Felipe III da França, o Ousado
Felipe III da França, o Ousado
Sosa : 9.437.220
- Nascido a 30 de abril de 1245 - Poissy, Yvelines, Ile-de-France, França
- Falecido a 5 de outubro de 1285 - Perpinhã, França, com a idade de 40 anos
- Rei da França
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Pais
- Luís IX de França 1214-1270
- Margarida da Provença 1221-1295
- Luís IX de França 1214-1270
- Margarida da Provença 1221-1295
Casamento(s) e filho(s)
- Casado com Isabel de Aragão 1243-1271 tiveram
- Felipe IV da França †
- Carlos de Valois 1270-1325
- Casado com Isabel de Aragão 1243-1271 tiveram
- Felipe IV da França †
- Carlos de Valois 1270-1325
Irmãos
- Isabel de França 1242-1271
- Felipe III da França, o Ousado 1245-1285
- Branca de França 1253-1320
- Isabel de França 1242-1271
- Felipe III da França, o Ousado 1245-1285
- Branca de França 1253-1320
Notas
Notas individuais
Filipe III (Poissy, 30 de abril de 1245 – Perpinhã, 5 de outubro de 1285), também conhecido como Filipe, o Ousado, foi o Rei da França de 1270 até sua morte. Era filho do rei Luís IX, que morreu durante a Oitava Cruzada enquanto Filipe o acompanhava. Durante seu reinado Filipe fex várias aquisições territoriais, principalmente o Condado de Tolosa anexado em 1271. Após as Vésperas Sicilianas iniciadas pelo rei Pedro III de Aragão contra Carlos I da Sicília, liderou uma cruzada mal sucedida para ajudar Carlos. Ele foi forçado a recuar e acabou morrendo em 1285, sendo sucedido por seu filho Filipe IV.
Não sendo o primogénito do rei São Luís de França, o príncipe Filipe não fora destinado a reinar, e só com a morte do seu irmão Luís em 1260 se tornou herdeiro do trono. Nesse momento já com quinze anos de idade, demonstrava menores aptidões do que o seu irmão, devido ao seu carácter doce, submisso, tímido e versátil, quase esmagado pelas fortes personalidades dos seus pais. A sua mãe Margarida da Provença fez-lhe prometer que ficaria sob a sua tutela até os trinta anos, mas o seu pai solicitou a quebra deste juramento ao papa, preferindo beneficiar o seu filho com uma melhor educação. Assim, a partir de 1268 nomeou Pierre de la Broce como seu mentor. São Luís encarregou-se também de lhe ministrar os seus próprios conselhos, redigindo os seus Ensinamentos, para lhe incutir em primeiro lugar a noção de justiça como primeiro dever do rei. Recebeu também uma educação muito religiosa, com Guilherme d'Ercuis como seu capelão, e que depois seria o preceptor do seu filho Filipe o Belo.
Recentemente casado com Isabel de Aragão e pai de uma criança, o futuro Filipe IV de França, Filipe III acompanhou o seu pai na Oitava Cruzada a Túnis, em 1270. Depois da tomada de Cartago, o exército sofreu uma epidemia de disenteria que não poupou a família real. João Tristão, outro filho de São Luís, foi o primeiro a falecer, e a 25 de Agosto morria o rei. Filipe foi assim proclamado rei com o nome de Filipe III em Túnis. De personalidade fraca, muito pio mas bom cavaleiro, deveu o seu cognome de o Bravo mais ao seu valor em combate do que à força de carácter, primeiro dominado pelos pais, depois por Pierre de la Broce e por fim pelo seu tio Carlos de Anjou. Revelou-se incapaz de comandar o exército, afectado pela morte do pai, e acabou por decidir deixar o teu tio Carlos de Anjou a negociar uma trégua de dez anos com os mouros que lhe permitiu voltar à França. Outras mortes se seguiriam. Em Dezembro, em Trápani, o seu cunhado Teobaldo II de Champagne, rei de Navarra; no mês seguinte na Calábria, Isabel de Aragão ainda grávida do seu quinto filho; em Hyères, a sua irmã Isabel, esposa de Teobaldo; e em 21 de Agosto do ano seguinte ainda morreria o seu tio Afonso III de Poitiers. Quando voltou a Paris a 21 de Maio de 1271, começou por prestar homenagem às vítimas, que também foram numerosas entre os soldados. Só depois foi sagrado rei de França a 12 de Agosto, na catedral de Reims.
A subida de Filipe III ao trono foi acompanhada de perturbações no panorama político: a morte do rei Henrique III da Inglaterra e o fim de uma longa disputa pelo trono do Sacro Império Romano-Germânico. Por outro lado, as ambições da Europa já não passavam pela cruzadas. Assim, enquanto estes foram os principais problemas do reinado do seu pai, o seu reinado seria principalmente marcado por conflitos territoriais, contestações de heranças e guerras de vassalagem, fenómenos que se acentuariam ainda mais no reinado do seu filho. Filipe III conservou a maioria dos oficiais e conselheiros do seu pai, tal como Pierre de la Broce como camareiro (até à sua condenação à morte por enforcamento em 1278) e Eustache de Beaumarchais senescal de Poitou, Toulouse e Auvérnia.
Por heranças, anexações, compras, uniões e guerras, Filipe III não parou de tentar aumentar os domínios da coroa e de afirmar a sua autoridade. Em 1271-1272 realizou a sua primeira transacção territorial ao incorporar a herança do seu tio Afonso III de Poitiers aos domínios reais: o condado de Toulouse, Poitou e parte da Auvérnia. No entanto foi forçado a ceder Agen, Saintonge e Ponthieu ao rei Eduardo I da Inglaterra pelo tratado de Amiens de 1279. Também herdou os condados de Perche e de Alençon do seu irmão Pedro, falecido em 1283. Teve a ocasião de fazer os primeiros feitos de armas do seu reinado em 1272, quando convocou a hoste real contra os condes de Foix e de Armagnac que contestaram o seu poder. O segundo rendeu-se e o primeiro foi derrotado e aprisionado, tendo no entanto as suas terras restituídas em 1277. Filipe também comprou os condados de Nemours em 1274 e de Chartres em 1284, e adquiriu várias cidades, como Harfleur e Montmorillon. Retirou a autoridade do rei Jaime II de Maiorca sobre Montpellier mas cedeu o condado de Venaissin ao papa Gregório X em 1274.
Por fim levou a cabo uma política matrimonial eficaz: Instigando o casamento da sua prima Matilde de Artois com Otão IV, conde da Borgonha, preparou a aproximação desta região, pertencente ao Sacro Império Romano-Germânico, ao reino da França. Interveio em Navarra após a morte de Henrique I. Este deixara uma única filha e herdeira, Joana, sob a tutela da sua viúva Branca de Artois e de Fernando de La Cerda. Branca prometeu Joana em casamento a Filipe o Belo, filho de Filipe III. Os territórios de Champagne e Navarra passaram a ser administrados pela França pelo tratado de Orleães de 1275 e o matrimónio ocorreu em 1284. Champagne seria definitivamente anexado aos domínios reais em 1314. Do ponto de vista das instituições, Filipe III introduziu várias novidades: Definiu a maioridade dos reis da França aos 14 anos. Afirmou a justiça real, em detrimento das justiças senhoriais, instituindo um tribunal real em cada uma das áreas de influência dos bailios e dos senescais, seus oficiais. Instituiu multas aos nobres que não comparecessem à convocação para a hoste real. Criou um imposto sobre as transmissões de feudos. Institucionalizou a segregação dos judeus.
