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quarta-feira, 16 de agosto de 2023

José Loiercio Nascido a 30 de julho de 1870 - Palmi, Reggio Calábria, Itália Falecido a 18 de janeiro de 1946 - Londrina, PR, Brasil, com a idade de 75 anos

 

    • Nascido a 30 de julho de 1870 - Palmi, Reggio Calábria, Itália
    • Falecido a 18 de janeiro de 1946 - Londrina, PR, Brasil, com a idade de 75 anos

     Pais

     Casamento(s) e filho(s)

     Irmãos

     Notas

    Notas individuais

    Registros de Nascimento, Número 242, Imagem 272, Palmi, Reggio Calabria, Itália, 1870, Giuseppe Loiercio

    No ano de mil oitocentos e setenta, no dia trinta e um do mês de julho, na prefeitura de Palmi, aos quatorze anos. Antes de mim Casimiro Casciná Prefeito deste município de Palmi, distrito de Palmi, Província de Calabria Ultra primeiro oficial do estado civil, apareceu Michele Lo Iercio filho do falecido Francesco de vinte e seis anos de condição Marceneiro domiciliado em Palmi distrito Lo Borgo , que ele me apresentou a uma criança do sexo masculino quando o reconhecemos ocularmente, e ele declarou que no dia trinta do mês de julho, aos vinte e dois anos, nasceu Filomena Romanò, filha de pais incertos de vinte e oito anos de condição de fiandeira e casado com Michele Lo Iercio, cônjuges legítimos nascidos e domiciliados no distrito de Palmi de Lo Borgo em sua casa. Alfa Filippo de trinta e dois anos de condição de padeiro domiciliado em Palmi todas as testemunhas do próprio declarante. De que se formato esta escritura inserida nos meus registos, que da leitura nos termos da lei é assinada por mim, tendo o declarante e testemunhas abertas sem saber assinar. O Oficial de Registro Civil, Casimiro Cascinà

    Atos de Casamento, Número 16, Imagem 16, Palmi, Reggio Calabria, Itália, 1908, Giuseppe Loiercio, Maria Versace, 13 de fevereiro de 1908.

    No ano de mil novecentos e oito, no dia treze de fevereiro entre as seis e as seis horas, na Câmara Municipal de Palmi, aberto ao público: Avanti di me Pugliese Notai Rosario apressare Prefeito em exercício, Funcionário do Estado Civil, vestido apresento-me pessoalmente: 1. Loiercio Giuseppe, solteiro, trinta e oito anos, carpinteiro, nascido em Palmi, residente em Palmi, filho de Michele, residente em Palmi, e de Romanò Filomena, residente em Palmi; 2. Versace Maria, solteira, dezessete anos, dona de casa, nascida em Palmi, residente em Palmi, filha de Cosimo residente em Palmi e de Managó Concetta, residente em Palmi, que me pediram em casamento: para o efeito, submeti o documento descrito abaixo; e do exame desta e das já produzidas ao solicitar publicações, Tudo o que, com a minha aprovação, insiro no volume de anexos a este registo, por ter lido os artigos cento e trinta, cento e trinta e um e cento e trinta e dois do Código Civil quanto aos cônjuges, pelo que Perguntei ao noivo se pretende casar com o aqui presente Versace Maria, e com esta pretende casar com o presente Loiercio Giuseppe; e cada uma das testemunhas abaixo indicadas tendo respondido afirmativamente com plena inteligência, pronunciei em nome da lei que elas estão unidas em casamento. Na presente escritura estiveram presentes: Scidoni Carmine de trinta e cinco anos, ..., e Parisi Mariano de quarenta anos, ..., ambos residentes neste concelho. O documento apresentado é a certidão da publicação realizada aos domingos vinte e seis de janeiro e dez de fevereiro de mil novecentos e oito. Os pais da noiva deram o seu consentimento ao pedido de casamento, conforme consta da reportagem do pedido de publicação. Tendo lido esta escritura, todos os presentes assinaram comigo na ignorância da noiva analfabeta. Assinatura: Loiercio Giuseppe, Scidoni Carmine, Mariano Parisi, Civil State Officer

    Giuseppe Loiercio, falecido em 18 de janeiro de 1946, Sessões dos mortos de outubro de 1945 a abril de 1947, deixa 40 versos, número 4436, imagem 71, o seguinte conteúdo:

    Antônia quinze e Silvio doze, deixando as tarefas de inventário e seu corpo será sepultado no cemitério desta cidade. O que incluir escritura este termo lido e encontrado em ordem, é assinado pelo declarante. Eu secretário Aparecida Perandré Martiniano escrevi juramentado e assinado.

    José Loercio, óbito em 18 de janeiro de 1946, livro de óbitos de outubro de 1945 a abril de 1947, folhas 40 verso, termo número 4436, imagem 71, no seguinte teor:

    Número quatro mil quatrocentos e trinta e seis. Aos dezenove dias do mês de Janeiro do ano de mil novecentos e quarenta e seis, nesta de Londrina Estado do Paraná, em cartório compareceu Francelino Victor de Souza exibindo um atestado do Doutro Caio de Moura Rangel e declarou que no dia de ontem às quinze horas em nesta cidade faleceu vitimado por colapso cardíaco, caquexia, José Loercio, do sexo masculino, cor branca, natural da Itália, com setenta e seis anos de idade, casado, lavrador, residente nesta cidade, filho de Miguel Loercio e dona Filomena Romanó, italianos, já falecidos, casado com dona Maria Versace, deixando os seguintes filhos: Filomena com trinta e sete anos, Conchetina com trinta e cinco anos, Gracia com trinta e um anos, Miguel com trinta e três anos, Cosmo com vinte e seis, José com vinte e quatro anos, Ercilia com vinte e dois anos, Maria (Tia Custódia registrada como Filomena) com vinte anos, Anunciata com dezoito anos, Antonia com quinze anos e Silvio com doze anos, não deixando bens a inventario e que seu corpo vai ser sepultado no cemitério desta cidade. Do que para constar lavrei este termo que lido e achado conforme, vai assinado pelo declarante. Eu Apparecida Perandré Martiniano escrevente juramentada o escrevi e subscrevi.

