quinta-feira, 15 de março de 2018

A Casa Rosada



Início do Séc. XX
O prédio da Rua Marechal Floriano Peixoto nº 1.251 e Avenida Iguaçu nº 470, bairro Rebouças, onde esteve situado o Memorial do Ministério Público, foi adquirido pelo Estado do Paraná em 11 de setembro de 1902, mediante arrematação pública, pelo preço de R.16.170$000, ao tempo em que era governador Francisco da Silva Xavier. À época, o imóvel possuía apenas as paredes externas e o teto, na extensão de 76 m de frente para a Rua Marechal Floriano Peixoto e 54,50 m voltados para a Avenida Iguaçu. O plano do governo era adaptá-lo para abrigar vários órgãos da administração pública, até então mal instalados em imóveis alugados.

As obras de adaptação só tiveram início em março de 1903, mas foram concluídas ainda em dezembro do mesmo ano, com a instalação do Fórum e a Repartição Central da Polícia, de um lado e do outro da entrada principal da Rua Marechal Floriano; o Superior Tribunal de Justiça, passou a ocupar todo o pavimento superior do prédio; a Secretaria de Obras Públicas foi posta a funcionar na ala esquerda do pavimento inferior, vista da entrada; e a Secretaria do Interior e Comércio, Junta Comercial e o Departamento de Higiene Pública, esses todos foram localizados na ala direita, na extensão da Rua Iguaçu.

Além de todas essas dependências, outras nove salas foram destinadas a cartórios e escritórios de advogados. Com o tempo, além das obras de conservação da fachada e espaços internos, foram promovidas diversas modificações no volume do projeto original, entre elas a construção de outras salas no pavimento superior do edifício e a ampliação do prédio para a acomodação de outras repartições, como a Coletoria Estadual, a Procuradoria Fiscal e o Depósito Público, além de garagens, depósitos e jardins.
           
        
2006
Em janeiro de 1991, porém, em razão de todo o prédio se achar desocupado (onde até então funcionava a antiga Superintendência do Controle da Erosão e Saneamento Ambiental – SUCEAM, posteriormente denominada Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental – SUDERHSA), o Ministério Público, dando curso a entendimentos mantidos com a Secretaria de Estado da Administração, solicitou a cessão de seu uso para a instalação das Promotorias Especiais de Defesa do Consumidor, de Defesa do Meio Ambiente, de Defesa dos Direitos e Garantias Individuais, de Reparação do Dano Proveniente de Crimes, Coordenadorias Criminal e Civil, bem como a Escola Superior do  Ministério Público e Curso de Estagiários, cuja cessão enfim se concretizou através de Termo de Transferência, correspondente ao protocolado nº 2.719.905-4, datado de 9 de maio de 1996, subscrito pelo Governador Jaime Lerner e pelo Procurador-Geral de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto. Para que esse uso se tornasse realmente viável aos propósitos do Ministério Público, todo o prédio foi então restaurado, mediante obras de conservação, reforma e sua adaptação aos serviços da Instituição.

Em janeiro de 1996, através da Resolução PGJ 0041, o Procurador-Geral de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto criou o Memorial do Ministério Público, mediante a constituição de uma comissão de Procuradores e Promotores, e da advogada e historiadora Maria Eunice Rodrigues da Silva, para, sob a presidência do Procurador Nilton Marcos Carias de Oliveira, promover o registro oral e visual dos membros da Instituição e o resgate de sua memória, fontes e documentos de sua história. Com a instalação da subsede do Ministério Público no prédio, o Memorial passou a ocupar desde então uma de suas dependências, onde permaneceu até 2014. 

Todo o edifício foi tombado em 23 de maio de 2002, por decisão unânime aprovada pela 110ª reunião do Conselho Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico – CEPHA. 

Casa Rosada
2016

Casa de Cristiano Osternack


Casa Cristiano Osternack, também conhecida como Casa das Mercês, foi construída em 1870. Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Casa Cristiano Osternack, também conhecida como Casa das Mercês, foi construída em 1870.
Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Casa que serviu de residência a Cristiano Osternack, também conhecida como Casa das Mercês. Ele era um alemão, natural de Hamburgo, que emigrou para o Brasil em 1847, aportando em São Francisco do Sul, no estado de Santa Catarina. Sabe-se que ficou pouco tempo em São Francisco e de lá veio morar em Curitiba, onde fundou a primeira olaria da capital paranaense, na região das Mercês.
Em 1870, próxima à olaria, edificou a casa para sua moradia. De arquitetura simples, com um pavimento e sótão, foi construída em alvenaria de pedras e tijolos, dos quais provavelmente oriundos da própria olaria. No ano de 1987, passou por obras de restauro. Hoje, um restaurante funciona no local.

