adoeceu.
Em 1981 houve um incêndio causado por um curto circuito, mas o casal conseguiu com muita perseverança reconstruir a Padaria América.
Há uma tese da UFPR do ano de 2002 da nutricionista Juliana Reinhardt, sobre a tradição da Padaria América para Curitiba. Em 2011 a tese virou um livro “A Padaria América e o Pão das Gerações Curitibanas”.
São mais de 106 anos de tradição na arte de fabricar pães e quem comanda atualmente a Padaria América são os bisnetos do fundador, Andrea e Eduardo.
O pão mais vendido por esta padaria, é a broa de centeio, que era chamada “o pão do colono alemão”. Com receitas de origem alemã, faz suas variações: com gergelim, girassol e granola. Fazem sucesso os cukes de banana, farofa, goiabada e abobora, sendo que as receitas são as originais de 1913.
Paulo Grani.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa

Pode ser uma imagem de 8 pessoas

quarta-feira, 20 de julho de 2022

ANTIGAS CASAS DA RVPSC "No entorno dos complexos ferroviários era comum encontrarmos as chamadas casas de turma, residências construídas pela Rede de Viação Paraná-Santa Catarina para os funcionários

 ANTIGAS CASAS DA RVPSC
"No entorno dos complexos ferroviários era comum encontrarmos as chamadas casas de turma, residências construídas pela Rede de Viação Paraná-Santa Catarina para os funcionários

ANTIGAS CASAS DA RVPSC
"No entorno dos complexos ferroviários era comum encontrarmos as chamadas casas de turma, residências construídas pela Rede de Viação Paraná-Santa Catarina para os funcionários. Algumas eram de propriedade da companhia e outras eram financiadas pela Caixa de Aposentadorias e Pensões dos Ferroviários, tornando-se propriedade do funcionário após a sua quitação. Nelas moravam maquinistas, guarda-freios, guarda-chaves, foguistas, engenheiros da via permanente, chefes de estação, entre outros.
O bom funcionamento e a manutenção das linhas férreas era assegurado por esses profissionais sempre viverem com suas famílias nas imediações do local de trabalho. No livro Pelos Trilhos, os autores destacam que a construção das vilas operárias, além de suprir às necessidades da Rede e atender às reivindicações dos trabalhadores por moradia, também contribuiu para a formação de uma identidade de classe.
Em geral, as casas de alvenaria maiores eram ocupadas por profissionais com maior graduação, como engenheiros. As casas mais simples, de madeira, eram destinadas a trabalhadores com menos instrução, dentre eles os “arigós”, responsáveis pela limpeza da via permanente. Fabiano Stoiev, um dos autores de Pelos Trilhos, adverte que "na maioria das vezes as casas mais simples acabam não recebendo o devido valor pelos órgãos públicos. Por serem de madeira, muitas dessas residências encontram-se bastante deterioradas". Fabiano comenta que se observamos com cuidado identificamos abrigos junto das casas de madeira que serviam para guardar o troller, pequeno veículo usado, nos trilhos, pelos trabalhadores que faziam a manutenção da via permanente.
Fábio Domingos Batista, em sua dissertação "A tecnologia Construtiva em Madeira na Região de Curitiba", acrescenta que na maioria das vezes as residências dos ferroviários eram edificadas em linha acompanhando os trilhos do trem, o modelo das casas se repetia na lógica da produção em série. Fábio analisou projetos nos arquivos da Rede e identificou 18 tipos para casas de madeira e 50 para casas de alvenaria.
O material pesquisado compreendeu construções a partir da década de 1940. Os projetos das residências eram feitos por técnicos da companhia.
Uma das maiores vilas ferroviárias no Paraná foi construída próximo às Oficinas de Curitiba, no bairro Cajuru. Ficou conhecida por Vila Oficinas e inicialmente era formada por 96 casas distribuídas em seis quadras. A Vila Colorado, junto ao estádio Durival Britto, também foi outro importante conjunto residencial dos ferroviários.".
Fonte e fotos de: gazetadopovo.com.br - Caminhos do Paraná
Paulo Grani.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.