    Provável filho mais velho do casal Michele Loiercio e Filomena Romanò, nasceu em Palmi, Província de Reggio Calábria, Região da Calábria. Existem indícios que aos 20 ou 21 anos imigrou para a França, provavelmente nas regiões de Marseille ou Lyon. Trabalhou na França como marcineiro. Retornou para a Itália entre 1905 e 1906. Em 1908 casou com Maria Versace, filha de Cosimo Versace e Concetta Managò. Existem também indícios que Antonio Loiercio, nascido em Palmi no ano de 1876 foi um de seus irmãos. Antônio foi pescador e casou com Rosaria Saffioti (1880). É provável que Giuseppe Loiercio tenha vindo ao Brasil pela primeira vez no segundo semestre de 1922 para conhecer a fazenda de Savério Managò em Potirendaba e estudar as possiblidades de negócio, bem como trazer toda a família. Giuseppe Loiercio chegou no Brasil, no Porto de Santos, em 20 de junho de 1923. Porto de partida: Nápoles. Veio com toda família: Maria Versace, esposa, e os filhos Filomena, Concetta, Michele (Miguel), Grazia, Cosimo e o pequeno Giuseppe (Bepino). Sua esposa estava grávida da Ercilia (Socorsa) que nasceu em setembro de 1923. A viagem durou 22 dias. Vieram na parte de baixo do Vapor, e onde dormiam ficava embaixo da linha d'água. O navio era dividido entre os que estavam viajando como imigrantes e os que tinham pago a viagem.
    Viajaram no navio Cesare Battisti. O navio saiu do Porto de Nápoles no dia 29 de Junho. Fez escala no Porto de Genova no dia 30 de Junho. O navio tinha 4.438 toneladas e era comandado por Cap. Nino Torriani. Viajava na velocidade de 14 nós. Tripulação: 164. Primeira Classe: 8. Terceira Classe: 1030. Matricula do Navio: 1092. Certificado de Imigração da família Loiercio na Itália: Cert. 2651-278.
    De Santos foram para a Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo. O tio da Maria Versace, Savério Managó, enviou um emissário para fazer a viagem de São Paulo até Potirendaba perto de São José do Rio Preto. Na época, Potirendaba se chamava Três Córregos. Giussepe Loiercio veio para montar uma serraria em Potirendaba. Inicialmente, ficou morando com o tio Savério Managó, irmão da mãe de Maria Versace. Nasceram em Potirendaba os seguintes filhos: Soccorsa (Ercília), Maria Filomena (Custódia), Anunziatta, Antonia e Silvio. O negócio da serraria não deu certo. A saída foi fazer um contrato de a meia para abrir uma área de mata fechada no Baixadão que fica hoje 5 quilômetros e meio de Potirendaba. Com a família junto, iniciou um rancho que pouco a pouco foi sendo melhorado. As paredes eram de troncos de árvore fechados com barro. As tarefas eram desmatar, limpar o terreno, plantar, colher. Enquanto a família trabalhava no campo, incluindo todos os filhos e filhas, Mastro Pepe, nome que significa Mestre José (Giuseppe) trabalhava construindo tonéis de madeira. Alguns eram bem grandes destinados para a fabricação de aguardente. Todas as crianças acima de 10 anos já trabalhavam na roça. A criança menor de 10 anos cuidava dos menores. Maria Versace preparava a comida e diariamente levava na cabeça protegida por um pano, uma panela de arroz, em uma das mãos um caldeirão de feijão e na outra os complementos possíveis, como pão, mandioca ou algum pedaço de carne. Na região de Potirendaba ou Três Córregos, os contratos de a meia duravam 6 anos. Pernaneceu na área do Baixadão até 1930. Logo depois, acertou um outro contrato para abrir uma área 6 quilômetros à frente, onde hoje se situa o bairro rural de Coqueiral. Nesta área, o patrão começou a desconfiar que a família Loiercio poderia estar lhe passando para trás. Mastro Pepe foi conversar com o mesmo, informando que não aceitava este tipo de comportamento ou dúvida. Isto deve ter ocorrido no ano de 1934 quando já estavam colhendo os primeiros resultados da lavoura. Um dia, percebendo que o patrão ainda continuava vigiando a família, Mastro Pepe correu atrás dele para aplicar uma boa lição. O patrão foi salvo por uma cerca de arame farpado, conseguindo passar por baixo. Mastro Pepe resolveu queimar tudo que havia sido produzido e partiu com o filho Michelle para encontrar uma outra região para a família. Foi de trem até São Paulo e depois, também de trem, seguiu a linha que terminava em Jatahy, hoje, Jataizinho, no norte do Paraná. Foi até a região onde mal e mal se iniciava a cidade de Londrina. Acertou a compra de um terreno na Rua Amazonas, perto da linha do trem, onde tudo para trás era mata virgem. Pagou o terreno com uma máquina de costura, portátil, que havia trazido da Itália. Retornou e buscou a família, entrando em Londrina no mês de setembro de 1934, um pouco antes de o local ser elevado a município em 10 de dezembro do mesmo ano. A linha de trem só chegou em Londrina no início de 1935. O Rio Tibagi era transposto por balsa até o ano de 1949 quando foi construída a ponte antiga. Logo que chegou com a família em Londrina, com uma mão na frente e outra atrás, construiu um abrigo utilizando troncos de palmito cortados ao meio e cobrindo com tabuinhas de madeira conseguidas na serraria que já existia em Londrina. Na época só se fabricava telhas de barro em Jataizinho, mas era muito difícil e custoso trazer até Londrina. O Palmito foi uma fonte inicial de alimentação junto com a caça. Londrina estava crescendo muito rápido. Em 1934 existiam 600 casas. Até 1938, predominavam casas de madeira. Mastro Pepe começou a ser construtor de casas de madeira, ou carpinteiro, aproveitando este boom. Logo em seguida, fez uma casa de madeira na frente do primeiro abrigo construído no terreno da Rua Amazonas. No final de 1938, as casas começaram a ser construídas de material. Por isso, a família mudou-se para a Vila Operária em Maringá, logo após Mandaguari, prevendo novas oportunidades. Percebendo que não era o esperado, depois de um tempo, retornaram para Londrina, enquanto o filho Michelle ficou em Maringá. Em Londrina, comprou um terreno na Rua Goiás, entre as avenidas Rio de Janeiro e São Paulo, atrás do Colégio Mãe de Deus, onde fez uma casa de madeira para a família. Foi nesta casa que faleceu em 18 de janeiro de 1946. Depois que faleceu a casa foi vendida para a família da Dona Antônia, mãe do Paulão. Nos fundos do terreno foi feita outra casa para a família morar. Para sair para a Rua Goiás, passava-se pelo terreno da Dona Antonia. Para a Rua Espírito Santo, havia uma ruela da largura de um carro, que vizinhava a casa da Dona Magali. Posteriormente, a família morou em Cambé onde Mastro Pepe havia construído uma Pensão. A filha mais velha, Filomena casou com Antônio Managò que era parente, uma vez que a mãe de Maria Versace era irmã do pai de Antônio. Mastro Pepe não aprovou o casamento. Além disso, Antônio era uma pessoa doente. Disse para a filha: se você casar, deixa de ser minha filha. Foi o que aconteceu. Por isso, quando nasceu outra filha em 1925, a batizou de Maria Filomena, que virou a Irmã Custódia.
    Quando os Loiercio ainda viviam em Palmi, antes de partir para o Brasil, a mãe de Giuseppe Loiercio, Filomena Romanò vivia com a família. É provável que tenha falecido entre 1920 e 1922.
    A partir dos anos 1940, o filho Giuseppe Loiercio, conhecido como Beppino, começou a construir casas de material em Londrina. Ficou nesta profissão até o final dos anos 1950, quando resolveu morar sempre ao lado rios tanto em Mato Grosso como e principalmente, no Tibagi próximo de Jataizinho.

    Viveu 38 anos em Palmi, Reggio Calabria, Itália; 15 anos em Marselha, França; 11 anos em Potirendaba, SP; e 12 anos em Londrina, PR.

    TIME LINE GIUSEPPE LOIERCIO
    Dia Mês Ano Acontecimento
    30 7 1870 Nascimento em Palmi, filho de Michelle Loiercio e Filomena Romanò
    1892 Saída para Marselha para trabalhar com marceneiro com 22 anos
    1907 Retorno para Palmi com 37 anos
    13 2 1908 Casamento com Maria Versace em Palmi, filha de Cosimo Versace e Concetta Managò
    14 3 1909 Nascimento de Filomena Carmela em Palmi
    24 8 1910 Nascimento de Concetta em Palmi
    13 1 1913 Nascimento de Michelle em Palmi
    11 9 1915 Nascimento de Grazia em Palmi
    24 4 1918 Nascimento de Cosimo em Palmi
    16 5 1921 Nascimento de Giuseppe (Beppino) em Palmi
    1923 Óbito de Filomena Romanò, mãe de Giuseppe, em Palmi
    8 6 1923 Saída do Porto de Nápoles para Santos no navio Cesare Battisti
    3 7 1923 Chegada no Porto de Santos
    4 7 1923 Entrada Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo
    10 7 1923 Saída da Hospedaria dos Imigrantes para Potirendaba
    12 7 1923 Chegada em Potirendaba
    24 10 1923 Nascimento de Soccorsa (Ercilia) em Potirendaba na casa de Savério Managò
    1924 Contrato por 6 anos para explorar a meias no Baixadão
    1925 Nascimento de Maria Filomena (Custódia) em Potirendaba, no Baixadão
    11 2 1928 Nascimento de Anunnciatta em Potirendaba, no Baixadão
    25 7 1930 Nascimento de Antônia em Potirendaba, provavelmente em Coqueiral
    1930 Contrato por 6 anos para explorar a meias no Coqueiral
    9 1934 Chegada em Londrina
    1934 Nascimento de Silvio em Potirendaba (provavelmente primeiro semestre), em Coqueiral
    1936 Início Primário de Ercili, Custódia e Anunciatta no Colégio Mãe de Deus até 1939
    1937 Início Primário de Antônia Loiércio no Colégio Mãe de Deus até 1940 ou 1941
    1939 Saida para Maringá, Vila Operária, adiante de Mandaguari
    1940 Retorno de Maringá para Londrina
    1941 Pensão em Cambé
    1943 Retorno para Londrina
    18 1 1946 Óbito José Loiercio (Giuseppe Loiercio) em Londrina