Solar do Barão


Foi construído em 1885, pelos engenheiros italianos Ângelo Vendramin e Batista Casagrande e pertenceu a Ildefonso Correia, o Barão do Serro Azul. Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Foi construído em 1885, pelos engenheiros italianos Ângelo Vendramin e Batista Casagrande e pertenceu a Ildefonso Correia, o Barão do Serro Azul.
Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Construído em 1885, pelos engenheiros italianos Ângelo Vendramin e Batista Casagrande, pertenceu a Ildefonso Correia, o Barão do Serro Azul, empresário e político de grande prestígio no Império. Durante 10 anos foi habitada pelo barão e sua família. O assassinato do barão em 1895, com o de outros políticos, após a Revolução Federalista, motivou a saída de sua família do palacete. Desde então, passou a ser ocupado pelo 5º Distrito Militar, e de 1912 a 1975 pelo Exército.
Foi restaurado em 1980 pela Prefeitura Municipal de Curitiba para sediar um espaço cultural da cidade, com outros edifícios anexos. A restauração evidenciou os elementos decorativos dos forros e paredes, a riqueza de detalhes dos pisos, das principais salas, bem como elementos em materiais como a madeira das escadas internas e ferro e mármore de escada externa.
“A construção desses palacetes fizeram com que os brasileiros passassem a copiar o estilo arquitetônico europeu, na época o ecletismo, e assim as lojas daqui passaram a vender adereços, como vasos e elementos decorativos, que eram comuns nessas edificações”, explica o historiador Marcelo Sutil. O complexo cultural Solar do Barão, que funciona atualmente no local, foi inaugurado em novembro de 1980.

Casa do Burro Brabo


Casa Burro Brabo no bairro Bacacheri, foi construída por volta de 1860 e é uma das últimas casas com características rurais de Curitiba. Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Casa Burro Brabo no bairro Bacacheri, foi construída por volta de 1860 e é uma das últimas casas com características rurais de Curitiba.
Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Foi construída por volta de 1860, quando o bairro Bacacheri era mais conhecido como Colônia Argelina – local de 118 imigrantes de 39 famílias francesas. É uma das últimas casas com características rurais de Curitiba. Além de moradia, este local funcionou como armazém e pousada para viajantes. Registros apontam que Dom Pedro II, durante suas andanças pela região, chegou a pernoitar no local. Ali também abrigou um prostíbulo conhecido na época como a “Casa das Francesas”.
Construída em um único pavimento, com técnica mista, possui uma varanda nas fachadas frontal e lateral, com piso de tijolos. A cobertura do imóvel é outra característica marcante, não só pelas suas dimensões, mas também pela sua linha de caimento que se projeta sobre as varandas.
Na lenda popular, o nome Burro Brabo “pegou” quando ali ficavam os burros que andavam pela antiga Estrada da Graciosa, a qual margeava a casa e era destino de viajantes tropeiros da cidade ao litoral. Os animais que paravam aos montes na frente do imóvel, já que ali era pousada e armazém, eram tão ariscos que ninguém conseguia chegar perto. Não deu outra: a casa ganhou o apelido.

Casa Romário Martins


Detalhe da Casa Romário Martins construída no fim do século 18. Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
Detalhe da Casa Romário Martins construída no fim do século 18.
Foto: Marcelo Andrade / Gazeta do Povo
A data precisa da construção da residência é incerta. Sabe-se que ela é do final do século 18 e que serviu como espaço residencial e comercial por aproximadamente dois séculos. A casa foi tombada pelo estado em 1971 e incorporada ao patrimônio histórico do município no ano seguinte. Em 1973, foi inaugurada como Casa Romário Martins, em homenagem ao historiador paranaense nascido em Curitiba.
Segundo Marcelo Sutil, coordenador da diretoria de patrimônio da Fundação Cultural de Curitiba, a dificuldade em precisar a data da edificação deve-se à falta de documentos. “Sabemos que é do final do século 18 pelas características arquitetônicas, mas na época não havia obrigação de entregar a planta e o alvará de construção à prefeitura”, explica.
A historiadora Maria Luiza Baracho, da Casa da Memória, que pesquisou a história da casa, relata que um dos primeiros proprietários teria sido Lourenço de Sá Ribas, que adquiriu o imóvel da Irmandade do Santíssimo Sacramento. No final do século 19, conforme fotografia de época, funcionou no imóvel o Armazém do Paiva. Dessa forma, o que seria provavelmente uma residência foi adaptado para um novo uso.
A primeira escritura do imóvel é de 1902. O proprietário era Guilherme Etzel, que instalou um armazém de secos e molhados. A partir de 1930, funcionou como Armazém Roque. A casa também abrigou um açougue e, no anexo construído ao lado, uma peixaria. Após ser tombada, o arquiteto Cyro Corrêa Lyra elaborou um projeto de restauro. As obras foram concluídas em 1973.

Palacete Wolf


Palacete Wolf, no Largo da Ordem. Foto: Divulgação SMCS
Palacete Wolf, no Largo da Ordem.
Foto: Divulgação SMCS
Construído pelo imigrante austríaco Fredolin Wolf, em 1880, o Palacete Wolf foi, além de residência, sede, em diferentes épocas, dos colégios Curitibano, Parthenon Paranaense, Internacional, Pereira Pitta e da seção masculina do Bom Jesus. De 1886 a 1891, o imóvel foi alugado para o Corpo Policial da Província, mas em seguida foi transformado em sede do governo do Paraná (até 1892). Há referências, contudo, em textos na Casa da Memória, que o palacete seria até mesmo anterior a data de 1880.
Durante a Revolução Federalista (1894), o sobrado serviu de Quartel General do 5º Distrito do Exército. Entre 1912 e 1913, o casarão sediou a Câmara Municipal e, no ano seguinte, o andar superior foi ocupado pela Loja Maçônica de Curitiba. Nessa época, a família Bianchi passou a residir no térreo e montou também escola particular de pintura e de violino, ocupando o imóvel por 42 anos. Abrigou a Coordenação de Literatura e desde 2017 se tornou sede do Instituto Municipal de Turismo.

quarta-feira, 14 de março de 2018