domingo, 30 de abril de 2023

ANTIGA CERVEJARIA ATLÂNTICA

 ANTIGA CERVEJARIA ATLÂNTICA

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ANTIGA CERVEJARIA ATLÂNTICA
Em 4 de janeiro de 1912 o periódico Diário da Tarde informa que "o senhor Henrique Jens, sócio da fábrica de cerveja Henn & Cia, já fez a aquisição de terrenos pertencentes ao Coronel Joaquim Monteiro, na Rua Igassu, já tendo as plantas aprovadas pela Câmara pretende começar a construção do prédio ainda neste mês. Tendo encomendado as máquinas em outubro do ano passado espera principiar a venda da cerveja no mês de Setembro".
Ainda em 1912 foi criada a firma Henn, Acker & Cia (Karl Henn, Augusto Emilio Acker e outros), mantenedora da Fábrica de Cerveja Atlantica, instalada na Rua Iguassu, nº 21 (atual Presidente Vargas), conforme registra o “Almanach do Paraná”, do ano de 1913.
A Cervejaria Atlântica ocupava uma área de 11.000 metros quadrados, com uma construção baseada no estilo medieval, onde foram instaladas máquinas utilizadas, à época, nas maiores cervejarias da Alemanha. Faziam parte ainda do complexo industrial, filtros, aparelhos para pasteurização, máquinas de engarrafamento automático, além de um frigorífico para a refrigeração do porão e para a fabricação de gelo. Além das instalações para a produção de cerveja, outros edifícios tinham equipamentos próprios para a fabricação de limonada, água gaseificada, malte e café de malte. Ainda no mesmo terreno, havia uma fábrica de caixas, uma ferraria, uma carpintaria, uma oficina de marcenaria, um depósito para matéria prima e outro para barris, garagens para os carros de uso da empresa e de particulares, etc.
Em 28 de maio de 1917 é constituída a sociedade anônima, sob a denominação "Cervejaria Atlântica Sociedade Anonyma" e, na mesma data, foram nomeados seus primeiros administradores: Hans Wenauer (presidente); Carlos Henn (gerente) e Henrique Jens (secretário). Seus principais acionistas foram: Carlos Henn, Henrique Jens, Hans Wenauer, Dr. Pamphilo de Assumpção, Augusto Loureiro, Vicente Loyola, Candido José dos Santos, Frederico Jepsen, Guilherme Fischer Júnior.
Em 1929, a Cervejaria Atlântica tem aproximadamente 260 operários, 64 carroças, 120 muares e 7 caminhões, produz anualmente 3.500.000 litros, superando em estoque todos os seus concorrentes. Possui cinco poços próprios e uma ligação especial à rede de água da cidade, o que fornece água suficiente para a produção de cervejas, gasosas, vapor para a pasteurização, limpeza das garrafas, além de outras finalidades.
Ao longo de sua existência produziu: Cerveja Atlântica, a Cerveja Ancora, Cerveja Iguaçu, Cerveja Curitybana, Cerveja Paranaense, Cerveja Kosmos, Cerveja Astra Pilsen, Cerveja Soberba, Cerveja Imperial Pilsen e Cerveja Tourinho.
Em 1º de janeiro de 1942, o periódico "O Dia" publica o anúncio, "...em 25 de setembro de 1940, foi levado à termo a dissolução da Cervejaria Atlântica e, em 29 de dezembro de 1941, por escritura pública a Cia. Cervejaria Brahma assumiu o seu ativo e o passivo, adquirindo assim as instalações da tradicional Cervejaria Atlântica, em Curitiba, criando sua filial paranaense que se encontra no mesmo endereço até os dias de hoje".
Paulo Grani

Nesta foto da década de 1950, vemos o grande contingente de taxistas que ocupavam o ponto que existia próximo da Estação Ferroviária de Curitiba

