terça-feira, 7 de junho de 2022

CONHECENDO A ESCOLA DE REFORMA DE CURITIBA Em 30 de outubro de 1926, o então presidente de Estado da Província do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, inaugura o Centro de Mendicância São Vicente de Paulo, conhecido hoje como Asilo São Vicente de Paulo de Curitiba.

 CONHECENDO A ESCOLA DE REFORMA DE CURITIBA
Em 30 de outubro de 1926, o então presidente de Estado da Província do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, inaugura o Centro de Mendicância São Vicente de Paulo, conhecido hoje como Asilo São Vicente de Paulo de Curitiba.


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Foto 1: Em 1922 a construção do Asilo foi autorizada e o projeto arquitetônico iniciado. As obras iniciaram em agosto de 1924. Foi fundado em 30 de outubro de 1926, pelo então presidente de Estado da Província do Paraná, Caetano Munhoz da Rocha.
Foto: Acervo do Asilo São Vicente de Paulo

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Foto 2: Asilo iniciou suas atividades como ‘Lar de Mendicância’ recebendo 14 homens, 16 mulheres e 12 meninas. Um ano depois o número de asilados chegou a 109. Em determinados períodos chegou a ser de mais de 400 pessoas.
Foto: Acervo do Asilo São Vicente de Paulo

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Foto 3: As meninas da Escola de Reforma posam nas escadarias da fachada do asilo.
Foto: Acervo do Asilo São Vicente de Paulo

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Foto 4: Pavilhão construído em 1951, anexo ao Asilo São Vicente de Paulo, destinado a abrigar as menores atendidas pela Escola de Reforma.
Foto: Acervo da Biblioteca Pública do Paraná
CONHECENDO A ESCOLA DE REFORMA DE CURITIBA
Em 30 de outubro de 1926, o então presidente de Estado da Província do Paraná Caetano Munhoz da Rocha, inaugura o Centro de Mendicância São Vicente de Paulo, conhecido hoje como Asilo São Vicente de Paulo de Curitiba. Com capacidade para acolher até 160 moradoras, a entidade serve como exemplo no cuidado da pessoa idosa.
Quando foi fundado, o Asilo funcionava como Centro de Mendicância, atendendo simultaneamente crianças, jovens, adultos e idosos de ambos os sexos. Em alguns períodos, mais de 400 pessoas residiram no local.
Em 1951, os relatórios governamentais descreviam que "as crianças e adolescentes órfãs ou em abandono moral, com idade de 5 a 17 anos, eram internadas diretamente no Abrigo de Menores do Portão, com exceção ao caso das menores encaminhadas pelo juizado de menores, as quais eram direcionadas para a 'Escola de Reforma'."
A Escola de Reforma, cujo termo queria indicar um caráter de reformatório, foi criada às pressas para separar essas meninas enviadas pelo juizado de menores, daquelas outras que já estavam abrigadas no Portão. Devido ao caráter emergencial, essas últimas foram abrigadas nos porões do prédio do Asilo São Vicente de Paulo, como veremos adiante.
Nos relatórios da Secretaria de Negócios do Trabalho e Assistência Social do Paraná sobre a Escola de Reforma, constam, "funciona no mesmo prédio do 'Asilo São Vicente de Paulo'. Infelizmente, a parte do prédio a ela destinada, é situada nos porões do edifício, 'em local de área, e iluminação deficientes', Sua capacidade normal é de 60 alunos, porém, abriga mais de 100 menores." (*1).
Em 1950, o governo do Paraná apresentou relatório da SVOP, do Departamento de Edificações constando estar em construção um "Pavilhão para o Asilo São Vicente de Paulo", cuja edificação (foto 4) passaria a abrigar as meninas da Escola da Reforma.
Em janeiro de 1951, a Escola de Reforma já possuía 90 meninas matriculadas, oriundas do exercício de 1950. Relatórios do governo apontam que após o início do ano letivo a escola recebeu 88 novas alunas e que até dezembro teve 86 alunas que desligaram-se, demonstrando uma grande circulação de meninas.
Apesar de o governo haver criado a instituição como uma escola, nela não havia estrutura e um projeto pedagógico que garantisse escolarizar essas meninas. A maioria tinha a sua rotina permeada por fugas da instituição e da casa das famílias que solicitavam menores.
Em 1952, o governador do Estado admite que “apesar dos esforços e da dedicação das Assistentes Sociais destacadas para orientar tecnicamente a Obra; apesar da grandeza dos atributos morais e do desempenho decidido das religiosas administradoras do Estabelecimento, nem sempre tem sido atingido o melhor resultado na recuperação das menores aí internadas” (*2)
O motivo dos desligamentos das crianças e adolescentes não era identificado formalmente. Apesar de alguns textos citarem fugas, provavelmente outros motivos notórios ocorreram, tais como: colocação familiar, indisciplina, gestação, núpcias ou maioridade.
*1 - (PARANÁ, 1951b, p. 57); *2 - (PARANÁ, 1952, p. 276-277).
Paulo Grani

