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quarta-feira, 15 de novembro de 2023

Até o final do século 19 Curitiba se debatia com a falta de um lugar próprio para que a população se reunisse para vender e comprar produtos de primeiras necessidades, como veremos a seguir

 Até o final do século 19 Curitiba se debatia com a falta de um lugar próprio para que a população se reunisse para vender e comprar produtos de primeiras necessidades, como veremos a seguir


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Nessa foto de José Durski , de 1880, vê-se claramente as várias portinhas dos imóveis que constituíam as "cazinhas" alugadas pela câmara e repassadas aos pequenos comerciantes.

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Nesta foto de 1894, do fotógrafo ..., a antiga igreja já havia sido demolida e a Rua Fechafa já encontrava-se aberta.
(Foto: Acervo Paulo José Costa)

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Aqui um detalhe da foto de José Durski, de 1880, onde percebe-se o grande trânsito de carroças e carroções dos produtores que vinham ao local para fornecer os pequenos comerciantes.

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Outra foto de 1880, também do fotógrafo José Durski, retratando o cotidiano do comércio existente na Rua Fechada, inclusive de uma padaria.
(Foto: Acervo Paulo Jose Costa)
AS "CAZINHAS", EM CURITIBA ANTIGAMENTE
Até o final do século 19 Curitiba se debatia com a falta de um lugar próprio para que a população se reunisse para vender e comprar produtos de primeiras necessidades, como veremos a seguir.
Em 03/07/1824, por meio de edital, a Câmara de Curitiba ordena a população para “ninguém vender Arroz, Laranjas e Bananas sem ser na rua, mercado ou nas cazinhas".
Interessante a intenção desse veto e permissão. O edital de maneira clara, pretendia impedir que as pessoas vendessem esses produtos em suas residências. Por outro lado, liberava a venda desses produtos nas ruas. Ou seja, permitia o livre comércio dos vendedores ambulantes desses produtos.
Por último, distintamente, dá-lhes também a liberdade de vendê-los no "mercado" ou nas "cazinhas", indicando que esses eram os pontos costumeiros de comercialização.
Mas, onde ficava o "mercado" e essas "cazinhas" mencionadas no Edital?
As “cazinhas” foram o primeiro conceito de um tipo de feira pública de Curitiba e estavam situadas nas proximidades da catedral. O primeiro mercado era composto pelas chamadas "casinhas", um conjunto de imóveis desprovidos de higiene que vendiam alimentos e carnes no beco que começava na Rua Fechada, atual Rua José Bonifácio.
No século passado a Rua Fechada era uma viela lamacenta com precárias calçadas de pedras. Vinha do Largo da Ordem e terminava na parede dos fundos da antiga Matriz onde havia uma passagem estreita que podia ser utilizada unicamente por pedestres, daí o nome Rua Fechada.
Com a demolição da velha Matriz, iniciada em 1876, foi iniciada a construção da nova Catedral afastada mais para o lado, de modo a permitir que a Rua Fechada (ou Fexada conforme consta em mapa de 1757), fosse ligada com a Praça Tiradentes, ganhando seu novo nome Rua José Bonifácio.
O historiador Francisco Negrão, em seu livro "Curitiba", esclarece que "a Câmara Municipal de Curityba possuia pequenas casas no Páteo da Matriz, que com o nome de 'Cazinhas' alugava à pequenos produtores e, assim, serviam de Mercado Público. Ficavam na face nórte da Praça entre o actual predio do Snr. Flavio Macedo e o sobrado que faz esquina para a rua do Rosário. Eram casas em ruinas e pessimamente serviam ao fim a que se destinavam."
E, assim, as 'cazinhas' funcionaram até 1863.
Em 1864, a Câmara atendendo reivindicações da população, alugou um imóvel maior localizado no Largo da Ponte, atual Praça Zacarias, transferindo para lá os pequenos comerciantes. O dito imóvel foi dividido em pequenos espaços, agora chamados de "Quartinhos", cujo local ficou conhecido como "Mercado dos Quartinhos", cuja história publicarei futuramente.
Paulo Grani

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