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TAXISTAS NA ANTIGA ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE CURITIBA
Nesta foto da década de 1950, vemos o grande contingente de taxistas que ocupavam o ponto que existia próximo da Estação Ferroviária de Curitiba, na esquina da Rua Barão do Rio Branco, adjunto à Praça Euphrásio Correia.
Uniformizados à rigor, usando terno, luvas, quepe e sapato de couro rigorosamente lustrados, os taxistas, então chamados "Chauffeure" (plural), eram profissionais muito educados. A maioria saia da boléia para abrir a porta do outro lado do carro, para recepcionar o passageiro.
Era um tempo em que a estação era quase o único portao de entrada e saída da cidade, de modo que o transporte de passageiros em táxi, além de ser um meio de conexão rápida e segura com o destino, era também um facilitador na acomodação das malas e outros pertences dos usuários do trem.
Neste contexto, vamos rever a história da nossa saudosa estação:
"A estação de Curitiba foi inaugurada em 1885 para servir à linha Curitiba-Paranaguá. Em 1891, a linha foi continuada dali para atingir Ponta Grossa e, em 1894, para o resto do Paraná.
Mas a grande conquista para Curitiba foi em 1909, quando a cidade saiu de seu isolamento com a inauguração da ligação ferroviária com as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, através da junção do ramal de Itararé, da Sorocabana, e da linha Itararé- Uruguai, na então São Pedro do Itararé.
No ano seguinte, por Marcelino Ramos, seria possível também viajar de Curitiba a Porto Alegre de trem. As estradas de acesso a Curitiba eram péssimas. Por navio, via Paranaguá, era demorado demais. Há autores que afirmam que até meados dos anos 1920, o único acesso para Curitiba era por trem, pois as outras alternativas continuavam precaríssimas.
Somente nos anos 1960, com a abertura da rodovia Regis Bittencourt, através do vale do Ribeira, Curitiba passou a ter um acesso decente e mais rápido por automóvel e o trem passou a ser bem menos usado, pois vir de automóvel por Itararé e Ponta Grossa era extremamente longo e pela estrada do Ribeira, via Capão Bonito e Apiaí... bem, essa estrada tinha trechos de terra e de difícil uso em época de chuvas. Em 2006, foi finalmente asfaltada no trecho paranaense.
A estação de Curitiba permaneceu ativa até 13/11/1972, quando dela saiu o último trem para Paranaguá. Nesse dia, foi inaugurada a estação chamada Curitiba-nova, ou Rodoferroviária, como é mais conhecida. Alguns trens turísticos para a Lapa ainda saíram dessa estação por algumas oportunidades, até os anos 1980.
No início dos anos 1990, os trilhos foram definitivamente retirados e antiga ligação com a Rodoferroviária e a saída para Ponta Grossa, que ainda persistia, foi finalmente desfeita. Hoje, somente sobram os trilhos à frente da plataforma, abrigando algumas locomotivas e carros que fazem parte do museu que dentro da estação está instalado. O antigo pátio foi totalmente coberto com o Shopping Estação.
(Adaptado de: estacoesferroviarias.com.br / Foto: curitiba.pr.gov.br)
Paulo Grani

