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sábado, 4 de março de 2023

UMA “VILLA” BURGUESA EM CURITIBA

 UMA “VILLA” BURGUESA EM CURITIBA


Pode ser uma imagem de ao ar livre

Mansão de Paulo Grötzner, que existia na esquina das Ruas Bom Jesus com Anita Garibaldi, foi demolida em decorrência da Explosão ocorrida no Bairro do Cabral no dia dia 02 de setembro de 1976, a cerca de 200 metros do Imóvel. A alegação foi devido a sua estrutura ficar comprometida. Essa casa, com configuração de “Villa” burguesa, tinha sido concluída em 02 de fevereiro de 1924 – No local, foi construído um Edifício Residencial, tendo sido conservadas as palmeiras, que foram introduzidas na casa após a sua execução.


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5 – Plantas

A “Planta térrea” não tem indicação de uso dos espaços – no entanto, todos têm janelas e se intercomunicam.

Se foi construída conforme o projeto, a casa deve ter apresentado problemas quanto ao funcionamento.

Os acessos se dão pela varanda em “L” – sendo o social pela sala de jantar, que por sua vez não se relaciona diretamente com a social.

Na outra extremidade do “L”, fica a entrada de serviço – que vai dar na cozinha aos fundos, depois de passar pela porta dos quartos e do banheiro. A cozinha é complementada por um quarto e uma despensa. Nesta, há uma escada que a representação não indica se vai ao sótão ou ao porão. Na chamada planta térrea, não há indicação de chegada dessa escada; sendo prevista no entanto outra, na porta externa da cozinha, descendo para o quintal.

A construção só se enquadra como “villa burguesa” por sua empostação. Nem seu programa construtivo e nem suas dimensões correspondem a esse conceito.

Examine-se algumas áreas:  sala…………. 18 m2

sala de jantar… 24 m2

quarto maior….. 20 m2

banheiro……… 4,75 m2

cozinha ……… 12 m2

A área útil do pavimento é de aproximados 170 m2 – considerando o térreo não utilizado, 340 m2. Não são dimensões que abrigassem um programa de sociabilidade ao gosto burguês, que compreendia outros usos.

Talvez o espaço de leitura mais complexa, seja a varanda. Depois de entrar pelo portão, localizado no chanfro do muro, na esquina, percorre-se uma distância de quase 18 metros de jardim, para chegar à entrada da escada. Esta conduz ao encontro de um dos segmentos do “L”, que é alargado para recebê-la. É necessária então uma curva de 360º no percurso, para chegar à sala de jantar – e duas de 90º para a sala de visitas, áreas íntima e de serviço.

O Sr.Paulo Grötzner nos informou que a casa sofreu várias reformas, sem dúvida tornadas necessárias pelos problemas de fluxo detectados acima.

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7 – Elevações

Na ausência de perspectiva – pouco usada em projetos da época – a visualização que se oferece da obra pronta, é nas duas elevações. Sendo construção de esquina, os dois desenhos fazem a representação do pretendido com a obra.

Sinteticamente, podemos observar uma valorização do pavimento superior, dado pela seqüencia de colunas da varanda e respectivo guarda-corpo. O pavimento térreo, não contém elementos ornamentais e tem seu visual praticamente obstruído pelo muro.

O aspecto senhorial da Villa é dado pelas colunas da varanda, em intervalos desiguais, apoiadas no guarda-corpo. E também pelo volume e presença do telhado, com beiral ornamentado com mãos francesas e contornando toda a construção.

O conjunto é coroado pelo telhado, bastante volumoso e, como já dito, um volume bem elaborado, ornamentado com pináculos metálicos.

As bow-windows contribuem para apresentar um tratamento elegante da volumetria externa e dos espaços internos da sala de jantar e do quarto principal.

Recurso ornamental freqüente na época, são as duas pinturas com paisagens, que não pudemos perceber se são afrescos ou telas aplicadas às paredes.

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6 – Corte

O pé direito desse pavimento é de 2,50 m e, apesar de baixo para os padrões da época, perfeitamente utilizável, inclusive como habitação.

O pavimento superior tem 3,50 m. Nas elevações, essa  altura e alguns recursos ornamentais valorizam esse piso como principal.

Houve aqui a necessidade de compensação da pequena inclinação do terreno, que desce 1,20 m dos fundo para a rua, havendo na parede posterior, um espessamento para contenção.

A cumeeira do telhado é bastante alta – a linha principal fica a 4m de altura em relação à do forro da casa.

O projeto, escassamente permitiria a execução do telhado, embora seja evidente que um construtor experiente poderia suprir as indicações faltantes. Mas alguns volumes – por exemplo as bow-windows – não poderiam se construídos somente com base na representação no projeto.

Abaixo, uma fotografia da Villa quando pronta. Posteriormente, foram plantadas seqüencias de palmeiras “Jerivá” ao redor, que dificultaram a vista da arquitetura.

PG SCAN 02