Em Castela, após a morte em 1275 do seu cunhado e herdeiro deste reino, Fernando de La Cerda, Filipe III tomou sem sucesso o partido dos filhos deste, designados sucessores por Afonso X de Castela, no seu conflito contra Sancho IV de Leão e Castela. Na Itália apoiou o papa Martinho IV contra os gibelinos, conduzindo uma expedição punitiva à Romanha. Também apoiou a política siciliana do seu tio Carlos de Anjou após os massacres das Vésperas sicilianas a 30 de Março de 1282, que resultaram no assassinato e na expulsão dos franceses da ilha. Os sicilianos tinham enviado uma embaixada a Pedro III de Aragão, oferecendo-lhe a coroa desse reino, a que tinha direito graças ao seu matrimónio com Constança de Hohenstaufen. Este dirigiu-se então à Sicília, desembarcando em Trapani a 30 de Agosto do mesmo ano e sendo coroado rei na cidade de Palermo a 4 de Setembro. Pedro III enviou imediatamente uma embaixada a Carlos de Anjou, que se encontrava em Messina, intimando-o a reconhecê-lo como rei da Sicília e a abandonar a ilha. A derrota da frota angevina em Nicoreta, às mãos do almirante Rogério de Lauria, obrigou Carlos a deixar Messina e refugiar-se no seu agora "reino de Nápoles". O papa Martinho IV respondeu à coroação siciliana de Pedro III, considerado o instigador das acções deste territórios contra os franceses, com a sua excomunhão a 9 de Novembro de 1282 e a sua deposição como rei de Aragão a 21 de Dezembro de 1283. Ofereceu a sua coroa a Carlos de Valois, o segundo filho de Filipe III, que foi investido a 27 de Fevereiro de 1284, e declarou uma cruzada contra Aragão. Em 1285, depois da morte de Carlos de Anjou, o Bravo liderou a fracassada cruzada aragonesa contra a Catalunha, que foi chamada de "talvez a mais injusta, desnecessária e calamitosa empresa jamais tomada pela monarquia capetiana" [1]. O exército francês, que incluía 16.000 cavaleiros, 17.000 besteiros e uma infantaria de 100.000 homens, para além de 100 navios, entrou em Rossilhão. Apesar do apoio de Jaime II de Maiorca à cruzada, a população local levantou-se contra os invasores. A cidade de Elne foi valentemente defendida pelo chamado bastardo de Rossilhão, o filho ilegítimo de Nuno Sanches, anterior conde deste território. Eventualmente os locais foram derrotados, a catedral foi queimada e as forças francesas seguiram em frente. Os franceses então cercaram (a 26 de Junho) e tomaram (a 7 de Setembro) a cidade de Girona, após forte resistência, e Carlos de Valois foi coroado. Mas tiveram que retirar-se imediatamente, em consequência do regresso da frota aragonesa da Sicília, mais uma vez ao comando de Rogério de Lauria, que infligira uma derrota total à esquadra francesa a 4 de Setembro. Ao mesmo tempo que faziam uma retirada desastrosa, foram atacados por uma epidemia de disenteria que não poupou o próprio rei Filipe III de França. O seu filho Filipe o Belo tentou negociar a passagem da sua família real através dos Pirenéus mas recebeu uma recusa, e depois sofreu uma pesada derrota na batalha travada a 30 de Setembro e 1 de Outubro, na qual Pedro massacrou o exército francês mas poupou a família real. No entanto, o rei de França morreria em Perpignan a 5 de Outubro, sendo sepultado em Narbona e posteriormente transladado para a basílica de Saint-Denis. Em A Divina Comédia, Dante vê o espírito de Filipe III fora dos portões do purgatório, acompanhado de outros governantes europeus do seu tempo. O autor não nomeia o monarca francês diretamente, mas refere-se a ele como "o de pequeno nariz" e "o pai da Peste da França" (referindo-se à suposta maldição lançada pelo grão-mestre templário Jacques de Molay a Filipe IV de França).
Filipe casou-se pela primeira vez a 28 de maio de 1262, em Clermont-Ferrand, com Isabel de Aragão, filha de Jaime I de Aragão e Iolanda da Hungria. Ao acompanhar o então príncipe herdeiro à Oitava Cruzada, esta morreu de uma queda de cavalo na Calábria, no caminho de volta à França, grávida do seu quinto filho. Deste casamento nasceram: Luís (1264-1276) Filipe IV de França (1268 - 29 de novembro de 1314) Roberto (1269-1276) Carlos, Conde de Valois (12 de março de 1270 - 16 de dezembro de 1325) A 21 de Agosto de 1274, em Vincennes, Filipe casou-se em segundas núpcias com Maria de Brabante, filha de Henrique III de Brabante e Adelaide da Borgonha. Desta união nasceram: Luís, Conde d'Évreux (Maio de 1276 - 19 de Maio de 1319) Branca de França (1278 - 19 de Março de 1305), casada em 1300 com o rei Rudolfo de Habsburgo, rei da Boémia e duque da Áustria Margarida de França (1282 - 14 de Fevereiro de 1317), casada em 1299 com o rei Eduardo I de Inglaterra
Filipe III (Poissy, 30 de abril de 1245 – Perpinhã, 5 de outubro de 1285), também conhecido como Filipe, o Ousado, foi o Rei da França de 1270 até sua morte. Era filho do rei Luís IX, que morreu durante a Oitava Cruzada enquanto Filipe o acompanhava. Durante seu reinado Filipe fex várias aquisições territoriais, principalmente o Condado de Tolosa anexado em 1271. Após as Vésperas Sicilianas iniciadas pelo rei Pedro III de Aragão contra Carlos I da Sicília, liderou uma cruzada mal sucedida para ajudar Carlos. Ele foi forçado a recuar e acabou morrendo em 1285, sendo sucedido por seu filho Filipe IV.
