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sábado, 8 de julho de 2023

Indonésia cria santuário para raia jamanta

 Indonésia cria santuário para raia jamanta

Por
João Lara Mesquita


A Indonésia descobriu o óbvio: as raias manta valem mais vivas que mortas. Esses gigantes do mar encantam os turistas em qualquer parte do mundo. São gentis, deixam os mergulhadores se aproximar, algumas são imensas, por isso mesmo atuam como um chamariz para o rico ‘turismo de observação’. Assim, a Indonésia cria santuário para raia jamanta.

A Indonésia descobriu o óbvio: as raias manta valem mais vivas que mortas. Esses gigantes do mar encantam os turistas em qualquer parte do mundo. São gentis, deixam os mergulhadores se aproximar, algumas são imensas, por isso mesmo atuam como um chamariz para o rico ‘turismo de observação’. Assim, a Indonésia cria santuário para raia jamanta.

Em fevereiro de 2014 o governo indonésio informou que, a partir daquela data, não se pode mais pescar, e exportar as raias, em todo o arquipélago. Em seguida, a Indonésia cria santuário para raia jamanta. De acordo com pesquisa do jornal PLoS One, uma raia manta pode valer até US$ 1.000.000 durante todo seu período de vida graças ao turismo de observação. Mergulhadores adoram nadar ao lado destas imensas criaturas. Mortas, as raias podem valer de US$ 40 dólares, até um máximo de US$ 500 dólares.

Mais uma das espécies, esta tem a capacidade de saltar fora d’água

Conservation International, e Indonésia cria santuário para raia jamanta

Autoridades governamentais ficaram supressas ao conhecerem este levantamento. Tiene Gunawam, diretor do programa marinho da Conservation International Indonesia, sugeriu às autoridades um programa piloto que foi aprovado.
Conscientizar pescadores
Raia- Leopardo (foto:elaceoficial.com)

O primeiro passo foi conscientizar os pescadores sobre os valores da raia na pesca, versus o alcançado pelo turismo. Em algumas áreas, como a ilha de Bali, os nativos já estão lucrando ao levarem turistas para mergulhos em meio a cardumes de raias.
Indonésia: turismo de observação pode valer US$ 15 milhões de dólares

Estudo do PLoS One prova que o volume anual do turismo de observação de raias pode render US$ 15 milhões de dólares ao país.

Indonésia, segundo maior mercado para o turismo de observação

Agus Dermawan, diretor da Marine Conservation Directorate, disse que “agora a Indonésia é o segundo maior mercado mundial de turismo de observação de raias, com estimativa de faturamento de US$ 15 milhões de dólares. Devido a enorme quantidade de ilhas que formam o país (cerca de 17 mil). Com suas áreas de recifes de coral, em pouco tempo a Indonésia pode se transformar no principal destino do turismo de observação do planeta.


Mapa da Indonésia

Quatrocentos tipos de raias

As raias estão entre os maiores peixes dos oceanos. Existem cerca de 400 tipos. Elas podem atingir mais de 8 metros, de uma ponta da asa a outra. Normalmente buscam águas tropicais. Elas podem viver até 50 anos.

A pesca de raias é quase sempre insustentável, devido ao tempo que demoram para alcançar a maturidade: de oito a dez anos. As fêmeas costumam ter apenas um filhote por vez e só estão prontas para novo acasalamento a cada dois, ou cinco, anos.

De acordo com a lista vermelha das espécies ameaçadas da International Union for Conservation of Nature‘ as raias são consideradas “vulneráveis para a extinção”.
Outros países proibiram a pesca

Raia jamanta faz a felicidade do mergulhador (foto: tucuna.com)

Além da Indonéisa, outros países já proibiram a pesca das raias, entre eles a República de Palau, Austrália, Equador, a União Europeia, México, Nova Zelândia, Filipinas, Yap, Guam, Northern Mariana Islands, e os estados norte americanos do Havaí e Flórida. E o Brasil, onde está? 

Brasil: atrasado, na rabeira das tendências mundiais

Desgraçadamente, quando se trata de conservação, nosso país é um poço sem fundo. Quando achamos que a “coisa está ruim” o Brasil tem a surpreendente capacidade, ‘bolivariana’, de apatetar-se ainda mais: caipira, retrógrado, preconceituoso. Desperdiça seu maior ativo, reconhecido e admirado pelo concerto das nações, a fantástica biodiversidade.

Note a proporção do mergulhador com o espetáculo submarino (foto: redeglobo.com.br)

Para finalizar, nossos Parques Nacionais, com raríssimas exceções, não estão preparados para receber turistas que pagariam para freqüenta-los. Eles poderiam gerar renda para os nativos, e investimentos para a própria Unidade de Conservação. Esta barbaridade acontece no Parna dos Lençóis, e no Parna de Jericoacoara, para só citar estes dois parques do bioma marinho.

Países correm para atender metas de Aichi, exceção do Brasil


A Indonésia é mais um país que toma providências para atender a meta nº 11, das metas de Aichi:
até 2020, pelo menos 17 por cento de áreas terrestres e de águas continentais e 10 por cento de áreas marinhas e costeiras, especialmente áreas de especial importância para biodiversidade e serviços ecossistêmicos, terão sido conservados por meio de sistemas de áreas protegidas geridas de maneira efetiva e eqüitativa, ecologicamente representativas satisfatoriamente interligadas e por outras medidas espaciais de conservação, e integradas em paisagens terrestres e marinhas mais amplas.

O Brasil caminha célere para ser um dos poucos países do mundo a não tomar conhecimento das metas. Mais uma vergonha internacional, ao lado da corrupção em escala planetária.

(Do https://marsemfim.com.br/)