    -- MERGED NOTE ------------

    Atti di Nascita, Numero 242, Immagine 272, Palmi, Reggio Calabria, Italia, 1870, Giuseppe Loiercio

    No ano de mil oitocentos e setenta, no dia trinta e um do mês de julho, na prefeitura de Palmi, aos quatorze anos. Antes de mim Casimiro Casciná Prefeito deste município de Palmi, distrito de Palmi, Província de Calabria Ultra primeiro oficial do estado civil, apareceu Michele Lo Iercio filho do falecido Francesco de vinte e seis anos de condição Marceneiro domiciliado em Palmi distrito Lo Borgo , que ele me apresentou a uma criança do sexo masculino quando o reconhecemos ocularmente, e ele declarou que no dia trinta do mês de julho, aos vinte e dois anos, nasceu Filomena Romanò, filha de pais incertos de vinte e oito anos de condição de fiandeira e casado com Michele Lo Iercio, cônjuges legítimos nascidos e domiciliados no distrito de Palmi de Lo Borgo em sua casa. Alfa Filippo de trinta e dois anos de condição de padeiro domiciliado em Palmi todas as testemunhas do próprio declarante. De que se formato esta escritura inserida nos meus registos, que da leitura nos termos da lei é assinada por mim, tendo o declarante e testemunhas abertas sem saber assinar. O Oficial de Registro Civil, Casimiro Cascinà

    Atos de Casamento, Número 16, Imagem 16, Palmi, Reggio Calabria, Itália, 1908, Giuseppe Loiercio, Maria Versace, 13 de fevereiro de 1908.

    No ano de mil novecentos e oito, no dia treze de fevereiro entre as seis e as seis horas, na Câmara Municipal de Palmi, aberto ao público: Avanti di me Pugliese Notai Rosario apressare Prefeito em exercício, Funcionário do Estado Civil, vestido apresento-me pessoalmente: 1. Loiercio Giuseppe, solteiro, trinta e oito anos, carpinteiro, nascido em Palmi, residente em Palmi, filho de Michele, residente em Palmi, e de Romanò Filomena, residente em Palmi; 2. Versace Maria, solteira, dezessete anos, dona de casa, nascida em Palmi, residente em Palmi, filha de Cosimo residente em Palmi e de Managó Concetta, residente em Palmi, que me pediram em casamento: para o efeito, submeti o documento descrito abaixo; e do exame desta e das já produzidas ao solicitar publicações, Tudo o que, com a minha aprovação, insiro no volume de anexos a este registo, por ter lido os artigos cento e trinta, cento e trinta e um e cento e trinta e dois do Código Civil quanto aos cônjuges, pelo que Perguntei ao noivo se pretende casar com o aqui presente Versace Maria, e com esta pretende casar com o presente Loiercio Giuseppe; e cada uma das testemunhas abaixo indicadas tendo respondido afirmativamente com plena inteligência, pronunciei em nome da lei que elas estão unidas em casamento. Na presente escritura estiveram presentes: Scidoni Carmine de trinta e cinco anos, ..., e Parisi Mariano de quarenta anos, ..., ambos residentes neste concelho. O documento apresentado é a certidão da publicação realizada aos domingos vinte e seis de janeiro e dez de fevereiro de mil novecentos e oito. Os pais da noiva deram o seu consentimento ao pedido de casamento, conforme consta da reportagem do pedido de publicação. Tendo lido esta escritura, todos os presentes assinaram comigo na ignorância da noiva analfabeta. Assinatura: Loiercio Giuseppe, Scidoni Carmine, Mariano Parisi, Civil State Officer

    Giuseppe Loiercio, falecido em 18 de janeiro de 1946, Sessões dos mortos de outubro de 1945 a abril de 1947, deixa 40 versos, número 4436, imagem 71, o seguinte conteúdo:

    Antônia quinze e Silvio doze, deixando as tarefas de inventário e seu corpo será sepultado no cemitério desta cidade. O que incluir escritura este termo lido e encontrado em ordem, é assinado pelo declarante. Eu secretário Aparecida Perandré Martiniano escrevi juramentado e assinado.

    José Loercio, óbito em 18 de janeiro de 1946, livro de óbitos de outubro de 1945 a abril de 1947, folhas 40 verso, termo número 4436, imagem 71, no seguinte teor:

    Número quatro mil quatrocentos e trinta e seis. Aos dezenove dias do mês de Janeiro do ano de mil novecentos e quarenta e seis, nesta de Londrina Estado do Paraná, em cartório compareceu Francelino Victor de Souza exibindo um atestado do Doutro Caio de Moura Rangel e declarou que no dia de ontem às quinze horas em nesta cidade faleceu vitimado por colapso cardíaco, caquexia, José Loercio, do sexo masculino, cor branca, natural da Itália, com setenta e seis anos de idade, casado, lavrador, residente nesta cidade, filho de Miguel Loercio e dona Filomena Romanó, italianos, já falecidos, casado com dona Maria Versace, deixando os seguintes filhos: Filomena com trinta e sete anos, Conchetina com trinta e cinco anos, Gracia com trinta e um anos, Miguel com trinta e três anos, Cosmo com vinte e seis, José com vinte e quatro anos, Ercilia com vinte e dois anos, Maria (Tia Custódia registrada como Filomena) com vinte anos, Anunciata com dezoito anos, Antonia com quinze anos e Silvio com doze anos, não deixando bens a inventario e que seu corpo vai ser sepultado no cemitério desta cidade. Do que para constar lavrei este termo que lido e achado conforme, vai assinado pelo declarante. Eu Apparecida Perandré Martiniano escrevente juramentada o escrevi e subscrevi.

