sábado, 3 de abril de 2021

Cerâmica Weiss

 

Cerâmica Weiss

A cerâmica Pinhaes iniciou suas atividades, em meados do ano de 1885, logo após a construção da ferrovia Curitiba-Paranaguá e da estação. Por volta de 1912, o Sr. Guilherme Weiss, que era filho de Gustav Adolf Weiss, padeiro, que chegou à Curitiba em 1872, natural de Oels na Silésia, Alemanha, casado com Clara Prohmann em Curitiba, comprou a fábrica da família Torres e deu início a um processo novo de dinamização da unidade fabril. O início das atividades fabris foi numa pequena propriedade rural em Pinhais, iniciando com uma modesta e primitiva olaria a vapor. Através de diversas viagens à Europa, procurou conhecer as técnicas da moderna produção de cerâmica, e importou máquinas e equipamentos e ampliou consideravelmente a capacidade de produção, juntamente com a chegada desses novos equipamentos, também foi necessário trazer mão-de-obra para dinamizar toda a fábrica. Foram construídas pequenas casas, formando assim uma espécie de Vila Operária, em torno da fábrica, dentre as primeiras famílias que vieram trabalhar a convite de Guilherme Weiss, foram as de Miguel Chalcoski, de José Kropzak e de Henrique Pontella, as quais já tinham exercido a atividade na olaria dos irmãos Hauer, na região da Vila Hauer em Curitiba, muitas destas famílias se fixaram definitivamente na região.
                  A partir de 1915, a “Cerâmica de Pinhaes”, se desenvolveu em contínuo crescimento, com a existência de barro argiloso nas quatro fazendas “bairro alto”, Vargem Grande”, “Varginha” e “Guarituba”. Com o aumento da produção construiu novos depósitos, novos fornos e um ramal ferroviário de mais de 20 km com quatro pequenas locomotivas de carga e muitos vagões para atender o fornecimento de argila e de lenha de queima.


