RELEMBRANDO O RESTAURANTE NINO
O governador Paulo Pimentel em um jantar no restaurante Nino.
Giovanni Arcere (1906-1967), proprietário do Restaurante Nino, na Praça Carlos Gomes em Curitiba-PR.
Alice Corrêa Arcere, esposa do sr. Giovanni Arcere, proprietários do Restaurante Nino, na Praça Carlos Gomes em Curitiba-PR.
Segundo Bóris Musialowski, um dos assíduos clientes - 'O Restaurante Nino, que ficava no último andar do prédio da Gazeta, na Pedro Ivo, esquina com a praça Carlos Gomes, foi uma das coisas mais fora do comum, na época, para Curitiba: um restaurante num prédio! Pode-se dizer que foi o primeiro restaurante a ir às alturas. O acontecimento foi realmente muito comentado! Era um restaurante de elite. Servia os mais variados pratos com o maior requinte. Acho que para a época era muito caro'.
O Nino era um restaurante bastante procurado pelos políticos. Comenta-se, inclusive, que passou a constar do cardápio o arroz à Ney Braga! em homenagem ao político, ilustre freqüentador do restaurante.
O jornal O Estado do Paraná, registrou à época alguns encontros de executivos e políticos realizados no Restaurante Nino: 'Homenagem da Câmara de Comércio Teuto-Brasileira: Com a presença do Governador Munhoz da Rocha realizou-se no dia de ontem, no Bar e Restaurante Nino, grande almoço oferecido pela Câmara do Comércio Teuto-Brasileira, em homenagem ao Dr. Fritz Oellers, Embaixador da República da Alemanha, atualmente em visita a Curitiba'. (O Estado do Paraná, 16/01/1955).
'Homenageado o Governador Munhoz da Rocha - Pelo transcurso do IV aniversário de sua posse no governo do Paraná, o Dr. Bento Munhoz da Rocha foi alvo de expressiva homenagem que lhe foi tributada pelos auxiliares diretos de seu governo e que constou de um banquete servido no Restaurante Nino'. (O Estado do Paraná, 2 fev. 1955).
Em 1961, o Restaurante Nino passou a ser administrado pelo sr. Hans Egon Breyer e sua esposa. Basicamente manteve o mesmo cardápio existente na época do sr. Giovani: carne, frango, peixe, camarão, vatapá e seus respectivos acompanhamentos, tudo com muito requinte.
Considerado um dos restaurantes mais chiques do sul do Brasil, usava prataria Hering, louça branca, toalhas brancas engomadas e fazia propaganda em out-door na entrada de Ponta Grossa.
Em entrevista, o sr. Breyer afirmou que o Restaurante Nino tinha uma vista panorâmica maravilhosa, podia-se descortinar a Serra do Mar, e isso era um dos motivos para atrair a clientela.
O Nino foi um restaurante que ganhou fama pela sua sofisticação, pela sua cozinha internacional, pelo tratamento dispensado aos fregueses. Conforme comentários das pessoas entrevistadas, todas são unânimes em dizer que o Nino, apesar de ser um restaurante caro, era um ambiente muito agradável, que merecia ser freqüentado, principalmente para se comemorar com amigos ou a dois.
O Nino funcionou até 1972, sob a responsabilidade do sr. Breyer. A partir dessa data, o novo proprietário transformou as instalações para um restaurante vegetariano. "
(Extraído do livro: Gosto, prazer e sociabilidade : bares e restaurantes de Curitiba, 1950-60, de Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim / Fotos: Internet)
Paulo Grani