ANTIGAS CASAS DA RVPSC
"No entorno dos complexos ferroviários era comum encontrarmos as chamadas casas de turma, residências construídas pela Rede de Viação Paraná-Santa Catarina para os funcionários
ANTIGAS CASAS DA RVPSC
"No entorno dos complexos ferroviários era comum encontrarmos as chamadas casas de turma, residências construídas pela Rede de Viação Paraná-Santa Catarina para os funcionários. Algumas eram de propriedade da companhia e outras eram financiadas pela Caixa de Aposentadorias e Pensões dos Ferroviários, tornando-se propriedade do funcionário após a sua quitação. Nelas moravam maquinistas, guarda-freios, guarda-chaves, foguistas, engenheiros da via permanente, chefes de estação, entre outros.
O bom funcionamento e a manutenção das linhas férreas era assegurado por esses profissionais sempre viverem com suas famílias nas imediações do local de trabalho. No livro Pelos Trilhos, os autores destacam que a construção das vilas operárias, além de suprir às necessidades da Rede e atender às reivindicações dos trabalhadores por moradia, também contribuiu para a formação de uma identidade de classe.
Em geral, as casas de alvenaria maiores eram ocupadas por profissionais com maior graduação, como engenheiros. As casas mais simples, de madeira, eram destinadas a trabalhadores com menos instrução, dentre eles os “arigós”, responsáveis pela limpeza da via permanente. Fabiano Stoiev, um dos autores de Pelos Trilhos, adverte que "na maioria das vezes as casas mais simples acabam não recebendo o devido valor pelos órgãos públicos. Por serem de madeira, muitas dessas residências encontram-se bastante deterioradas". Fabiano comenta que se observamos com cuidado identificamos abrigos junto das casas de madeira que serviam para guardar o troller, pequeno veículo usado, nos trilhos, pelos trabalhadores que faziam a manutenção da via permanente.
Fábio Domingos Batista, em sua dissertação "A tecnologia Construtiva em Madeira na Região de Curitiba", acrescenta que na maioria das vezes as residências dos ferroviários eram edificadas em linha acompanhando os trilhos do trem, o modelo das casas se repetia na lógica da produção em série. Fábio analisou projetos nos arquivos da Rede e identificou 18 tipos para casas de madeira e 50 para casas de alvenaria.
O material pesquisado compreendeu construções a partir da década de 1940. Os projetos das residências eram feitos por técnicos da companhia.
Uma das maiores vilas ferroviárias no Paraná foi construída próximo às Oficinas de Curitiba, no bairro Cajuru. Ficou conhecida por Vila Oficinas e inicialmente era formada por 96 casas distribuídas em seis quadras. A Vila Colorado, junto ao estádio Durival Britto, também foi outro importante conjunto residencial dos ferroviários.".
Fonte e fotos de: gazetadopovo.com.br - Caminhos do Paraná
Paulo Grani.
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