domingo, 14 de maio de 2023

A Ur “dos caldeus”, a Bíblia e a arqueologia.

 A Ur “dos caldeus”, a Bíblia e a arqueologia.


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Pode ser uma imagem de mapa e texto que diz "Rio Eufrates Rio Tigre Mar Cáspio Mar Mediterráneo IRĂ Bagda Mar Morto IRAQUE Rio Nilo Ur Mar Vermelho Golfo Pérsico mapa do "crescente fértil" com a localização a localização aproximada de Ur as margens do Eufrates no atual Iraque."


Texto autoral de: Nivaldo Aparecido Dias Muniz. 13/05/2023.
Ao lermos o livro de Gênesis, capítulo 11, versículo 28, nos deparamos com a seguinte passagem:
“Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã, e habitaram ali”.
Ur, que durante um tempo teve sua existência posta em dúvida, até sua descoberta arqueológica, entre o final do século XIX e o início do século XX, é uma cidade muito antiga, uma das mais antigas do mundo, foi nela que se descobriu o código de leis mais antigo já encontrado, o código de Ur-Nammu, que precede o mega famoso código de Hammurabi em pelo menos 500 anos!
Apesar dessa vitória arqueológica para o livro do Gênesis a denominação “dos caldeus” para a cidade de Ur provou-se em grande medida equivocada, hoje sabemos que esse epíteto é na verdade um erro de narrativa e cronologia que o escriba que compôs esse relato do Gênesis cometeu, permitam-me explicar o porquê (...).
O termo “caldeu” era o “nome pátrio” de uma tribo semítica que habitava onde hoje é o território da atual Síria, trata-se mais especificamente de um clã dos antigos arameus (os Caldú), povo que vivia na bacia do médio Eufrates lá pelo final da era do bronze e, portanto, geograficamente muito longe de Ur, que pela mesma época começava a ser habitada por um povo misto entre amorritas (também chamados de acadianos) e sumérios.
Pois bem, como começa a confusão?
A confusão começa quando o relato da viagem abraâmica foi escrito em sua forma final, naquela época, lá no segundo império babilônico, os Caldú haviam migrado para a região do baixo Eufrates, onde se encontravam as cidades da Babilônia, Acade, Ur, Nippur, etc, estabelecendo sua língua, o aramaico, como língua franca em todo o oriente médio, fato que durou até a idade média, diga-se de passagem.
Todavia, é preciso entender que os escribas e cronistas hebreus, e posteriormente judeus, não se referiam aos caldeus enquanto povo, nem no Gênesis, nem em Daniel, ou qualquer outro livro onde esse nome aparece, “caldeu” para os escribas bíblicos era na verdade um termo similar a “mago”, ou “adivinho”, aliás o próprio nome “mago” faz referência a outro nome pátrio, só que desta vez referindo-se a tribo a dos Magís, estes de origem irâno-persa, entraram em contato com os hebreus durante o período de dominação aquemênida no Oriente Médio.
Trata-se, portanto, de uma certa referência que o escriba quis passar no texto ao fato de que na sua visão, o patriarca originário da linhagem de Israel era proveniente de uma terra supersticiosa e idólatra, numa certa generalização de que “caldeu” era sinônimo de “pagão”.
Há também nesse sentido uma outra interpretação, que não é exatamente excludente da primeira, mas que também vale a pena ser citada, a de que os israelitas eram na verdade, ou melhor, se viam de certa forma, como arameus (aqui cabe citar que na antiguidade, tanto o próto-hebraico, quanto o próto-aramaico eram inteligíveis entre si, como são o português e o espanhol nos dias de hoje!), não podemos nos esquecer que Terah (também chamado Taré em algumas traduções), pai de Abrão, era segundo o relato bíblico um líder tribal em Haran e parte de seu clã, incluindo ele próprio, permaneceu na terra dos arameus, e essa identificação com os caldeus também provenha daí.
Vejamos também que, Labão, pai de Raquel e Lia e, portanto, sogro do próprio Jacó, depois chamado “Israel”, era não apenas arameu, de sangue e nascimento, como também ávido praticante de idolatria e adivinhação (feita por intermédio dos Terafins, ídolos domésticos, protetores do clã), vejamos o que diz o capítulo 25 do Gênesis, versículo 20, sobre Labão:
“ Abraão gerou Isaac. Isaac tinha a idade de quarenta anos quando se casou com Rebeca, filha de Batuel, o arameu, de Padã-Arã, e irmã de Labão”.
Mais a diante, no capítulo 31 do Gênesis, temos nos versículos 19 e 20, que tratam da fuga de Jacó de Haran, temos a dupla confirmação dessas afirmações:
“Raquel, aproveitando um momento em que seu pai fora tosquiar suas ovelhas, roubou os terafin de seu pai; e Jacó enganou Labão, o arameu, ocultando-lhe sua fuga”.
Tudo isso ajuda a compor essa associação entre “caldeu” e “mago” ou “adivinho” que depois irá se consolidar no restante da narrativa bíblica como um sinônimo de indivíduos que exercem práticas idólatras (...).
Referências:
BÍBLIA. Português. A bíblia sagrada. Trad. Por João Ferreira de Almeida: Sociedade bíblica do Brasil S.A, 1995. 1227p.
Chouraqui, A. Os homens da Bíblia – São Paulo. Companhia das letras: Círculo do livro, 1990. 340p.

