31 de outubro de 1733 - A FUNDAÇÃO DE MORRETES. O povoado de Morretes iniciou-se por volta de 1725 a 1730, oficialmente, por João de Almeida, que com sua família obteve da Câmara de Paranaguá o título de "Carta de Dacta" para oficializar sua situação de vivenda e rendeiro do Cubatão. Constava, sua família, de um filho com nome de Domingos de Almeida, um genro conhecido com o nome de Boaboçu, casado com Maria Gonçalves. Tinham três filhos: Marcelino, Martinho e Bonifácio, e consta que Boabaçu era carpinteiro.
Principiaram seus trabalhos de agricultura descortinando as matas, derrubando as grossas árvores, limpando o terreno. Plantavam cana, mandioca, milho e feijão, por serem as margens do rio muito férteis. João de Almeida, chefe da família, fez sua casa de morada no morro onde hoje é a Igreja Matriz de Morretes, próximo à ponte do ribeirão outra morada chamada vulgarmente a casa da farinha, na qual havia uma roda d'água, uma prensa e um pequeno engenho de moer cana, tocado por animais, havendo o porto de sua serventia, onde foi a casa do Comendador Araújo, e as casas próximas na rua hoje General Carneiro. Domingos de Almeida fez uma pequena casa de morada na rua do campo
. O Boabuçu construiu sua morada em cima da ribanceira do Nhundiaquara, em frente à Igreja Matriz e a qual, depois de sua morte, serviu de residência aos contratadores de passagem ou seus agentes, e aí se fez outra unida servindo de armazém do mesmo contrato, existindo o porto próximo à mesma. Por volta de 1800, ainda conservava o nome de Porto de Contrato. Já nessa época existia a trilha de comunicação por terra ao Porto de Cima, e através dele os moradores se comunicavam quando não queriam servir-se das conduções do rio (pois teriam que pagar passagem).
Depois dessa mesma trilha foi aberta uma outra a se unir para o trânsito de animais. De curta extensão durou poucos anos, sendo aberto novo trilho margeando o rio na extensão de 3.410 braças medidas desde a Ponte Alta até ao Porto de Cima, em terrenos muito baixos e lamacentos, os quais, com trânsito contínuo das imensas tropas trazidas de Curitiba, formaram, em toda a sua extensão, caldeirões profundos, sendo necessário solicitar através de representações, os reparos desta trilha. Em 1827, no dia 1 ° de maio, deu-se o início da construção de um açude geral, em toda a extensão, da várzea, com 14 palmos de largura, 2 de altura nos lados, sendo o meio mais elevado com esgotos nas laterais. Esse trabalho levou mais de dois anos. Em 1733 efetivou -se a Fundação de Morretes.
CAVAGNOLLI, Stella Maris, Morretes o passado sem ruínas, Gráfica e Editora Stella Maris - Morretes – Paraná, 1995 Pesquisa: AlmirSS – IHGP Foto: Acervo digital IHGP
As sete ilhas que vieram a constituir Bombaim foram habitadas por nómadas que tinham a pesca como a sua principal fonte de sobrevivência. Durante séculos, as ilhas estiveram sob o controle de sucessivos impérios indianos, antes de serem cedidas aos portugueses que depois as cederam aos britânicos, quando passou a ser controlada pela Companhia Britânica das Índias Orientais. Em meados do século XVIII, a urbanização de Bombaim foi reformulada pelos britânicos, com grandes projetos de engenharia civil, fazendo surgir uma cidade comercial e cosmopolita. O desenvolvimento econômico e educacional caracterizou a cidade durante o século XIX, tornando-a uma forte base para o movimento de independência da Índia, no início do século XX. Quando o país se tornou independente em 1947, a cidade foi incorporada ao estado de Bombaim. Em 1960, após o movimento Maharashtra Samyukta, o novo estado de Maarastra foi criado, com Bombaim como capital, como se mantém até hoje.
Com um dos maiores e mais movimentados portos do mundo, a cidade de Bombaim é responsável por cerca de 70% de toda a atividade portuária do país — devido, principalmente à sua modernidade e a sua posição estratégica dentro do continente asiático. Bombaim atrai imigrantes de todo o país e de vários países vizinhos, devido às grandes oportunidades comerciais e ao nível de vida relativamente alto. Tornou-se, com isto, um núcleo cosmopolita de várias comunidades e culturas. É em Bombaim que se situa Bollywood, o principal centro da indústria indiana de cinema e televisão.
Segundo a versão oficial, o nome do local deriva da deusa adorada no templo de Mumbadevi, um dos mais antigos da ilha de Bombaim construído pela população nativa, encontrado pelos portugueses à sua chegada, que o deixaram intacto.[6]
Acredita-se que a primeira referência europeia à ilha de Bombaim foi feita por Duarte Barbosa em 1516, designando-a Benamajambu; [a][7] Alguns autores pretendem que majambu poderá ser uma alusão a Mumbadevi.[8] No entanto, enquanto que Bena refere-se provavelmente a Tana, majambu parece referir-se somente à ilha vizinha de Mahim, ambos os locais atualmente subúrbios de Bombaim.[6] O primeiro autor português a se referir ao local como Bombaim foi Gaspar Correia, que chegou à Índia em 1512, nas suas “Lendas da Índia”, cuja escrita começou por essa altura, sendo secretário de Afonso de Albuquerque.[6] Naquele mesmo século, a grafia parece haver evoluído para Mombayn (1525)[9] e depois Mombaim (1563)[10]
José Pedro Machado refuta uma explicação alternativa para o nome, sem bases científicas, segundo a qual Bombaim seria uma corruptela do português "Bom Bahia" (sic) ou "Boa Bahia". Esta confusão teria levado ingleses pouco sabedores de português a suporem a presença dessa palavra no topónimo, pelo que o português Bombaim teria se transformado no inglês Bombay.[11]
Em 1995, o nome da cidade foi alterado pelo partido Shiv Shena, de cariz chauvinistamarata e hindu, para o seu equivalente marataमुंबई, transcrito como Mumbai, imediatamente após a sua subida ao poder no estado de Maarastra. Não obstante, a forma Bombay continuou largamente em uso entre a população indiana, incluindo os realizadores cinematográficos de Bollywood.[12] A mudança do nome estimulou um debate em torno do chauvinismo nacionalista que teria motivado a decisão e sobre a própria identidade da cidade.[13] Por outro lado, foram registadas represálias contra quem se recusou a adoptar a nova designação.[12]
Bombaim era originalmente um arquipélago de sete ilhas. Os artefatos encontrados perto de Kandivali, no norte da cidade, indicam que as ilhas eram habitadas desde a Idade da Pedra. A presença humana encontra-se documentada desde 250 a.C., quando, segundo Ptolomeu, o local era conhecido como Heptanésia. Durante o século III a.C., as ilhas integraram o Império Máuria, governado pelo imperador budistaAçoca. Posteriormente, os soberanos hindus da dinastia Silhara governaram-nas até 1343, quando foram anexadas pelo Sultanato de Guzarate.
A partir de 1817, a cidade foi reformulada, com grandes projetos de engenharia civil destinados a fundir todas as ilhas do arquipélago em um único terreno. A primeira ferrovia indiana, aberta em 1853, ligava Bombaim a Tana. Durante a Guerra Civil Americana(1861–1865), a cidade tornou-se o principal mercado de algodão do mundo, o que estimulou consideravelmente a economia local. A abertura do Canal de Suez em 1869 transformou Bombaim em um dos maiores portos marítimos do mar Arábico.
Século XX
Nos trinta anos seguintes, a cidade tornou-se um grande centro urbano, com melhorias na infraestrutura e o surgimento de muitas das instituições municipais. A população atingiu um milhão de habitantes em 1906, o que a fez a segunda maior cidade da Índia depois de Calcutá.
Foi uma base importante para o movimento de independência indiano, de que é exemplo o movimento "Deixem a Índia" (em inglês: Quit India), convocado por Gandhi em 1942. Após a independência da Índia em 1947, Bombaim passou a ser a capital do estado de Bombaim. Em 1950, a cidade expandiu-se até os seus limites atuais, ao incorporar partes da ilha de Salsete, ao norte.
Em 1960, quando o estado de Bombaim foi dividido por critérios linguísticos entre os novos estados de Maarastra e Guzarate, a cidade tornou-se a capital do primeiro. O final dos anos 1970 assistiu-se a um surto de construção e a um influxo considerável de imigrantes, que fizeram Bombaim ultrapassar Calcutá em termos populacionais. A presença de forasteiros começou a preocupar a etnia local, marata, o que levou ao surgimento do partido político de direita Shiv Sena, em 1966. A cidade viveu episódios violentos, como o tumulto sectário de 1992 e os atentados bombistas de 1993 e de 2006, este último, como o de 2008 ligado a terroristasislâmicos. Em 2008 ocorreu um ataque terrorista que matou mais de cem pessoas e deixou outras 300 feridas.
Em 1995, o governo do estado de Maarastra, controlado pelo Shiv Sena, repudiou o nome tradicional Bombay em favor da versão marata Mumbai. Em 2004, a cidade sediou o Fórum Social Mundial.
Bombaim situa-se na desembocadura do rio Ulhas, na costa ocidental da Índia, numa região litorânea chamada Concão. A maior parte da cidade está ao nível do mar; a elevação média vai de 10 a 15 m. Bombaim soma 468 km² de área.
O litoral da cidade possui diversas baías e canais; a costa oriental da ilha de Salsete é coberta por grandes manguezais de grande biodiversidade.
A região onde se encontra Bombaim é sismicamente ativa e portanto sujeita a sismos, devido a três falhas geológicas na vizinhança.
Bombaim é formada por duas áreas distintas: a cidade e os subúrbios, que se constituem em distritos separados, pertencentes ao estado de Maarastra.
Clima
O clima da cidade, localizada na zona tropical e defronte do mar Arábico, apresenta duas estações definidas — a úmida e a seca. Na estação úmida, entre março e outubro, a temperatura ultrapassa 30 °C, com alta umidade. As monções são caraterísticas desta época do ano, entre junho e setembro, causando uma precipitação anual de 2 200 mm.
A estação seca, entre Novembro e Fevereiro, apresenta níveis mais baixos de umidade e temperaturas moderadas. Os ventos setentrionais baixam a temperatura em Janeiro e Fevereiro. As temperaturas médias anuais variam entre 38 e 11 °C.
A língua mais ouvida nas ruas da cidade é uma variante coloquial de hindi chamada Bambaiya, que mistura hindi, marata, inglês e algumas palavras próprias. O marata é amplamente falado e é também o idioma oficial do estado de Maarastra. O inglês é amplamente falado e é a principal língua nas empresas e escritórios locais. Outras línguas indianas são faladas: tâmil, gujarati, telugo, canarês, concani e urdu.
