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domingo, 23 de julho de 2023

INCÊNDIO, INCÊNDIO, INCÊNDIO ! ... " Era o que anunciava o toque do sino da igreja, em 1897.

 INCÊNDIO, INCÊNDIO, INCÊNDIO ! ...
" Era o que anunciava o toque do sino da igreja, em 1897.


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Histórica foto da primeira década de 1900, apresenta os Bombeiros Voluntários de Curitiba a postos sobre as viaturas adaptadas sobre carroças tracionadas por dois pares de mulas. Erven menciona em sua obra que "haviam exercícios diários (no início da Saldanha Marinho) e escala de prontidão para fogo, próximo a Catedral Metropolitana de Curitiba. Foi possível, com as doações espontâneas feitas, dotar de materiais e uniformes os voluntários do combate a incêndios. Tinham carros com tração executada pelos próprios bombeiros na falta de animais com escadas de madeira, mangueiras e uma pequena bomba."

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Emíl Verwiebe – Comandante Superior; Frederico Seegmüller – Primeiro Comandante; Ferdinando Poppe – Segundo Comandante; Antonio Pospissil – Comandante dos Auxiliares; Rodolfo Schmidt – Mestre Bomba; Rodolfo Rossenau – Contra-mestre; João Schmidt – Mestre de Material; Alberto Shoneweg – Primeiro Porta-mangueiras; João Rotlek e Wenceslau Glaser – Ajudantes.

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Neste close da foto do incêndio da Cadeia Pública de Curitiba, de 1897, vê-se os Bombeiros Voluntários da Sociedade Teuto-brasileira, vestidos com os uniformes adotados, bem como seus requintados capacetes. Nas carroças eram adaptadas grandes barricas para transportar a água até o local de incêndio e, ao lado, a bomba de recalque era acionada por uma equipe de seis bombeiros, três em cada lado da gangorra, uma mangueira e as escadas de madeira eram os precários equipamentos possíveis juntados pela valorosa corporação.
INCÊNDIO, INCÊNDIO, INCÊNDIO ! ...
" Era o que anunciava o toque do sino da igreja, em 1897.
Dotados de materiais e uniformes, sem quartel, fazendo exercícios na Rua Saldanha Marinho, Emílio Verwiebe, Frederico Seegmuller, Ferdinando Poppe, Alberto Schoneweg, João e Rodolfo Schmidt, Rodolfo Rossenau, João Rotlek, Antônio Pospissil e Venceslau Glaser, fundaram a Sociedade Teuto-Brasileira de Bombeiros Voluntários, objetivando com seus recursos a extinção de incêndios e outras calamidades. Pessoal inexperiente e heterogêneo, mas que com bravura e abnegação cumpriu os deveres do ofício.
Ao sinal dos sinos, acorriam de diferentes pontos da cidade, arrastando suas bombas ou as tracionando por muares para o local sinistro. Brandindo suas machadinhas golpeavam as vigas carbonizadas, rompendo a muralha de fumaça com jatos d'água dentro de uma chuva de madeira em combustão, indiferentes às chamas que chamuscavam as mãos e faces.
Balançando, pendurados numa escada de corda, travavam com as labaredas uma luta sobre-humana.
Esses voluntários do dever, heróis anônimos, após relevantes serviços prestados à comunidade curitibana, dissolveram em 1901 a prestativa sociedade, por falta de recursos.
Em 23/03/1912, foi sancionada a Lei 1.133, que criou na Capital do Estado do Paraná o Corpo de Bombeiros. Somente em 14 de julho daquele ano, foi inaugurado o quartel, na esquina das Ruas Cândido Lopes e Ébano Pereira. Foi seu primeiro comandante o Major Fabriciano do Rego Barros.
Em 04/06/1951, realizou-se a mudança para a Av. Visconde de Guarapuava, esquina da Rua Nunes Machado. Antigo alojamento do 14° Regimento de Cavalaria e 5° Batalhão de Engenharia do Exército Nacional e, pr último, sede da Guarda Civil do Estado.
Quem é da época não esquece as figuras carismáticas do saudoso tenente João Alexandre da Silva, dirigindo a "bomba a vapor", apelidada de Maria Bufante, e do tenente José Theóphilo da Silva, dirigindo a auto-bomba Merryweather, ainda em condições de prestar bons serviços.
Por quase três lustros fui bombeiro. Agora, lembro que vi de perto a carreira de sacrifícios imposta aos soldados do fogo e o espírito desprendido que os anima nessa luta. Dessas missões, por exemplo, ainda estão bem vivos, em nossa memória, os incêndios florestais ocorridos em setembro de 1963.
A operação "Paraná em Flagelo" contou além de praças e oficiais do Corpo de Bombeiros, da PMER do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, com técnicos vindos de toda parte do Brasil, de Mr. Lownder, Chefe dos Serviços de Combate a Incêndios Florestais dos EE.UU e sua equipe, da população civil das localidades mais antigas, de elementos do Centro de Adestramento Marques de Leão da Marinha de Guerra do Brasil, e dois helicópteros do Porta Aviões Minas Gerais.
Uma verdadeira operação de guerra. Atuando com todas as condições operacionais desfavoráveis, os bombeiros deixaram um exemplo marcante no socorro aos flagelados e no combate sem trégua ao fogo que, mesmo assim, fez vítimas e causou danos.
Nunca esquecerei tanta dedicação e tanto empenho na proteção dos valores fundamentais da pessoa e do meio ambiente.
(Texto do engenheiro Alide Zenedin, coronel da Polícia Militar do Paraná, na reserva / Foto: Arquivo Público do Paraná)
Paulo Grani