Nenhuma descrição de foto disponível.Nenhuma descrição de foto disponível.

terça-feira, 19 de julho de 2022

O mistério da Taça de Pedra

 

O mistério da Taça de Pedra

A formação de Vila Velha

1-JACIRA-JACYROWSKAItacueretaba, antigo nome do que conhecemos hoje por Vila Velha, significa aproximadamente “A cidade extinta de pedra”. Localizada a margem direita do rio Tibagi ( o rio do pouso) na vasta e ondulada ibeteba (planície) que Saint Hilarie, maravilhado, disse ser o paraíso do Brasil.

Este recanto tinha sido escolhido pelos primitivos habitantes para ser Abaretama ( terra dos homens), onde esconderiam o Itainhareru, o precioso tesouro. Tendo a proteção de Tupã, era cuidadosamente vigiado por uma legião de Apiabas (varões), que eram escolhidos entre os homens de todas as tribos, treinados para desempenhar a honrosa missão.

Os Apiabas tinham todas as regalias e distinções e desfrutavam de uma vida régia. Era-lhes, porém, vedado o contato com as mulheres, mesmo que fossem de suas próprias tribos. A tradição dizia que as mulheres, estando de posse do segredo do Abaretama, o revelariam aos quatro ventos e, chegada a notícia aos ouvidos do inimigo de seu povo, estes tomariam o tesouro para si. Por justiça, Tupã, o onipotente, deixaria de resguardar o seu povo e lançaria sobre eles as maiores desgraças se o tesouro fosse perdido.

imagesOs Apiabas eram fortes, altivos e bravos; o seu único trabalho consistia em realizar jardins na terra daquelas planícies. Tupã não permitia que, naquele recanto sagrado, houvesse o pecado.

Numa certa época, Dhui ( em nossa língua corresponde a Luis) fora escolhido para chefe supremo dos bravos guerreiros. Como todos os outros, tinha sido preparado, desde a mais tenra infância, para essa sagrada missão. Dhui, entretanto, não desejava seguir aquele destino, celibatário. Seu sangue achava-se perturbado pelo feminil fascínio (era um chunharapixara – mulherengo).

5-NAIPIOWSKAAs tribos rivais ao terem conhecimento da notícia, de pronto resolveram aproveitar-se da situação e escolheram entre uma de suas donzelas a que deveria ir tentar o jovem guerreiro e tomar-lhe o coração para arrebatar-lhe o segredo. A escolhida foi Aracê Poranga (Aurora Bonita). Não lhe foi difícil conseguir a atenção do ardoroso Dhui e, pouco a pouco, ia entrelaçando-se a sua habilidosa teia, de tal modo que ele ficou completamente apaixonado e subjugado a seus pés.

Ela já havia entrado no Abaretama com o consentimento de Dhui, que não teve como resistir-lhe ao desejo. Mas Aracê era mulher e Dhui homem. Traiu seus parentes em nome do amor, como ele traiu a sua missão em nome dela. Numa tarde primaveril, quando os Ipês (árvores de casca) já florescidos deixavam cair suas flores douradas numa chuva de ouro, Aracê veio ao encontro de Dhui trazendo uma taça de Uirucuri, o licor dos butiás, para embebedá-lo; mas o amor já dominava sua razão e ela também tomou o licor e ficaram quedados a sombra do Ipê; lamentadamente entrelaçados.

vila_velha1Tupã vingou-se desencadeando um terremoto que abalou toda a planície. A fúria divina convulsionou-se dentro do solo e a região foi destruída, trazendo morte e dor. A Abaretama completamente destruída tornou-se pedra, o tesouro aurífero fundiu-se e liquidificou-se, e os dois amantes castigados ficaram um ao lado do outro petrificados. Ao seu lado ficou a causa de sua desgraça, a taça de pedra …

E, quando ali se passa ainda se pode ouvir o vento repetindo a última frase de Aracê: Xê pocê ô quê ( dormirei contigo).

Taça vila velha ParanaE assim Abaretama tornou-se Itacueretaba.

A terra se fendeu: são as grutas que encontramos próximas a Vila Velha e o tesouro fundido é aquela lagoa que chamamos de Lagoa Dourada, a qual quando o sol lhe bate em cheio, ainda reflete o brilho aurífero.