segunda-feira, 6 de junho de 2022

A BATALHA DO CORMORANT EM ÁGUAS PARNANGUARAS "Em 7 de novembro de 1831, o Império brasileiro já havia promulgado uma lei que previa a libertação de todos os escravos desembarcados no Brasil

 A BATALHA DO CORMORANT EM ÁGUAS PARNANGUARAS
"Em 7 de novembro de 1831, o Império brasileiro já havia promulgado uma lei que previa a libertação de todos os escravos desembarcados no Brasil


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Ilustração do momento em que os marinheiros britânicos vão em direção às autoridades parnanguaras tentando entregar a carta do capitão do HMS CORMORANT.

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Óleo sobre tela, intitulada O Incidente Cormorant, ilustrativa do movimento dos parnanguaras na Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres de Paranaguá, atacando a embarcação britânica no momento em que ela passava pelo canal de acesso.
Autor Rodolpho Doubek, Acervo Museu Alfredo Andersen.

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Os canhões usados no ataque, hoje expostos na Fortaleza, na Ilha do Mel.

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A Fortaleza de Nossa Senhora dos Prazeres, na Ilha do Mel, nos dias atuais.

A BATALHA DO CORMORANT EM ÁGUAS PARNANGUARAS
"Em 7 de novembro de 1831, o Império brasileiro já havia promulgado uma lei que previa a libertação de todos os escravos desembarcados no Brasil, assim como a prisão dos responsáveis pelo transporte e seus compradores. Entretanto, grandes quantidades de escravos continuavam entrando em território nacional de forma clandestina. Havia fiscalização ineficiente e, não raro, as autoridades envolvidas na fiscalização eram as que mais lucravam com o comércio de escravos.
Em 1845, o parlamento Inglês promulgou o Slave Suppression Act, mais conhecido no Brasil como “Bill Aberdeen”, que permitia à Inglaterra perseguir e apresar qualquer navio negreiro, mesmo nas costas brasileiras. A atuação inglesa, em cumprimento à lei, criou vários atritos com o Brasil. Entre 1845 e 1851, a Marinha Inglesa apreendeu ou destruiu 368 embarcações brasileiras que faziam tráfico negreiro no Atlântico Sul. Nesse período, os navios brasileiros começaram a usar documentos de carga e registros falsos para burlar a fiscalização inglesa. Daí que veio a expressão “para inglês ver”.
Como o Brasil havia assinado acordos internacionais para combater a pirataria, e o tráfico de escravos estava inserido nesse contexto, a força naval inglesa mantinha uma frota em águas brasileiras, autorizada pelo Império do Brasil. No entanto, o Império não estava cumprindo quase nada do que havia sido acordado com vistas a diminuir a escravidão.
A frota inglesa que atuou no Brasil chegou em setembro de 1849. Era composta de seis navios de guerra, mais dois navios de apoio para ressuprimentos, sob o comando geral do contra-almirante Barrington Reynolds.
Os ingleses contavam ainda com o apoio de espiões infiltrados entre os comerciantes de escravos, que repassavam ao contra-almirante Reynolds a lista dos navios que trariam os escravos ao Brasil. Por isso os navios ingleses abordavam diretamente as embarcações constantes na lista de navios negreiros. Os escravos não eram desembarcados no porto de Paranaguá, mas de forma clandestina nas diversas reentrâncias e ilhas ao redor. Os navios, depois, rumavam ao porto para acerto de documentação. Segundo relatórios da Marinha Inglesa, os ingleses tinham conhecimento dessa informação.