    Provável filho mais velho do casal Michele Loiercio e Filomena Romanò, nasceu em Palmi, Província de Reggio Calábria, Região da Calábria. Existem indícios que aos 20 ou 21 anos imigrou para a França, provavelmente nas regiões de Marseille ou Lyon. Trabalhou na França como marcineiro. Retornou para a Itália entre 1905 e 1906. Em 1908 casou com Maria Versace, filha de Cosimo Versace e Concetta Managò. Existem também indícios que Antonio Loiercio, nascido em Palmi no ano de 1876 foi um de seus irmãos. Antônio foi pescador e casou com Rosaria Saffioti (1880). É provável que Giuseppe Loiercio tenha vindo ao Brasil pela primeira vez no segundo semestre de 1922 para conhecer a fazenda de Savério Managò em Potirendaba e estudar as possiblidades de negócio, bem como trazer toda a família. Giuseppe Loiercio chegou no Brasil, no Porto de Santos, em 20 de junho de 1923. Porto de partida: Nápoles. Veio com toda família: Maria Versace, esposa, e os filhos Filomena, Concetta, Michele (Miguel), Grazia, Cosimo e o pequeno Giuseppe (Bepino). Sua esposa estava grávida da Ercilia (Socorsa) que nasceu em setembro de 1923. A viagem durou 22 dias. Vieram na parte de baixo do Vapor, e onde dormiam ficava embaixo da linha d'água. O navio era dividido entre os que estavam viajando como imigrantes e os que tinham pago a viagem.
    Viajaram no navio Cesare Battisti. O navio saiu do Porto de Nápoles no dia 29 de Junho. Fez escala no Porto de Genova no dia 30 de Junho. O navio tinha 4.438 toneladas e era comandado por Cap. Nino Torriani. Viajava na velocidade de 14 nós. Tripulação: 164. Primeira Classe: 8. Terceira Classe: 1030. Matricula do Navio: 1092. Certificado de Imigração da família Loiercio na Itália: Cert. 2651-278.
    De Santos foram para a Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo. O tio da Maria Versace, Savério Managó, enviou um emissário para fazer a viagem de São Paulo até Potirendaba perto de São José do Rio Preto. Na época, Potirendaba se chamava Três Córregos. Giussepe Loiercio veio para montar uma serraria em Potirendaba. Inicialmente, ficou morando com o tio Savério Managó, irmão da mãe de Maria Versace. Nasceram em Potirendaba os seguintes filhos: Soccorsa (Ercília), Maria Filomena (Custódia), Anunziatta, Antonia e Silvio. O negócio da serraria não deu certo. A saída foi fazer um contrato de a meia para abrir uma área de mata fechada no Baixadão que fica hoje 5 quilômetros e meio de Potirendaba. Com a família junto, iniciou um rancho que pouco a pouco foi sendo melhorado. As paredes eram de troncos de árvore fechados com barro. As tarefas eram desmatar, limpar o terreno, plantar, colher. Enquanto a família trabalhava no campo, incluindo todos os filhos e filhas, Mastro Pepe, nome que significa Mestre José (Giuseppe) trabalhava construindo tonéis de madeira. Alguns eram bem grandes destinados para a fabricação de aguardente. Todas as crianças acima de 10 anos já trabalhavam na roça. A criança menor de 10 anos cuidava dos menores. Maria Versace preparava a comida e diariamente levava na cabeça protegida por um pano, uma panela de arroz, em uma das mãos um caldeirão de feijão e na outra os complementos possíveis, como pão, mandioca ou algum pedaço de carne. Na região de Potirendaba ou Três Córregos, os contratos de a meia duravam 6 anos. Pernaneceu na área do Baixadão até 1930. Logo depois, acertou um outro contrato para abrir uma área 6 quilômetros à frente, onde hoje se situa o bairro rural de Coqueiral. Nesta área, o patrão começou a desconfiar que a família Loiercio poderia estar lhe passando para trás. Mastro Pepe foi conversar com o mesmo, informando que não aceitava este tipo de comportamento ou dúvida. Isto deve ter ocorrido no ano de 1934 quando já estavam colhendo os primeiros resultados da lavoura. Um dia, percebendo que o patrão ainda continuava vigiando a família, Mastro Pepe correu atrás dele para aplicar uma boa lição. O patrão foi salvo por uma cerca de arame farpado, conseguindo passar por baixo. Mastro Pepe resolveu queimar tudo que havia sido produzido e partiu com o filho Michelle para encontrar uma outra região para a família. Foi de trem até São Paulo e depois, também de trem, seguiu a linha que terminava em Jatahy, hoje, Jataizinho, no norte do Paraná. Foi até a região onde mal e mal se iniciava a cidade de Londrina. Acertou a compra de um terreno na Rua Amazonas, perto da linha do trem, onde tudo para trás era mata virgem. Pagou o terreno com uma máquina de costura, portátil, que havia trazido da Itália. Retornou e buscou a família, entrando em Londrina no mês de setembro de 1934, um pouco antes de o local ser elevado a município em 10 de dezembro do mesmo ano. A linha de trem só chegou em Londrina no início de 1935. O Rio Tibagi era transposto por balsa até o ano de 1949 quando foi construída a ponte antiga. Logo que chegou com a família em Londrina, com uma mão na frente e outra atrás, construiu um abrigo utilizando troncos de palmito cortados ao meio e cobrindo com tabuinhas de madeira conseguidas na serraria que já existia em Londrina. Na época só se fabricava telhas de barro em Jataizinho, mas era muito difícil e custoso trazer até Londrina. O Palmito foi uma fonte inicial de alimentação junto com a caça. Londrina estava crescendo muito rápido. Em 1934 existiam 600 casas. Até 1938, predominavam casas de madeira. Mastro Pepe começou a ser construtor de casas de madeira, ou carpinteiro, aproveitando este boom. Logo em seguida, fez uma casa de madeira na frente do primeiro abrigo construído no terreno da Rua Amazonas. No final de 1938, as casas começaram a ser construídas de material. Por isso, a família mudou-se para a Vila Operária em Maringá, logo após Mandaguari, prevendo novas oportunidades. Percebendo que não era o esperado, depois de um tempo, retornaram para Londrina, enquanto o filho Michelle ficou em Maringá. Em Londrina, comprou um terreno na Rua Goiás, entre as avenidas Rio de Janeiro e São Paulo, atrás do Colégio Mãe de Deus, onde fez uma casa de madeira para a família. Foi nesta casa que faleceu em 18 de janeiro de 1946. Depois que faleceu a casa foi vendida para a família da Dona Antônia, mãe do Paulão. Nos fundos do terreno foi feita outra casa para a família morar. Para sair para a Rua Goiás, passava-se pelo terreno da Dona Antonia. Para a Rua Espírito Santo, havia uma ruela da largura de um carro, que vizinhava a casa da Dona Magali. Posteriormente, a família morou em Cambé onde Mastro Pepe havia construído uma Pensão. A filha mais velha, Filomena casou com Antônio Managò que era parente, uma vez que a mãe de Maria Versace era irmã do pai de Antônio. Mastro Pepe não aprovou o casamento. Além disso, Antônio era uma pessoa doente. Disse para a filha: se você casar, deixa de ser minha filha. Foi o que aconteceu. Por isso, quando nasceu outra filha em 1925, a batizou de Maria Filomena, que virou a Irmã Custódia.
    Quando os Loiercio ainda viviam em Palmi, antes de partir para o Brasil, a mãe de Giuseppe Loiercio, Filomena Romanò vivia com a família. É provável que tenha falecido entre 1920 e 1922.
    A partir dos anos 1940, o filho Giuseppe Loiercio, conhecido como Beppino, começou a construir casas de material em Londrina. Ficou nesta profissão até o final dos anos 1950, quando resolveu morar sempre ao lado rios tanto em Mato Grosso como e principalmente, no Tibagi próximo de Jataizinho.

    Viveu 38 anos em Palmi, Reggio Calabria, Itália; 15 anos em Marselha, França; 11 anos em Potirendaba, SP; e 12 anos em Londrina, PR.

    TIME LINE GIUSEPPE LOIERCIO
    Dia Mês Ano Acontecimento
    30 7 1870 Nascimento em Palmi, filho de Michelle Loiercio e Filomena Romanò
    1892 Saída para Marselha para trabalhar com marceneiro com 22 anos
    1907 Retorno para Palmi com 37 anos
    13 2 1908 Casamento com Maria Versace em Palmi, filha de Cosimo Versace e Concetta Managò
    14 3 1909 Nascimento de Filomena Carmela em Palmi
    24 8 1910 Nascimento de Concetta em Palmi
    13 1 1913 Nascimento de Michelle em Palmi
    11 9 1915 Nascimento de Grazia em Palmi
    24 4 1918 Nascimento de Cosimo em Palmi
    16 5 1921 Nascimento de Giuseppe (Beppino) em Palmi
    1923 Óbito de Filomena Romanò, mãe de Giuseppe, em Palmi
    8 6 1923 Saída do Porto de Nápoles para Santos no navio Cesare Battisti
    3 7 1923 Chegada no Porto de Santos
    4 7 1923 Entrada Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo
    10 7 1923 Saída da Hospedaria dos Imigrantes para Potirendaba
    12 7 1923 Chegada em Potirendaba
    24 10 1923 Nascimento de Soccorsa (Ercilia) em Potirendaba na casa de Savério Managò
    1924 Contrato por 6 anos para explorar a meias no Baixadão
    1925 Nascimento de Maria Filomena (Custódia) em Potirendaba, no Baixadão
    11 2 1928 Nascimento de Anunnciatta em Potirendaba, no Baixadão
    25 7 1930 Nascimento de Antônia em Potirendaba, provavelmente em Coqueiral
    1930 Contrato por 6 anos para explorar a meias no Coqueiral
    9 1934 Chegada em Londrina
    1934 Nascimento de Silvio em Potirendaba (provavelmente primeiro semestre), em Coqueiral
    1936 Início Primário de Ercili, Custódia e Anunciatta no Colégio Mãe de Deus até 1939
    1937 Início Primário de Antônia Loiércio no Colégio Mãe de Deus até 1940 ou 1941
    1939 Saida para Maringá, Vila Operária, adiante de Mandaguari
    1940 Retorno de Maringá para Londrina
    1941 Pensão em Cambé
    1943 Retorno para Londrina
    18 1 1946 Óbito José Loiercio (Giuseppe Loiercio) em Londrina

    -- MERGED NOTE ------------

    Atti di Nascita, Numero 242, Immagine 272, Palmi, Reggio Calabria, Italia, 1870, Giuseppe Loiercio

    No ano de mil oitocentos e setenta, no dia trinta e um do mês de julho, na prefeitura de Palmi, aos quatorze anos. Antes de mim Casimiro Casciná Prefeito deste município de Palmi, distrito de Palmi, Província de Calabria Ultra primeiro oficial do estado civil, apareceu Michele Lo Iercio filho do falecido Francesco de vinte e seis anos de condição Marceneiro domiciliado em Palmi distrito Lo Borgo , que ele me apresentou a uma criança do sexo masculino quando o reconhecemos ocularmente, e ele declarou que no dia trinta do mês de julho, aos vinte e dois anos, nasceu Filomena Romanò, filha de pais incertos de vinte e oito anos de condição de fiandeira e casado com Michele Lo Iercio, cônjuges legítimos nascidos e domiciliados no distrito de Palmi de Lo Borgo em sua casa. Alfa Filippo de trinta e dois anos de condição de padeiro domiciliado em Palmi todas as testemunhas do próprio declarante. De que se formato esta escritura inserida nos meus registos, que da leitura nos termos da lei é assinada por mim, tendo o declarante e testemunhas abertas sem saber assinar. O Oficial de Registro Civil, Casimiro Cascinà

    Atos de Casamento, Número 16, Imagem 16, Palmi, Reggio Calabria, Itália, 1908, Giuseppe Loiercio, Maria Versace, 13 de fevereiro de 1908.

    No ano de mil novecentos e oito, no dia treze de fevereiro entre as seis e as seis horas, na Câmara Municipal de Palmi, aberto ao público: Avanti di me Pugliese Notai Rosario apressare Prefeito em exercício, Funcionário do Estado Civil, vestido apresento-me pessoalmente: 1. Loiercio Giuseppe, solteiro, trinta e oito anos, carpinteiro, nascido em Palmi, residente em Palmi, filho de Michele, residente em Palmi, e de Romanò Filomena, residente em Palmi; 2. Versace Maria, solteira, dezessete anos, dona de casa, nascida em Palmi, residente em Palmi, filha de Cosimo residente em Palmi e de Managó Concetta, residente em Palmi, que me pediram em casamento: para o efeito, submeti o documento descrito abaixo; e do exame desta e das já produzidas ao solicitar publicações, Tudo o que, com a minha aprovação, insiro no volume de anexos a este registo, por ter lido os artigos cento e trinta, cento e trinta e um e cento e trinta e dois do Código Civil quanto aos cônjuges, pelo que Perguntei ao noivo se pretende casar com o aqui presente Versace Maria, e com esta pretende casar com o presente Loiercio Giuseppe; e cada uma das testemunhas abaixo indicadas tendo respondido afirmativamente com plena inteligência, pronunciei em nome da lei que elas estão unidas em casamento. Na presente escritura estiveram presentes: Scidoni Carmine de trinta e cinco anos, ..., e Parisi Mariano de quarenta anos, ..., ambos residentes neste concelho. O documento apresentado é a certidão da publicação realizada aos domingos vinte e seis de janeiro e dez de fevereiro de mil novecentos e oito. Os pais da noiva deram o seu consentimento ao pedido de casamento, conforme consta da reportagem do pedido de publicação. Tendo lido esta escritura, todos os presentes assinaram comigo na ignorância da noiva analfabeta. Assinatura: Loiercio Giuseppe, Scidoni Carmine, Mariano Parisi, Civil State Officer

    Giuseppe Loiercio, falecido em 18 de janeiro de 1946, Sessões dos mortos de outubro de 1945 a abril de 1947, deixa 40 versos, número 4436, imagem 71, o seguinte conteúdo:

    Antônia quinze e Silvio doze, deixando as tarefas de inventário e seu corpo será sepultado no cemitério desta cidade. O que incluir escritura este termo lido e encontrado em ordem, é assinado pelo declarante. Eu secretário Aparecida Perandré Martiniano escrevi juramentado e assinado.

    José Loercio, óbito em 18 de janeiro de 1946, livro de óbitos de outubro de 1945 a abril de 1947, folhas 40 verso, termo número 4436, imagem 71, no seguinte teor:

    Número quatro mil quatrocentos e trinta e seis. Aos dezenove dias do mês de Janeiro do ano de mil novecentos e quarenta e seis, nesta de Londrina Estado do Paraná, em cartório compareceu Francelino Victor de Souza exibindo um atestado do Doutro Caio de Moura Rangel e declarou que no dia de ontem às quinze horas em nesta cidade faleceu vitimado por colapso cardíaco, caquexia, José Loercio, do sexo masculino, cor branca, natural da Itália, com setenta e seis anos de idade, casado, lavrador, residente nesta cidade, filho de Miguel Loercio e dona Filomena Romanó, italianos, já falecidos, casado com dona Maria Versace, deixando os seguintes filhos: Filomena com trinta e sete anos, Conchetina com trinta e cinco anos, Gracia com trinta e um anos, Miguel com trinta e três anos, Cosmo com vinte e seis, José com vinte e quatro anos, Ercilia com vinte e dois anos, Maria (Tia Custódia registrada como Filomena) com vinte anos, Anunciata com dezoito anos, Antonia com quinze anos e Silvio com doze anos, não deixando bens a inventario e que seu corpo vai ser sepultado no cemitério desta cidade. Do que para constar lavrei este termo que lido e achado conforme, vai assinado pelo declarante. Eu Apparecida Perandré Martiniano escrevente juramentada o escrevi e subscrevi.