CRIAÇÃO DA ESCOLA PARANAENSE DE AVIAÇÃO

 CRIAÇÃO DA ESCOLA PARANAENSE DE AVIAÇÃO

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CRIAÇÃO DA ESCOLA PARANAENSE DE AVIAÇÃO
O "Sargento Sobrevoa os Céus de Curitiba"
" Em 1916, Santos Dumont veio ao Paraná e visitou Foz do Iguaçu, Guarapuava, Ponta Grossa e Curitiba; tendo sido recebido pelo Presidente do Estado.
Motivados pela visita, surgiu então, na Sociedade Beneficente e Recreativa dos Oficiais Inferiores, a ideia de abrir uma subscrição para a coleta de donativos para a compra de um avião. No início de 1917 a proposta foi endereçada ao Comandante-geral do Regimento de Segurança (PMPR), que deu o “Concordo”, e encaminhada ao Presidente do Estado, Affonso Alves de Camargo, que deu o “Autorizo”.
Em abril do mesmo ano foi formada uma Comissão de Sargentos, constituída pelo Sargento Ajudante Estácio dos Santos, e os Primeiros Sargentos: João Mateck, Oscar de Barros, João Dohms, Laurindo Olegário Dias, Orestes Fernandes dos Santos e Higino Perotti, para o recolhimento das doações. Todo valor arrecadado passou a ser publicado nas Ordens do Dia da Corporação; e em janeiro de 1918 já se havia obtido a quantia de Dezoito Contos de Réis, o suficiente para a compra de uma aeronave.
Na época os jornais informavam que o aviador Elígio Benini, no Rio de Janeiro, oferecia um aeroplano à venda. Foi então designado o Sargento Perotti (especialista mecânico) para viajar até o Rio, e verificar as condições da compra e do aparelho. A oficialização da aquisição entretanto, foi feita pessoalmente pelo próprio Comandante-geral, Coronel Fabriciano do Rego Barros.
Em 6 de janeiro de 1918 o avião chegou a Curitiba, e em 1 de fevereiro foi testado o funcionamento de seu motor; tendo sido realizado um pequeno voo de cinco minutos para teste, e às escondidas, para não estragar a festa de batismo.
O batizado do aeroplano foi realizado em 17 de fevereiro, pela Sra. Etelvina Rebello de Camargo, Primeira Dama do Estado, que em homenagem à iniciativa dos Oficiais Inferiores, deu à aeronave a denominação de "Sargento". Em seguida foi fixada à sua lateral uma faixa com a designação, e sob os acordes da Banda de Música, o piloto Luiz Bergmann decolou e lançou mensagens de agradecimento à população.
Como a compra do aparelho se deu pelo apoio de toda comunidade, o então Comandante-geral decidiu que os benefícios dessa aquisição deveriam se estender a todos. E ainda em 1918 reuniu-se com o Comando do Exército no Paraná, para juntos criarem uma escola de aviação com o objetivo de promover o ensino da aviação militar.
Em 24 de março de 1918 foi oficialmente criada a "Escola Paranaense de Aviação". O primeiro Conselho Administrativo foi composto pelo Tenente-coronel Benjamim Augusto Lage da Força Militar do Estado (Presidente); Major Félix Merlo do Exército Brasileiro; Capitão Braúlio Virmond de Lima do Tiro Rio Branco (Tiro de Guerra); Doutor Ildefonso de Assumpção (civil); Capitão João Alexandre Busse da FM; e o piloto Luiz Bergmann (Diretor-Instrutor).
A primeira Sede Administrativa foi no quartel da Companhia de Bombeiros Pontoneiros; e o hangar e a pista de pouso e decolagem eram no atual bairro do Portão. ".
Foto: pinterest/paranaemfotos
Paulo Grani.

O BARCO CHAMADO "LIBERDADE" " Nos últimos anos do Império já pouco restava dos afamados estaleiros do litoral paranaense, que chegaram a construir unidades até para a nossa marinha de guerra como foi o caso do brigue "D. Pedro II".

 O BARCO CHAMADO "LIBERDADE"
" Nos últimos anos do Império já pouco restava dos afamados estaleiros do litoral paranaense, que chegaram a construir unidades até para a nossa marinha de guerra como foi o caso do brigue "D. Pedro II".


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Em plena baía dos Pinheiros estava ancorado o grande veleiro "Aquidneck", elegante barco de três mastros e 365 toneladas, construido em Connecticut e arvorando pavilhão norte americano.

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Destroços do Aquideneck que soçobrou na Baía de Paranaguá, segundo aquarela de Willian Michaud.

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O "Liberdade" ostentando o pavilhão imperial do Brasil

