sábado, 1 de novembro de 2025

V. Hermenegildo Gomes da Silva – Eduardo Fernando Chaves: Projetista Um olhar histórico sobre a arquitetura residencial em Curitiba no início do século XX

 V. Hermenegildo Gomes da Silva – Eduardo Fernando Chaves: Projetista

Um olhar histórico sobre a arquitetura residencial em Curitiba no início do século XX

Em outubro de 1912, a cidade de Curitiba testemunhava o nascimento de mais um projeto arquitetônico que, embora modesto em escala, carregava em si os traços distintos da urbanização em expansão da capital paranaense. Tratava-se do “Projecto para construção de um prédio na Avenida Vicente Machado para o Snr. Hermenegildo Gomes da Silva”, assinado pelo projetista Eduardo Fernando Chaves, profissional atuante no cenário arquitetônico e urbanístico da época.

Contexto histórico e urbano

A Avenida Vicente Machado, uma das principais artérias do centro de Curitiba, já naquele período simbolizava o progresso e a modernização da cidade. Nomeada em homenagem ao governador do Paraná entre 1894 e 1898, a avenida concentrava residências de famílias abastadas, comércios emergentes e edificações públicas que refletiam o crescimento econômico impulsionado pela cafeicultura e pelas novas linhas férreas que conectavam o interior ao litoral.

Nesse cenário, Hermenegildo Gomes da Silva — cuja biografia ainda carece de maior documentação pública — encomendou a construção de uma residência de pequeno porte, composta por um único pavimento e com área total de 176,00 m². O projeto, registrado sob o Alvará de Construção nº 2414/1912, foi elaborado com técnicas construtivas tradicionais da época: alvenaria de tijolos, material predominante nas edificações urbanas do início do século XX no sul do Brasil.

Características do projeto

O projeto arquitetônico, hoje preservado no Acervo da Casa da Memória, vinculado à Diretoria do Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba (FCC), apresenta em uma única prancha os seguintes elementos gráficos:

  • Planta do pavimento térreo, detalhando a distribuição dos ambientes internos;
  • Corte longitudinal, que revela as proporções verticais da edificação, incluindo pé-direito, cobertura e estrutura;
  • Fachada frontal, com indicações estilísticas típicas da arquitetura residencial da Primeira República — linhas sóbrias, simetria compositiva e acabamentos funcionais, sem excessos ornamentais.

Apesar de sua simplicidade programática — uma residência unifamiliar —, o projeto reflete o cuidado técnico e estético de Eduardo Fernando Chaves, profissional que, embora não seja amplamente conhecido na historiografia arquitetônica paranaense, contribuiu para a conformação do tecido urbano de Curitiba em um momento de transição entre o século XIX e o XX.

Destino da edificação

Infelizmente, como ocorreu com muitas construções históricas do centro de Curitiba, o imóvel foi demolido antes ou durante o ano de 2012, não restando vestígios físicos no local. Sua memória, contudo, permanece viva nos arquivos da cidade, especialmente na referência 0190, PPM, do acervo da Casa da Memória — um testemunho valioso da produção arquitetônica cotidiana, muitas vezes ofuscada por edifícios monumentais, mas essencial para compreender a vida urbana da época.

Legado e relevância patrimonial

Embora não tenha sido tombado ou preservado fisicamente, o projeto para Hermenegildo Gomes da Silva representa um fragmento significativo da história construtiva de Curitiba. Ele ilustra como famílias de classe média ou média-alta investiam em moradias bem planejadas, mesmo em áreas centrais, e como profissionais locais, como Eduardo Fernando Chaves, atuavam com rigor técnico e sensibilidade espacial.

Projetos como este nos convidam à reflexão sobre a importância de valorizar não apenas os grandes marcos arquitetônicos, mas também as edificações comuns, que, em conjunto, formam a identidade urbana e cultural de uma cidade.