                  A pequena vila começa a se formar em torno da fábrica, onde tinha certa infra-estrutura, havia hospital, escola e seguro de vida para os operários e dependentes, junto aos barracões foi construído também um armazém de “secos e molhados”, responsável pelo abastecimento de cereais e gêneros alimentícios, segundo consta este armazém era o único da região, que era de propriedade do Sr. Weiss, que trazia as mercadorias de Curitiba e região. No auge do funcionamento da Cerâmica, entre 1920 e 1960, o conjunto de casas dos trabalhadores, chegou a 300 aproximadamente, considerado expressivo para a época.
                  Em 1929, a produção chegou a 1.000.000 de unidades de telhas, ladrilhos e tijolos, indicando um aumento da produção de quase 70% em seis anos, mostrando o vigoroso crescimento da indústria na década, na fase da economia brasileira de substituição das importações que foram interrompidas ou dificultadas com a eclosão da Grande guerra de 1914 a 1918, na Europa. Era chegada a hora da indústria nacional!
                  Para o transporte dos produtos para Antonina, a fábrica utilizava 92 vagões e uma locomotiva grande de carreira e também possuía três espaçosos depósitos próximos do trapiche. A exportação desses produtos de primeira classe seguia especialmente para o Rio e demais estados em direção ao norte brasileiro. Na exposição internacional de 1922, no Rio de Janeiro, comemorativa ao Centenário da independência, a “Cerâmica Pinhaes”, recebeu o “Grande Prêmio” da comissão organizadora, pela alta qualidade de seus produtos.             
                  Demonstrando uma grande visão comercial, o Sr. Guilherme Weiss, estabeleceu entre 1918-1939, uma unidade monetária própria entre os moradores da vila, nos limites da área de domínio da Cerâmica, eram fichas de metal, que iam de 100 até 10.000 réis. Segundo relatos da época “O dinheiro valia só em Pinhais, mas se você fizesse economia com o dinheiro, fazia vale, passados trinta dias, ia à cidade e ele trocava, dava dinheiro, ou então, se economizasse as fichas dele, podia ter quantos milhões quisesse”.   
            Com o falecimento de Guilherme Weiss seu genro, Humberto Scarpa, assumiu a direção da Cerâmica, este fato pode explicar a ocorrência do carimbo de 1937, observável nas fichas, assim identificadas com a nova administração e que podem ter sido utilizadas pelo menos até 1942, quando o padrão Réis foi substituído pelo cruzeiro. A herança incluía, além da fábrica, as terras que se encontram na região de Pinhais. Scarpa conduziu os negócios da fábrica até a década de 1960, quando resolveu desativar os trabalhos da cerâmica e iniciou o processo de loteamento das terras, dando origem a vários bairros que hoje integram o município de Pinhais. O nosso amigo Antonio Tomaz, conta-nos a seguinte estória de Humberto Scarpa:
"Não conheci o Sr. Guilherme Weiss pessoalmente, mas muito de ouvir falar. As casas de Curitiba, mais de a metade são cobertas com telhas produzidas em sua Cerâmica.
Porém conheci o seu genro, o Sr. Umberto Scarppa. Era italiano e tinha uma comenda de lá. Comendador Umberto Scarppa. Umberto com "U" porque em italiano era e ainda é assim. Scarppa quer dizer literalmente sapato. O mais usado é "scarppe", por serem dois. Scarppe é o plural de scarpa. Scarppini, quer dizer sapatinhos.
O comendador Scarppa foi quem liquidou a cerâmica, loteou as terras e as vendeu. Era mais da metade do município atual de Pinhais. Na época, Pinhais era apenas distrito de Piraquara. O seu desmembramento só ocorreu em 1.990.
De uma feita estive na Imobiliária do Sr. Umberto. Ficava na Trav. Oliveira Bello 67, esquina com a Praça Zacarias. A tal imobiliária era só para gerenciar as vendas das aludidas terras. No mesmo escritório funcionava o Consulado Honorário da República de El Salvador. O Comendador Scarppa era o cônsul, claro. Conversamos um pouco e lá pelas tantas, bateu-me a curiosidade e perguntei-lhe se haviam muitos salvadorenhos em Curitiba. A resposta foi tão antológica que eu nunca esqueci e isso já está pra lá dos 40 anos: "- Parece que tem um dentista em Ponta Grossa..."
Era cônsul para um que "parecia" existir... "








 
 O PRESENTE ARTIGO DE MINHA AUTORIA FOI PUBLICADO NO BOLETIM Nº 50 - JULHO/2012 DA SOCIEDADE NUMISMÁTICA PARANAENSE.



Bairro Estação – Araucária

 Em 1891 foi construída em Araucária a estação ferroviária que deu origem ao nome de um dos bairros mais importantes da cidade – em 1977 foi construída outra, em alvenaria, que funcionou até 1996. Através desta estação férrea foram feitas exportações de madeira, erva mate, manufaturados, produtos agrícolas – com destaque para a batata que era produzida em Araucária e Contenda para os demais estados brasileiros e também para o exterior. Devido a isto foram construídos vários armazéns nas proximidades da estação para receber, classificar, ensacar este produto. Hoje em dia estes armazéns que foram construídos por “batateiros” são utilizados por industriais, comerciantes e prestadores de serviços.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Palácio Visconde de Nácar Paranaguá

 Mais que pela opulência e luxo original, o palacete é um referencial da história do Paraná e do Visconde de Nacar. Na primeira metade do século XIX, formou-se uma burguesia comercial e industrial paranaense calcada principalmente na produção e exportação da erva mate. Manoel Antônio Guimarães, o Visconde de Nacar, nascido em 1813, foi o senhor do comércio de Paranaguá, a ponto de somente seus negócios serem suficientes para justificar a instalação de uma casa de cobrança de impostos no município. Vários eram os negócios e imóveis que possuía em Paranaguá: olaria, empresa de transportes marítimos, armazéns no porto e comércio de escravos. Também era colaborador constante da Santa Casa de Misericórdia.

