ANITA RIBEIRO FONTES
Biografia de Anita Fontes. Anna Ribeiro nasceu em 6 de Abril de 1910 , na Rua Pecego Junior, 40, em frente a atual Maçonaria. Filha de Anibal e Albertina. Era irmã de Anibal Ribeiro Filho, Alberto Ribeiro, Candinho “Baitaca” Ribeiro, Joaquim e Fernando. Foi batizada na Ilha do Mel, na inauguração da Capela de Nossa Senhora dos Prazeres, próxima a Fortaleza da Barra, no mês de Julho de 1910. Fêz curso de letras no Colégio São José, foi aluna do curso prático do professor Eugenio Cordeiro, completando seus estudos no Colégio Nossa Senhora de Lourdes (Cajurú). Estudou música e pintura, mas se destacava ao piano, tendo como mestre José Itibere de Lima, o “Cazuza” e a Professora Elisabete Pate. Foi secretária datilógrafa do Inspetor da Alfândega de Paranaguá, o Sr. Arthur Ferreira de Abreu em 1927. Nessa época de cinema mudo, as alunas mais adiantadas executavam músicas ao piano, na sala de espera do Cine Elite, hoje atual Danúbio Azul, onde se apresentava em números solo ou acompanhada dos músicos Anibal Ribeiro (seu pai), Antonio Olímpio de Oliveira, Jacob Weiss, Glasir Lima, Julio Mazei, Luiz Pinho,Helena Fayad e outros. Acreditava que de seus genitores tinha herdado o “dom “ da música. Sua mãe, Albertina foi aluna da ilustre professora Ludovica Bório destacando-se como pianista. Seu pai, Annibal Ribeiro, tocava flauta nas festividades religiosas, fazia parte do Centro Musical e da Banda de Música do Comércio, Estudantina e segundo consta, chegou a participar de saraus com Heitor Villa Lobos quando este residiu em Paranaguá. Noivou em 1930 e recebeu de presente do Cazuza, a “valsa Anita” cuja execução deu-se na festa de noivado, pelo autor. Casou com o médico Dr. Antônio Fontes no ano de 1931, na Igreja Nossa Senhora do Rosario do Rocio. Em seguida foi morar no Estado do Rio, onde seu marido tinha a Fazenda São Sebastião em Vargem Alegre, próxima a Região de Barra Mansa, Barra do Piraí e Volta Redonda. Foi um período de idas e vinda à Paranaguá, onde nasceram os filhos biológicos Roberto, o primeiro filho, depois Sônia, e por criação Celina Pacini, que sempre foi considerada como filha, regressando definitivamente a nossa cidade em 1935, onde o seu marido passou a clinicar. Em sua bagagem músicas de diversos estilos, valsas, boleros, marcha-rancho, e algumas ainda inéditas. Com pendores para poesia, participou ativamente das promoções culturais da cidade, tendo integrado a “Caravana da Amizade” do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, que foi à cidade de Palmeira para fundar o Instituto Histórico em 1955. Na ocasião apresentou um trabalho sobre História e Geografia que entrou para os anais, pois foram apresentados em painéis que foram ilustrados por Rafael Silva e João Lagos. Participou de encontros de grupos de serestas, realizados em Paranaguá, Curitiba, Palmeira, Ponta Grossa, integrando a representação de Paranaguá através da Sociedade Amigos da Música. Foi homenageada pela Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa em 1971, que executou a musica de sua autoria “Meus filhos Meus Amores”, pelo Maestro João Ramalho. Dizia que a maior homenagem que recebeu foi no ano de 1972, no dia 7 de Setembro, em evento organizado pelas professoras de música de nossa cidade, quando teve sua música “Minha Velha Paranaguá” cantada por um coral de 1.200 crianças. Por delegação do Centro Paranaense Feminino de Cultura de Curitiba, instalou em Paranaguá a “sala dos poetas”, no ano de 1973. Participou e foi presidente da Sociedade Amigos da Música, União Feminina Assistencial de Paranaguá, Rede Feminina de Combate ao Câncer, participou do Centro de Letras Paranaguá, do Instituto Histórico e Geográfico de Paranaguá, Instituto Histórico de Palmeira e de Ponta Grossa como sócia honorária. Participou ativamente do programa de radio “Coisas Nossas” do médico Ginés Gebram “que marcou época em nossa cidade. Autora da Letra e Música da “ Minha Velha Paranaguá “, revela de forma clara e precisa o amor e carinho que tinha pôr Paranaguá. A paisagem de Paranaguá era fonte de inspiração, pois a cada verso, a cada estrofe deixava escapar o profundo amor pela cidade e pelo seu futuro, como se pode notar na musica “ Minha Velha Paranaguá”. “As margens Calmas deste rio encantador; Neste recanto de tantas recordações Quanta história, quanto vulto, quanta glória! Pedaços d’alma num bouquet de emoções.” Diversas composições foram reconhecidas fora de Paranaguá. Compositora da música “Meus Filhos, Meus Amores” orquestrada e executada pela Orquestra Sinfônica de Ponta Grossa e como seu maior sucesso a valsa “Recordando“ trilha sonora da novela “Senhora“ da Rede Globo em arranjo especial da Orquestra Romaneza. Autora também, da valsa “Barra Mansa, Uma Saudade” que foi considerado segundo Hino daquela cidade, cuja Rodoviária tem o nome do seu sogro José Fontes. Teve também, na novela “A Moreninha“ da Rede Globo, uma de suas composições para piano, tocada pela personagem Carolina (a atriz Nívea Maria). Transitou por um período de talentos de Paranaguá e se destacou. Nos anos 70/80, manifestava que tinha predileção de participar de saraus com Araci e João Staniscia, Adriano Vidal, Nego Staniscia, Malvina Barleta, Manoel Viana, Alceu Zanardini, Glazir Lima, Carvalhinho, Rachel Costa, Paulino 7 Cordas, Maria Ernestina Araujo. Na poesia se destacava, e entre seus poemas: “No florescer da vida tão risonha, Desabrochando o coração feliz. No teu vulto,no enlevo de quem sonha, Há promessas de Deus Que assim quis” Viveu intensamente Paranaguá. Tinha como todos daquela geração, especial predileção pela beleza e arquitetura de nossa cidade. Sempre foi uma mulher muito à frente de seu tempo. Faleceu em 23 de Agosto de 1988 em Paranaguá, e como era seu desejo foi velada na Igreja de São Benedito.