sexta-feira, 12 de maio de 2023

HUGO SIMAS, mais um dos fundadores do Centro de Letras do Paraná, e que muito contribuiu na área da Justiça

 HUGO SIMAS, mais um dos fundadores do Centro de Letras do Paraná, e que muito contribuiu na área da Justiça


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HUGO SIMAS, mais um dos fundadores do Centro de Letras do Paraná, e que muito contribuiu na área da Justiça
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Jurista, escritor, poeta e jornalista
*23.10.1883, Paranaguá; + 27.10.1941
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Hugo Simas, um dos fundadores do CENTRO DE LETRAS DO PARANÁ, e que muito contribuiu na área da Justiça
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HUGO SIMAS
Jurista, escritor, poeta e jornalista
*23.10.1883, Paranaguá; + 27.10.1941
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Hugo Gutierrez Simas, primeiro ocupante da cadeira número 23 da Academia Paranaense de Letras, nasceu em Paranaguá, Paraná, dia 23 de outubro de 1883, filho do republicano Fernando Simas e Helena Simas.
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Depois dos estudos preliminares em Paranaguá, seguiu para o Rio de Janeiro, onde se formou em Direito.
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Ao retornar, exerceu a Promotoria Pública, em Antonina.
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Foi um dos fundadores da Universidade do Paraná e do Centro de Letras do Paraná, em 1912. Mais tarde, catedrático, lecionou várias disciplinas. Dirigiu a Biblioteca e o Instituto de Assistência Judiciária. Militou no jornalismo político, redigindo artigos para o Diário da Tarde e Diário do Comércio.
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Elegeu-se deputado estadual, porém não se adaptando às injunções políticas, renunciou ao mandato para voltar à carreira jurídica.
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Em 1921, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde praticou intensa advocacia e exerceu o cargo de consultor jurídico do Lloyd Brasileiro.
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Em 1931, foi chamado para integrar a Comissão Legislativa na 7ª Subcomissão de Direito Marítimo, quando redigiu os Livros II e III do Projeto do Código Marítimo, obra de fôlego, fazendo também, comentários ao Código de Processo Civil.
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Em 1938, publicou o Compêndio de Direito Marítimo Brasileiro e, no ramo de Direito Aéreo, elaborou o Código Brasileiro do Ar, em 1939.
Antes, porém, em 1932, retornara a Curitiba, quando fora nomeado Procurador-Geral do Estado. No ano seguinte, desembargador do Tribunal de Justiça, então Tribunal de Apelação.
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Ocupou a presidência do Tribunal Eleitoral, em 1937.
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Além das publicações na área do Direito, foi autor de obras literárias, tais como “Na Festa de Clóris (1913); O Crime do Hotel Biela (1915); Olavo Bilac (1919); Paranaguá e a República (1940); Romance de Amor do Poeta (1941); O Comando de Caxias na Guerra do Paraguai.
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Conferencista, suas crônicas andam espalhadas pelos nossos periódicos acobertadas sob alguns dos seus pseudônimos, como “Clódio de Toledo”, “Menarcho de Samos”, “Poty Veniero” e “Santos Gomes”.
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Redigiu, a pedido do Ministro da Justiça, o anteprojeto da Lei Orgânica dos Transportes. Foi jurista da mais alta expressão e prestígio.
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Faleceu em Curitiba, dia 27 de outubro de 1941.
Fonte: Gazeta do Povo – 27 de setembro de 1997. ”
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Pelo seu feito à nossa cidade e estado, Hugo Simas empresta seu nome a uma das principais avenidas de Curitiba.
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Fonte: Do livro “Um século de Cultura – História do Centro de Letras do Paraná 1912/2012”, por Antônio Celso Mendes, Ernani Costa Straube e Paulo Roberto Karam 