No dia 29 de junho de 1850, a corveta HMS Cormorant, comandada pelo capitão Herbert Schomberg, adentrou a baía de Paranaguá, utilizando os serviços de um guia brasileiro. Na região da Ilha da Cotinga, abordou os navios brasileiros ali fundeados, aprisionando os brigues Dona Ana e Sereia. O comandante de um terceiro brigue, o Astro, para não ser pego com a carga, afundou o próprio navio, que ficou apenas com os mastros para fora da água. Vários escravos morreram afogados em seus porões.
Mesmo não encontrando escravos, o capitão Schomberg aprisionou as duas embarcações sob suspeitas. Autoridades brasileiras, entre elas o delegado de Polícia José Francisco Barroso, o juiz municipal Filastro Nunes Pires e o coronel Manuel Antônio Guimarães, comandante da Guarda Nacional, não aceitaram o documento de apreensão apresentado pelo capitão inglês. O capitão Schomberg acusou as autoridades de serem coniventes com o tráfico. O Cormorant apresou mais um navio, a galera Campeadora e, rebocando os três navios apresados, começou a se preparar para partir em direção à Serra Leoa.
A população se revoltou contra a quebra da soberania nacional, em parte incentivada pelos que lucravam com o comércio de escravos; em parte por jovens movidos pelos sentimentos nacionalistas. Um grupo de quase cem homens, a maioria tripulantes dos navios apresados, se dirigiu à fortaleza e solicitou o apoio do capitão comandante da guarnição para lavar a honra do Brasil. Juntos, colocaram a bateria composta de doze canhões, que não estavam em boas condições para funcionar.
Por volta de nove horas da manhã de 1.º de julho de 1850, o Cormorant estava passando ao largo da Fortaleza, em direção à saída da baía, rebocando os navios apreendidos. O comandante da fortaleza enviou um escaler para interceptar a corveta e entregar um ofício solicitando a liberação dos barcos brasileiros e que se isso não fosse aceito a fortaleza abriria fogo. O escaler não conseguiu entregar o ofício. Ao se aproximar, o barco inglês executou um tiro de pólvora seca. Entendendo como uma agressão ao escaler, os homens que estavam na Fortaleza atacaram a corveta britânica na hora que esta saía da baía rebocando os navios apreendidos.
Após 40 minutos de bombardeio recíproco, o Cormorant, que tinha poder de fogo maior que a fortaleza e não o usou totalmente, preferiu rumar para a enseada das Conchas para consertar as avarias. Para escapar com maior rapidez, incendiou dois navios apreendidos e guarneceu o terceiro, rumando para a Serra Leoa. Os tiros dos brasileiros acertaram o cruzador e um dos navios rebocados, matando um marujo inglês e ferindo gravemente outro. Na fortaleza, apenas feridos leves.
A repercussão do incidente foi curiosa, pois o presidente da província do Paraná elogiou oficialmente a guarnição da Fortaleza e os civis que participaram do combate. No entanto, o governo Imperial do Brasil, por motivos políticos, teve que se retratar perante a Inglaterra e o capitão Joaquim Ferreira Barboza, comandante da fortaleza, foi rebaixado de posto.
No Paraná, o episódio contribuiu para o aumento do sentimento separatista em relação à província de São Paulo e selou a união de Paranaguá e Curitiba neste objetivo comum. Até então, as duas cidades mantinham uma rivalidade pela liderança na região, dividindo suas forças, o que impedia que o movimento emancipacionista tivesse sucesso. O Paraná conseguiu sua emancipação três anos depois, em 1853.
Como consequência ao episódio Cormorant, o Brasil implantou, logo após o incidente, a Lei Eusébio de Queirós, que proibia o tráfico negreiro da África para o Brasil. Também, passou a patrulhar as águas territoriais com a Marinha Brasileira. Apesar de que, na prática, essa lei e esses patrulhamentos também se tornaram algo “para inglês ver”, é considerado o primeiro grande passo em direção à abolição da escravidão no Brasil."
(Fonte: jormalri.com.br)
Paulo Grani

