sábado, 13 de janeiro de 2018

Uma princesa nos trilhos da nossa história

A princesa Isabel veio a Curitiba em 1884 para a primeira viagem oficial da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá. Não foram encontrados registros fotográficos da família real na capital paranaense, portanto, tentamos reproduzir a cena. (Foto das crianças e conde d'Eu: Alberto Henschel; Foto da Princesa Isabel: Joaquim Insley Pacheco; Montagem: Marcio Silva/CMC e Andressa Katriny/CMC)
Uma princesa nos trilhos da nossa história
Na semana,  comemorativa ao aniversário da princesa Isabel (29 de julho de 1846). Pouca gente sabe, mas quando a estrada de ferro Curitiba-Paranaguá estava para ser inaugurada, em 1884, a capital recebeu a visita dela, com o marido, Conde d'Eu, e os filhos Pedro, Luis e Antônio. Juntos, eles fariam a primeira viagem oficial da ferrovia – mas a grande inauguração seria feita somente no dia 1 de fevereiro de 1885. Para esperá-la, a cidade estava em festa, com as casas iluminadas e as ruas enfeitadas com bandeiras e arcos. Uma série de reportagens, que começa com esta, vai contar como foi a visita e como era a “Curityba” do século XIX.

“A commissão de festejos roga a todos os dignos commerciantes desta praça o obsequi de fecharem os estabelecimentos, hoje das 2 horas da tarde em diante e, outrossim, pede aos habitantes da capital, que se dignem de illuminar a frente de suas casas durante as noites em que aqui permanecerem SS. Altezas.” Assim anunciou o jornal O Dezenove de Dezembro, que noticiou cada passo da família nestas terras de muito pinhão. Um boletim do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense (IHGPR), publicado em 1972, transcreve a carta diário que a princesa escreveu a seus pais, D. Pedro II e Dª Tereza Cristina.

Mas é o relato de um repórter da Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro, que acompanhou toda a visita, que chama a atenção pela riqueza de detalhes e impressões pessoais. Ele descreve não só o passeio, mas também a cidade da época. As visitas à Santa Casa, às fábricas de mate, às colônias do Abranches e Taboão, à Câmara Municipal e ao Palácio do Governo, além dos contratempos do final do assentamento da estrada de ferro, são os fatos narrados de forma pitoresca pelo jornal.

Saindo de Paranaguá às seis horas da manhã, suas altezas chegariam a Curitiba de trem, naquela que seria a primeira viagem oficial pela via-férrea, no dia 29 de novembro de 1884. Faltavam 20 dias para as comemorações da Emancipação Política do Paraná, e a inauguração do trajeto era um presente à cidade, em alusão à data.

A linha ainda não havia sido concluída até a estação da Praça Eufrásio Correia, e a família real teve de descer na altura do bairro Cajuru e terminar o trajeto em carruagens. A expectativa, de acordo com a Gazeta de Notícias, era de que, talvez, durante os dias que ficassem em Curitiba e arredores, a estrada desse por concluída e a despedida (13 de dezembro) já fosse na estação. No entanto, ocorreram alguns contratempos, que serão contados mais adiante, em outra reportagem da série sobre a visita da família real.

A edição 348 da Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro traz o relato da viagem, que incluiu um café da manhã em Morretes e um almoço na estação do Cadeado, ambos oferecidos pelo engenheiro da estrada, João Teixeira Soares. No Cadeado, um pavilhão foi montado especialmente para a ocasião, “e de onde se descortina um vista esplêndida, baía de Paranaguá ao longe. A serra do Marumbi à direita. Que magnífica serra! E como estava banhada de luz!”, descreve a princesa em sua carta a D. Pedro II.

