sábado, 31 de dezembro de 2022

UM POUCO DA HISTÓRIA DA VILLA CAMPO LARGO

 

UM POUCO DA HISTÓRIA DA VILLA CAMPO LARGO




Nada como falar com quem sabe (e muito) sobre a cidade. Perguntei ao Marcelo Sutil, da Diretoria do Patrimônio Cultural da Prefeitura de Curitiba, se ele teria alguma informação sobre a Villa Campo Largo e como ele me retornou um material precioso, faço mais essa postagem sobre o belíssimo casarão, que está num estado de conservação que começa a beirar o crítico, para contar um pouco da sua história.

O texto a seguir foi retirado do documento enviado à mim pelo Marcelo Sutil, sendo esse de autoria da  historiadora Maria Luiza Gonçalves Baracho da Fundação Cultural de Curitiba. Agradeço à ambos pelas informações.

A imponente casa, denominada Vila Campo Largo, sobressai na paisagem desde a época de sua construção.

Segundo planta aprovada pela então Directoria de Obras e Viação, em 4 de agosto de 1929, com conclusão até 20 de agosto de 1931, tratava-se de um projeto de residência para o Sr. Lucas Sovierzoski. Ele e a esposa ocuparam o imóvel até o final da vida, sendo que o mesmo permaneceu com a filha, única herdeira, até aproximadamente 1970, época de seu falecimento.

Sem que hovessem herdeiros diretos, o imóvel passou a pertencer, em diferentes frações, a familiares dos ramos Sovierzoski e Guiraud, como atesta a documentação. A casa começou, então, a ser alugada, servindo para diferentes usos ao longo do tempo.

Ao longo de todas essas décadas, e ainda hoje, o imóvel compõe, com destaque, a paisagem da Avenida Iguaçu e da Praça Ouvidor Pardinho. Com seu porte e volumetria, suas linhas de influência inglesa, suas primorosas pinturas internas e da varanda, seu acabamento esmerado, desde a edificação o sobrado constituiu-se num marco da paisagem, importante elemento da memória afetiva dos curitibanos que viveram e vivem na região, e dos que por ali circulam diariamente.

Em fotografias do início dos anos 1930, ela já está presente e remete a uma época em que a expansão da cidade era direcionada para a região sul, com a melhoria e a implantação de largas avenidas e ruas, como a própria Iguaçu e a Nunes Machado. Na Iguaçu e imediações, além de energia elétrica, já havia água canalizada e os sanitários ficavam dentro das casas; comodidades que, no final dos anos 1920, já motivavam a construção de casas mais confortáveis, como a Vila Campo Largo. Aquela era também uma época de grandes quintais, resultantes de um arruamento planejado, o que propiciava o cultivo de belos jardins e de hortas bem cuidadas. Embora próxima a inúmeras fábricas que, desde o final do século 19 foram se instalando na região, os proprietários podiam usufruir da Praça Ouvidor Pardinho. Antigo Campo da Cruz, a praça propiciava uma paisagem marcada pela presença da Igreja do Imaculado Coração de Maria e seus prédios anexos; igreja cuja construção, iniciada em 1917, foi concluída no final dos anos 1920.

A denominação Vila Campo Largo, presente numa placa decorativa no alto da fachada, e que hoje, à primeira vista parece deslocada, na verdade indica um estilo de morar, quando a cidade se expandia para espaços considerados mais distantes da então área central. Trata-se de uma tipologia arquitetônica que, segundo o historiador Marcelo Saldanha Sutil, era “bastante comum na cidade entre as décadas de 1930 e 1950. Época em que se construíam as chamadas vilas, ou seja: residências espaçosas, em meio a lotes generosos e cercadas por jardins. Assobradadas ou não, foram comuns em bairros próximos ao centro, como Batel, Alto da Glória e Juvevê, e caracterizaram a paisagem destes lugares até há poucos anos”.

Esta, certamente foi uma das fortes razões que justificaram sua inserção e manutenção na listagem de Unidades de Interesse de Preservação do Município, além da  relevância de suas qualidades arquitetônicas. 

COLÔNIA FARIA E A PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA SAÚDE

 

COLÔNIA FARIA E A PARÓQUIA NOSSA SENHORA DA SAÚDE




A Colônia Presidente Faria no município de Colombo foi fundada em 1886 pelo Presidente da Província do Paraná, Dr. Joaquim de Almeida Faria Sobrinho e inaugurada pelo mesmo no dia 21 de agosto de 1887.

A administração do Presidente Faria amparou as indústrias madeireira e ervamateira e estimulou a exportação de seus produtos. Fomentou a criação de gado, deu atenção à plantação de trigo e de arroz. Teve também um carinho especial à política imigratória, motivo pelo qual o núcleo colonial Presidente Faria leva o seu nome.

