Histórias de Curitiba - A turma da Saldanha
A turma da Saldanha
Leónidas T. Ribas Jr.
Na década de 50, na esquina das ruas Saldanha Marinho e Prudente de Morais, dois portugueses iniciaram as suas atividades comerciais.
Quem é daquela época não pode esquecer o José Gomes e o Armando Mendes (ambos já falecidos), que ficavam até alta madrugada ou mesmo se revezavam para atender os seus fregueses e para ganhar o quanto antes o pão de cada dia.
Naquela época, dizia-me o Armando, o bar da Saldanha teria o nome de Tip-Top - inclusive já haviam feito uma placa com este nome.
Mas, como todos sabem, quase nada é como a gente gostaria que fosse, e qual não foi a frustação dos portugas, quando souberam que já havia um outro bar com o nome escolhido e já registrado.
Passado algum tempo e a frustação, escolheram um outro nome para o bar - "Jovial" - que ficou, se não me engano, até hoje.
Na placa do estabelecimento tinha a figura de moleque de calças curtas com um estilingue aparecendo no bolso de trás.
Naquela época já existia a Turma da Saldanha.
Alguns já adultos que não lembro os nomes e o pessoal mais novo, do qual eu fazia parte.
Na Saldanha Marinho esquina com a Brigadeiro Franco, tinha o Zênio de Oliveira e Silva, o Egberto Van Erven, o Espanhol (Carlos Fernandes de La Reguera Bothei), o Massami e o Hyroshi, que moravam na pensão do Paulo japonês (Paulo Ogura).
E na Saldanha esquina com a Prudente de Morais tinha o Polaco Hermínio, o Nito Tarzan, o Fran (Francisco Alvez de Oliveira), o Reginaldo Alvez de Oliveira, o Xandú (Alexandre Nassif), o Macaco, o Jorge, o João Domingues dos Santos (Macumba), o Reinaldo Polaco e tantos outros.
Como não poderia deixar de ser, sempre houve uma pequena rivalidade entre os dois grupos e depois de muitas provocações, foi combinada uma briga entre um de cada turma para que ficasse resolvido quem lá mandava.
A turma de baixo, da Prudente , escolhe o Polaco Hermínio para brigar porque ele era o maior de todos e para mim, naquela época, ele parecia que tinha dois metros de altura.
A turma de cima, da Brigadeiro, escolheu o Massami, que pela fama que faziam do japonês era o melhor lutador de judô de Londrina, sua cidade natal.
Ao chegar a hora do dia combinado, lá estávamos todos aguardando a briga começar e o Massami treinava judô com seu amigo Hyroshi.
Não demorou muito e chegou o Polaco Hermínio, que pela aparência (e depois ele mesmo me contou) estava com um medo terrível do japonês.
Preparativos para a briga, cada um se postou em seu devido lugar, braços armados e o Polaco Hermínio desfechou um soco no olho direito do japonês.
Para surpresa geral, o japonês de imediato gritou que a luta tinha terminado e que ele tinha perdido.
Surpresa maior ainda para todos os presentes foi quando soubemos que o Massami só enxergava com o olho direito, exatamente aquele que o Polaco acertou em cheio.
Assim terminou a briga e a rivalidade entre as duas turmas que dali em diante ficaram unidas.
Coisas da turma da Saldanha.
Leónidas T. Ribas Jr. é procurador de justiça aposentado.
Fonte: Historias de Curitiba Paraná.
Leónidas T. Ribas Jr.
Na década de 50, na esquina das ruas Saldanha Marinho e Prudente de Morais, dois portugueses iniciaram as suas atividades comerciais.
Quem é daquela época não pode esquecer o José Gomes e o Armando Mendes (ambos já falecidos), que ficavam até alta madrugada ou mesmo se revezavam para atender os seus fregueses e para ganhar o quanto antes o pão de cada dia.
Naquela época, dizia-me o Armando, o bar da Saldanha teria o nome de Tip-Top - inclusive já haviam feito uma placa com este nome.
Mas, como todos sabem, quase nada é como a gente gostaria que fosse, e qual não foi a frustação dos portugas, quando souberam que já havia um outro bar com o nome escolhido e já registrado.
Passado algum tempo e a frustação, escolheram um outro nome para o bar - "Jovial" - que ficou, se não me engano, até hoje.
Na placa do estabelecimento tinha a figura de moleque de calças curtas com um estilingue aparecendo no bolso de trás.
Naquela época já existia a Turma da Saldanha.
Alguns já adultos que não lembro os nomes e o pessoal mais novo, do qual eu fazia parte.
Na Saldanha Marinho esquina com a Brigadeiro Franco, tinha o Zênio de Oliveira e Silva, o Egberto Van Erven, o Espanhol (Carlos Fernandes de La Reguera Bothei), o Massami e o Hyroshi, que moravam na pensão do Paulo japonês (Paulo Ogura).
E na Saldanha esquina com a Prudente de Morais tinha o Polaco Hermínio, o Nito Tarzan, o Fran (Francisco Alvez de Oliveira), o Reginaldo Alvez de Oliveira, o Xandú (Alexandre Nassif), o Macaco, o Jorge, o João Domingues dos Santos (Macumba), o Reinaldo Polaco e tantos outros.
Como não poderia deixar de ser, sempre houve uma pequena rivalidade entre os dois grupos e depois de muitas provocações, foi combinada uma briga entre um de cada turma para que ficasse resolvido quem lá mandava.
A turma de baixo, da Prudente , escolhe o Polaco Hermínio para brigar porque ele era o maior de todos e para mim, naquela época, ele parecia que tinha dois metros de altura.
A turma de cima, da Brigadeiro, escolheu o Massami, que pela fama que faziam do japonês era o melhor lutador de judô de Londrina, sua cidade natal.
Ao chegar a hora do dia combinado, lá estávamos todos aguardando a briga começar e o Massami treinava judô com seu amigo Hyroshi.
Não demorou muito e chegou o Polaco Hermínio, que pela aparência (e depois ele mesmo me contou) estava com um medo terrível do japonês.
Preparativos para a briga, cada um se postou em seu devido lugar, braços armados e o Polaco Hermínio desfechou um soco no olho direito do japonês.
Para surpresa geral, o japonês de imediato gritou que a luta tinha terminado e que ele tinha perdido.
Surpresa maior ainda para todos os presentes foi quando soubemos que o Massami só enxergava com o olho direito, exatamente aquele que o Polaco acertou em cheio.
Assim terminou a briga e a rivalidade entre as duas turmas que dali em diante ficaram unidas.
Coisas da turma da Saldanha.
Leónidas T. Ribas Jr. é procurador de justiça aposentado.
Fonte: Historias de Curitiba Paraná.