UM PARNANGUARA MEDROSO DEMAIS Trecho do triste registro publicado nos anais da história de Paranaguá, por ocasião do combate ao vapor inglês Cormorant, ocorrido em 1º de julho de 1850

 UM PARNANGUARA MEDROSO DEMAIS
Trecho do triste registro publicado nos anais da história de Paranaguá, por ocasião do combate ao vapor inglês Cormorant, ocorrido em 1º de julho de 1850


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Tomazinho foi o encarregado de levar o ofício ao vapor ...

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Os jovens parnanguaras revoltados com os navios apresados pelo comandante do HMS Cormorant, dirigiram-se à fortaleza existente na ilha do Mel para defender a soberania nacional.

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Durante a batalha, um marinheiro inglês foi morto.

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Ao final do episódio, a população comemorou o feito.

UM PARNANGUARA MEDROSO DEMAIS
Trecho do triste registro publicado nos anais da história de Paranaguá, por ocasião do combate ao vapor inglês Cormorant, ocorrido em 1º de julho de 1850, quando este apresou três embarcações na baía de Paranaguá e foi combatido por valentes parnanguaras na fortaleza da ilha do mel, exceção ao Tomazinho:
Episódio: " Tomás José de Oliveira (conhecido por Tomazinho) homem de 41 anos de idade, mais ou menos, de boa presença, sargento da guarda nacional, destacado na fortaleza no mês de junho, foi o encarregado de levar o ofício ao vapor, o qual quando foi, já ia tremendo de medo, e quando o vapor deu o tiro de bala, ele caiu dentro da canoa, e perguntava aos remeiros se estava morto, e de volta à fortaleza tratou de esconder-se no seu quarto, de onde o Comandante da fortaleza o foi tirar, dizendo-lhe que fosse para cima, que ganhava soldo; ele respondeu: Senhor Capitão, antes quero ir preso, eu não gosto disto, sou de paz, não nasci para estas coisas; e logo que teve ocasião raspou-se para o mato; quando arrebentou a bomba, deu um pulo do lugar onde estava escondido, correndo e gritando: sou de paz, sou de paz, não gosto disto; cujo procedimento foi para todos os combatentes um completo desfrute, escapando ele milagrosamente de morrer onde estava escondido quando rebentou a bomba; se ele não tivesse saído do quarto onde primeiramente se escondeu, tinha infalivelmente morrido pelo estilhaço que arrancou a fechadura.".
Paulo Grani.

ENTRANDO NA ANTIGA ESCOLA AMERICANA DE CURITIBA Fundada em 16 de janeiro de 1892, a Escola Americana de Curitiba ficava na rua Comendador Araújo nº 28, iniciada pelas missionárias educadoras protestantes norte-americanas Mary Parker Dascomb e Elmira Kuhl.

 ENTRANDO NA ANTIGA ESCOLA AMERICANA DE CURITIBA
Fundada em 16 de janeiro de 1892, a Escola Americana de Curitiba ficava na rua Comendador Araújo nº 28, iniciada pelas missionárias educadoras protestantes norte-americanas Mary Parker Dascomb e Elmira Kuhl.


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A Escola Americana de Curitiba, na primeira década de 1900.
Foto: Acervo Ministério Público

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Atividades no pátio interno da escola, em 1913.
Foto: Acervo Joao Carlos Amodio.