Hugo Gutierrez Simas (1883-1941)

 Hugo Gutierrez Simas (1883-1941)


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Hugo Gutierrez Simas (1883-1941) Nasceu em Paranaguá, dia 23 de outubro de 1883, filho do republicano Fernando Machado Simas e Helena Gutierrez de Simas. passou sua infancia em Paranaguá, onde se formou no primário. Cursou o médio e o superior no Rio de Janeiro, se formando em farmacia na Academia de Medicina do Rio de Janeiro. Sua intenção em se formar farmaceutico foi para ajudar seu pai nos negócios da família. Exerceu a profissão por 5 anos, quando posteriormente resolveu cursar direito na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro. Com grande habilidade para escrever, foi convidado para ridigir o "Diário da Tarde" e o "Comércio do Paraná". Foi escriturário da Estrada de Ferro Central do Brasil, preparador de historia natural no Internato do Colégio Pedro II. Ainda nesse interesse em escrever, fez 18 obras literárias e juristas, chegando ao Centro de Letras do Paraná e na Academia Paranaense de Letras. Já em 1887 sua família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde realizou seus estudos, até a graduação em Direito. Ao retornar ao Paraná, exerceu a Promotoria Pública em Antonina, Palmeira e Rio Negro. Junto com Victor Ferreira do Amaral, Nilo Cairo da Silva, Daltro Filho e outros fundaram a Universidade do Paraná em 1912. Mais tarde, catedrático, lecionou várias disciplinas. Dirigiu a Biblioteca e o Instituto de Assistência Judiciária. Militou no jornalismo político redigindo artigos para o Diário da Tarde e Diário do Comércio. Elegeu-se deputado estadual, porém, não se adaptando às injunções políticas, renunciou ao mandato para voltar à carreira jurídica. Em 1921, tornou a mudar-se para o Rio de Janeiro, onde praticou intensa advocacia e exerceu o cargo de consultor jurídico do Lloyd Brasileiro. Em 1931, foi chamado para integrar a Comissão Legislativa na 7a Sub-Comissão de Direito Marítimo, quando redigiu os Livros II e III do Projeto do Código Marítimo, obra de fôlego. E, ainda, Comentários ao Código de Processo Civil. Em 1938 publicou o Compêndio de Direito Marítimo Brasileiro e, no ramo de Direito Aéreo, elaborou o Código Brasileiro do Ar, em 1939. Antes porém, em 1932, retornara a Curitiba, quando fora nomeado Procurador Geral do Estado. No ano seguinte, desembargador do Tribunal de Justiça, então Tribunal de Apelação. Ocupou a presidência do Tribunal Regional Eleitoral em 1937. Além de publicações na área do Direito, foi autor de obras literárias, tais como Na Festa de Clóris (1913); O Crime do Hotel Biela (1915); Olavo Bilac (1919); Paranaguá e a República (1940); Romance de Amor do Poeta (1941); O Comando de Caxias na Guerra do Paraguai (1951). Conferencista, suas crônicas andam espalhadas pelos nossos periódicos acobertadas sob alguns dos seus pseudônimos, como Clódio de Toledo, Mnesarcho de Samos, Poty Veniero e Santos Gomes. Redigiu, a pedido do ministro da Justiça, o anteprojeto da Lei Orgânica dos Transportes. Foi jurista da mais alta expressão e prestígio..Casou-se com Branca Guimarães Simas, falecida no Rio em 1977, com quem teve duas filhas. Faleceu em 27 de Outubro de 1941 no Rio de Janeiro, aos 58 anos, no cargo de Desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná

Eram dois excursionistas que, em momentos distintos, foram fazer um passeio no Véu da Noiva e num simples descuido, despencaram nas pedras e foram engolidos pelas águas do rio Ipiranga.

 Eram dois excursionistas que, em momentos distintos, foram fazer um passeio no Véu da Noiva e num simples descuido, despencaram nas pedras e foram engolidos pelas águas do rio Ipiranga.