Não sendo o primogénito do rei São Luís de França, o príncipe Filipe não fora destinado a reinar, e só com a morte do seu irmão Luís em 1260 se tornou herdeiro do trono. Nesse momento já com quinze anos de idade, demonstrava menores aptidões do que o seu irmão, devido ao seu carácter doce, submisso, tímido e versátil, quase esmagado pelas fortes personalidades dos seus pais. A sua mãe Margarida da Provença fez-lhe prometer que ficaria sob a sua tutela até os trinta anos, mas o seu pai solicitou a quebra deste juramento ao papa, preferindo beneficiar o seu filho com uma melhor educação. Assim, a partir de 1268 nomeou Pierre de la Broce como seu mentor. São Luís encarregou-se também de lhe ministrar os seus próprios conselhos, redigindo os seus Ensinamentos, para lhe incutir em primeiro lugar a noção de justiça como primeiro dever do rei. Recebeu também uma educação muito religiosa, com Guilherme d'Ercuis como seu capelão, e que depois seria o preceptor do seu filho Filipe o Belo.
Recentemente casado com Isabel de Aragão e pai de uma criança, o futuro Filipe IV de França, Filipe III acompanhou o seu pai na Oitava Cruzada a Túnis, em 1270. Depois da tomada de Cartago, o exército sofreu uma epidemia de disenteria que não poupou a família real. João Tristão, outro filho de São Luís, foi o primeiro a falecer, e a 25 de Agosto morria o rei. Filipe foi assim proclamado rei com o nome de Filipe III em Túnis. De personalidade fraca, muito pio mas bom cavaleiro, deveu o seu cognome de o Bravo mais ao seu valor em combate do que à força de carácter, primeiro dominado pelos pais, depois por Pierre de la Broce e por fim pelo seu tio Carlos de Anjou. Revelou-se incapaz de comandar o exército, afectado pela morte do pai, e acabou por decidir deixar o teu tio Carlos de Anjou a negociar uma trégua de dez anos com os mouros que lhe permitiu voltar à França. Outras mortes se seguiriam. Em Dezembro, em Trápani, o seu cunhado Teobaldo II de Champagne, rei de Navarra; no mês seguinte na Calábria, Isabel de Aragão ainda grávida do seu quinto filho; em Hyères, a sua irmã Isabel, esposa de Teobaldo; e em 21 de Agosto do ano seguinte ainda morreria o seu tio Afonso III de Poitiers. Quando voltou a Paris a 21 de Maio de 1271, começou por prestar homenagem às vítimas, que também foram numerosas entre os soldados. Só depois foi sagrado rei de França a 12 de Agosto, na catedral de Reims.
A subida de Filipe III ao trono foi acompanhada de perturbações no panorama político: a morte do rei Henrique III da Inglaterra e o fim de uma longa disputa pelo trono do Sacro Império Romano-Germânico. Por outro lado, as ambições da Europa já não passavam pela cruzadas. Assim, enquanto estes foram os principais problemas do reinado do seu pai, o seu reinado seria principalmente marcado por conflitos territoriais, contestações de heranças e guerras de vassalagem, fenómenos que se acentuariam ainda mais no reinado do seu filho. Filipe III conservou a maioria dos oficiais e conselheiros do seu pai, tal como Pierre de la Broce como camareiro (até à sua condenação à morte por enforcamento em 1278) e Eustache de Beaumarchais senescal de Poitou, Toulouse e Auvérnia.
Por heranças, anexações, compras, uniões e guerras, Filipe III não parou de tentar aumentar os domínios da coroa e de afirmar a sua autoridade. Em 1271-1272 realizou a sua primeira transacção territorial ao incorporar a herança do seu tio Afonso III de Poitiers aos domínios reais: o condado de Toulouse, Poitou e parte da Auvérnia. No entanto foi forçado a ceder Agen, Saintonge e Ponthieu ao rei Eduardo I da Inglaterra pelo tratado de Amiens de 1279. Também herdou os condados de Perche e de Alençon do seu irmão Pedro, falecido em 1283. Teve a ocasião de fazer os primeiros feitos de armas do seu reinado em 1272, quando convocou a hoste real contra os condes de Foix e de Armagnac que contestaram o seu poder. O segundo rendeu-se e o primeiro foi derrotado e aprisionado, tendo no entanto as suas terras restituídas em 1277. Filipe também comprou os condados de Nemours em 1274 e de Chartres em 1284, e adquiriu várias cidades, como Harfleur e Montmorillon. Retirou a autoridade do rei Jaime II de Maiorca sobre Montpellier mas cedeu o condado de Venaissin ao papa Gregório X em 1274.
