domingo, 30 de abril de 2023

Tropeiros saindo de Curitiba em direção ao litoral, pelo antigo Atalho da Graciosa, mais tarde chamada Boulevard Dois de Julho (atual Av. João Gualberto)

 Tropeiros saindo de Curitiba em direção ao litoral, pelo antigo Atalho da Graciosa, mais tarde chamada Boulevard Dois de Julho (atual Av. João Gualberto)


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Tropeiros saindo Curitiba em direção ao litoral, levando produtos para comercialização.


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Aquarela do pintor João Leão Palliari, "Tropa Carregada de Erva-mate Descendo a Serra", por volta de 1860.
TROPEIROS DE CURITIBA
Tropeiros saindo de Curitiba em direção ao litoral, pelo antigo Atalho da Graciosa, mais tarde chamada Boulevard Dois de Julho (atual Av. João Gualberto), levando suas cargas para comercialização, década de 1890.
O atalho levava os tropeiros ao antigo Caminho Colonial da Graciosa, também conhecido como Caminho dos Jesuítas ou pelo caminho do Itupava.
Originário de trilhas indígenas, o Caminho do Itupava é um dos caminhos antigos do Paraná, portanto, preserva um pouco da história da colonização do Paraná. A antiga Trilha do Itupava foi muito utilizada pelos jesuítas, comerciantes, aventureiros e apesar das diversas dificuldades que apresentava, era o meio mais rápido de se cumprir o trajeto Curitiba – Litoral durante a época colonial, por volta de 1625. Sendo assim, foi por muitos séculos, a principal ligação entre a planície litorânea e o alto planalto paranaense, desde o século XVII até a conclusão da Estrada da Graciosa em 1873 e a efetivação da Estrada de Ferro Curitiba – Paranaguá em 1885.
Seu trajeto iniciava no atual Largo Bittencourt (Círculo Militar), seguindo em direção leste passando pelo Bairro Alto, rio Palmital, Borda do Campo e adentrando-se na Serra do Mar Paranaense. Quase todo seu percurso é pavimentado com pedras, colocadas por escravos no período de 1625 – 1654 e apesar do calçamento original ser atribuído aos padres jesuítas, afirma-se que o dinheiro investido no Caminho do Itupava foi arrecadado através de uma espécie de pedágio da época, denominado “barreira”, construída nas margens do rio que deu nome ao caminho, o Rio Itupava.
O capital cobrado dos tropeiros e viajantes era destinado à manutenção do trecho serrano que, devido ao relevo acidentado, encarecia a sua manutenção. Seu ponto final é onde os rios Mãe Catira e Ipiranga se encontram e formam o Rio Nhudiaquara, onde os usuários do caminho seguiam pelos rios com pequenas canoas para Morretes, Antonina e Paranaguá, as principais cidades do litoral do Paraná que atualmente atraem muitos turistas devido ao seu charme, tranqüilidade e suas características históricas, culturais e gastronômicas, principalmente!
Há trechos em que o calçamento original ainda está bem preservado, principalmente na serra. No trajeto o caminho cruza a ferrovia Curitiba/Paranaguá em dois trechos. O primeiro, ao lado das ruínas da Casa Ipiranga, e o segundo, no santuário de Nossa Senhora do Cadeado. No sopé da serra encontra a estrada que liga Porto de Cima à estação ferroviária de Engenheiro Lange. Deste ponto até Porto de Cima, o caminho margeia o Rio Nundiaquara, onde ainda ocorrem pequenos trechos calçados. Entre o santuário e o sopé da serra localizava-se o ponto de cobrança de pedágio para o uso do caminho, na época colonial.
Paulo Grani

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