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Eram dois excursionistas que, em momentos distintos, foram fazer um passeio no Véu da Noiva e num simples descuido, despencaram nas pedras e foram engolidos pelas águas do rio Ipiranga.
Ambos foram encontrados aproximadamente 15 dias após as tragédias.
Cogitou-se, sem sucesso, mudar o nome da estação Véu da Noiva para Acyr Picanço, em homenagem ao jovem acadêmico de medicina que havia ali falecido.


Quando as Avenidas se encontravam em 1966. República Argentina e Presidente Kennedy.

 Quando as Avenidas se encontravam em 1966. República Argentina e Presidente Kennedy.


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Em primeiro plano a Rua Monsenhor Celso, a partir da Praça Tiradentes, na década de 1920

  Em primeiro plano a Rua Monsenhor Celso, a partir da Praça Tiradentes, na década de 1920


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Rua Ébano Pereira, a partir do Alto São Francisco, no final de 1928. Avista-se ao fundo, o Palácio Avenida recém concluído, e o Edifício Garcez em obras

 Rua Ébano Pereira, a partir do Alto São Francisco, no final de 1928. Avista-se ao fundo, o Palácio Avenida recém concluído, e o Edifício Garcez em obras  


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O PALÁCIO DA MORTE

 O PALÁCIO DA MORTE


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Nenhuma descrição de foto disponível.Era o início da tarde de 26 de fevereiro de 1929, e uma multidão se avolumava em frente à entrada do cinema. Com o edifício em construção, improvisaram um pontilhão de madeira, sobre a vala aberta para os alicerces, como acesso provisório ao cinema. O pontilhão não resistiu ao acúmulo da fila e parte desabou, pessoas caindo e amontoando-se no fundo do buraco. Saldo trágico: a morte de três crianças, uma senhora, uma jovem de 14 anos e muitos feridos.
A repercussão da tragédia foi enorme em toda a cidade e deu ao edifício a denominação de “Palácio das mortes”. Naquele dia os demais cinemas de Curitiba fecharam em luto.
Era o Cine Theatro Palace, depois Cine Palácio, que funcionava a todo vapor, desde 1924, em um enorme galpão nos fundos de onde, pouco mais tarde Moreira Garcêz construiria seu imponente edifício, o maior de Curitiba até a década de 1940.
A entrada do cinema era pela Avenida Luiz Xavier. Este galpão se estendia até o limite do Instituto de Educação e suas saídas laterais eram pela Rua Voluntários da Pátria. Naqueles dias os meios de comunicação anunciavam com bastante publicidade a exibição de “Os Barqueiros do Volga” (1925), com a direção do já famoso Cecil B. de Mille.
(Fonte/fotos: revistaideias.com.br, curitibaantiga, pinterest)
Paulo Grani.

ANTIGOS EMBARAÇOS NO TRÂNSITO EM CURITIBA

 ANTIGOS EMBARAÇOS NO TRÂNSITO EM CURITIBA

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Nesta histórica foto de 1920, vemos um congestionamento de carruagens, automovel e bonde acontecendo na esquina da Rua Barão do Rio Branco com XV de Novembro, em Curitiba.
Desde a fundação de Curitiba, ela se debatia com problemas ligados ao trânsito de tropas, carroças, cavalos, mulas, bondes ou veículos automotores. As histórias sobre o tráfego em Curitiba aparecem desde meados de 1700. Nesta época, com uma paisagem predominantemente rural, a Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais preocupava-se em manter a passagem de animais bem longe das casas, para que não fossem destruídas por estes desajeitados meios de transporte.
Uma ata da Câmara, de fevereiro de 1734, conta que um tenente-coronel chamado Manoel Rodrigues Motta, após ter as paredes de sua casa danificadas pelo tráfego livre do gado pela vila, teve que recorrer à intervenção da Câmara Municipal. O alcaide Domingos Lopes fez uma vistoria e, constatados os danos, instituiu uma multa de “sinco tostoins” a cada vez que os criadores permitissem que o gado “e outras cavalgaduras bravas” trafegassem pela Vila.
Mais uma vez, em 1744, foi determinado pelo conselho da Câmara que se fizesse um cercado em volta da Vila e um edital para que retirassem animais de montaria, que danificavam as casas do povoado.
Carroças, bondes de mula e cavalos foram predominantes na cidade até o século 19. A partir daí, alguns fatos datados do início do século 20, contados pelas próprias leis municipais, revelam a chegada da tecnologia na capital paranaense.
O progresso corria rápido na capital e, com ele, o aumento de veículos. Em 1924, um decreto declarou de utilidade pública a área necessária ao conveniente alargamento da Rua XV de Novembro, entre a Alameda Dr. Muricy e a Avenida Luiz Xavier. O decreto dizia que “o estrangulamento resultava no congestionamento do trânsito, onde por vezes já se tem verificado acidentes. Considerando que esse melhoramento além de favorecer as condições de viabilidade concorrerá para beneficiar a estatística da principal artéria desta capital”.
Uma lei de 1928, entre outras considerações, estabelecia que os veículos registrados e numerados em outros municípios poderiam transitar na capital somente por oito dias. Os que permanecessem além disso teriam que pagar por uma licença especial.
(Foto: Arquivo Público do Paraná)
Paulo Grani

