Fez parte da comissão para formar a Sociedade Theatral Thalia Paranaguense.
Almanake do Paraná 1876. Almanake do Paraná 1876. Em 1876 já constava como “Vereador” em Paranaguá pelo Partido Conservador. Nomeado logo em seguida Delegado de Policia de Paranaguá.
Almanake do Paraná 1876.
Já em 1878 foi Venerável da Loja Capitular Perseverança de Paranaguá.
Foi iniciado na Loja Perseverança nº 0.159, em Paranaguá, em 1872.
Em 1880 era proprietário junto com o Barão de Nacar de uma Casa de Comissões que seria um comércio especializado em vendas e trocas de imóveis e afins chamado casa de comissão pois o mesmo cobrava “comissão” das negociações realizadas.
Interessante verificarmos sua proximidade com o Barão de Nacar nos campos comerciais e políticos, sabemos também que Presciliano era um abolicionista infiltrado entre os escravocratas paranaenses.
Em 1882 Foi nomeado Juiz de Paz em Paranaguá.
1882 Dezenove de Dezembro Curitiba 12 de Julho Nomeação de Juiz de Paz.
Sobre Presciliano, podemos afirmar que juntamente com outros abolicionistas da época fazia parte da “Sociedade Secreta Ultimatum”.
No dia 12 de Junho de 1887 foi fundada uma sociedade no Estado do Paraná por homens de vários segmentos da comunidade a maioria maçons. Seu Nome era Sociedade Secreta Ultimatum.
Nessa época, ainda não havia sociedades emancipadoras na capital da província, sendo a primeira delas, a “Ultimatum”, fundada em 1887 e de caráter secreto. Prontamente, contudo, seus membros estabeleceram contato com os militantes da Sociedade Redentora de Paranaguá a fim de apoiarem fuga de cativos, cujos proprietários se negassem a conceder alforria.
Essa Sociedade Redentora da qual José Cleto Silva Maçom compunha a diretoria, juntamente com um empresário, um médico, um funcionário público, um comerciante e um negociante, alguns deles, membros da Loja Maçônica Perseverança.
Embora sem perder o caráter elitista também verificado no Clube Literário, a Sociedade foi mais além no ativismo abolicionista, não apenas arrecadando recursos para a compra e alforria de escravos, mas também se envolvendo com a fuga de cativos.
Era um apoio determinante já que a proximidade do Porto facilitava o embarque dos cativos que, em geral, navegavam rumo à Montevidéu.
A carta abaixo, escrita por um dos membros da Ultimatum , evidencia a proximidade entre as duas agremiações nos tempos finais da escravidão:
Fui á Paranaguá, entendi-me com o Bento Munhoz da Rocha entregando a ele a carta de Idelfonso Correia. Embarquei nossos protegidos, sem custo. Nada quiseram receber pelas passagens […] Amanhã devem embarcar os dois protegidos em navio de vela para Montevidéu. Nada aceitaram para despesas a fazer com passagens. Dei a cada um, duas libras. Priscilliano [Correa] nos ajuda. Devem embarcar também um escravo de Nacar e um escravo de Antonina.
Curitiba, 22 de junho de 1887 (apud RIBEIRO FILHO, s/d: 97)
O Uruguai era uma terra de solo livre, pra onde fugiram centenas de cativos brasileiros . Essa prática ocorria de forma similar na província paulista, onde os chamados “caifazes” – indivíduos das mais variadas origens sociais – se envolviam com as fugas de cativos, seja invadindo as fazendas ou facilitando o transporte e a acolhida dos fugidos geralmente levados ao Quilombo do Jabaquara em Santos, às linhas férreas ou ao porto.
A prática era, no entanto, condenada pelos grupos abolicionistas mais moderados e, evidentemente, os mais conservadores, que viam nessas ações, uma afronta aos proprietários.
1889 Oficial da Ordem do Rosa. Em 1889, ingressa e recebe a Comenda da Ordem do Rosa no Grau de Oficial.
Em 1889 foi convidado pelo Barão do Serro Azul a ser membro do Recém Criado Banco Mercantil e Industrial do Paraná. Nesta época Já possuía o título de Comendador.
Em 1890 aparece na revista quinzenal do Clube Curitybano como sócio “efetivo”, já como Comendador, podemos notar o “Trânsito” que Presciliano tinha como as camadas dominantes à época, vale lembrar que era um momento conturbado aonde o Republicanismo estava aflorado na sociedade e aonde existiam embates vigorosos sobre as ideias Republicanas. Republicano histórico, era, porém, partidário da republica unitária e parlamentarista.