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Eduardo Fernando Chaves: Projetista

Denominação inicial: Projecto para construcção de um prédio na Avenida Vicente Machado para o Snr. Hermenegildo Gomes da Silva

Denominação atual:

Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Residência de Pequeno Porte

Endereço: Avenida Vicente Machado

Número de pavimentos: 1
Área do pavimento: 176,00 m²
Área Total: 176,00 m²

Técnica/Material Construtivo: Alvenaria de Tijolos

Data do Projeto Arquitetônico: 17/10/1912

Alvará de Construção: Nº 2414/1912

Descrição: Projeto Arquitetônico para construção de uma residência.

Situação em 2012: Demolido


Imagens

1 - Projeto Arquitetônico.

Referências: 

Projecto de uma residência para o Snr. Hermenegildo Gomes da Silva à Avenida Vicente Machado. Planta do pavimento térreo, corte e fachada frontal apresentados em uma prancha.

Acervo: Casa da Memória/Diretoria do Patrimônio Cultural/FCC (Fundação Cultural de Curitiba) – referência: 0190, PPM.

Curitiba nos Anos 60: Entre Esportes, Cinema, Cabaré e Memórias — Um Retrospecto da Cidade que Vivia Intensamente

 Curitiba nos Anos 60: Entre Esportes, Cinema, Cabaré e Memórias — Um Retrospecto da Cidade que Vivia Intensamente

Curitiba nos Anos 60: Entre Esportes, Cinema, Cabaré e Memórias — Um Retrospecto da Cidade que Vivia Intensamente

A Curitiba dos anos 1960 era uma cidade pulsante, onde o ritmo da vida se dividia entre os campos de futebol, as salas de cinema, os palcos teatrais e os salões de cabaré. Era uma época em que a modernidade se encontrava com a tradição, o esporte com a cultura, e o lazer com a memória coletiva. As páginas do jornal Gran-Fina, aqui reproduzidas, são um retrato vívido desse período — revelando desde os jogos de futebol que mobilizavam a cidade até os espetáculos de cabaré que encantavam a elite, passando pelas estreias cinematográficas e pelos eventos sociais que marcavam a vida curitibana.


Página 1: “Medirão Forças o Ferroviário e o Atlético” — O Futebol como Paixão Nacional

Na primeira página, o destaque é para o jogo de futebol entre o Ferroviário e o Atlético, que seria realizado no Estádio da Água Verde. O texto descreve a expectativa dos torcedores, a preparação das equipes e a importância do jogo para o campeonato local.

As fotos mostram os jogadores em ação, com uniformes simples e gramados desgastados — típicos dos estádios da época. A menção ao “empolgante cotelo de domingos” revela como o futebol era um evento social, onde famílias inteiras se reuniam para assistir aos jogos e vibrar com seus times favoritos.

Além disso, o artigo menciona a presença de figuras importantes da sociedade curitibana, como o Dr. Gutiérrez, Paula & Munhoz, que apoiavam o esporte e incentivavam a participação da juventude. Isso mostra como o futebol era mais do que um esporte — era um evento cultural, onde a elite e o povo se encontravam para celebrar a paixão nacional.

Esse relato é um testemunho da paixão do curitibano pelo futebol, que já na década de 60 era um dos pilares da identidade local.


Página 2: “A Noitada de Hoje” — O Cinema e o Teatro como Entretenimento de Massa

Na segunda página, entramos no universo do cinema e do teatro. O artigo “A Noitada de Hoje” destaca a estreia do filme Melodias do meu Coração, estrelado por Tony Martin e Hayworth, que estava obtendo grande sucesso nas salas de cinema da cidade.

O texto menciona a presença de celebridades e a animação da plateia, que lotava as sessões para ver os atores favoritos. A menção ao “Palácio Colossal” e ao “Cine Vitória” revela como os cinemas eram os principais espaços de entretenimento da época, atraindo plateias variadas e oferecendo programas duplos com filmes de aventura, romance e comédia.

Além disso, o artigo destaca a presença de empresas como a Empresa Cinematográfica H. Oliva, que investia em novos lançamentos e promovia eventos especiais para atrair o público. Isso mostra como o cinema era um dos principais entretenimentos da época, e como as empresas estavam adaptadas às novas demandas da sociedade.

