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domingo, 22 de janeiro de 2023

Palacete Wolf, o local da prisão do Barão do Serro Azul

 

Palacete Wolf, o local da prisão do Barão do Serro Azul


Palacete Wolf, o local da prisão do Barão do Serro Azul

Palacete Wolf, o local da prisão do Barão do Serro Azul

Palacete Wolf, o local da prisão do Barão do Serro Azul

Palacete Wolf, o local da prisão do Barão do Serro Azul

Pesquisando sobre o Palacete Wolf encontrei informação desencontrada. Algumas fontes indicam que foi construído por Joseph Wolf. Outras dizem que foi construída por Friedolin Wolf (filho de Joseph e pai de Fredolin Wolf).
Aparentemente foi construído por Friedolin em 1880.
Portanto, o que vou escrever aqui é baseado em informações que encontrei na rede, sem consultar fontes primárias e sujeitas a futuras correções, o que farei se encontrar novos dados.

Joseph Wolf, imigrante de origem austríaca, que chegou em Curitiba em 1858 instalou, naquele mesmo ano, uma cervejaria, a primeira da cidade. Em 1875 ele requereu no Largo da Igreja do Rosário “cem palmos” de terra para construir um edifício. Aparentemente este primeiro edifício foi mais tarde demolido para dar lugar ao palacete. Em 20 de abril de 1877, ainda na casa antiga, realizou-se a cerimônia de regularização da Loja Maçônica Concórdia IV (que havia sido fundada em 24 de janeiro). Encontra-se registrado em ata que “Com um muito obrigado os Irr.´. aceitaram e agradeceram a oferta do Ir.´. Wolff, que colocou a sua Instalação durante 6 meses gratuitamente a disposição da Loja.”
O jornal “Dezenove de Dezembro” do dia 21 de abril de 1877 publicou a seguinte notícia:
“ LOJA MAÇONICA – Regularisou-se hontem a loja maçonica – Concordia 4 – composta de allemaes residentes nesta capital.
Á cerimonia, que de effectuou na casa do Sr. Wolf, ao alto de S. Francisco, compareceram …”

O local da prisão do Barão do Serro Azul antes de ser embarcado no fatídico trem

Entre 1889 e 1895 o prédio foi ocupado pelo quartel-general do 5° Distrito do Exército Brasileiro, e sede do 17º Batalhão da Infantaria e Regimento de Segurança. Após a retomada da cidade pelas tropas republicanas (que tinha sido ocupada pelos federalista) o Barão do Serro Azul ficou preso nesse local, acusado de colaboração com os maragatos durante a Revolução Federalista. Na noite de 20 de maio de 1894 o Barão, junto com outros cinco companheiros (Prisciliano Correia, José Lourenço Schleder, José Joaquim Ferreira de Moura, Rodrigo de Matos Guedes e Balbino de Mendonça) foram retirados da prisão, levados a Estação Ferroviária e, no km 65 da estrada de ferro Curitiba-Paranaguá, foram arrastados para fora do vagão e brutalmente assassinados, sendo os corpos abandonados no local.

Outras ocupações

Entre 1897 e 1900 foi sede do Quartel da Força Policial.
Mais tarde o prédio foi alugado pelos padres franciscanos, que instalaram no local a seção alemã do Colégio Bom Jesus;
Entre 1911 e 1913 foi sede a Prefeitura e da Câmara Municipal.
Em 1914 o andar superior foi ocupado por uma loja maçônica e no térreo instalou-se o ateliê de pintura da professora Gina Bianchi, que teve como aluno, entre outros, Theodoro de Bona.
Com a mudança da Loja Maçônica, a família Bianchi transferiu-se para o andar superior e sublocou a parte térrea, lá permanecendo até 1956.
Entre os anos de 1958 e o início dos anos 1970, o prédio foi ocupado pela Livraria Otto Braun.
Em 1973 a prefeitura desapropriou o imóvel e instalou no local a sede da Fundação Cultural de Curitiba, mais tarde transferida desse local.
Atualmente o prédio continua sob a responsabilidade da Fundação Cultural, que mantém no local a Coordenação de Literatura, com uma livraria e sala de leitura, que levam o nome da Dario Vellozo (fundador do Instituto Neo-Pictório, com sede do Templo das Musas, na Vila Isabel).

A lenda urbana

Há quem acredite que o local é “mal-assombrado”. Outros dizem que é cheio de “cargas negativas” por ter sido o local da prisão do Barão e de tantos outros que acabaram covardemente assassinados.

O prédio em si

A descrição dele encontrada no livro “Espirais do Tempo” diz o seguinte:

“Ocupando uma área de esquina de 300 m², em frente à Igreja de N. Sra. do Rosário, exemplifica esse monumento a arquitetura nobre urbana de residência da segunda metade do século XIX.
O ecletismo de sua arquitetura é expresso pela convivência de influências do neoclássico, urbano por excelência, com elementos culturais de origem germânica típicos de suas edificações rurais. Neoclássica é a composição das fachadas. Na principal, o eixo de simetria, marcado pela superposição da porta de entrada, sacada e porta superior, divide duas sequências ritmadas, iguais, de janelões flanqueados por pilastras de fuste canelado. Ressaltos almofadados em ponta de diamante ornamentam os paramentos de alvenaria, abaixo e acima das aberturas. A tradição germânica se faz presente na cobertura, de telhas cerâmicas, em forma de escama, ditas alemãs; na técnica construtiva do enxaimel das paredes dos fundos e nos lambrequins de madeira recortada que enfeitam os beirais das varandas internas.
A disposição do espaço, em L, proporciona um pequeno pátio interno. A distribuição dos aposentos é comandada por um corredor central, ligando em ambos os andares a frente da casa à varanda dos fundos. Para esse corredor se abrem os aposentos principais – as salas maiores voltadas para o exterior, as menores, para o pátio. Na extremidade direita da casa a antiga garagem é vazada por arcos, sendo o exterior aberto para a praça e o interior para o pátio. O tratamento interno segue a sobriedade característica da moradia tradicional brasileira, destacando-se, porém, a qualidade do trabalho de marcenaria nas esquadrias, na escada e nos detalhes da varanda.”

Gosto da casa, que é um bem tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná e uma Unidade de Interesse de Preservação e está localizada na Rua do Rosário, com frente para a Praça Garibaldi.

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Referências: