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terça-feira, 19 de julho de 2022

DESCOBERTO QUEM CAIU DO CAVALO

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Dias atrás postei um texto com a foto do momento que um soldado cai do cavalo, em plena rua XV de Novembro, durante um evento em Curitiba, na frente da Papelaria Requião e, então, propus uma charada que foi rapidamente solucionada pela maioria dos leitores.

Muitos perguntaram, "mas, afinal, quem era o soldado que caiu do cavalo?"

O fato ocorreu na comemoração do dia 07 de setembro de 1940, quando o soldado Armando Camargo, servindo na Divisão de Cavalaria de Curityba, desfilava garbosamente, montado em seu cavalo, em plena Rua XV de Novembro, quase esquina com a Rua Monsenhor Celso.

Quem conta a inusitada história é Sônia Maria Camargo, filha do sr. Armando Camargo, conforme veremos no texto escrito por ela:

"O dia que meu pai caiu do cavalo...

Meu pai, serviu o exército, na divisão de Cavalaria de Curityba, entre os anos de 1939 e 1941. Contava-nos que, em um desfile de 7 de setembro (o ano nunca mencionou), ele, garboso, montado em seu cavalo, em plena Rua XV de Novembro, tentou empinar o animal para impressionar umas 'moçoilas casadoiras', que à beira da calçada se encontravam.

O cavalo num ato de rebeldia (acho que não gostou das mocinhas que assistiam), não correspondeu ao comando e jogou o cavaleiro (meu pai) ao chão. Além do susto e da vergonha, ele ganhou dores pelo corpo todo.

Essa história, repetida inúmeras vezes, sempre nos fez imaginar como teria sido a cena.

Pois bem, os anos se passaram... muitos anos; meu pai se foi, prematuramente.

Um dia, estando eu no escritório da tradicional Papelaria Requião, para conversar com o então proprietário, Sr. Renato Requião, o que vejo? Uma foto, com aparência antiga, emoldurada em um quadro na parede.

Então pergunto:
- Sr. Renato, essa foto é antiga?
Ele tira o quadro da parede e diz:
- A data está aqui atrás. 07/09/1940.

Quase cai pra trás! Seria o meu pai o soldado em queda? Seriam aquelas as mocinhas "bonitas" que desencadearam o episódio?

O sr. Renato explicou que um amigo, colecionador de fotos antigas, lhe cedeu aquela foto, pois estampava a placa da Papelaria Requião.

Curiosidade: a Papelaria da família Requião funcionava na Rua XV de Novembro, no prédio da foto, depois mudou para a Rua Dr. Muricy, onde encerrou suas atividades, após 85 anos de história.

Pois bem, o Sr. Renato, gentilmente, me cedeu a foto para ser fotocopiada. Venho guardando essa relíquia há alguns anos.

Infelizmente meu pai não está mais entre nós para confirmar se essa foi a sua queda ou foi outro o desafortunado que levou o golpe do cavalo. [...] "

(Texto e foto de Sonia Maria Camargo, filha do sr. Armando Camargo)

Paulo Grani