Essa página é um retrato da Curitiba em ascensão — uma cidade que estava se transformando, se modernizando e se preparando para enfrentar os desafios do futuro.


Página 3: “Natalão” — O Esporte das Serenatas e das Mulheres Bonitas

Na terceira página, o foco é para o evento Natalão, que combinava esporte, música e beleza. O texto destaca a inauguração da Piscina da Estância Auru, que seria usada para competições de natação e eventos sociais.

As fotos mostram mulheres bonitas participando das serenatas, com vestidos elegantes e sorrisos radiantes. A menção ao “Esporte das Serenatas” revela como o evento era uma combinação de atividades físicas e culturais, atraindo tanto homens quanto mulheres.

Além disso, o artigo menciona a presença de figuras importantes da sociedade curitibana, como o Dr. Luiz Rondinelli, que apoiavam o evento e incentivavam a participação da juventude. Isso mostra como o “Natalão” era mais do que um evento esportivo — era um momento de celebração, onde a sociedade curitibana se reunia para se divertir e se conectar.

Essa página é um testemunho da importância do esporte e da cultura na formação da identidade curitibana, que buscava se organizar, se educar e se divertir em um ambiente saudável e disciplinado.


Página 4: “Recordando” — A Memória Coletiva e os Enlaces Sociais

Na quarta página, o tema é a memória coletiva e os enlaces sociais. O artigo “Recordando” destaca a importância de lembrar os eventos passados, como o casamento do Dr. Gomes Rosa e Ligia Vieira, que foi um dos mais importantes da década.

As fotos mostram os noivos em seu dia especial, com vestidos elegantes e sorrisos radiantes. A menção ao “Enlace Dr. Gomes Rosa-Ligia Vieira” revela como o casamento era um evento social, onde a família demonstrava seu status e sua integração na elite curitibana.

Além disso, o artigo menciona a presença de figuras importantes da sociedade curitibana, como o Dr. Luiz Rondinelli, que apoiavam o evento e incentivavam a participação da juventude. Isso mostra como o casamento era mais do que um evento familiar — era um momento de afirmação social, onde a família demonstrava seu status e sua integração na elite curitibana.

Essa página é um retrato da Curitiba em ascensão — uma cidade que estava se transformando, se modernizando e se preparando para enfrentar os desafios do futuro.


Página 5: “Calendário Cabalístico” — O Cabaré e a Arte de Isolda Bassi

Na última página, o foco é para o mundo do cabaré e da arte. O artigo Calendário Cabalístico destaca a apresentação da Isolda Bassi, que empregou o auditório do Club Curitibano para realizar seu espetáculo.

As fotos mostram Isolda Bassi em ação, com vestidos elegantes e movimentos graciosos. A menção ao “Club Curitibano” revela como os clubes eram os principais espaços de entretenimento da época, atraindo plateias variadas e oferecendo programas duplos com shows de dança, música e teatro.

Além disso, o artigo menciona a presença de figuras importantes da sociedade curitibana, como o Dr. Luiz Rondinelli, que apoiavam o evento e incentivavam a participação da juventude. Isso mostra como o cabaré era mais do que um espetáculo — era um momento de celebração, onde a sociedade curitibana se reunia para se divertir e se conectar.

Essa página é um testemunho da importância do cabaré e da arte na formação da identidade curitibana, que buscava se organizar, se educar e se divertir em um ambiente saudável e disciplinado.


Conclusão: Curitiba nos Anos 60 — Uma Cidade em Movimento

As páginas aqui apresentadas pintam um retrato vívido de Curitiba nos anos 60: uma cidade que combinava a diversão do teatro e do cinema com a seriedade do escotismo e da modernização urbana. Era uma época de otimismo, de crescimento e de transformação. Curitiba estava se tornando uma cidade moderna, mas sem perder sua identidade. E os jornais da época, com seus textos e fotos, são testemunhas valiosas desse processo.


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