No desenrolar da revolta federalista e ocupando o cargo de delegado de Policia, agiu com calma e serenamente, porém entregou aos rebeldes telegramas que avisavam os movimentos de ambas as facções. Ao retorno do Estado à legalidade apesar de aconselhadopor amigos e familiares, não fugiu. Mas, as almas negras, invejosas, sedentas de sangue, prenderam-no e o assassinaram miserável e traçoeiramente no km 65 da Estrada de Ferro Paranaguá Curitiba, junto dos demais mártires da nefanda revolução federalista no Paraná, foram presos e levados aos mesmo presídio: Prisciliano Correia, José Lourenço Schleder, José Joaquim Ferreira de Moura, Rodrigo de Matos Guedes e Balbino de Mendonça.
O fuzilamento se daria em 20 de maio de 1894.
Foi casado com Dona Maria Caetana Correa e tiveram como filhos Presciliano Correa casado com Dona Porcia Pereira Alves, Carlina Requião (Correa leite), Ceciliano Correa Leite, Prescilio da Silva Correa e ainda temos um xxxxx da Silva Correa (XXX Foi Omitido por pedido da família).
Voltamos aos fatos ocorridos após o retorno da Cidade de Curitiba em 1894 das tropas Florianistas. À tarde do dia 20 de maio, inesperadamente correu uma informação de que alguns detidos que estavam no presídio:
Prisciliano Correia, José Lourenço Schleder, José Joaquim Ferreira de Moura, Rodrigo de Matos Guedes e Balbino de Mendonça.deviam partir para o Rio.
“Aqui faço uma pequena interrupção para divagar sobre o que nos conta Rocha Pombo em sua obra Para a História, quando se falava em transferir para prisioneiros o Rio, isto era um espécie de senha para as execuções”. Grifo meu
Segue a Narrativa de Rocha Pombo que viu estes desdobramentos com seus próprios olhos. “Na véspera daquele dia, ainda me recordo muito bem, passava eu com um amigo pelas vizinhanças do Quartel do 17° e nas duas salas que ficam uma frente à outra, havia uma multidão de presos e pudemos saudar de longe a muitos, notando em todos os semblantes a expansão e serenidade que revelam a confiança nos homens e a certeza da justiça. Ali vimos de um lado (o esquerdo, descendo à Rua América) , os inditosos José Moura e José Schleder, além de outros que escaparam à fúria da tormenta; de outro lado Priscilliano Correa sorria para nós com aquele mesmo ar de descanso, pesado e firme, que se lhe conhecia. De fato, alguns detidos iam partir… para o Rio, dizia-se. Falava-se mesmo que o da Capital Federal tinham vindo um ou dois oficiais e praças de “Confiança” para conduzí-los. À tarde, ou a noite do referido dia 20 de maio, pois apresentava-se nos quartéis um oficial de maneiras bruscas, e clamando pelos nomes das seis vítimas. Priscilliano procurou saber para aonde iam, a fim de preparar as suas malas, e o oficial, com arrogância e ardileza, gritou-lhe “Não é preciso saber, nem tenho que dar-lhe satisfação disso”. O capitão José Moura, homem de idade já e bastante enfraquecido pela diabete, foi arrancado do leito para seguir; mas teve uma síncope e foi metido sem sentidos num carro que conduzia à estação da Estrada de Ferro. O Barão do Serro Azul pediu licença para mandar vir um carro, mas não lhe deram, e teve de atravessar a cidade toda a pé, tiritando de frio e talvez de horror, no meio de uma numerosa escolta. Na estação, poucos momentos antes da partida do trem, conta-se que o oficial comandante da escolta , que ia conduzir os presos, recebia um oficio, ou antes uma carta do General Pego Junior, para ser aberta depois que o trem deixasse a estação de Deodoro… As 10 horas da noite, pouco mais ou menos, partia de Curitiba aquele trem da “morte“, espécie de tumba de vivos, a caminho da Necrópolis nele iam os seguinte homens: Barão do Serro Azul, Comendador Priscilliano da Silva Correa, Capitão José Ferreira de Moura, Balbino Carneiro de Mendonça, José Lourenço Schleder e Rodrigo de Mattos Guedes. Esse trem sinistro, carregado de chair ou fuzil, passou quase despercebido pelas estações de São José e de Deodoro. Teve ordem de parar no km 65 , paragem bem conhecida hoje, e onde parece que ainda ecoam lugrubemente clamores de morimbundos à passagem dos trens da Marinha. Só quando o comboio parou é que as míseras criaturas compreenderam a imensidade da sua desgraça.
