Torres del Paine ou El Chaltén?
Por Crônicas na Bagagem*
Bosques, lagos e rios em tons de azul e verde, glaciares, montanhas cobertas de neve. Há muitas semelhanças entre o Parque Nacional Torres del Paine, no Chile, e El Chaltén, cidade dentro do Parque Nacional dos Glaciares, na Argentina. Mesmo assim, não há como comparar os dois destinos: cada um deles é único. Mas como nem sempre a equação de tempo + dinheiro fecha para poder visitar os dois pontos, muitos viajantes enfrentam um grande dilema tendo que optar por apenas um. Queríamos evitar a atração chilena por questão de economia, mas incluímos de última hora no roteiro depois de ouvir tantos elogios hiperbólicos e não nos arrependemos de conhecer os dois locais. Se você também tem esse tipo de dúvida e não consegue mesmo ir aos dois, podemos lhe ajudar com algumas informações.
Se o problema é grana, vá para El Chaltén sem nem pensar duas vezes. Embora vale cada centavo desembolsado, o Parque Nacional Torres del Paine é caro – só a entrada custa 32 dólares para estrangeiros em alta temporada (até 30 de abril – as tarifas de ingresso para o Torres del Paine podem ser conferidos aqui), sem contar que tudo no Chile é mais caro que na Argentina, ao menos para a cotação atual (abril de 2019) do real. Por outro lado, não há cobrança de entrada na parte Norte do Parque Nacional dos Glaciares, onde está a cidade de El Chaltén.
Se grana não for um problema, mas você tiver os dias contados para a viagem, não há uma única resposta para o dilema e é preciso levar em conta uma série de fatores. Analise as nossas considerações e tire suas próprias conclusões:
Transporte
Torres del Paine é mais tranquilo de ser visitado por quem está motorizado (moto ou carro, seja próprio ou alugado). O parque é mais retirado e tem 60 km de estradas em seu interior.
Para quem viaja por conta ou de mochila, há ônibus que vão ao local e passeios ofertados por agências, mas aí o preço final para visitar o local sobe ainda mais.
Em El Chaltén os ônibus vindos de outras cidades desembarcam no centro e os pontos onde iniciam as trilhas são em sua maioria muito próximos.
Também há a opção de pedir carona para ambos locais, mas nem todos se encaixam neste estilo de viajar.
Atividades
Você gosta de caminhadas? Se sim, a escolha é mais delicada porque há ótimas trilhas – de diferentes níveis de dificuldade – em ambos os locais. El Chaltén é conhecida como a capital nacional do trekking e tem várias opções para serem feitas em um único dia. Torres del Paine, por sua vez, embora também tenha trilhas mais curtas, é famoso pelos circuitos W e O, que levam dias para serem concluídos, com necessidade de acampar ao longo do trajeto.
Caso não possa fazer muito esforço físico ou não goste deste tipo de atividade, em Torres del Paine é possível ter acesso a paisagens incríveis apenas percorrendo de veículo a rota que corta o parque. Em El Chaltén, do centro da cidade (está mais para uma vilinha cercada de montanhas, muito charmosa) se pode avistar uma parte do Fitz Roy, mas para ver os pontos mais bonitos, só com trilhas (algumas muito tranquilas, outras mais pesadas).
Tempo de estadia
As trilhas mais procuradas, tanto em Torres del Paine como em El Chaltén – base das Torres e Fitz Roy/Laguna de Los Tres -, precisam de um dia exclusivo reservado a elas, afinal são cerca de 20 km entre ida e volta. Se viajar no outono, por exemplo, o tempo para percorrer com segurança o caminho coincide com a quantidade de horas de luz solar, então o mais indicado para poder fazer com calma é pernoitar por ali, preferencialmente no dia anterior.
Não fizemos os circuitos mais longos em Torres del Paine por falta de equipamentos, mas fizemos quase todas as demais trilhas e ficamos quatro dias e três noites no parque (dormimos dentro do carro). Em El Chaltén foram dois dias e três noites (também dormindo no carro) e focamos a nossa energia para ir até o Fitz Roy. Outro trekking muito procurado é o da Laguna Torre, mas fomos somente até o mirador para nos poupar do cansaço (1/3 do caminho). Por conta do tempo chuvoso não fizemos as trilhas mais curtinhas, como Mirador de Los Condores e de Las Águilas.
*Carina Furlanetto e João Paulo Mileski começaram no dia 18 de fevereiro o projeto “Crônicas na Bagagem”, com o objetivo de rodar por pelo menos 10 países da América do Sul e por todos os estados do Brasil a bordo de um Renault Sandero 1.0. Eles escrevem crônicas sobre as suas experiências e pretendem viver na estrada por dois anos. O dia a dia e os gastos detalhados da expedição são compartilhados no instagram.com/cronicasnabagagem.
Nós falamos um pouco sobre a aventura do casal, aqui.
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