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O BARCO CHAMADO "LIBERDADE"
" Nos últimos anos do Império já pouco restava dos afamados estaleiros do litoral paranaense, que chegaram a construir unidades até para a nossa marinha de guerra como foi o caso do brigue "D. Pedro II".
Vieira dos Santos, Ermelino de Leão, Francisco Negrão relacionam embarcações, seus nomes, características, tonelagens e outros detalhes dos veleiros, mais afamados, feitos em Paranaguá e Antonina.
A crônica não menciona, porém, inicativas semelhantes em Guaraqueçaba; e foi desse remoto porto que saiu o mais famoso barco já construido no Paraná.
Em plena baía dos Pinheiros estava ancorado o grande veleiro "Aquidneck", elegante barco de três mastros e 365 toneladas, construido em Connecticut e arvorando pavilhão norte americano.
Seu comandante era o capitão Joshua Slocum, que conhecia a Provincia do Paraná e seus portos, de outras passagens em que carregara erva-mate para Montevideo.
Indisposto com as dificuldades que enfrentara na Argentina, pensava voltar ao comércio e transporte de madeira, era-lhe rendoso o negócio no Oriente, quando vendia na China taboado adquirido nas Filipinas. Ia tentar a venda de madeiras do Paraná nos Estados Unidos. Para isso era-lhe indispensável um barquinho auxiliar para a compra dos toros nas reentrancias costeiras de difícil acesso.
Mas a sorte não bafejava o "Arquidneck" nesse roteiro, em que trazia a bordo a família do comandante.
Desfazendo-se dos surrões de mate que tomara em Antonina, o barco americano ruma para o Prata e sobe o rio Paraná para carregar alfafa no porto de Rosário. Na ocasião grassava na Argentina seríssima epidemia de cólera. Dirige-se para o Rio de Janeiro, porto de destino da carga que levava. É advertido, porém, de que deveria submeter-se aos rigores de uma quarentena na Ilha Grande.
A supervisão do confinamento naval na ilha-lazareto estava a cargo do Almirante Custódio José de Melo, de bordo do cruzador "Aquidaban", celebrizado poucos anos depois pe- los acontecimentos de 1894.
Não obstante as insistentes representações do capitão Slocum, não lhe foi permitido fazer a quarentena com o "Aquidneck", e o veleiro teve que retornar a Rosário para descarregar a alfafa, com prejuízos facilmente imagináveis...
Jamais esqueceu a aparente discriminação e o tratamento que lhe dispensou o comandante brasileiro, de quem pensou tirar desforra mais tarde ao aceitar comissionamento para comandar navio da "esquadra de papel", que Fiorino Peixoto comprou nos Estados Unidos para enfrentar a revolta de Cus- tódio de Mello.
Retornando com o seu grande veleiro a Paranaguá, o capitão Slocum decidiu carregar madeira, por sua conta, e navegou barra a dentro. Mas como o "tender" do "Aquidneck" não oferecia condições satisfatórias para o trabalho de aquisição de taboas, vigas e toros, decidiu construir novo barquinho auxiliar.
O melhor empreiteiro que encontrou foi um jovem e ativo carpinteiro de Guaraqueçaba (cujo nome infelizmente não registrou). Decidida a tarefa e feito o provimento de recursos para a aquisição do material e engajamento de auxiliares, inesperado acidente altera todos os planos.
O belo e majestoso "Aquidneck", desviado por forte vento do mar encalha irremediávelmente nos baixíos da baía dos Pinheiros. A presença do barco americano e seu infortunio causaram, como é fácil imaginar-se, enorme impacto entre o povo daqueles êrmos do nosso litoral. Guilherme Michaud, o pintor-patriarca do Superaguí dedica-lhe vários desenhos, dois dos quais envia ao seu amigo ex-Presidente da Província, Visconde de Taunay. Um deles mostra o barco ancorado na baía, rodeado de pequenas embarcações. Outro já o pinta semi-destruido contra os rochedos de alguma ilhota do fundo da baía.
Baldados os esforços para livrar seu barco, Slocum defronta-se com o problema de repatriar a esposa e dois filhos assim como salvar e transportar bagagens, pertences e instrumentos carinhosamente guardados desde o início de sua carreira náutica.
Decide-se por solução temerária e heróica: o "tender", cuja construção estava por iniciar daria lugar a um iate de alto mar, com o qual levaria de volta a Nova York sua família e o que conseguira recuperar ao grande veleiro perdido.
Para projetar o barco Slocum faz uso de suas experiências asiáticas, do tempo em que integrava as equipagens dos "China Clippers". Como dispunha da fotografia de vistoso "sam-pan" japonês, o desenho resultou numa embarcação de tipo oriental, sobretudo em função dos flutuadores de bambu que lhe adicionou e que tanto lhe valeram contra os vagalhões. Deu-lhe 35 pés de comprimento, com largura de sete pés e meio na pôpa e peso de seis toneladas.
A quilha foi construida de cedro e a parte do fundo ce "páu ferro". Para obter as ferragens necessárias, inclusive os pregos de latão, Slocum vasculhou todos os ferreiros e carroceiros de Paranaguá. Faltando rebites, improvisou-os com vinténs de cobre...