“Cheios de saudades, estou certo, deixaram hoje pela manhã a cidade de Paranaguá Suas Altezas Imperiaes e a sua comitiva, que levou d'esta cidade a mais grata recordação. A's 6 horas da manhã, prompto o comboio, seguiram os augustos viajantes pela estrada de ferro do Paraná, em companhia do engenheiro chefe e dos outros empregados da linha e grande numero de pessoas”, relata o jornal carioca, que complementa: “na frende da machina collocaram-se dous carros abertos, em um dos quaes iam Suas Altezas, e no outro os engenheiros da estrada, o estado maior do Sr. conde d'Eu e os representantes da imprensa e da côrte, para poderem ver a via-ferrea e as suas bellas obras d'arte. A' proporção que se sobe, vão se descortinando panoramas esplendidos, e do alto da serra do Marumby, que se acha a 1800 metros acima do nível do mar, e a mais de 80 kilometros de Paranaguá, avista-se a entrada da barra desta cidade, como em toda a subida em differentes pontos e posições o mar, de lado de Paranaguá”, documenta o periódico.

“Que viagem! Nunca vi, creio eu, estada de ferro mais bela, com mais pontos de vista esplêndidos, seguidos dos famosos campos do Paraná, verdadeiros parques ingleses, com seus grandes gramados, com muita florzinha bonita, e os massiffs [bosque espesso, segundo o boletim do IHGPR] formados pelos belos pinheiros”, escreve a herdeira, aos pais.

O trem parou em Piraquara, “indo Suas Altezas a pequena distancia apanhar parasitas, flores, e ver a herva matte denominada chimarrão e o cipó que figurou na exposição de Philadelphia em 1876” (Gazeta do Rio de Janeiro). Mais adiante, em uma localidade chamada Atauba (km 100) – hoje identifica-se o local de parada como sendo no bairro Cajuru –, ponto até onde iam os trilhos do trem, às 3h40 da tarde, foram recebidos pelo comendador Ildefonso Corrêa e “grande numero de pessoas importantes de Curitiba, e muitos carros [carruagens] que conduziram os augustos viajantes e sua comitiva á capital do Paraná, onde chegaram ás 5 horas da tarde, fazendo-se viagem pelo leito da estrada”, relata o jornal.

Foram recepcionados na porta do palácio de Ildefonso Corrêa por “colonos polacos” e moças que carregavam bandeiras, e homens com galhardetes e ramos. “O Sr. conde d'Eu, da sacada do palacio, agradeceu a manifestação, proferindo um discurso, no qual pediu aos colonos que alliados aos brazileiros fizessem prosperar o Brazil, cujo solo lhes daria a recompensa dos seus esforços. Terminou levando vivas aos colonos e ao Brazil.” Segundo o relato do periódico carioca, o conde começou seu discurso em allemão e terminou-o em “polaco”, “por lhe terem dito que os colonos eram d'esta nacionalidade”.

“De noite, os alemães vieram com lanternas de cores e com cânticos nos cumprimentar. Há muitos alemães e polacos por aqui, e muita carinha de criança tenho visto que me faz lembrar as de Petrópolis. Curitiba é uma bonita cidadezinha: Ruas alinhadas, casas muito limpinhas, alguns edifícios bonitos...”, constatou Isabel.

No dia seguinte, percorreram a cidade e assistiram uma missa celebrada na Igreja Matriz. “A' 1 hora da tarde houve cortejo, ao qual compareceram todos os officiaes e commandantes dos corpos actualmente em Curityba. SA, a princesa imperial, os principes e seus preceptores percorreram a cidade e arrabaldes, voltando a palacio quasi ao anoitecer.” (Gazeta do Rio de Janeiro)

Nos relatos que se seguem nas reportagens do correspondente carioca, nota-se um grande interesse de Conde d'Eu pelos quartéis da cidade, enquanto a princesa Isabel preferiu os passeios no campo e as paisagens.

No dia 7 de dezembro, as altezas imperiais seguiram para o interior da província, indo a princesa Isabel até Palmeira acompanhar Conde D'Eu e assistir à festa de Nossa Senhora da Conceição. Dali, ela voltaria a Curitiba. Ele, junto ao seu estado-maior e os representantes da imprensa da côrte, por terra, visitariam a província de Santa Catarina, “onde deveriam encontrar-se com S. A. a princeza imperial, que vai por mar”, conforme deu a Gazeta do Rio de Janeiro.