Durante o Império, sua influência junto ao Conselheiro Sinimbú foi decisiva para o crescimento dos seus negócios e da hegemonia de Paranaguá frente a outras cidades litorâneas. Então, não é infundada a hipótese de que o Visconde pretendia ser o primeiro presidente da província e de que seu palacete foi construído com o objetivo de abrigar o governo provincial. Na contínua disputa entre liberais industrialistas e republicanos com os conservadores monarquistas e escravagistas o Visconde ganhou as principais pelejas, exceto pela vitória dos liberais em colocarem Zacharias de Góes e Vasconcelos, um liberal baiano, como primeiro presidente da Província e que impôs Curitiba como capital da província.

Apesar de Visconde ter morado no palacete, durante a maior parte de sua existência a edificação abrigou o poder público municipal, primeiramente na condição de alugado e depois adquirido pelo município. Eis quão bem o projeto servia ao propósito de sede governamental.

Museu de Arqueologia e Etnologia da UFPR Paranaguá

 O Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade Federal do Paraná (MAE-UFPR), foi inaugurado em 1963 e é o primeiro museu universitário do Estado do Paraná. Sua sede expositiva está localizada no município de Paranaguá, nas instalações do prédio que abrigou o antigo Colégio dos Jesuítas, fundado em 1755. Essa edificação foi tombada pelo antigo Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (SPHAN) em 1938 e transferida para a guarda da UFPR em 1958 – o edifício é uma construção do século XVIII, que após a expulsão da Companhia de Jesus do Brasil (1760) acabou se tornando uma ruína. Entretanto foi o primeiro edifício a ser tombado no estado do Paraná e hoje abriga a sede do Museu.

O MAE é um museu multilocalizado; além do espaço museológico em Paranaguá, existem dois outros em Curitiba: a reserva técnica, instalada no Campus Cabral, e uma sala didático expositiva, localizada no Prédio Histórico Central da UFPR. O acervo do museu é composto por artefatos coletados em pesquisas arqueológicas e etnográficas, principalmente do Paraná, daí sua grande importância para a compreensão da história do Estado. Atualmente possui um acervo de aproximadamente 80.000 peças, divididas em quatro grandes coleções: Arqueologia, Cultura Popular, Etnologia e Documentação Sonora, Visual e Textual.

Igreja de Nossa Senhora do Rosário Paranaguá

 Primeira edificação construída em solo paranaense e a primeira dedicada à Nossa Senhora, no Sul do Brasil. Construídas por escravos e libertos devotos de Nossa Senhora no período de 1571 a 1578, foi o marco central do povoado e da vila de Paranaguá – que cresceu ao redor da igreja. Reformas e ampliações no decorrer dos séculos afastaram-na das características originais.

Igreja de São Benedito Paranaguá

 Construída no período entre 1600 a 1650, pela irmandade de São Benedito, composta por escravos e alforriados que desejavam frequentar as celebrações litúrgicas da Igreja Católica e cultuar sua crença em São Benedito – santo não aceito pela Igreja Católica, mas escolhido pelo povo como o “Santo dos Pretos”. Foi edificada sobre as ruínas da antiga Igreja Nossa Senhora das Mercês e trata-se de uma das melhores e mais autênticas edificações do estilo colonial brasileiro em solo paranaense. Possui em seu interior magnífico acervo de peças religiosas.

Anotação manuscrita na B.I.: Rua Floriano Peixoto, antiga de São José, ao sair da praça Tiradentes. 1905

 


Avenida Luiz Xavier, 1905

 


Carnaval na Rua XV de Novembro, esquina com Monsenhor Celso [antiga primeiro de marco] 06 de marco de 1905

 


Anot. impressa na B.I.: Paraná - Brasil. Jockey Club / Anot. manusc. na B.S.: Em 30 de Novembro de 1873 e creado do Club de Corridas desta Capital / Anot. manusc. na B.I.: Junho de 1905. Lembrança para o Julinho. Um dia de corridas no Prado Coritibano