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1. Helen A. Wad... (professora de alemão, 2. Miss Kuhl, 3. Miss Dascomb, 4. ? , 5. Bertha Barddal, 6. Georgina Mongruel, 7. Dinorah Doria, 8. Isabel Bichelo, 9. Orace Kock,n 10. Gertrud Lukena, 11. Carlota Pacheco, 12. Mathilde Rickeo, 13. Alberto Barddal, 14. Ilda E. Kolb.
Foto: Acervo Igreja Presbiteriana de Curitiba

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Fachada da Escola Americana, década de 1920.
Foto: Acervo Paulo José Costa.
ENTRANDO NA ANTIGA ESCOLA AMERICANA DE CURITIBA
Fundada em 16 de janeiro de 1892, a Escola Americana de Curitiba ficava na rua Comendador Araújo nº 28, iniciada pelas missionárias educadoras protestantes norte-americanas Mary Parker Dascomb e Elmira Kuhl. Notáveis educadoras, projetaram o seu nome e influência na formação moral e intelectual de notáveis líderes da cultura e política paranaense.
Inicialmente, sua matrícula foi de 150 alunos, sendo 50 do sexo masculino e 100 do feminino. Em 1906, já contava com 180 alunos e, em 1914, aproximadamente 430 alunos.
Julio Andrade Ferreira, em seu Livro História da Igreja Presbiteriana do Brasil, transcreve um boletim intitulado "The Brazilian Bulletin,1898", escrito pelas missionárias, que fazia propaganda da Escola Americana, descrevendo sua estrutura e até aspectos do cotidiano escolar:
"Não quer você visitar a Escola Americana de Curitiba? Venha amanhã às nove horas de manhã e eu a mostrarei antes que ela se abra às nove e meia. Nossa casa, agora tão agradável, tem experimentado a vida, como aqui se diz.
Um alemão construiu esse prédio para escola. É bem construído; tem, diferentemente de outras casas brasileiras, uma parte básica em que se vêem arcos bem fortes, que suportam o edifício. Serviu, tal construção, para sala de dança; foi, depois, usado para fábrica de sabão, de cuja situação suja e cheia de graxa a veio salvar miss Kuhl. Essa tarefa não foi nada fácil. Limpar, pintar, caiar as paredes foi simples em comparação com a drenagem de sujeira no quintal, e a reestruturação do mesmo e seu embelezamento, bem como a feitura do jardim.
Os vizinhos, europeus, olhavam com suspeita a drenagem de canos. Podiam eles ter esgotos, por que não nós? Lógico que miss Kuhl logo ficou com calo de sangue na mão; mas com paciência imperturbável, amabilidade e firmeza foi ganhando a parada.
Construiu uma varanda de incalculável valor para as garotas nos dias de chuva. A escada íngreme foi substituída por outra com patamar, de modo que as alunas tenham menos probabilidade de quebrar o pescoço.
Nosso senhorio, alemão, está tão convencido de nossa conveniência como arrendatários que, embora a criançada se espalhe às centenas pela propriedade, ele é quase que o único senhorio na cidade que não tem aumentado o aluguel. O ano passado forrou três grandes salas com tábuas para evitar que alguém fosse morto por causa dos grandes pedaços de estuque que caíam inesperadamente.