Leia, na próxima semana, a visita da família real às fábricas de erva mate.

Por Michelle Stival da Rocha – Jornalista da Diretoria de Comunicação da Câmara Municipal de Curitiba.

*As citações de atas e notícias, entre aspas, são reproduções fieis dos documentos pesquisados. Por isso, a grafia original não foi modificada.


Referências Bibliográficas:
- Gazeta de Notícias do Rio de Janeiro (
edição 348, de 13 de dezembro de 1884 pg.2). Exemplar disponível para consulta na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional (veja aqui).

- Jornal O Dezenove de Dezembro (edição 278, de 29 de novembro de 1884). Exemplar disponível para consulta na Hemeroteca Digital da Biblioteca Nacional (leia aqui).

- Boletim Especial do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense. Comemorativo ao Sesquicentenário da Independência do Brasil 1822-1972. (Volume XV, ano 1972)

Data: 22/07/1856

Neste dia, em 1856,  vereadores recebiam ofício do presidente da província informando que havia ordenado a um dos engenheiros locais que realizasse os planos das novas ruas e praças de Curitiba, para que, por este plano, fossem regulamentadas as novas edificações. O ofício foi uma resposta a um pedido dos vereadores no dia 12 do mesmo mês.

Curitiba no século XIX. O Passeio Público perto da data de sua inauguração. (Foto - Acervo Casa da Memória)
**Esta foto pertence ao acervo da Casa da Memória. Cópia com maior resolução deve ser solicitada à Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba.
Os dados contidos nesta coletânea foram extraídos das atas manuscritas existentes na Câmara; dos Boletins do Archivo Municipal de Curitiba (B.A.M.C.), de Francisco Negrão; do livro Curitiba 1900, de Valério Hoerner Junior e do livro 300 Anos - Câmara Municipal de Curitiba 1693-1993. As leis coletadas a partir de 1948 foram pesquisadas no sistema SPL do site da Câmara.

Data: 12/12/1952

Neste dia, em 1952, em reconhecimento aos esforços da Força Expedicionária Brasileira (FEB), que após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) encontravam-se em dificuldades no retorno ao Brasil, era sancionada pelo então prefeito Erasto Gaertner lei da Câmara de Curitiba que isentava do imposto predial todos os “pracinhas”, como eram chamados os integrantes da FEB, que adquirissem imóvel para sua residência.

Desfile da vitória, em 1945, com saída da estação ferroviária, em frente à Praça Eufrásio Correia. (Foto – Acervo Casa da Memória)
**Esta foto pertence ao acervo da Casa da Memória. Cópia com maior resolução deve ser solicitada à Diretoria de Patrimônio Cultural da Fundação Cultural de Curitiba.
Os dados contidos nesta coletânea foram extraídos das atas manuscritas existentes na Câmara; dos Boletins do Archivo Municipal de Curitiba (B.A.M.C.), de Francisco Negrão; do livro Curitiba 1900, de Valério Hoerner Junior e do livro 300 Anos - Câmara Municipal de Curitiba 1693-1993. As leis coletadas a partir de 1948 foram pesquisadas no sistema SPL do site da Câmara.

A família imperial pelas fábricas de erva mate de Curitiba

  • Engenhos Tibagi e Iguaçu, no bairro Batel, de propriedade de Ildefonso Correia Pereira, o Barão do Serro Azul. (Foto: Reprodução do livro Álbum de Memórias: A trajetória das indústrias do Paraná)
  • A Mansão das Rosas, em 1880, propriedade do industrial do mate Francisco Fasce Fontana. Na foto, não está a Princesa Isabel. (Foto: Acervo Casa da Memória)
  • O Passeio Público na inauguração, em 1886. Fontana aplicou uma técnica de redução de banhados em seu território e logo após fez o mesmo no terreno onde seria o parque. (Foto: Acervo Casa da Memória)
  • Engenhos Tibagi e Iguaçu, no bairro Batel, de propriedade de Ildefonso Correia Pereira, o Barão do Serro Azul. (Foto: Reprodução do livro Álbum de Memórias: A trajetória das indústrias do Paraná)
  • A Mansão das Rosas, em 1880, propriedade do industrial do mate Francisco Fasce Fontana. Na foto, não está a Princesa Isabel. (Foto: Acervo Casa da Memória)