    Provável filho mais velho do casal Michele Loiercio e Filomena Romanò, nasceu em Palmi, Província de Reggio Calábria, Região da Calábria. Existem indícios que aos 20 ou 21 anos imigrou para a França, provavelmente nas regiões de Marseille ou Lyon. Trabalhou na França como marcineiro. Retornou para a Itália entre 1905 e 1906. Em 1908 casou com Maria Versace, filha de Cosimo Versace e Concetta Managò. Existem também indícios que Antonio Loiercio, nascido em Palmi no ano de 1876 foi um de seus irmãos. Antônio foi pescador e casou com Rosaria Saffioti (1880). É provável que Giuseppe Loiercio tenha vindo ao Brasil pela primeira vez no segundo semestre de 1922 para conhecer a fazenda de Savério Managò em Potirendaba e estudar as possiblidades de negócio, bem como trazer toda a família. Giuseppe Loiercio chegou no Brasil, no Porto de Santos, em 20 de junho de 1923. Porto de partida: Nápoles. Veio com toda família: Maria Versace, esposa, e os filhos Filomena, Concetta, Michele (Miguel), Grazia, Cosimo e o pequeno Giuseppe (Bepino). Sua esposa estava grávida da Ercilia (Socorsa) que nasceu em setembro de 1923. A viagem durou 22 dias. Vieram na parte de baixo do Vapor, e onde dormiam ficava embaixo da linha d'água. O navio era dividido entre os que estavam viajando como imigrantes e os que tinham pago a viagem.
    Viajaram no navio Cesare Battisti. O navio saiu do Porto de Nápoles no dia 29 de Junho. Fez escala no Porto de Genova no dia 30 de Junho. O navio tinha 4.438 toneladas e era comandado por Cap. Nino Torriani. Viajava na velocidade de 14 nós. Tripulação: 164. Primeira Classe: 8. Terceira Classe: 1030. Matricula do Navio: 1092. Certificado de Imigração da família Loiercio na Itália: Cert. 2651-278.
    De Santos foram para a Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo. O tio da Maria Versace, Savério Managó, enviou um emissário para fazer a viagem de São Paulo até Potirendaba perto de São José do Rio Preto. Na época, Potirendaba se chamava Três Córregos. Giussepe Loiercio veio para montar uma serraria em Potirendaba. Inicialmente, ficou morando com o tio Savério Managó, irmão da mãe de Maria Versace. Nasceram em Potirendaba os seguintes filhos: Soccorsa (Ercília), Maria Filomena (Custódia), Anunziatta, Antonia e Silvio. O negócio da serraria não deu certo. A saída foi fazer um contrato de a meia para abrir uma área de mata fechada no Baixadão que fica hoje 5 quilômetros e meio de Potirendaba. Com a família junto, iniciou um rancho que pouco a pouco foi sendo melhorado. As paredes eram de troncos de árvore fechados com barro. As tarefas eram desmatar, limpar o terreno, plantar, colher. Enquanto a família trabalhava no campo, incluindo todos os filhos e filhas, Mastro Pepe, nome que significa Mestre José (Giuseppe) trabalhava construindo tonéis de madeira. Alguns eram bem grandes destinados para a fabricação de aguardente. Todas as crianças acima de 10 anos já trabalhavam na roça. A criança menor de 10 anos cuidava dos menores. Maria Versace preparava a comida e diariamente levava na cabeça protegida por um pano, uma panela de arroz, em uma das mãos um caldeirão de feijão e na outra os complementos possíveis, como pão, mandioca ou algum pedaço de carne. Na região de Potirendaba ou Três Córregos, os contratos de a meia duravam 6 anos. Pernaneceu na área do Baixadão até 1930. Logo depois, acertou um outro contrato para abrir uma área 6 quilômetros à frente, onde hoje se situa o bairro rural de Coqueiral. Nesta área, o patrão começou a desconfiar que a família Loiercio poderia estar lhe passando para trás. Mastro Pepe foi conversar com o mesmo, informando que não aceitava este tipo de comportamento ou dúvida. Isto deve ter ocorrido no ano de 1934 quando já estavam colhendo os primeiros resultados da lavoura. Um dia, percebendo que o patrão ainda continuava vigiando a família, Mastro Pepe correu atrás dele para aplicar uma boa lição. O patrão foi salvo por uma cerca de arame farpado, conseguindo passar por baixo. Mastro Pepe resolveu queimar tudo que havia sido produzido e partiu com o filho Michelle para encontrar uma outra região para a família. Foi de trem até São Paulo e depois, também de trem, seguiu a linha que terminava em Jatahy, hoje, Jataizinho, no norte do Paraná. Foi até a região onde mal e mal se iniciava a cidade de Londrina. Acertou a compra de um terreno na Rua Amazonas, perto da linha do trem, onde tudo para trás era mata virgem. Pagou o terreno com uma máquina de costura, portátil, que havia trazido da Itália. Retornou e buscou a família, entrando em Londrina no mês de setembro de 1934, um pouco antes de o local ser elevado a município em 10 de dezembro do mesmo ano. A linha de trem só chegou em Londrina no início de 1935. O Rio Tibagi era transposto por balsa até o ano de 1949 quando foi construída a ponte antiga. Logo que chegou com a família em Londrina, com uma mão na frente e outra atrás, construiu um abrigo utilizando troncos de palmito cortados ao meio e cobrindo com tabuinhas de madeira conseguidas na serraria que já existia em Londrina. Na época só se fabricava telhas de barro em Jataizinho, mas era muito difícil e custoso trazer até Londrina. O Palmito foi uma fonte inicial de alimentação junto com a caça. Londrina estava crescendo muito rápido. Em 1934 existiam 600 casas. Até 1938, predominavam casas de madeira. Mastro Pepe começou a ser construtor de casas de madeira, ou carpinteiro, aproveitando este boom. Logo em seguida, fez uma casa de madeira na frente do primeiro abrigo construído no terreno da Rua Amazonas. No final de 1938, as casas começaram a ser construídas de material. Por isso, a família mudou-se para a Vila Operária em Maringá, logo após Mandaguari, prevendo novas oportunidades. Percebendo que não era o esperado, depois de um tempo, retornaram para Londrina, enquanto o filho Michelle ficou em Maringá. Em Londrina, comprou um terreno na Rua Goiás, entre as avenidas Rio de Janeiro e São Paulo, atrás do Colégio Mãe de Deus, onde fez uma casa de madeira para a família. Foi nesta casa que faleceu em 18 de janeiro de 1946. Depois que faleceu a casa foi vendida para a família da Dona Antônia, mãe do Paulão. Nos fundos do terreno foi feita outra casa para a família morar. Para sair para a Rua Goiás, passava-se pelo terreno da Dona Antonia. Para a Rua Espírito Santo, havia uma ruela da largura de um carro, que vizinhava a casa da Dona Magali. Posteriormente, a família morou em Cambé onde Mastro Pepe havia construído uma Pensão. A filha mais velha, Filomena casou com Antônio Managò que era parente, uma vez que a mãe de Maria Versace era irmã do pai de Antônio. Mastro Pepe não aprovou o casamento. Além disso, Antônio era uma pessoa doente. Disse para a filha: se você casar, deixa de ser minha filha. Foi o que aconteceu. Por isso, quando nasceu outra filha em 1925, a batizou de Maria Filomena, que virou a Irmã Custódia.
    Quando os Loiercio ainda viviam em Palmi, antes de partir para o Brasil, a mãe de Giuseppe Loiercio, Filomena Romanò vivia com a família. É provável que tenha falecido entre 1920 e 1922.
    A partir dos anos 1940, o filho Giuseppe Loiercio, conhecido como Beppino, começou a construir casas de material em Londrina. Ficou nesta profissão até o final dos anos 1950, quando resolveu morar sempre ao lado rios tanto em Mato Grosso como e principalmente, no Tibagi próximo de Jataizinho.

    Viveu 38 anos em Palmi, Reggio Calabria, Itália; 15 anos em Marselha, França; 11 anos em Potirendaba, SP; e 12 anos em Londrina, PR.

    TIME LINE GIUSEPPE LOIERCIO
    Dia Mês Ano Acontecimento
    30 7 1870 Nascimento em Palmi, filho de Michelle Loiercio e Filomena Romanò
    1892 Saída para Marselha para trabalhar com marceneiro com 22 anos
    1907 Retorno para Palmi com 37 anos
    13 2 1908 Casamento com Maria Versace em Palmi, filha de Cosimo Versace e Concetta Managò
    14 3 1909 Nascimento de Filomena Carmela em Palmi
    24 8 1910 Nascimento de Concetta em Palmi
    13 1 1913 Nascimento de Michelle em Palmi
    11 9 1915 Nascimento de Grazia em Palmi
    24 4 1918 Nascimento de Cosimo em Palmi
    16 5 1921 Nascimento de Giuseppe (Beppino) em Palmi
    1923 Óbito de Filomena Romanò, mãe de Giuseppe, em Palmi
    8 6 1923 Saída do Porto de Nápoles para Santos no navio Cesare Battisti
    3 7 1923 Chegada no Porto de Santos
    4 7 1923 Entrada Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo
    10 7 1923 Saída da Hospedaria dos Imigrantes para Potirendaba
    12 7 1923 Chegada em Potirendaba
    24 10 1923 Nascimento de Soccorsa (Ercilia) em Potirendaba na casa de Savério Managò
    1924 Contrato por 6 anos para explorar a meias no Baixadão
    1925 Nascimento de Maria Filomena (Custódia) em Potirendaba, no Baixadão
    11 2 1928 Nascimento de Anunnciatta em Potirendaba, no Baixadão
    25 7 1930 Nascimento de Antônia em Potirendaba, provavelmente em Coqueiral
    1930 Contrato por 6 anos para explorar a meias no Coqueiral
    9 1934 Chegada em Londrina
    1934 Nascimento de Silvio em Potirendaba (provavelmente primeiro semestre), em Coqueiral
    1936 Início Primário de Ercili, Custódia e Anunciatta no Colégio Mãe de Deus até 1939
    1937 Início Primário de Antônia Loiércio no Colégio Mãe de Deus até 1940 ou 1941
    1939 Saida para Maringá, Vila Operária, adiante de Mandaguari
    1940 Retorno de Maringá para Londrina
    1941 Pensão em Cambé
    1943 Retorno para Londrina
    18 1 1946 Óbito José Loiercio (Giuseppe Loiercio) em Londrina

    -- MERGED NOTE ------------

    Atti di Nascita, Numero 242, Immagine 272, Palmi, Reggio Calabria, Italia, 1870, Giuseppe Loiercio

    No ano de mil oitocentos e setenta, no dia trinta e um do mês de julho, na prefeitura de Palmi, aos quatorze anos. Antes de mim Casimiro Casciná Prefeito deste município de Palmi, distrito de Palmi, Província de Calabria Ultra primeiro oficial do estado civil, apareceu Michele Lo Iercio filho do falecido Francesco de vinte e seis anos de condição Marceneiro domiciliado em Palmi distrito Lo Borgo , que ele me apresentou a uma criança do sexo masculino quando o reconhecemos ocularmente, e ele declarou que no dia trinta do mês de julho, aos vinte e dois anos, nasceu Filomena Romanò, filha de pais incertos de vinte e oito anos de condição de fiandeira e casado com Michele Lo Iercio, cônjuges legítimos nascidos e domiciliados no distrito de Palmi de Lo Borgo em sua casa. Alfa Filippo de trinta e dois anos de condição de padeiro domiciliado em Palmi todas as testemunhas do próprio declarante. De que se formato esta escritura inserida nos meus registos, que da leitura nos termos da lei é assinada por mim, tendo o declarante e testemunhas abertas sem saber assinar. O Oficial de Registro Civil, Casimiro Cascinà

    Atos de Casamento, Número 16, Imagem 16, Palmi, Reggio Calabria, Itália, 1908, Giuseppe Loiercio, Maria Versace, 13 de fevereiro de 1908.