Dhui e Aracê, equivalente indígena de Adão e Eva, estão ainda hoje lado a lado circundados de Ipês descendentes daqueles que assistiram a morte dos dois. E os sobreviventes daquele povo partiram para outras terras onde a maldição de Tupã não os alcançasse. Fundaram outro império, nessas terras imensas da América do Sul.

Colégio Estadual Leôncio Correia - Anos 1970. Endereço: Rua Costa Rica, 233 - Bacacheri.

 Colégio Estadual Leôncio Correia - Anos 1970.
Endereço: Rua Costa Rica, 233 - Bacacheri.


Pode ser uma imagem de ao ar livre
Pode ser uma imagem de ao ar livre

Antiga "Repartição dos Telegraphos de Curitiba", em 1905, sita à Rua XV de Novembro, esquina com Rua Monsenhor Celso. (Foto: Arquivo Público do Paraná) Paulo Grani

 Antiga "Repartição dos Telegraphos de Curitiba", em 1905, sita à Rua XV de Novembro, esquina com Rua Monsenhor Celso.
(Foto: Arquivo Público do Paraná)
Paulo Grani


Nenhuma descrição de foto disponível.

CONHECENDO O PALACETE WOLF Fredolin Wolf, imigrante de origem austríaca que chegara ao Brasil em 1858 e que, naquele mesmo ano, montara em Curitiba sua primeira cervejaria

CONHECENDO O PALACETE WOLF
Fredolin Wolf, imigrante de origem austríaca que chegara ao Brasil em 1858 e que, naquele mesmo ano, montara em Curitiba sua primeira cervejaria

CONHECENDO O PALACETE WOLF
Fredolin Wolf, imigrante de origem austríaca que chegara ao Brasil em 1858 e que, naquele mesmo ano, montara em Curitiba sua primeira cervejaria, requereu em 1875 “cem palmos” de terreno no Largo de Igreja do Rosário para construir um edifício. Não se sabe se a finalidade de sua construção era de moradia permanente da família, que possuindo uma chácara nos arredores da cidade, utilizava a casa do antigo Largo do Rosário para reuniões sociais, como a festa realizada no dia 21 de abril de 1877 comemorando a instalação da Loja Maçônica Concórdia IV.
De 1886 a 1891, o imóvel foi alugado para o Corpo Policial da Província, mas em seguida foi transformado em sede do governo do Paraná (até 1892). Durante a Revolução Federalista (1894), o sobrado serviu de Quartel General do 5º Distrito do Exército.
Dez anos depois da saída do quartel, foi a casa alugada ao Colégio Bom Jesus, pertencente aos franciscanos, que ali instalaram a seção masculina daquele educandário, permanecendo no prédio até 1911. O inquilino seguinte foi o próprio município, cuja Prefeitura e Câmara nele permaneceram um ano, entre 1912 e 1913.
Sucederam-se diversos locatários: Em diferentes épocas, foi sede dos colégios Curitibano, Parthenon Paranaense, Internacional, Pereira Pitta, uma escola particular de música, uma livraria e um escritório de engenharia. No início dos anos 70 havia se tornado uma casa de cômodos, abrigando mais de uma dezena de moradores.
(Foto: Autor desconhecido. Origem: Pinterest. - Solenidade Cívica, década 1890).
Paulo Grani.


Nenhuma descrição de foto disponível.

OS ALMOTACÉIS DE CURITIBA "Em 15/08/1731, o Conselho da Câmara reuniu-se para realizar uma correição geral na Vila, estando acompanhados pelos dois almotacéis e o aferidor.

 OS ALMOTACÉIS DE CURITIBA


"Em 15/08/1731, o Conselho da Câmara reuniu-se para realizar uma correição geral na Vila, estando acompanhados pelos dois almotacéis e o aferidor.