Por fim levou a cabo uma política matrimonial eficaz: Instigando o casamento da sua prima Matilde de Artois com Otão IV, conde da Borgonha, preparou a aproximação desta região, pertencente ao Sacro Império Romano-Germânico, ao reino da França. Interveio em Navarra após a morte de Henrique I. Este deixara uma única filha e herdeira, Joana, sob a tutela da sua viúva Branca de Artois e de Fernando de La Cerda. Branca prometeu Joana em casamento a Filipe o Belo, filho de Filipe III. Os territórios de Champagne e Navarra passaram a ser administrados pela França pelo tratado de Orleães de 1275 e o matrimónio ocorreu em 1284. Champagne seria definitivamente anexado aos domínios reais em 1314. Do ponto de vista das instituições, Filipe III introduziu várias novidades: Definiu a maioridade dos reis da França aos 14 anos. Afirmou a justiça real, em detrimento das justiças senhoriais, instituindo um tribunal real em cada uma das áreas de influência dos bailios e dos senescais, seus oficiais. Instituiu multas aos nobres que não comparecessem à convocação para a hoste real. Criou um imposto sobre as transmissões de feudos. Institucionalizou a segregação dos judeus.
Em Castela, após a morte em 1275 do seu cunhado e herdeiro deste reino, Fernando de La Cerda, Filipe III tomou sem sucesso o partido dos filhos deste, designados sucessores por Afonso X de Castela, no seu conflito contra Sancho IV de Leão e Castela. Na Itália apoiou o papa Martinho IV contra os gibelinos, conduzindo uma expedição punitiva à Romanha. Também apoiou a política siciliana do seu tio Carlos de Anjou após os massacres das Vésperas sicilianas a 30 de Março de 1282, que resultaram no assassinato e na expulsão dos franceses da ilha. Os sicilianos tinham enviado uma embaixada a Pedro III de Aragão, oferecendo-lhe a coroa desse reino, a que tinha direito graças ao seu matrimónio com Constança de Hohenstaufen. Este dirigiu-se então à Sicília, desembarcando em Trapani a 30 de Agosto do mesmo ano e sendo coroado rei na cidade de Palermo a 4 de Setembro. Pedro III enviou imediatamente uma embaixada a Carlos de Anjou, que se encontrava em Messina, intimando-o a reconhecê-lo como rei da Sicília e a abandonar a ilha. A derrota da frota angevina em Nicoreta, às mãos do almirante Rogério de Lauria, obrigou Carlos a deixar Messina e refugiar-se no seu agora "reino de Nápoles". O papa Martinho IV respondeu à coroação siciliana de Pedro III, considerado o instigador das acções deste territórios contra os franceses, com a sua excomunhão a 9 de Novembro de 1282 e a sua deposição como rei de Aragão a 21 de Dezembro de 1283. Ofereceu a sua coroa a Carlos de Valois, o segundo filho de Filipe III, que foi investido a 27 de Fevereiro de 1284, e declarou uma cruzada contra Aragão. Em 1285, depois da morte de Carlos de Anjou, o Bravo liderou a fracassada cruzada aragonesa contra a Catalunha, que foi chamada de "talvez a mais injusta, desnecessária e calamitosa empresa jamais tomada pela monarquia capetiana" [1]. O exército francês, que incluía 16.000 cavaleiros, 17.000 besteiros e uma infantaria de 100.000 homens, para além de 100 navios, entrou em Rossilhão. Apesar do apoio de Jaime II de Maiorca à cruzada, a população local levantou-se contra os invasores. A cidade de Elne foi valentemente defendida pelo chamado bastardo de Rossilhão, o filho ilegítimo de Nuno Sanches, anterior conde deste território. Eventualmente os locais foram derrotados, a catedral foi queimada e as forças francesas seguiram em frente. Os franceses então cercaram (a 26 de Junho) e tomaram (a 7 de Setembro) a cidade de Girona, após forte resistência, e Carlos de Valois foi coroado. Mas tiveram que retirar-se imediatamente, em consequência do regresso da frota aragonesa da Sicília, mais uma vez ao comando de Rogério de Lauria, que infligira uma derrota total à esquadra francesa a 4 de Setembro. Ao mesmo tempo que faziam uma retirada desastrosa, foram atacados por uma epidemia de disenteria que não poupou o próprio rei Filipe III de França. O seu filho Filipe o Belo tentou negociar a passagem da sua família real através dos Pirenéus mas recebeu uma recusa, e depois sofreu uma pesada derrota na batalha travada a 30 de Setembro e 1 de Outubro, na qual Pedro massacrou o exército francês mas poupou a família real. No entanto, o rei de França morreria em Perpignan a 5 de Outubro, sendo sepultado em Narbona e posteriormente transladado para a basílica de Saint-Denis. Em A Divina Comédia, Dante vê o espírito de Filipe III fora dos portões do purgatório, acompanhado de outros governantes europeus do seu tempo. O autor não nomeia o monarca francês diretamente, mas refere-se a ele como "o de pequeno nariz" e "o pai da Peste da França" (referindo-se à suposta maldição lançada pelo grão-mestre templário Jacques de Molay a Filipe IV de França).