    No ano de mil novecentos e oito, no dia treze de fevereiro entre as seis e as seis horas, na Câmara Municipal de Palmi, aberto ao público: Avanti di me Pugliese Notai Rosario apressare Prefeito em exercício, Funcionário do Estado Civil, vestido apresento-me pessoalmente: 1. Loiercio Giuseppe, solteiro, trinta e oito anos, carpinteiro, nascido em Palmi, residente em Palmi, filho de Michele, residente em Palmi, e de Romanò Filomena, residente em Palmi; 2. Versace Maria, solteira, dezessete anos, dona de casa, nascida em Palmi, residente em Palmi, filha de Cosimo residente em Palmi e de Managó Concetta, residente em Palmi, que me pediram em casamento: para o efeito, submeti o documento descrito abaixo; e do exame desta e das já produzidas ao solicitar publicações, Tudo o que, com a minha aprovação, insiro no volume de anexos a este registo, por ter lido os artigos cento e trinta, cento e trinta e um e cento e trinta e dois do Código Civil quanto aos cônjuges, pelo que Perguntei ao noivo se pretende casar com o aqui presente Versace Maria, e com esta pretende casar com o presente Loiercio Giuseppe; e cada uma das testemunhas abaixo indicadas tendo respondido afirmativamente com plena inteligência, pronunciei em nome da lei que elas estão unidas em casamento. Na presente escritura estiveram presentes: Scidoni Carmine de trinta e cinco anos, ..., e Parisi Mariano de quarenta anos, ..., ambos residentes neste concelho. O documento apresentado é a certidão da publicação realizada aos domingos vinte e seis de janeiro e dez de fevereiro de mil novecentos e oito. Os pais da noiva deram o seu consentimento ao pedido de casamento, conforme consta da reportagem do pedido de publicação. Tendo lido esta escritura, todos os presentes assinaram comigo na ignorância da noiva analfabeta. Assinatura: Loiercio Giuseppe, Scidoni Carmine, Mariano Parisi, Civil State Officer

    Giuseppe Loiercio, falecido em 18 de janeiro de 1946, Sessões dos mortos de outubro de 1945 a abril de 1947, deixa 40 versos, número 4436, imagem 71, o seguinte conteúdo:

    Antônia quinze e Silvio doze, deixando as tarefas de inventário e seu corpo será sepultado no cemitério desta cidade. O que incluir escritura este termo lido e encontrado em ordem, é assinado pelo declarante. Eu secretário Aparecida Perandré Martiniano escrevi juramentado e assinado.

    José Loercio, óbito em 18 de janeiro de 1946, livro de óbitos de outubro de 1945 a abril de 1947, folhas 40 verso, termo número 4436, imagem 71, no seguinte teor:

    Número quatro mil quatrocentos e trinta e seis. Aos dezenove dias do mês de Janeiro do ano de mil novecentos e quarenta e seis, nesta de Londrina Estado do Paraná, em cartório compareceu Francelino Victor de Souza exibindo um atestado do Doutro Caio de Moura Rangel e declarou que no dia de ontem às quinze horas em nesta cidade faleceu vitimado por colapso cardíaco, caquexia, José Loercio, do sexo masculino, cor branca, natural da Itália, com setenta e seis anos de idade, casado, lavrador, residente nesta cidade, filho de Miguel Loercio e dona Filomena Romanó, italianos, já falecidos, casado com dona Maria Versace, deixando os seguintes filhos: Filomena com trinta e sete anos, Conchetina com trinta e cinco anos, Gracia com trinta e um anos, Miguel com trinta e três anos, Cosmo com vinte e seis, José com vinte e quatro anos, Ercilia com vinte e dois anos, Maria (Tia Custódia registrada como Filomena) com vinte anos, Anunciata com dezoito anos, Antonia com quinze anos e Silvio com doze anos, não deixando bens a inventario e que seu corpo vai ser sepultado no cemitério desta cidade. Do que para constar lavrei este termo que lido e achado conforme, vai assinado pelo declarante. Eu Apparecida Perandré Martiniano escrevente juramentada o escrevi e subscrevi.

    Provável filho mais velho do casal Michele Loiercio e Filomena Romanò, nasceu em Palmi, Província de Reggio Calábria, Região da Calábria. Existem indícios que aos 20 ou 21 anos imigrou para a França, provavelmente nas regiões de Marseille ou Lyon. Trabalhou na França como marcineiro. Retornou para a Itália entre 1905 e 1906. Em 1908 casou com Maria Versace, filha de Cosimo Versace e Concetta Managò. Existem também indícios que Antonio Loiercio, nascido em Palmi no ano de 1876 foi um de seus irmãos. Antônio foi pescador e casou com Rosaria Saffioti (1880). É provável que Giuseppe Loiercio tenha vindo ao Brasil pela primeira vez no segundo semestre de 1922 para conhecer a fazenda de Savério Managò em Potirendaba e estudar as possiblidades de negócio, bem como trazer toda a família. Giuseppe Loiercio chegou no Brasil, no Porto de Santos, em 20 de junho de 1923. Porto de partida: Nápoles. Veio com toda família: Maria Versace, esposa, e os filhos Filomena, Concetta, Michele (Miguel), Grazia, Cosimo e o pequeno Giuseppe (Bepino). Sua esposa estava grávida da Ercilia (Socorsa) que nasceu em setembro de 1923. A viagem durou 22 dias. Vieram na parte de baixo do Vapor, e onde dormiam ficava embaixo da linha d'água. O navio era dividido entre os que estavam viajando como imigrantes e os que tinham pago a viagem.
    Viajaram no navio Cesare Battisti. O navio saiu do Porto de Nápoles no dia 29 de Junho. Fez escala no Porto de Genova no dia 30 de Junho. O navio tinha 4.438 toneladas e era comandado por Cap. Nino Torriani. Viajava na velocidade de 14 nós. Tripulação: 164. Primeira Classe: 8. Terceira Classe: 1030. Matricula do Navio: 1092. Certificado de Imigração da família Loiercio na Itália: Cert. 2651-278.
    De Santos foram para a Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo. O tio da Maria Versace, Savério Managó, enviou um emissário para fazer a viagem de São Paulo até Potirendaba perto de São José do Rio Preto. Na época, Potirendaba se chamava Três Córregos. Giussepe Loiercio veio para montar uma serraria em Potirendaba. Inicialmente, ficou morando com o tio Savério Managó, irmão da mãe de Maria Versace. Nasceram em Potirendaba os seguintes filhos: Soccorsa (Ercília), Maria Filomena (Custódia), Anunziatta, Antonia e Silvio. O negócio da serraria não deu certo. A saída foi fazer um contrato de a meia para abrir uma área de mata fechada no Baixadão que fica hoje 5 quilômetros e meio de Potirendaba. Com a família junto, iniciou um rancho que pouco a pouco foi sendo melhorado. As paredes eram de troncos de árvore fechados com barro. As tarefas eram desmatar, limpar o terreno, plantar, colher. Enquanto a família trabalhava no campo, incluindo todos os filhos e filhas, Mastro Pepe, nome que significa Mestre José (Giuseppe) trabalhava construindo tonéis de madeira. Alguns eram bem grandes destinados para a fabricação de aguardente. Todas as crianças acima de 10 anos já trabalhavam na roça. A criança menor de 10 anos cuidava dos menores. Maria Versace preparava a comida e diariamente levava na cabeça protegida por um pano, uma panela de arroz, em uma das mãos um caldeirão de feijão e na outra os complementos possíveis, como pão, mandioca ou algum pedaço de carne. Na região de Potirendaba ou Três Córregos, os contratos de a meia duravam 6 anos. Pernaneceu na área do Baixadão até 1930. Logo depois, acertou um outro contrato para abrir uma área 6 quilômetros à frente, onde hoje se situa o bairro rural de Coqueiral. Nesta área, o patrão começou a desconfiar que a família Loiercio poderia estar lhe passando para trás. Mastro Pepe foi conversar com o mesmo, informando que não aceitava este tipo de comportamento ou dúvida. Isto deve ter ocorrido no ano de 1934 quando já estavam colhendo os primeiros resultados da lavoura. Um dia, percebendo que o patrão ainda continuava vigiando a família, Mastro Pepe correu atrás dele para aplicar uma boa lição. O patrão foi salvo por uma cerca de arame farpado, conseguindo passar por baixo. Mastro Pepe resolveu queimar tudo que havia sido produzido e partiu com o filho Michelle para encontrar uma outra região para a família. Foi de trem até São Paulo e depois, também de trem, seguiu a linha que terminava em Jatahy, hoje, Jataizinho, no norte do Paraná. Foi até a região onde mal e mal se iniciava a cidade de Londrina. Acertou a compra de um terreno na Rua Amazonas, perto da linha do trem, onde tudo para trás era mata virgem. Pagou o terreno com uma máquina de costura, portátil, que havia trazido da Itália. Retornou e buscou a família, entrando em Londrina no mês de setembro de 1934, um pouco antes de o local ser elevado a município em 10 de dezembro do mesmo ano. A linha de trem só chegou em Londrina no início de 1935. O Rio Tibagi era transposto por balsa até o ano de 1949 quando foi construída a ponte antiga. Logo que chegou com a família em Londrina, com uma mão na frente e outra atrás, construiu um abrigo utilizando troncos de palmito cortados ao meio e cobrindo com tabuinhas de madeira conseguidas na serraria que já existia em Londrina. Na época só se fabricava telhas de barro em Jataizinho, mas era muito difícil e custoso trazer até Londrina. O Palmito foi uma fonte inicial de alimentação junto com a caça. Londrina estava crescendo muito rápido. Em 1934 existiam 600 casas. Até 1938, predominavam casas de madeira. Mastro Pepe começou a ser construtor de casas de madeira, ou carpinteiro, aproveitando este boom. Logo em seguida, fez uma casa de madeira na frente do primeiro abrigo construído no terreno da Rua Amazonas. No final de 1938, as casas começaram a ser construídas de material. Por isso, a família mudou-se para a Vila Operária em Maringá, logo após Mandaguari, prevendo novas oportunidades. Percebendo que não era o esperado, depois de um tempo, retornaram para Londrina, enquanto o filho Michelle ficou em Maringá. Em Londrina, comprou um terreno na Rua Goiás, entre as avenidas Rio de Janeiro e São Paulo, atrás do Colégio Mãe de Deus, onde fez uma casa de madeira para a família. Foi nesta casa que faleceu em 18 de janeiro de 1946. Depois que faleceu a casa foi vendida para a família da Dona Antônia, mãe do Paulão. Nos fundos do terreno foi feita outra casa para a família morar. Para sair para a Rua Goiás, passava-se pelo terreno da Dona Antonia. Para a Rua Espírito Santo, havia uma ruela da largura de um carro, que vizinhava a casa da Dona Magali. Posteriormente, a família morou em Cambé onde Mastro Pepe havia construído uma Pensão. A filha mais velha, Filomena casou com Antônio Managò que era parente, uma vez que a mãe de Maria Versace era irmã do pai de Antônio. Mastro Pepe não aprovou o casamento. Além disso, Antônio era uma pessoa doente. Disse para a filha: se você casar, deixa de ser minha filha. Foi o que aconteceu. Por isso, quando nasceu outra filha em 1925, a batizou de Maria Filomena, que virou a Irmã Custódia.
    Quando os Loiercio ainda viviam em Palmi, antes de partir para o Brasil, a mãe de Giuseppe Loiercio, Filomena Romanò vivia com a família. É provável que tenha falecido entre 1920 e 1922.
    A partir dos anos 1940, o filho Giuseppe Loiercio, conhecido como Beppino, começou a construir casas de material em Londrina. Ficou nesta profissão até o final dos anos 1950, quando resolveu morar sempre ao lado rios tanto em Mato Grosso como e principalmente, no Tibagi próximo de Jataizinho.

