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segunda-feira, 29 de maio de 2023

Povos Bárbaros: os Hunos

 Povos Bárbaros: os Hunos


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Os hunos eram uma tribo nômade de origem desconhecida. Talvez os pesquisadores e estudiosos nunca saberão ao certo de onde eles vieram, pois, esse povo não deixou nenhum tipo de texto. A primeira vez que se teve conhecimento sobre os hunos foi através de fontes romanas em relatos do historiador Tácito em 91 a.C., onde em um de seus relatos ele cita uma tribo bárbara vivendo na região do Mar Cáspio, mas esse povo não passava de mais uma tribo bárbara para o Império Romano.

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Com o passar do tempo os hunos ganhariam importância ao se tornar um dos principais contribuintes da queda do Império Romano, e suas invasões as fronteiras do império inspiraram o episódio que ficou conhecido como a Grande Migração (376 – 476 d.C.). A migração de povos como os Alanos, Godos e Vândalos, enfraqueceram o império com ataques e insurreições. Um dos exemplos da grande influência dos Hunos foi a invasão dos Visigodos sob o comando de Fritigerno, que foram levados pelos Hunos ao território em 376 d.C. Os Visigodos se levantaram em revolta contra Roma, dando início a Primeira Guerra Gótica (376 – 382 d.C.), onde os romanos foram derrotados na Batalha de Adrianópolis, e seu imperador Valente foi morto.

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Sob o comando de Átila (434-453 d.C.) os hunos se tornaram a mais poderosa força militar da Europa levando morte e devastação por onde quer que fossem. Em 453 d.C., Átila ameaçou o imperador Marciano, advertindo-o de que se os tributos há muito atrasados não fossem pagos o Oriente seria devastado, entretanto, após as comemorações de seu novo casamento com a princesa Hilda, Átila morre repentinamente de causas naturais. O império de Átila, o Huno desmoronou após seus filhos lutarem uns contra os outros pela supremacia em 469 d.C.

Desde o século XVIII que estudiosos tentam localizar a origem dos hunos, e especulam que eles podem ter sido o misterioso povo xiongnu que viviam nas fronteiras no norte da China. Acredita-se que a construção da muralha da China seria uma maneira de impedir a invasão dos xiongnu, e após a sua construção a dinastia Han teria os expulsados até o rio Danúbio. Os xiongnu eram povos nômades, seus guerreiros montavam cavalos e atiravam com arco e flecha.

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O escritor antigo Amiano não escreve sobre suas origens, mas descreve-os em sua obra História de Roma:

A nação dos hunos, supera todos os outros bárbaros na selvageria e embora carreguem a semelhança de homens, eles são tão pouco avançados na civilização que não fazem uso do fogo, nem qualquer tipo de prazer, na preparação de sua comida, mas se alimentam de raízes que encontram nos campos e da carne meio crua de qualquer espécie animal.

A conquista da região onde hoje é a Hungria mostra a velocidade com que os hunos se moviam. No ano 370 d.C. eles conquistaram os Alamos, e em 376 d.C. expulsaram os visigodos até o território romano. Eles continuaram sua invasão, e entre os anos de 395 – 398 d.C. ocuparam a Trácia e Síria, pertencentes ao Império Romano, destruindo fazendas e cidades, mas não tinham a intensão de se instalar nas regiões. A pressão sobre as tribos vizinhas e sobre o Império Romano continuava sem precedentes. Wolfram, citando como exemplo os godos e Atanarico escreveu:

O thervingi não tinha esperança de sobreviver em uma terra devastada que um novo tipo de inimigo poderia destruir à vontade, praticamente sem aviso prévio. Ninguém sabia como se defender dos hunos.

Em 406 d.C. os vândalos cruzaram o rio Reno congelado e invadiram a Gália tentando escapar dos hunos, e trazendo com eles muitas outras tribos. O Império Romano também não escapou dos ataques dos hunos e, em 408 d.C., sob o comando de Uldin, um grupo de hunos saqueou a Trácia.

Por falta de poderio militar suficiente para defender as suas fronteiras contra o ataque dos Hunos resolveu pagar pela paz. O comandante Uldin exigiu enorme quantia que os romanos se recusaram a pagar, sendo assim, as negociações de paz fracassaram. Os romanos então tiveram a ideia de comprar os subordinados de Uldin, esse método se mostrou muito eficiente, e se tornou a prática preferida de Roma para lidar com os Hunos desde então.

Átila, o Huno liderou seus exércitos em diversos ataques e campanhas entre os anos de 445-451 d.C., massacrando habitantes e deixado um rastro de destruição pelo território romano. No ano de 451 d.C., foi recebido pelo general Flávio Aécio e seu aliado Teodorico I rei dos Visigodos (418-451 d.C.) na Batalha das Planícies onde sofreu sua primeira derrota. Após a invasão de Átila a Itália em 452 d.C., os moradores das cidades e vilas da região fugiram para os pântanos buscando segurança e eventualmente criaram a cidade de Veneza.