“Todos juntos, menos Antônio, partimos às 4 horas para a fábrica de mate do Fontana, oriental [como chamavam as pessoas vindas da Banda Oriental do Uruguai], filho de italianos e casado com uma filha do Dr. Ermelino. É bem inteligente, seu mate muito bem beneficiado. Tem convertido em verdadeiras plantações de flores e de bonitas árvores (muitas delas frutíferas) um verdadeiro brejo que rodeava a antiga fábrica de mate que Papai conheceu neste lugar”, assim contou a Redentora a seus pais, D. Pedro II e Tereza Cristina, em uma carta-diário. 

A fábrica ficava onde hoje é a avenida João Gualberto. O local descrito no início do texto é bem próximo do Passeio Público, inaugurado e aberto ao público somente dois anos depois, em 1886 (Foto 2). Fontana aplicou uma técnica de redução de banhados em seu território e logo após fez o mesmo no terreno onde seria o parque, às suas próprias custas, por ser amigo do presidente da província, Visconde de Taunay (saiba mais). Da Mansão das Rosas, residência do industrial (Foto 1), sobrou somente o portal, que hoje é entrada de um conjunto de edifícios em frente ao Colégio Estadual do Paraná. A demolição da propriedade ocorreu em 1974¹.
  
A Gazeta do Rio de Janeiro descreveu com detalhes como era feito o processamento do mate. “Estes senhores possuem dous estabelecimentos juntos um do outro, organizados e construídos pelo laborioso industrial o Sr. Francisco Fasce Fontana, ha seguramente tres anos e meio. Um dos estabelecimentos é movido a vapor por um motor da força de 42 cavallos, e outro por motor hydraulico. E' grande o desenvolvimento do primeiro, que, trabalhando dez horas, prepara diariamente mais de mil arrobas de matte, prompto para a exportação. O segundo, em vista do motor, que, como já se sabe, é hidráulico, apenas póde beneficiar de 300 a 400 arrobas diarias, não sendo tão perfeito como o primeiro.” A máquina a vapor seria uma invenção do próprio Fontana. 

Suas altezas percorreram a “esplendida chacara que rodeia as fabricas, cortadas por innumeros rios, divididos de proposito, alem de magnificos jardins nas ilhas pitorescas, que tornam agradavel e aprazivel aquella parte da cidade. N'esta chacara encontram-se flôres e arbustos rarissimos, e que só se conhecem na Europa e nas repúblicas do Prata, pela excellencia do clima. O do Paraná nada fica devendo áquelle”, relata o jornal. 

Fontana teria oferecido licor de mate aos augustos viajantes, preparado na própria fábrica, “e que é excellente”, elogia o correspondente. “O Sr. conde d'Eu significou ao intelligente industrial o Sr. Fontana o contentamento e a satisfação com que se retirava, declarando que não esperava encontrar alli um tão importante estabelecimento”, continua. Após esta visita, com autorização de Dom Pedro II, o engenho foi batizado de Fábricas Imperiais Fontana.  

A família também visitou os engenhos de Tibagi e Iguaçu (foto 3), no Batel, de propriedade de Ildefonso Pereira Correia – onde hoje está a pracinha do Batel. Ele ficaria mais conhecido posteriormente pelo nome de Barão do Serro Azul. Recebeu este título da própria princesa Isabel, em 1888. 

O repórter carioca manifestou claramente sua preferência pela fábrica dos Fontana: “Também o Sr. commendador Ildefonso Corrêa tem uma bem montada fabrica de preparar herva matte; porém um pouco inferior á dos Srs. Silva, Irmão & Fontana, em aparelhos e modo de preparar a materia prima”. 