Bombaim sofre com os mesmos problemas de urbanização que afligem outras cidades de crescimento rápido em países em desenvolvimento: pobreza generalizada e padrões precários de saúde, emprego e educação. Cerca de 55% da população vive em favelas, as quais cobrem apenas 6% das terras da cidade[17]
Governo e política
A Grande Bombaim tem uma área de 603 km2,[18] que consiste nos distritos da cidade de Mumbai em si e de seus subúrbios, como Colaba, Mulund, Dahisar e Mankhurd. Sua população, de acordo com o censo de 2011, era de 12 478 447 de habitantes.[19]
A cidade é administrada pela Corporação Municipal da Grande Bombaim (CMGB) (por vezes referida como Corporação Municipal Brihanmumbai), anteriormente conhecida como Corporação Municipal de Bombaim (CMB). A CMGB está a cargo das necessidades de civis e de infraestrutura de metrópole.[20] O prefeito é escolhido através de eleição indireta pelos conselheiros, para um mandato de dois anos e meio.[21]
Bombaim é a maior cidade da Índia, e o principal e mais desenvolvido centro financeiro e comercial do país, sendo responsável por cerca de 6% do produto interno bruto indiano em 2010.[22][23] A cidade e sua região metropolitana servem ainda como grande centro industrial e comercial, contribuindo ao empregar 10% da mão-de-obra fabril, e fornecer 25% do rendimento industrial bruto do país e 33% dos impostos recolhidos pelo governo através da realização de atividades financeiras, além de gerar 20% dos impostos extraídos do setor de serviços na Índia.[24]
Em 2008, o produto interno bruto nominal da região metropolitana de Bombaim foi de 919 bilhões* (cerca de 183 bilhões USD, enquanto sua paridade do poder de compra ficou em pouco mais de um trilhão de rupias (o que equivale a aproximadamente 208 bilhões USD).[25] Já em 2009, o produto interno bruto per capita da Grande Bombaim foi de 48 000 de rupias (cerca de 9 700 USD),[26][27] três vezes superior ao produto interno bruto per capita nacional.[28]
Muitos dos aglomerados empresariais indianos, como Larsen & Toubro, Reliance Industries (RIL), Grupo Tata, Life Corp (LIC), etc., além de cinco das 500 maiores empresas do mundo, segunda a revista Forbes, têm sede em Bombaim.[29] Além disso, a maioria dos bancos e instituições financeiras da Índia estão sediadas na cidade ou em sua região metropolitana.[23]
Desde os anos 1970, Bombaim vem registrando um grande crescimento na atividade portuária e no setor industrial, considerados fundamentais para a economia da cidade desde a independência do Reino Unido. Entretanto, as atividades financeiras e o setor de comércio e seviços vâm ganhando cada vez mais espaço na economia da cidade, principalmente desde o final dos anos 1990.[24][26][30] Em 2008, a Globalization and World Cities Study Group classificou Bombaim como uma cidade global alfa, o mais alto índice para se classificar uma cidade global. Tal alta classificação é fruto do fato da cidade ser a 3ª mais cara do mundo para atividades empresariais, e de ter sido considerada a cidade com mais rápido crescimento econômico da Ásia em 2007.[31]
[a]^A forma Tena-Maiambu é encontrada em traduções inglesas desse texto.[6]
↑Schulberg, L. Índia histórica. Tradução de J. A. Pinheiro de Lemos. Rio de Janeiro. Livraria José Olympio Editora. 1979. p. 160.
↑Paulo, Correia (Verão de 2020). «Toponímia da Índia — breve análise»(PDF). Bruxelas: a folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias. p. 4. ISSN1830-7809. Consultado em 8 de outubro de 2020
↑Barbosa, Duarte, "Livro em que dá relação do que viu e ouviu no Oriente", 1516, apudMachado, J.P, "Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa".
↑Machado, J.P, "Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa".
↑Documentos do Tombo do Estado da Índia (atualmente os Arquivos Históricos de Goa ou Goa Purabhilekha).
↑Orta, Garcia de, "Colóquios dos Simples e Drogas da Índia", edição original de 1565, edição referida de 1891–1895, apud Machado, J.P., "Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa".
↑Machado, José Pedro, "Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa", Livros Horizonte, 2003, verbete "Bombaim", volume I, pp. 265/266.
↑ Ir para:abSwaminathan, R.; Goyal, Jaya (2006). Mumbai vision 2015: agenda for urban renewal. Macmillan India in association with Observer Research Foundation