Nenhuma descrição de foto disponível.OS ALMOTACÉIS DE CURITIBA

"Em 15/08/1731, o Conselho da Câmara reuniu-se para realizar uma correição geral na Vila, estando acompanhados pelos dois almotacéis e o aferidor. Foram em todas as vendas e mercadores e não houve condenação alguma porque todos estavam com as medidas, varas, covados e balanças em ordem. Estas visitas para verificar a regularidade dos pesos e medidas utilizados no comércio eram praxe da Câmara, que, na época, tinha suas atividades subordinadas à Coroa Portuguesa." (*)

O Almotacel (ou almotacé) era um funcionário municipal responsável pela fiscalização de pesos e medidas e da taxação dos preços dos alimentos; sendo encarregado também da regulação da distribuição dos mesmos em tempos de maior escassez. Ocupava o cargo da Almotaçaria mensalmente e estava dependente dos governadores do conselho (vereadores, juízes e procuradores).

No Brasil, no período colonial, os almotacéis exerciam duplamente as funções administrativas e judiciárias, não sendo possível, na prática, a distinção de uma e outra função. Cabiam-lhes "o julgamento das infrações de postura, aferição de pesos e medidas, questões concernentes a paredes de casas, quintais, portas, janelas e eirados."
(Fonte: (*) cmc.pr.gov.br)

Paulo Gran

DESCOBERTO QUEM CAIU DO CAVALO

 DESCOBERTO QUEM CAIU DO CAVALO


Pode ser uma imagem de 5 pessoasDESCOBERTO QUEM CAIU DO CAVALO

Dias atrás postei um texto com a foto do momento que um soldado cai do cavalo, em plena rua XV de Novembro, durante um evento em Curitiba, na frente da Papelaria Requião e, então, propus uma charada que foi rapidamente solucionada pela maioria dos leitores.

Muitos perguntaram, "mas, afinal, quem era o soldado que caiu do cavalo?"

O fato ocorreu na comemoração do dia 07 de setembro de 1940, quando o soldado Armando Camargo, servindo na Divisão de Cavalaria de Curityba, desfilava garbosamente, montado em seu cavalo, em plena Rua XV de Novembro, quase esquina com a Rua Monsenhor Celso.

Quem conta a inusitada história é Sônia Maria Camargo, filha do sr. Armando Camargo, conforme veremos no texto escrito por ela:

"O dia que meu pai caiu do cavalo...

Meu pai, serviu o exército, na divisão de Cavalaria de Curityba, entre os anos de 1939 e 1941. Contava-nos que, em um desfile de 7 de setembro (o ano nunca mencionou), ele, garboso, montado em seu cavalo, em plena Rua XV de Novembro, tentou empinar o animal para impressionar umas 'moçoilas casadoiras', que à beira da calçada se encontravam.

O cavalo num ato de rebeldia (acho que não gostou das mocinhas que assistiam), não correspondeu ao comando e jogou o cavaleiro (meu pai) ao chão. Além do susto e da vergonha, ele ganhou dores pelo corpo todo.

Essa história, repetida inúmeras vezes, sempre nos fez imaginar como teria sido a cena.

Pois bem, os anos se passaram... muitos anos; meu pai se foi, prematuramente.

Um dia, estando eu no escritório da tradicional Papelaria Requião, para conversar com o então proprietário, Sr. Renato Requião, o que vejo? Uma foto, com aparência antiga, emoldurada em um quadro na parede.

Então pergunto:
- Sr. Renato, essa foto é antiga?
Ele tira o quadro da parede e diz:
- A data está aqui atrás. 07/09/1940.

Quase cai pra trás! Seria o meu pai o soldado em queda? Seriam aquelas as mocinhas "bonitas" que desencadearam o episódio?

O sr. Renato explicou que um amigo, colecionador de fotos antigas, lhe cedeu aquela foto, pois estampava a placa da Papelaria Requião.

Curiosidade: a Papelaria da família Requião funcionava na Rua XV de Novembro, no prédio da foto, depois mudou para a Rua Dr. Muricy, onde encerrou suas atividades, após 85 anos de história.

Pois bem, o Sr. Renato, gentilmente, me cedeu a foto para ser fotocopiada. Venho guardando essa relíquia há alguns anos.

Infelizmente meu pai não está mais entre nós para confirmar se essa foi a sua queda ou foi outro o desafortunado que levou o golpe do cavalo. [...] "

(Texto e foto de Sonia Maria Camargo, filha do sr. Armando Camargo)

Paulo Grani