    Viveu 38 anos em Palmi, Reggio Calabria, Itália; 15 anos em Marselha, França; 11 anos em Potirendaba, SP; e 12 anos em Londrina, PR.

    TIME LINE GIUSEPPE LOIERCIO
    Dia Mês Ano Acontecimento
    30 7 1870 Nascimento em Palmi, filho de Michelle Loiercio e Filomena Romanò
    1892 Saída para Marselha para trabalhar com marceneiro com 22 anos
    1907 Retorno para Palmi com 37 anos
    13 2 1908 Casamento com Maria Versace em Palmi, filha de Cosimo Versace e Concetta Managò
    14 3 1909 Nascimento de Filomena Carmela em Palmi
    24 8 1910 Nascimento de Concetta em Palmi
    13 1 1913 Nascimento de Michelle em Palmi
    11 9 1915 Nascimento de Grazia em Palmi
    24 4 1918 Nascimento de Cosimo em Palmi
    16 5 1921 Nascimento de Giuseppe (Beppino) em Palmi
    1923 Óbito de Filomena Romanò, mãe de Giuseppe, em Palmi
    8 6 1923 Saída do Porto de Nápoles para Santos no navio Cesare Battisti
    3 7 1923 Chegada no Porto de Santos
    4 7 1923 Entrada Hospedaria dos Imigrantes em São Paulo
    10 7 1923 Saída da Hospedaria dos Imigrantes para Potirendaba
    12 7 1923 Chegada em Potirendaba
    24 10 1923 Nascimento de Soccorsa (Ercilia) em Potirendaba na casa de Savério Managò
    1924 Contrato por 6 anos para explorar a meias no Baixadão
    1925 Nascimento de Maria Filomena (Custódia) em Potirendaba, no Baixadão
    11 2 1928 Nascimento de Anunnciatta em Potirendaba, no Baixadão
    25 7 1930 Nascimento de Antônia em Potirendaba, provavelmente em Coqueiral
    1930 Contrato por 6 anos para explorar a meias no Coqueiral
    9 1934 Chegada em Londrina
    1934 Nascimento de Silvio em Potirendaba (provavelmente primeiro semestre), em Coqueiral
    1936 Início Primário de Ercili, Custódia e Anunciatta no Colégio Mãe de Deus até 1939
    1937 Início Primário de Antônia Loiércio no Colégio Mãe de Deus até 1940 ou 1941
    1939 Saida para Maringá, Vila Operária, adiante de Mandaguari
    1940 Retorno de Maringá para Londrina
    1941 Pensão em Cambé
    1943 Retorno para Londrina
    18 1 1946 Óbito José Loiercio (Giuseppe Loiercio) em Londrina

     Fontes

     

    Antepassados de Giuseppe Loiercio

    Joachim Antonino Lo Guercio 1715- Vincenza Barone        ??? Romano 1733- Francesco Romeo 1718- Santa Meliambro 1718- ??? Tropepe 1735- Antonio Lirosi 1742- Francesca Spalacano 1740- ??? Meliambro 1740- Michele Trimarchi 1742- Antonina Carzo 1744-   Giuseppe Ida 1740- Domenica Garonfolo 1742-
    | |       | |- 1737 -| | |- 1762 -| | |- 1763 -|   | |



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    |       | | | | | |   |
    Vincenzo Lo Guercio 1760- Rosaria Cosentino  X D'Agostino 1765-   Nicola Romano 1758- Maria Romeo 1738-1830 Antonino Tropepe 1766- Rosaria Lirosi 1768-1842 Bruno Meliambro 1766- Palma Trimarchi 1768-1834 Antonio La Face 1770- Carmina Ida 1768-1848
    |- 1772 -| |   |- 1778 -| |- 1789 -| |- 1787 -| |- 1793 -|



     |   


     


     


     


    | |   | | | |
    Antonino Loiercio 1785-1861 Vincenza D'Agostino 1791- X Catone Antonino Romano 1774-1828 Carmela Tropepe 1780-1857 Carmine Meliambro 1788-1831 Francesca La Face 1794-
    |- 1808 -| | |- 1803 -| |- 1814 -|



     | 


     


    | | | |
    Francesco Loiercio 1821- Domenica Catone 1822- Rocco Domenico Francesco Romano 1814- Orsola Rosaria Antonia Meliambro 1824-
    |- 1840 -| |- 1849 -|



     


    | |
    Michele Loiercio 1846- Filomena Romanò 1842-1923
    |- 1868 -|



    |
    Giuseppe Loiercio 1870-1946

    Descendentes de Giuseppe Loiercio

      
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