Olhemos estas filas silenciosas de pequeninos simpáticos esperando no corredor para marcharem através da rua para o primário. O belo comportamento deles é devido a miss Effie Lenington que, com voz suave e maneiras mansas, realiza inexoravelmente tudo o que quer. Aqui vem uma pequena professora primária para conduzí-las, dona Maria Augusta. Ela é uma jóia. Perfeita como aluna, ela é a mesma como professora; uma firmeza otimista leva estes pequenos malandros a uma atividade em perfeita ordem.
Entremos na sala de visita. Não parece casa de morar? Os móveis são muito velhos; das nossas próprias casas. As paredes cheias de livros fazem-na muito atraente – as enciclopédias e outros livros velhos de nossos pais; alguns, porém, são novos, comprados aqui e outros mandados por amigos generosos de nossa pátria...
Esta estante de revistas ilustradas e encadernadas serve muito para as aulas de geografia e para a sociedade missionária, como também para divertir e instruir as famílias que se reúnem aos sábados à noite para ensaiar os hinos.
Veja a grande bandeira como 'portiere' no grande corredor. As estrelas e as listras (a bandeira americana) são a primeira coisa que se vê quando se entra em nossa casa.
Percorramos as grandes salas de aula, altas, arejadas, bem iluminadas, enfeitadas com quadros interessantes, colhidos de muitos lugares. Da varanda podemos apreciar as brincadeiras no quintal. Olhemos o jardim além, com centenas de rosas, cravos, lírios de toda espécie, dálias, e outras maravilhas.
Quantas crianças vem cedo para a aula. Orgulho-me de seu zelo. Algumas vêm as sete horas, pois o estudo, em muitas casas é quase sempre impossível. Em nossa mesa de estudo, os grandes dicionários e livros de referência com espaço, tranqüilidade, e flores, fazem do estudo um prazer.
As classes intermediárias dirigidas por nossa admirável dona Bertha, formam-se em fila no salão nobre para tomar parte nos hinos, cânticos. Há uma marcha rápida...
Vocês tem interesse de estudar as aulas? Alemão, com a graciosa e competente fraulein Mathilde; francês e português com o senhor Raposo. e inglês, matemática, histório, geografia...
Não estudam eles bem e não parecem bem espertos? Nosso estudo bíblico está a acabar agora. É o único ensino religioso que muitos deles recebem e não pode deixar de impressioná-los.
Depois do jantar, às 4 horas, as moças fazem rápido passeio; ou, se chover, um jogo de bola ou de sacos de feijão. Voltam às pressas para ouvir a leitura de algum livro dos clássicos. Depois, na grande sala de estudo, passasse a hora agradável, silenciosa, ocupada, em estudo das obrigações escolares, seguida de um chá e de uma noite grande de descanso.
No inverno e no verão, levantamo-nos às seis horas: tomamos café, fazemos ginástica, temos vintes minutos para devoções pessoais, uma lufa-lufa para arrumarmos a casa toda muito bem."
A Escola Americana funcionou até 1937, depois o prédio abrigou a Escola Prof. Belmiro Cesar. Na década de 1960 abrigou o Colégio Militar da PMPR e a partir de 1970, funcionou o Colégio Dom Bosco.
Paulo Grani