Já a princesa Isabel, dias depois em seu diário, escreveria diferente aos pais. “Fábrica de beneficiar mate do Comendador Ildefonso Pereira Correia: Pareceu-me ainda melhor instalada do que a do Fontana. Esta fábrica está um pouco fora da cidade [o Batel era considerado rocio, lugar afastado do centro], e aí perto há um altozinho aonde fomos para gozar a vista. Não se podia ver nada de mais lindo e aprazível. Ao longe, S. José dos Pinhais, campos, copas de pinheiros. Mais perto, casinhas pitorescas, culturas, Curitiba.” 

Por Michelle Stival da Rocha – Jornalista da Diretoria de Comunicação da Câmara Municipal de Curitiba

quarta-feira, 29 de novembro de 2017

Esquina das Ruas Cândido de Abreu com Barão de Antonina. Fábrica fundada por Gottlieb Mueller em 1878 onde hoje está o Shopping Mueller
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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Rua Buenos Aires esquina com Benjamin Lins. De 1928 a 1965, foi a quarta sede do Museu Paranaense. Originalmente a casa do ervateiro Manoel de Macedo, cuja propriedade ia até a Rua Cel Dulcídio , onde ainda existe o portal da fábrica com o nome " Fábrica Santa Graça "
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terça-feira, 21 de novembro de 2017

Registro raro da circulação de veículo motorizado na Ilha do Mel. 
Esta caminhonete era utilizada no transporte dos veranistas entre as docas de desembarque e o Hotel ali existente na época.
Esta foto é de 1932 - Na imagem estão Anna Mueller Venske (de chapéu),
Erica Venske (menina de saia branca), meu avô Cláudio Venske (6 da esquerda para direita) e Marica Venske ao seu lado.
Acervo Pessoal.

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Barca para a Ilha - 1935

quarta-feira, 26 de julho de 2017

História da cidade de Matinhos

Localizada no litoral paranaense Matinhos foi descoberto em 1820 seus habitantes primitivos eram os índios Carijós, os primeiros colonizadores foram os portugueses e italianos que fundaram colônias agrícolas.
A origem do nome decorre da mata baixa (mata de restinga, rica em epífitas) que era conhecida como matinho.
Os balneários são alguns dos responsáveis pela grande movimentação dos veranistas que procuram as Praias do Paraná, entre outros, o de Caiobá, com origem de ocupação por volta de 1926 por descendentes da colônia alemã de Curitiba (na foto o Balneário de Caiobá).
Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Matinhos, pela lei estadual nº 613, de 27-01-1951, subordinado ao município de Paranaguá.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o distrito de Matinhos figura no município de Paranaguá.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 231-XII-1963.
Elevado à categoria de município com a denominação de Matinhos, pela estadual nº 5743, de 13-03-1968, desmembrado de Paranaguá. Sede no antigo distrito de Matinhos. Constituído do distrito sede. Instalado em 19-12-1968.
Em divisão territorial datada de 31-XII-1971, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.
Fonte: IBGE