O peso excepcional das pranchas de "páu ferro" (com es- pessura de uma polegada e um quarto) em contraste com a leveza do cédro, deu ao barco notável estabilidade ainda realçada pelos flutuadores laterais.
O que não se obteve em Paranaguá foi retirado da carcassa do "Aquidneck", cuja oficina de carpintaria foi toda transferida para o improvisado estaleiro de Guaraqueçaba, onde o capitão e sua família se hospedaram durante os longos e trabalhosos meses da construção.
A 13 de maio de 1888, completada a quilha, foi o barco lançado às águas da nossa baía com o nome de "Liberdade", em homenagem à Lei Aurea que acabava de ser promulgada pela Princesa Izabel.
Os Slocum, originários do leste setentrional, traziam sólida formação anti-escravagista. Na Guerra de Sucessão, Henry Warner Slocum, participou de toda a campanha da Virginia batendo-se, inclusive, na batalha de Gettysburg, já promovido a general e comandante de Corpo de Exército.
Ao tempo da sua estada em Guaqueçaba, Joshua tinha 44 anos e estava casado pela segunda vez. Dotado de variada e ativa experiência em todos os mares do mundo, aliás como os seus antepassados, era republicano e admirador de Lincoln.
O acabamento final do "Liberdade" ainda levou dias, pois cabine, coberta e outros detalhes exigiam trabalho paciente e cuidadoso. Como toda a família contribuiu com mão de obra, o barco não custou mais de cem dolares.
Depois de testado nas águas da baía, decidiu-se que o iate estava pronto e a 24 de junho partiu barra fora com todas as velas cheias.
Conseguir-lhe a documentação indispensável foi tarefa difícil que Slocum contornou obtendo licença simulada para pesca em alto mar. Já a esse tempo se "quebrava o galho"...
No Rio o documento foi substituído por papel regular e correto obtido no Ministério da Marinha, graças a uma recomendação do Marquês de Tamandaré.
A notícia da projetada aventura do "Liberdade" causou sensação na Capital do Império. Os jornais dela se ocuparam e o próprio Ministro da Marinha, Visconde Vieira da Silva, interessou-se pelo destemido navegador.
"O Paiz" diz ter confiança "na perícia e sangue frio do audacioso marinheiro americano", por isso "esperava dentro em pouco tempo vêr o seu nome proclamado por todos os jornais do velho e do novo mundo".
Conhecendo a origem do pequeno barco, tanto "O Paiz" como os demais jornais reclamam para o Brasil uma parte da gloria.
A 23 de julho de 1888 o "Liberdade" deixa o Rio de Janeiro no rumo de Cabo Frio, onde uma baleia de vinte metros de comprimento quase põe fim à viagem de Joshua Slocum e sua família.
Reparados os estragos prossegue o iate para Caravelas, São Paulo (na ilha de Tinharé), Salvador, Recife, Barbados, Mayaguez (Porto Rico), Cabo Romano (Carolina do Sul), até alcançar Washington pelo rio Potomac, a 27 de dezembro.
De Guaraqueçaba à costa norte-americana o pequeno veleiro cobriu 5.510 milhas, em 53 dias de navegação! Enfrentou as temidas tormentas tropicais da costa baiana; tempestades e vendavais no mar das Antilhas; agigantando cetáceo que por pouco o destrói em Cabo Frio; atravessa baixíos e escolhos, a tudo resistindo a flexibilidade e o vigor das madeiras paranaenses postas a serviço da tempera e da sabedoria do rijo lobo do mar norte-americano!
Homenagens especiais mereceram a esposa e os dois meninos-marinheiros, que deram sobejas provas de valor nesses dois meses de odisséia. Henrietta cosinhava, lavava roupa, remendava o velame. Vitor, já adolescente, era o braço direito do pai, como confirmado grumete; e o pequeno Garfield, fazia de tudo, até turno de vigia!...
Depois do reencontro com amigos e parentes, teve Slocum que satisfazer a curiosidade da imprensa e atender o insistente interèsse público. O "Liberdade" foi entregue à Smith-Sonian Institution, onde esteve exposto por muitos anos e foi admirado por milhões na capital dos Estados Unidos.
O renome do comandante Joshua Slocum alcançaria, poucos anos depois, todos os quadrantes do mundo, como antevira "O Paiz"; pois com o pequeno veleiro "Spray", faria a volta ao mundo, em 1906, portanto vinte anos antes da proeza solitária que celebrezou Alain Gelbault. Esse êxito deveu-o, como o o próprio marujo o reconhece, à sua experiência anterior no "Liberdade".
Seus feitos repercutem até hoje graças ao livro de seu filho e companheiro Vitor, "A Vida e os Feitos do Comandante Joshua Slocum", publicado ao mesmo tempo em Nova York e Toronto (1950), seguindo-se edição inglesa em 1952.
Nele a mais singela e expressiva homenagem ao Brasil é a inserção do diálogo entre o comandante do "Liberdade" e o rude camponês que o abriga ao pisar solo norte-americano. "Os brasileiros libertaram os escravos e não tiveram guerra". declara-lhe Slocum, como para justificar o nome da sua embarcação. "Muito bem, muito bem digo-lhe eu" responde Anderson. E conclui pensativo e pragmático: "Sabe que os sulistas foram tolos? Tiveram guerra, e aca- baram também tendo que libertar os pretos..."
(Texto de Newton Carneiro. Extraído de: revistas.ufpr.br)
Paulo Grani.

