TERMO DA FUNDAÇÃO DE MORRETES/PR.
"Auto da medição e posse que fizeram os Oficiais da Câmara, de trezentas braças de terras no Porto de Morretes.
Ano do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo de mil setecentos e trinta e três anos, aos trinta e um dias do mês de outubro do dito ano, neste Porto dos Morretes, onde assiste João de Almeida.
Termo desta Vila de Paranaguá e onde veio o Juiz Ordinário José Morato, e o Vereador mais velho Manoel Moreira Barbosa, e o segundo Antonio José de Mendonça, e o procurador do Conselho Miguel Alves, e comigo, Escrivão do público, e tabeliões Antonio José Garcia, homem que os Oficiais da Câmara elegeram por Alcaide por se achar enfermo o atual Estevão Ferreira, a quem o Juiz Presidente deu seu juramento debaixo do qual, lhe encarregou fizesse a sua obrigação, e sendo ai pelos ditos oficiais da Câmara foram medidas - trezentas braças de terras, em quadra segundo a ordem de Sua Majestade a quem Deus guarde; que começou a sua medição na barra do esteiro onde tem seu porto João de Almeida onde se acha na pedra grande meio chata, e onde foi imprimido uma letra - R -, e continuando-se com a tal medição se inteirou ao rumo que botou, o Piloto Francisco de Araújo com o aguilhão – Cento e cinquenta braços que confinou , ao dito rumo em um Ribeirão que parte pelo travessão ao rumo de su-sueste, cuja barra fica servindo de divisa a dita medição, e outro sim se continuou com outras - Cento e cinquenta braças ao rumo de Lés-sueste, que confinou dita conta na volta do rio, que faz abaixo do sítio do dito João de Almeida defronte de uma cachoeira em cuja volta se acha umas pedras no rio e a beira dele sobre o barranco se fincou um marco de pedra com letra - R - e feito assim a medição se lhe deu a quadra para o sertão por parte do rio Guarumby e sendo assim feita e dita medição perante as testemunhas dos diante nomeados, e assinadas, foi apregoado pelo dito Alcaide dizendo – posse - posse - posse Real tomam posse os Oficiais da Câmara por ordem de Sua Majestade, que Deus guarde, há quem se
oponha, ou a quem tenha embargo a ela? - e dizendo isto pegou em um punhado de terra, e o botou para o ar, e não houve quem saísse a tal posse com embargos a vista do que houveram eles ditos Oficiais, esta medição por feita, e a posse por tomada em nome de Sua Majestade a quem pertencem as ditas terras, segundo a mesma ordem que dele há e logo foi notificado ao dito João de Almeida como rendeiro do dito porto conhece-se estas trezentas braças de terras em quadra pertencentes ao Conselho desta Villa e que tivesse muito cuidado dos marcos enquanto nele morar, de modo, que senão tirem principalmente o debaixo por ser sobre o porto, que assim se obrigou, de que tudo fiz este Auto que assinarão todos os testemunhos, Luiz de Andrade, e Ignacio Morato e eu Gaspar Gonçalves de Moraes escrivão que o escrevi - João Morato de Lemos - Manoel Moreira
Barbosa - Antonio João de Mendonça - Miguel Alves Pedroso - Antonio Rodrigues Garcia Cruz - Francisco de Araújo - João de Almeida - Luiz André Ignacio Morato - e
não se continha mais no dito que eu aqui registrei neste livro do Tombo, bem, e fielmente do próprio Auto que se fez, e vai na verdade - Paranaguá, 7 de novembro de 1733 anos,
e Eu Gaspar Teixeira de Moraes Escrivão da Câmara que o escrevi - Gaspar Gonçalves de Moraes - Concertado com a própria-Moraes-Copiado pelo Escrivão da Câmara, Joaquim José de Araujo, em 19 de janeiro de 1842.
Memória Histórica e Topográfica da Cidade de Morretes e Porto de Cima - transcrito do livro de Antonio Vieira dos Santos, com a correção da grafia.
CAVAGNOLLI, Stella MariS, Morretes o passado sem ruínas, Gráfica E Editora Stella Maris - Morretes – Paraná, 1995
Pesquisa: AlmirSS - IHGP
Foto: Acervo digital IHGP