Uma vez no Brasil, os imigrantes recebiam do governo uma pequena casa de madeira, coberta de tabuinhas, tendo uma porta e duas janelas, sem forro e piso de chão batido. As famílias vinham de Morretes e Paranaguá, onde aguardavam por alguns dias o transporte para Curitiba.

As terras da Colônia Faria com área total de 4.934.330m2 foram divididas em 50 lotes rurais e um lote reservado e doado para a Igreja e à escola. Cada família assentada pagava pelo seu lote.

Aqui viveram da extração de pinheiros, imbuias e a exploração da erva mate. Também o plantio de milho, mandioca, batata, parreiras e tudo relacionado à lavoura.

Toda a produção era levada à Curitiba e Antonina para serem vendidas em suas carroças e de lá traziam o açúcar, o trigo, o sal, etc.

Na colônia existia um moinho de fubá movido a água, uma serraria e uma estrutura para a exploração de erva-mate. Também se produzia o vinho, pois existiam grandes vinhedos.

Dois anos depois de inaugurada a Colônia, os imigrantes iniciaram a construção de uma capela, pois até 1888 a reza do “terço” acontecia nas casas.

Em 1917 foi feito um abaixo-assinado comprometendo os assinantes a darem sua oferta para a construção da nova e atual igreja. Os trabalhos se iniciaram em 07 de janeiro de 1924 e foram concluídos em 09 de setembro de 1926.

A imagem de Nossa Senhora da Saúde veio da cidade de Lucca, Itália, sendo liturgicamente benzida e oficialmente entronizada Padroeira da Colônia Presidente Faria no dia 21 de novembro de 1930. Em 1934 é iniciada a construção da torre, sendo concluída em 1936.

Ainda hoje muitas das tradições são mantidas e passadas para as futuras gerações. A Colônia ainda vive da agricultura, vinicultura, criação de animais, o comércio e de muitas outras atividades.

Uma cidade pacata, de gente simples, mas hospitaleira e que gosta de uma boa prosa sentados nas varandas de suas casas, ou nas grandes mesas, saboreando um bom vinho com “formaio” e a famosa polenta.

O texto acima de autoria de Maurício Ferrarini foi extraído do site Amici Della Bici.

A HISTÓRIA DO BAR CASA VELHA

 

A HISTÓRIA DO BAR CASA VELHA












Uma tradição de bom atendimento e de velhos costumes que encantam várias gerações vem garantindo a sobrevivência de um dos bares mais antigos de Curitiba: o bar “Casa Velha”, que funciona no mesmo lugar desde 1927 na Avenida Mateus Leme, entroncamento com a Rodovia dos Minérios, próximo ao Parque São Lourenço, no bairro Abranches, mantém as mesmas características desde que foi fundado.

A data exata da inauguração é desconhecida pelos proprietários atuais. Desde a sua criação, o bar passou por oito proprietários e todos eram de origem polonesa. O atual proprietário é Aluísio Fernando Mickosz que administra o botequim juntamente com seus familiares. A família Mickosz exemplica a fidelidade dos fregueses do bar.

Um dos principais segredos do “Casa Velha”, pela sua longevidade, é a simplicidade em servir, como nos velhos tempos, em que o freguês ainda pode escolher os petiscos através de um balcão frigorífico, onde ficam expostos os salames, queijos e outros quitutes. Mas a sua maior atração são os pratos especiais, do dia, que são servidos de quarta a sexta-feira à noite.

O “Casa Velha” é frequentado por pessoas de diferentes idades e gerações. Durante a tarde são presenciados grupos de idosos da região que vão ao bar para bater papo. Mas durante a noite, no dia em que há pratos especiais, a freguesia é formada por rodas de amigos, casas e famílias que se aglomeram em suas mesas e cadeiras de madeira (segundo o dono algumas delas tem mais de 40 anos) para saborearem as guloseimas servidas.

Segundo o proprietário Aluísio Mickosz, na década de 1920 esse comércio teve uma função importante para os viajantes que pegavam uma das saídas norte de Curitiba em direção ao município de Rio Branco. “Esse ponto era uma espécie de parada obrigatória ãs pessoas que compravam mantimentos, isto é, nos tempos passados o bar serviu como mercearia de secos e molhados”, expõe Aluísio.

O texto acima foi extraído do cardápio do Bar e foi publicado no Jornal Correio Paranaense do dia 03/08/2004.

O Bar Casa Velha fica na Rua Mateus Leme, 5981 no Bairro Abranches.

STODOLE

STODOLE






Em dezembro/17 estivemos em Campo Largo no bairro Botiatuva para participar da festa de aniversário de dois sobrinhos-netos. O local da festa chamado Stodole me surpreendeu pela beleza, simplicidade e acolhimento, por isso resolvi publicar algumas fotos que fiz no dia no local.

Pesquisando na internet, achei algumas informações na Folha de Campo Largo, as quais compartilho abaixo.

Instalado num antigo sítio de imigrantes poloneses, no Botiatuva, o Espaço Cultural e Gastronômico Stodole é um convite para uma visita cultural e de lazer imperdível. A propriedade pertence à Família Krul, que se esforça para preservar suas principais características do imóvel rural.

A principal construção do sítio é um paiol, um celeiro (por isso o nome Stodole, que é uma variação da palavra polonesa “Stodola” - pronuncia-se ‘stodóua’, que significa celeiro, paiol) que foi reconstruído. O paiol original foi construído em 1941 e já necessitava de uma reforma.

O empreendimento é denominado “Espaço Cultural e Gastronômico” porque ali pretende-se realizar vários tipos de atividades, todas relacionadas com a cultura dos imigrantes poloneses e seus descendentes, em especial dos que se instalaram na região.

No pavimento térreo da construção é dado maior enfoque à culinária dos imigrantes através de jantares e também de um café colonial polonês.

No pavimento superior está sendo montado um museu com objetos antigos relacionados também aos imigrantes. O espaço será dividido em três exposições: uma “casa de imigrantes poloneses”, o “trabalho dos imigrantes poloneses” e “curiosidades do cotidiano dos imigrantes poloneses”.

A área externa está sendo preparada para a convivência das pessoas com a natureza. Foi construída uma capela polonesa, detalhadamente adornada como as igrejas polonesas do Brasil e da Polônia.

O Espaço Cultural e Gastronômico Stodole fica na Rua Paulo Bianco, 400, Botiatuva. Campo Largo - PR.

 

COLÉGIO VICENTINO SÃO JOSÉ

 

COLÉGIO VICENTINO SÃO JOSÉ




A educação esteve presente desde as origens da Companhia das Filhas da Caridade, a qual se deu em Paris/França, no dia 29 de novembro de 1633. Nesta data, Luísa de Marillac reúne em sua casa um grupo de jovens camponesas, desejosas de dedicar suas vidas, seu tempo, seus dons para o serviço dos mais pobres. Entre as tarefas assumidas, está ao ensino às crianças, particularmente as meninas e os pobres.

As "Pequenas Escolas", como eram denominadas, surgem especialmente no meio rural e são estabelecidas junto às Confrarias da Caridade, ação empreendida por Vicente de Paulo desde o ano de 1917 e junto às quais as primeiras Irmãs atuaram de forma direta.

O ano de 1849 assistiu à chegada das primeiras Filhas da Caridade no Brasil, vindas da França. Instalando-se na cidade de Mariana /MG, deram início à primeira obra educativa em terras brasileiras: o Colégio da Providência.

Em 1904, chegaram ao Paraná, mais precisamente à Colônia Polonesa de Abranches, próximo a Curitiba, três Irmãs vindas da Polônia. Através delas, a Companhia respondeu ao pedido dos imigrantes poloneses que aí residiam, desejosos de oportunizar uma educação de qualidade a seus filhos. Nasce, assim, a Escola Polonesa São José - hoje Colégio Vicentino São José, sendo esta a primeira obra da Província de Curitiba.

As Irmãs atendiam não somente às necessidades escolares, mas também outras que surgissem, tanto na área da saúde, como ambulatório ou mesmo nas famílias.

Após a 1ª Guerra Mundial foi proibido lecionar em língua estrangeira e as Irmãs sujeitaram-se a exames prévios de língua portuguesa, a fim de continuar sua missão de mestras, lecionando somente em Português.

Em de 16 de julho de 1942, passou a denominar-se Instituto São José, até 1975. Em 1948, foi concluído o atual prédio, funcionando o curso primário, com grande número de alunos. A partir de 1976, a escola passou a chamar-se Escola São José do Bairro Abranches.

Em 1999, atendendo ao pedido de muitos pais e alunos, iniciou-se o curso de ensino médio, aprovado pela Secretaria da Educação. A escola passou a chamar-se Colégio Vicentino São José, tendo como lema: Educação Para a Vida.

A história do Colégio Vicentino São José está muito ligada à história da Província Brasileira da Congregação da Irmãs Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo, pois foi em Abranches que as portas se abriram para acolher as três abnegadas Irmãs Missionárias que lançaram sementes de boa qualidade na terra dos pinheirais do Paraná, e esta cresceu, desenvolveu-se e está dando muitos frutos de fé, abnegação e muito amor.

As informações aqui prestadas foram extraídas do site do Colégio Vicentino São José, onde poderá encontrar muito mais.