Filipe casou-se pela primeira vez a 28 de maio de 1262, em Clermont-Ferrand, com Isabel de Aragão, filha de Jaime I de Aragão e Iolanda da Hungria. Ao acompanhar o então príncipe herdeiro à Oitava Cruzada, esta morreu de uma queda de cavalo na Calábria, no caminho de volta à França, grávida do seu quinto filho. Deste casamento nasceram: Luís (1264-1276) Filipe IV de França (1268 - 29 de novembro de 1314) Roberto (1269-1276) Carlos, Conde de Valois (12 de março de 1270 - 16 de dezembro de 1325) A 21 de Agosto de 1274, em Vincennes, Filipe casou-se em segundas núpcias com Maria de Brabante, filha de Henrique III de Brabante e Adelaide da Borgonha. Desta união nasceram: Luís, Conde d'Évreux (Maio de 1276 - 19 de Maio de 1319) Branca de França (1278 - 19 de Março de 1305), casada em 1300 com o rei Rudolfo de Habsburgo, rei da Boémia e duque da Áustria Margarida de França (1282 - 14 de Fevereiro de 1317), casada em 1299 com o rei Eduardo I de Inglaterra
Fontes
Ver árvore
Luís VIII da França, o Leão 1187-1226
Branca de Castela 1188-1252 Raimundo V Berengário da Provença † Beatriz de Sabóia †
Luís IX de França 1214-1270 Margarida da Provença 1221-1295
Felipe III da França, o Ousado 1245-1285
|
Cronologia de Felipe III da França, o Ousado
- 124530 abr.
Nascimento
125227 nov.7 anosMorte da avó paterna
12538 anosNascimento de uma irmã
127012 mar.24 anosNascimento de um filho
127025 ago.25 anosMorte do pai
127128 jan.25 anosMorte do cônjuge
127127 abr.25 anosMorte de uma irmã
12855 out.40 anosMorte
Antepassados de Felipe III da França, o Ousado
Descendentes de Felipe III da França, o Ousado
Felipe III da França, o Ousado 1245-1285 & Isabel de Aragão 1243-1271 | | | Felipe IV da França † Carlos de Valois 1270-1325 & Joana I de Navarra 1271-1305 & Margarida de Anjou † | | | | | | Isabel da França 1295-1358 Joana de Valois † & Eduardo II da Inglaterra "Plantageneta" 1284-1327 & Guilherme I de Hainault † | | | | | | Eduardo III de Windsor 1312-1377 Filipa de Hainault 1314-1369 & Filipa de Hainault 1314-1369 & Eduardo III de Windsor 1312-1377 | | | | | | John de Gaunt 1340-1399 John de Gaunt 1340-1399 & Blanche de Lancaster 1345-1369 & Blanche de Lancaster 1345-1369 | | | | | | Philippa de Lancaster 1360-1415 Philippa de Lancaster 1360-1415 & João I de Portugal, 'o Bom' 1358-1433 & João I de Portugal, 'o Bom' 1358-1433 | | | | | | Duarte I de Portugal, 'o Eloquente' 1391-1438 Pedro de Portugal 1392-1449 Duarte I de Portugal, 'o Eloquente' 1391-1438 Pedro de Portugal 1392-1449 & Leonor de Aragão 1400-1445 & Izabel de Urgel † & Leonor de Aragão 1400-1445 & Izabel de Urgel † https://curitibaeparanaemfotosantigas.blogspot.com/
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