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sábado, 9 de setembro de 2023

AFUNDAMENTO DA ORLA DE GUARATUBA

 AFUNDAMENTO DA ORLA DE GUARATUBA


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AFUNDAMENTO DA ORLA DE GUARATUBA
Passados 55 anos ainda lembro daquele trágico acontecimento ocorrido em 22/09/1968, em Guaratuba. Morava em Paranaguá, cidade próxima de Guaratuba e, na manhã seguinte, o boato corria solto pelas ruas e a Radio Difusora também anunciava que havia afundado parte da praia de Guaratuba.
Apesar do susto, ninguém ficou ferido ou morreu, na noite daquele dia em Guaratuba.
Como o Cine Media Luz, na Rua da Praia, ficou sem luz‪, o ‬público foi forçado a sair do cinema. Naquele momento as pessoas viram o que parecia ser o fim do mundo: O mar tinha derrubado o muro de arrimo da rua principal e avançava pela cidade.
Todos saíram correndo, batendo de porta em porta, acordando os que já estavam deitados, gritando pra que fugissem dali.
A erosão vinha silenciosamente, há muito tempo, agindo naquela parte da cidade. Os problemas foram se agravando com a construção de um trapiche e do tal muro de arrimo.
A água foi entrando por debaixo e não saía mais. Com o desmoronamento, uma cratera se formou e tudo em volta foi sendo engolido: Prefeitura, que era instalada na antiga Casa de Câmara e Cadeia de 1771, o Cartório Eleitoral, a Câmara de Vereadores, vários imóveis comerciais como bar, barbearia, restaurante, a casa de um ex-prefeito e outras residências. Um grande susto.
"Na noite de 22 para 23/09/1968, durante a baixa-mar de sizígia, rompeu-se um grande trato de terra que bordejava a Baía de Guaratuba, no litoral do Paraná levando consigo, entre outras benfeitorias, um muro de proteção e a metade da Prefeitura da cidade que ficava atrás desse muro. Não houve vítimas porque a ruptura foi lenta e constituída por eventos sucessivos.
No local da ruptura havia um trapiche que adentrava a baía, cuja extremidade foi a primeira a afundar, seguindo-se o muro de contenção e, em sequência, porções cada vez maiores de terra.
As investigações efetuadas na ocasião e posteriormente, mostraram que todo o
processo que culminou nessa ruptura iniciou-se pela construção, no início do século 20, de um trapiche de madeira que unia a então praia de Guaratuba, a uma ilha barreira, paralela à praia, executado para permitir o desembarque de passageiros, a partir de embarcações que ali aportavam. Em outras palavras, entre o continente e a ilha havia um canal de escoamento de água, paralelo à costa que dava vazão às correntes geradas pelas marés. Durante a preamar (maré enchente), as águas do mar penetram na baía gerando correntezas que se estendem até o fundo da mesma e durante a baixa mar (maré vazante) essas mesmas águas, acrescidas das trazidas para a baía, pelos rios que nela desembocam, geram correntes em sentido contrário: da baía para o mar. Em razão dessa mecânica, obviamente, as correntes oriundas das marés de vazante são muito mais fortes e quanto mais significativas as marés, maiores as correntes delas oriundas. Como o trapiche era de madeira e dava vazão à água que escorria entre a ilha e o continente, sem praticamente afetá-la, nada aconteceu de significativo, no local, nessa época.
Posteriormente, o antigo trapiche de madeira foi substituído por um de alvenaria
que possuía aberturas menores e, em 1954, quando foi construído o muro de contenção, as aberturas originais do trapiche de alvenaria foram substituídas por bueiros de menor vazão. A partir desse ponto, a restrição à vazão das correntes de vazante, provocou deposição de sedimentos a montante do trapiche e erosão na porção da ilha barreira situada a jusante, perfeitamente observáveis em fotos da década de 1950. Esse processo prosseguiu até que toda a porção da ilha barreira voltada para leste fosse consumida e o processo erosivo começasse a corroer a base do trapiche situada ao largo da mesma. Como nenhuma providência foi tomada, as fundações da extremidade do trapiche foram sendo corroídas, seguindo-se as do muro para, finalmente, culminar com o colapso de ambos na maré de sizígia de 22/23 de setembro de 1968, cobrindo um período no entorno de 50 anos entre o início efetivo e a culminação do processo." *
* (Texto escrito pelo Geólogo José Antônio Urroz Lopes, extraido do site: mw.eco.br/zig/hp.htm).
(Fotos: Acervo da Biblioteca Pública de Guaratuba)
Paulo Grani

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