Tropeiros saindo de Curitiba em direção ao litoral, pelo antigo Atalho da Graciosa, mais tarde chamada Boulevard Dois de Julho (atual Av. João Gualberto)

 Tropeiros saindo de Curitiba em direção ao litoral, pelo antigo Atalho da Graciosa, mais tarde chamada Boulevard Dois de Julho (atual Av. João Gualberto)


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Tropeiros saindo Curitiba em direção ao litoral, levando produtos para comercialização.


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Aquarela do pintor João Leão Palliari, "Tropa Carregada de Erva-mate Descendo a Serra", por volta de 1860.
TROPEIROS DE CURITIBA
Tropeiros saindo de Curitiba em direção ao litoral, pelo antigo Atalho da Graciosa, mais tarde chamada Boulevard Dois de Julho (atual Av. João Gualberto), levando suas cargas para comercialização, década de 1890.
O atalho levava os tropeiros ao antigo Caminho Colonial da Graciosa, também conhecido como Caminho dos Jesuítas ou pelo caminho do Itupava.
Originário de trilhas indígenas, o Caminho do Itupava é um dos caminhos antigos do Paraná, portanto, preserva um pouco da história da colonização do Paraná. A antiga Trilha do Itupava foi muito utilizada pelos jesuítas, comerciantes, aventureiros e apesar das diversas dificuldades que apresentava, era o meio mais rápido de se cumprir o trajeto Curitiba – Litoral durante a época colonial, por volta de 1625. Sendo assim, foi por muitos séculos, a principal ligação entre a planície litorânea e o alto planalto paranaense, desde o século XVII até a conclusão da Estrada da Graciosa em 1873 e a efetivação da Estrada de Ferro Curitiba – Paranaguá em 1885.
Seu trajeto iniciava no atual Largo Bittencourt (Círculo Militar), seguindo em direção leste passando pelo Bairro Alto, rio Palmital, Borda do Campo e adentrando-se na Serra do Mar Paranaense. Quase todo seu percurso é pavimentado com pedras, colocadas por escravos no período de 1625 – 1654 e apesar do calçamento original ser atribuído aos padres jesuítas, afirma-se que o dinheiro investido no Caminho do Itupava foi arrecadado através de uma espécie de pedágio da época, denominado “barreira”, construída nas margens do rio que deu nome ao caminho, o Rio Itupava.
O capital cobrado dos tropeiros e viajantes era destinado à manutenção do trecho serrano que, devido ao relevo acidentado, encarecia a sua manutenção. Seu ponto final é onde os rios Mãe Catira e Ipiranga se encontram e formam o Rio Nhudiaquara, onde os usuários do caminho seguiam pelos rios com pequenas canoas para Morretes, Antonina e Paranaguá, as principais cidades do litoral do Paraná que atualmente atraem muitos turistas devido ao seu charme, tranqüilidade e suas características históricas, culturais e gastronômicas, principalmente!
Há trechos em que o calçamento original ainda está bem preservado, principalmente na serra. No trajeto o caminho cruza a ferrovia Curitiba/Paranaguá em dois trechos. O primeiro, ao lado das ruínas da Casa Ipiranga, e o segundo, no santuário de Nossa Senhora do Cadeado. No sopé da serra encontra a estrada que liga Porto de Cima à estação ferroviária de Engenheiro Lange. Deste ponto até Porto de Cima, o caminho margeia o Rio Nundiaquara, onde ainda ocorrem pequenos trechos calçados. Entre o santuário e o sopé da serra localizava-se o ponto de cobrança de pedágio para o uso do caminho, na época colonial.
Paulo Grani

A bucólica Praça Eufrásio Correia, calma, bela e ordeira, nos idos da década de 1930..

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Hospital Universitário Evangélico de Curitiba, no início dos anos 1960..

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Alunos das Escolas da Região da Igreja de São Francisco de Assis, no Bairro Xaxim em Curitiba, desfilam em comemoração ao aniversário de sua inauguração e ao dia das mães, em maio de 1963..

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Uma vista da Praça Santos Andrade, do dia 31.07.1928..

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