HISTÓRIA DO CIRCO "IRMÃOS QUEIROLO"

 HISTÓRIA DO CIRCO "IRMÃOS QUEIROLO"


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Programa Cirquinho, no canal 6, a família QUEIROLO.


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Graça, Cor, Harmonia, Versatilidade, Energia, Talento, Alegria... Atrás da cara de palhaço tem história, história de amor à arte. Como a história do Circo Irmãos Queirolo, que começou assim:
Foi em 1942, que os irmãos Queirolo se estabeleceram em Curitiba, mas a história da família circense começou bem antes e fora do Brasil. O casamento do cantor lírico José Queirolo e da artista circense Petrona Salas, no final do século 19, deu início à segunda geração de artistas de circo.
O casal, que se apresentava em companhias circenses do Uruguai, teve oito filhos. A família foi contratada por uma companhia para excursões na Espanha. Com a morte de José Queirolo, em 1900, aos 51 anos, (consequência de um câncer na garganta), Petrona, com 48 anos, passou a ensinar números de acrobacia aos pequenos, que começaram a se apresentar nas ruas para depois ganhar picadeiros e palcos em diversos países.
Em 1917, os irmãos Queirolo compram o Circo Spinelli, no Rio de Janeiro. A primeira apresentação acontece no dia 14 de julho daquele ano. Dois anos depois, decidem excursionar por Curitiba, por onde passaram em anos seguintes, antes de se instalar em definitivo na Capital paranaense, com apenas três dos irmãos: Julian (o clown Harris), Otelo (Chic-Chic) e Ricardo (Negrito entre os familiares).
Em uma das passagens por Curitiba, em 1940, depois da morte da mãe Petrona um ano antes, os irmãos Queirolo, que já na terceira geração formavam a troupe de malabaristas ''Os Cinco Diabos Brancos'', fizeram várias apresentações no Cassino do Ahú. O grupo era formado pelos por Ricardo e Julião (filhos de Ricardo), Sérgio (filho de Julian), Lídia (filha de Otelo) e Henricredo Coelho (filho de um funcionário do circo).
Em 10 de outubro de 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, é inaugurado, em Curitiba, o Pavilhão Carlos Gomes, trazendo como atração principal os artistas da companhia Irmãos Queirolo. As apresentações dos palhaços Harris e Chic-Chic eram as mais disputadas, mas a companhia fazia números teatrais com adaptações como ''O Morro dos Ventos Uivantes'' e peças religiosas como ''Paixão de Cristo''.
Em 1960, com a inauguração da TV na cidade, os Queirolo participaram das primeiras experiências no novo veículo em programas como ''Fiorela'', ''Cirquinho Canal 6'', ''Cirquinho do Chic-Chic'' e mais tarde ''Clube do Capitão Furacão''.
Com o declínio da arte circense no final da década de 70, a Prefeitura de Curitiba tenta reerguê-la doando um circo novo para o grupo, mas a tentativa não deu certo. Os Queirolo devolveram a lona após chegar à conclusão de que os tempos realmente haviam mudado. Hoje, os integrantes da quarta e da quinta geração ainda tentam manter viva a tradição em alguns espetáculos e serviços culturais.
(Adaptado de: folhadelondrina.com.br - Fotos: Pinterest e queirolo.com.br)
Paulo Grani