RELEMBRANDO O HOTEL BRAZ, DE CURITIBA A origem do Braz Hotel foi em uma pequena casa de madeira no município de Três Barras, onde Maria Braz, casada com Luiz Braz, servia refeições.

 RELEMBRANDO O HOTEL BRAZ, DE CURITIBA
A origem do Braz Hotel foi em uma pequena casa de madeira no município de Três Barras, onde Maria Braz, casada com Luiz Braz, servia refeições.

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Foto final década de 1930. O prédio da direita abrigou o primeiro endereço do Hotel Braz, na então Av. João Pessoa, nº 24 (hoje Av Luiz Xavier).
Foto: Arquivo Gazeta do Povo

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O BRAZ Hotel, em foto da década de 1950.
Foto: Acervo Memória de Curitiba

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Hotel Braz em Cartão Postal de Curitiba, início da década de 1940.
Foto: Arquivo Público do Paraná

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O Hotel BRAZ em dstaque em foto da década de 1950.
Foto: pinterest.

RELEMBRANDO O HOTEL BRAZ, DE CURITIBA
A origem do Braz Hotel foi em uma pequena casa de madeira no município de Três Barras, onde Maria Braz, casada com Luiz Braz, servia refeições. Ainda na mesma cidade, mas em uma casa maior, começaram a hospedar pessoas em quatro quartos. A casa foi sendo ampliada e chegou a ter doze quartos. Depois mudaram-se para São Mateus onde montaram um hotel com 25 quartos.
Mais tarde vieram para Curitiba onde montaram o Braz Hotel na Praça Tiradentes nº 39. Um anúncio de 31/10/1931, divulgava o Hotel na Praça Tiradentes com diárias de 12$000, banhos quentes e frios (sem pagamento adicional).
Em junho de 1935, o hotel mudou de endereço para a antiga Rua João Pessoa Nº 24, (atual Av. Luiz Xavier), quase em frente ao endereço atual. Em um anúncio que informava a mudança de endereço, diziam: “… prédio construído especialmente para este fim. Dispondo de 80 confortáveis quartos, todos servidos por elevador, água corrente, campainhas e telefones, offerecendo a seu hospede o máximo conforto. …”. A empresa na época chamava-se Luiz Braz & Filhos.
Em 08/09/1940, era comemorada a inauguração do hotel em novo prédio construído especificamente para ser um hotel, em cuja ocasião o interventor Manoel Ribas cortou a fita inaugural e discursou. Depois foi servido um coquetel aos convidados.
Em um notícia publicada no dia seguinte no jornal “O Dia", o hotel foi descrito assim: “ … O edificio de nove andares tem a adorná-lo artisticamente o mármore negro, sendo que a sua entrada moderna, dispõe de uma porta-giratória de vidro, a primeira de Curitiba. …”.
Além da porta-giratória, outra coisa que as notícias nos jornais destacavam era o salão para banquetes e festas no último andar e “dois grandes salões para refeitório, sala de leitura e bar”, no primeiro andar. Falavam também que o prédio era servido por três elevadores, o que parece, era novidade também.
A senhora Maria Braz faleceu em maio de 1937 e o senhor Luiz, em abril de 1942. Tiveram três filhos, Joaquim, Francisco e Emilia Braz.
O hotel sempre hospedou artistas e outros viajantes ilustres. Um deles foi Getúlio Vargas por ocasião da sua visita à cidade em dezembro de 1953 para as comemorações do centenário da emancipação do Paraná. Naquela ocasião o então presidente fez um discurso na sacada do primeiro andar para a multidão reunida na rua em frente. Como uma espécie de comemoração ao evento, o bar atualmente ali instalado chama-se Bar Getúlio.
O Braz Hotel fechou em 1978. Mais tarde o imóvel foi arrendado por uma rede de hotéis da cidade e abriu novamente em 1991.
(Fonte: Fotografando Curitiba)
Paulo Grani

O INCÊNDIO NA EMPRESA DE FOGOS DE ARTIFÍCIO LANZA No dia 17 de novembro de 1990, por volta das 14h, um caminhão carregado de fogos explodiu na frente da loja de fogos da família Lanza, e o fogo se alastrou para o prédio onde até hoje funciona o estabelecimento.

 O INCÊNDIO NA EMPRESA DE FOGOS DE ARTIFÍCIO LANZA
No dia 17 de novembro de 1990, por volta das 14h, um caminhão carregado de fogos explodiu na frente da loja de fogos da família Lanza, e o fogo se alastrou para o prédio onde até hoje funciona o estabelecimento.


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O INCÊNDIO NA EMPRESA DE FOGOS DE ARTIFÍCIO LANZA
No dia 17 de novembro de 1990, por volta das 14h, um caminhão carregado de fogos explodiu na frente da loja de fogos da família Lanza, e o fogo se alastrou para o prédio onde até hoje funciona o estabelecimento. O incêndio só não foi maior porque os bombeiros – cujo quartel fica a poucas quadras do local – agiram rapidamente.
Segundo testemunhas, o incêndio foi provocado por um menino de rua, que teria jogado um jornal em chamas dentro do caminhão, que descarregava algumas caixas de rojões. Conforme relatou, na época, a repórter Mara Cornelsen, de O Estado, “com o forte calor, em poucos segundos o fogo consumiu os fogos que estavam dentro do veículo, provocando uma reação em cadeia que atingiu as bombas que estavam na loja, dando início à tragédia, que durou quase duas horas”.
A tragédia destruiu a loja que ficava na esquina da Avenida Visconde de Guarapuava com a Marechal Floriano Peixoto, e terminou com a morte do proprietário, André Lanza Lopes, da mulher dele, Janete Lanza Lopes, e da filha do casal, Rosângela.
Os funcionários que estavam na parte da frente da loja ainda conseguiram escapar, mas André Lanza – que tentou salvar a mulher e a filha, que estavam nos fundos – acabou morrendo junto com elas.
A empresa, Fundada desde 1940, reestruturou-se e hoje atende grande parte do país com venda de fogos e shows pirotécnicos.
(Extraído do jornal Tribuna do Paraná)
Paulo Grani