A CASA DE WILHELM SEILER

 

A CASA DE WILHELM SEILER










No final da década de 1960 o Sr. Wilhelm Seiler, nascido na Suíça e conhecido em Curitiba como Guilherme Seiler, proprietário de uma fábrica de brinquedos de madeira que ficava na Avenida Iguaçú, bancou a hipoteca de uma casa no bairro São Francisco que pertencia à um comerciante de carnes sírio-libanes, para ajuda-lo a superar uma crise financeira. Como esse comerciante não conseguiu honrar suas dívidas, a propriedade da casa foi passada ao Sr. Guilherme.

A casa estava em péssimo estado de conservação, como pode ser visto na foto de 1970, o que demandou uma grande reforma que foi iniciada em principio sem o conhecimento da sua esposa, já que o Sr. Guilherme temia que ela ficasse muito brava com a história toda. Quando sua esposa conheceu a casa, apesar da situação em que se encontrava, passou a apoiar a reforma e uma vez concluída, gostaram tanto que mudaram-se para a casa que foi originalmente construída em 1897 e que em 1972 estava totalmente reformada, com uma bela varanda na lateral diante de um aconchegante jardim.

A casa é uma Unidade de Interesse de Preservação e permanece sendo uma linda moradia, constituindo-se num verdadeiro oásis numa região que já é muito diferente do que já foi um dia. 

POR DENTRO DO HOTEL JOHNSCHER

 

POR DENTRO DO HOTEL JOHNSCHER














A história do Hotel Johnscher tem início no ano de 1917, quando a família Johnscher (família de imigrantes alemães donos de hospedaria na cidade de Paranaguá) resolve aproveitar um dos eixos hoteleiros da Curitiba da década de 1910 para explorar um estabelecimento ali existente.

Este eixo é a Rua Barão do Rio Branco (até 1912 Rua da Liberdade) que neste período é o caminho natural de passageiros que chegam e/ou saem de Curitiba utilizando a Estação Ferroviária. Outro detalhe da importância desta rua era que ali estavam os principais prédios públicos da cidade, tanto da administração municipal como estadual.

Os Johnscher, transferindo residência do litoral para a capital, assumiram, em 1917, a administração do Hotel Paris instalado no imóvel da família Parolin. A primeira tarefa dos novos administradores foi mudar o nome, pois a reputação do anterior não era boa. Com o passar dos anos e algumas reformas no prédio, os Johnscher elevaram o prestígio do estabelecimento de "má fama" para um dos mais importantes hotéis do sul do país.

O "Johnscher" foi um dos primeiros estabelecimentos sulistas a dispor de rede de telefonia interna, água quente e fria encanada, lavanderia própria a vapor, câmera frigorífica, entre outras benfeitorias e a sua clientela alvo, nos primeiros anos, eram comerciante em viagens de negócios.

Sobre a administração de Francisco L. Johnscher, o prestigio do hotel foi elevando-se gradativamente e chega ao seu ápice nas décadas de 40 e 50 quando o estabelecimento já era referência de qualidade e tradição, recebendo personalidades de diversas áreas.

Após a morte de Francisco Johnscher, em 1962, o hotel continuou com a família até meados da década de 1970 quando o estabelecimento fechou as suas portas. O prédio do Hotel Johnscher ficou fechado por aproximadamente vinte anos, sofrendo, neste período, grande deterioração.

Em 1995 foi doado ao município de Curitiba que repassou, através de licitação, a iniciativa privada como forma de preservar o patrimônio histórico, pois o mesmo foi classificado como UIP (Unidade de Interesse de Preservação).

A rede San Juan de Hotéis assumiu, em 2002, a responsabilidade de reformar e explorar, por 35 anos, o imóvel. Na reforma foram mantidas as linhas e a arquitetura eclética dos prédios do início do século XX em um sobrado de três pavimentos e de aproximadamente 610 metros quadrados de área construída. Fonte: Wikipedia

Publico hoje as fotos do hotel que fiz no último domingo, inclusive algumas feitas internamente onde encontrei belíssimas fotos antigas de Curitiba.

CASA EUGÊNIO MOTTIN EM COLOMBO

 

CASA EUGÊNIO MOTTIN EM COLOMBO














A Casa Eugênio Mottin foi construída em 1922. Depois de doada pela família Mottin para a prefeitura de Colombo-PR, foi realocada para o Parque Municipal da Uva em 2007.

Em 2015 foi aberta ao público para visitação como parte do Circuito Italiano de Turismo Rural de Colombo, contendo um Memorial da Imigração Italiana. A casa mantém a pintura interna original restaurada e possui diversos objetos que pertenceram à família na época.

Além de vários outros utensílios doados pela comunidade, das roupas antigas e do mobiliário talhado à mão que recriam todos os ambientes da década de 1920, um guia que acompanha a visitação conta e comenta toda a história da casa e da imigração italiana no Município.