História da cidade de Campo Magro

Etimologia. Campo Origina-se do latim campus designando região de grande extensão de terra, que tem ou não árvores esparsas. Largo Vem do latim "largus", e refere-se a lugar de grande extensão transversal, extenso.
Origem Histórica. é antiga a denominação Campo Largo, sendo desde os tempos do desbravamento dos Campos de Curitiba, advindo da largueza dos horizontes do lugar, sendo esta a impressão que tiveram os primeiros exploradores da região dos Campos Gerais. Campo Largo tornou-se ponto de referência, sendo que esta denominação prevaleceu desde os primórdios de sua ocupação, não conhecendo outra.
O cel. Antônio Luíz, conhecido pelo apelido de Tigre, foi o grande pioneiro do atual município.
Possuía uma sesmaria onde hoje se localiza a sede municipal. Tigre morava na Fazenda N. Srª. da Conceição do Tamanduá. Prosperou, a partir do final do século XVIII, a Freguesia Colada de Tamanduá, que se situava nas proximidades da Freguesia Nova (Palmeira). Tinha muito prestígio a Freguesia Colada de Tamanduá, que rivalizava em importância, depois de Curitiba, com São José dos Pinhais, Lapa e Castro.
Segundo o pesquisador José Carlos Veiga Lopes, em 12 de abril de 1706, Antônio Luís Tigre obteve a sesmaria do Rio Verde, entre esse rio, o Iguaçu e o Capão da índia, que incluíam terras dos atuais municípios de Balsa Nova e Campo Largo; possuía também nessa mesma época a sesmaria do Tamanduá, da qual não existe carta. Antônio Luiz Tigre era dono do Tamanduá, mas não existem documentos que digam que ali morasse. Ele, morador na vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, fez petição dizendo que tinha fazenda na paragem nomeada Campo Largo, onde tinha suas lavouras e criações, onde pedia as terras que se achassem devolutas, partindo de sua demarcação para a parte de povoado até entestar com as terras de Manuel Soares. O governador do Rio de Janeiro lhe concedeu, em 12 de novembro de 1712, as terras que se achavam devolutas, não excedendo uma légua, no sítio e paragem que declarou na petição.
Em 24 de janeiro de 1726, o capitão Tigre e sua mulher Ana Rodrigues França fizeram doação a sua sobrinha Catarina Gonçalves Coutinho, casada com Braz Domingues Veloso, de meia légua de terras no Rodeio e outro tanto no Campo Largo; fez também doação de terras no Rio Verde de Campo Largo a Felipe de Santiago e sua mulher Maria Luís de Siqueira que, em 30 de dezembro de1737, venderam para Braz Domingues Veloso. Antônio Luís Tigre doou também terras a sua sobrinha Ana de Melo Coutinho; já viúvo, doou ao tenente-coronel Manuel Rodrigues da Mota, casado com sua sobrinha Helena Rodrigues Coutinho, terras no Rodeio nos lados do Itaimbé. As terras do Tamanduá, Antônio Luís Tigre e sua mulher doaram para Nossa Senhora da Conceição. Na lista de ordenanças de 1765 moravam no bairro de Campo Largo 42 famílias e no bairro do Rio Verde 6 famílias. A freguesia do Tamanduá foi criada em 1813. Em 1814, o capitão João Antônio Costa fez doação do campo em que hoje se encontra a cidade de Campo Largo para que nele se estabelecessem os habitantes que quisessem. A construção da primeira igreja começou em 1821 e foi inaugurada em 2 de fevereiro de 1826, dia de Nossa Senhora da Piedade. Em 16 de outubro de
1828 foi elevada a capela curada.
Gentílico: campomagrense
Formação Administrativa
Nos quadros de apuração do recenseamento geral de 1-IX-1920, figura no município de Curitiba o distrito de Campo Magro.
Assim permencendo em divisões territoriais datadas de 31-XII-1936 e 31-XII-1937.
Pelo decreto-lei estadual nº 199, de 30-12-1943, o distrito de Campo Magro foi transferido do município de Curitiba para o de Colombo.
No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito de Campo Magro, figura no município de Colombo.
Pela lei estadual nº 2, de 10-10-1947, o distrito de Campo Magro foi transferido do município de Colombo para o de Timoneira.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o distrito de Campo Magro, figura no município de Timoneira.
Assim permencendo em divisão territorial datada de 1-VII-1955.
Pela lei estadual n.º 2644, de 24-03-1956, o município de Timoneira passou a denominar-se Almirante Tamandaré.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o distrito de Campo Magro, figura no município de Almirante Tamandaré.
Assim permencendo em divisão territorial datada de 1993.
Elevado à categoria de município com a denominação de Campo Magro, pela lei estadual n.º 11221, de 11-12-1995, desmembrado do município de Almirante Tamandaré. Sede no antigo distrito de Campo Magro. Constituído do distrito sede. Instalado em 01-01-997.
Em divisão territorial datada de 2001, o município é constituído do distrito sede.
Assim permencendo em divisão territorial datada de 2007.
Transferência distritais
Pelo decreto-lei estadual nº 199, de 30-12-1943, transfere o distrito de Campo Magro do município de Curitiba para o de Colombo.
Pela lei estadual nº 2, de 10-10-1947, transfere o distrito de Campo Magro do município de Colombo para o de Timoneira.
Fonte: IBGE