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sábado, 1 de abril de 2023

O ELEFANTE MAL AMESTRADO Agitação em Paranaguá! O circo chegou! O circo chegou!

 O ELEFANTE MAL AMESTRADO
Agitação em Paranaguá! O circo chegou! O circo chegou!

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O ELEFANTE MAL AMESTRADO

Agitação em Paranaguá! O circo chegou! O circo chegou! - grita a piazada e os adultos se assanham. Seus integrantes vêm de trem e seguem pelo Centro Histórico de Paranaguá. Dão a volta na Praça Fernando Amaro, passam pela Rua XV e descem pela Catedral, seguindo então para as proximidades da Santa Casa, onde em um campinho de futebol as palhaçadas se desenrolarão. É o Circo Queirolo – gritou um mais idoso – conheço o Chic-Chic e sua cadelinha Violeta, completou. E vão desfilando mágicos, palhaços, bailarinas quase peladas, leões, girafas, elefantes, macacadas e até um Urso. A banda circense vai tocando ruidosa, enquanto espouca intenso foguetório. Puxando a fila o narrador descreve os figurantes e anuncia O Maior Espetáculo da Terra, que conta ainda com os motoqueiros da morte (todos vendados) e o eletrizante salto triplo dos trapezistas. É emoção prá valer, vai repetindo o locutor.
Acorrem de todos os cantos meninos e meninas e o desfile vai aumentando. Os mais velhos postam-se nas janelas. O comércio pára. O palhaço lá em cima vem tocando corneta e anunciando repetida e animadamente: Não percam! Estréia hoje, o maior espetáculo da terra. Circo Irmãos Queirolo, 100% de alegria prá vocês!
Todo mundo se diverte e todo mundo se vira. Tem pipoca, amendoim, pinhão, banana recheada, balinhas, sonho de valsa, drops. O palco está todo iluminado, imponente, e o comentário é grande na cidade. Pensei que ia assistir a primeira sessão, mas meu pai tinha comprado três sacos de pinhão de 50 kg e determinado que eu tinha que vendê-los bem na entrada. Fiquei FDV, mas, pensei rápido, vou vender tudo e ainda assisto a segunda sessão. Dito e feito, assisti o espetáculo e entreguei o dinheiro do pinhão ao velho. No outro dia a mesma coisa, até que antes do circo partir o pinhão já tinha acabado.
Assim pude ver o faquir que engolia facões. O palhaço que se enrolou com três compridonas sucuris em um caixão de defunto. Magistrais foram os trapezistas do salto triplo, que maestria! Nos intervalos ninguém ficava de cara amarrada, pois a missão dos palhaços é fazer rir e nessa noite os mesmos estavam inspiradíssimos. Pula, Violeta! – gritava Chic-Chic! Foi uma noite fantástica, apesar da gozação dos filhos dos ricaços que me viram vender pinhão.
O Globo da Morte com os motoqueiros de olhos vendados e aqueles motores infernais foi de arrepiar de medo, mas no fim deu tudo certo e o público não poupou aplausos. Após um intervalo musical, foi anunciada a grande atração da noite: O ELEFANTE MAL AMESTRADO, como anunciava o palhaço, dando gostosas gargalhadas.
Os palhaços continuavam a fazer graças, até que com um fundo musical bem suave, adentra o palco, só de fio dental uma estonteante loiraça. Na ponta, o elefante bem vestido, cheiroso (gastaram cerca de dez baldes de desinfetante e cinco de pinho sol, ria o palhaço sem parar). Silêncio total Nas cadeiras de pista onde estavam as autoridades não se ouvia nada; pelos poleiros (assim era chamadas as desconfortáveis arquibancadas) fez-se silêncio também. O apresentador todo enfraquetado anuncia finalmente que a loiraça vai tirar um bicho-de-pé da pata traseira do elefante. O apresentador, hipnoticamente faz o elefante levantar então a pata. Suspense. Quando a gostosa loira deita, já com a agulha na mão vejam o desastre: o animal – devia ter comido alguma cobra cipó junto com os capins que lhe deram – e dá uma tremenda defecada bem na cara da loiraça que não sabe onde põe a cara, se corre, se chora.
O circo vai ao delírio. Alguém com um manto tira a loiraça de cena. Mas genial mesmo foi o Chic-Chic que corre lá dentro e volta com alguns jornais e começa a limpar o bumbumzão do elefante. Ninguém consegue conter o riso. Riem palhaços e plateia.
Circo Irmãos Queirolo e o maior Espetáculo da Terra. 100% alegria!
texto: telho Grego Venet