Pode se imaginar as cenas que passaram! Seria possível descrevê-las? A alma humana emudece em presença de tais horrores: como que um esmorecimento mortal cega, obumbra, sufoca os próprios crentes!
Mas não é para a tirania que nos volvemos no nosso assombro e quebrantamento. O que mais desconsola e espanta é termos de acreditar que ainda ficaram com valor para a vida os algozes que executaram aquela sentença sacrílega! O tirano é um santo ao lado dos seus instrumentos. Ante a impiedade das mãos que assassinam por obediência é preciso até absolver os que mandam… A mim se me afigura que a Providência Divina ainda tens os olhos assombrados, abertos para aquele espetáculo único na história do mundo! Nada sei de positivo (e direi mesmo felizmente… porque afinal é sempre melhor ignorar como os homens podem tornar-se nada duros, mais insenssiveis e mais hediondos do que a própria hiena), nada sei de positivo ante a cerimônia sanguinolenta ali passada naquele km 65. Apenas uma ou outra voz repete em termos vagos alguns incidentes. Como é fácil imaginar, os executados horrorizados, só saiam dos carros arrastados violentamente pela soldadesca. O primeiro dizem que foi José Moura.. Esta já andava quase morto quando recebeu a descarga. José Schleder soltou gritos de desespero, gritos que repercutiram pelas montanhas desertas, interrompendo talvez o sono tranquilo das feras, mas sem abalarem aquelas outras implacáveis feras humanas. Balbino de Mendonça agarrou-se a uns varões de ferro, pedindo que não o matassem, pois agora é que começava ainda a viver… Os soldados quebraram-lhe os braços e ele, desfalecido, tombou para receber os tiros de revólver… Sim: foram mortos por revólver um a um…
O Barão pediu… mas pedir a quem? Disse que o privassem de tudo, mas que lhes deixassem com vida….
Que o deportassem , que o banissem , contanto que lhe deixassem a esposa e os filhinhos. Sentindo a inutilidade dos seus clamores, pediu mais um momento para orar.
Ajoelhou-se e de joelhos recebeu a descarga. Priscilliano só teve palavras de revolta.
Rugia como um possesso e morreu amaldiçoando os assassinos. Mattos Guedes ficou num estado lastimoso. Era um homem fraco e doentio, Ia deixar na miséria mulher e nove filhos menores. As Vítimas, à medida que iam sendo sacrificadas, rolavam para o abismo, onde ficou um coro surdo de gemidos à retirada do trem. Os infelizes não morreram todos imediatamente, e consta até que no dia seguinte ou dois dias depois ainda um dos corpos apresentava indícios que havia expirado recentemente. Os cadáveres ficaram na rampa da estrada e ao alcance dos olhares dos viajantes por mais de três dias e foi necessário muito empenho para que conssentissem no enterramento”.
Poucos sabem que foi a pedido da esposa de Presciliano Correa que se fez o resgate dos corpos do km 65.
“Um ano depois da morte do barão (1895), a baronesa do Serro Azul, e Maria Caetana Corrêa a esposa de Presciliano da Silva Correia (Maçom da Loja Perseverança) ainda inconformadas com tudo o que havia ocorrido, recorrem ao amigo do Barão, David Antonio Carneiro (Maçom da loja Perseverança) este imediatamente conversou com o coronel Luiz Victorino Ordine (Maçom pertenceu as lojas: Loja Fraternidade Paranaense Loja Socorro Loja “Unione Fratellanza”.”
O qual tinha sido empregado do Barão e amigo do mesmo segundo seu próprio relato e aventaram a possibilidade de trazer os corpos de Idelfonso e Presciliano e os outros novamente à capital paranaense.
Manoel Viana em sua obra ” Paranaguá na História e na tradição” em sua página 249 faz um breve relato deste momento funesto na história de Paranaguá.
Presciliano da Silva Correa além de ter sido um dos fundadores ele foi o membro da cadeira 39 da Academia Maçônica de Letras.
Ata de fundação da Academia de Letras Maçônicas
Hamilton Ferreira Sampaio Junior .’.
Foto de Presciliano cedida pelo amigo Moises Soares Gomes.
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Genealogia Paranaense
RIBEIRO FILHO ANIBAL “História do Clube Literário de Paranaguá”.
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