quinta-feira, 5 de maio de 2022

"PARTI DE PARANAGUÁ A 03/04/1820, COM DUAS PIROGAS ..." O famoso naturalista francês, Auguste Saint Hilaire, passou por Matinhos e Caiobá em 1820 e sobre o local, escreveu: “Para ir de Paranaguá a Guaratuba era preciso que houvesse pirogas e remadores para chegar à extremidade da baía (Pontal de Paranaguá).

 "PARTI DE PARANAGUÁ A 03/04/1820, COM DUAS PIROGAS ..."
O famoso naturalista francês, Auguste Saint Hilaire, passou por Matinhos e Caiobá em 1820 e sobre o local, escreveu:
“Para ir de Paranaguá a Guaratuba era preciso que houvesse pirogas e remadores para chegar à extremidade da baía (Pontal de Paranaguá).


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Primeiras casas de veranistas, anos 1920.
Foto: HJ Construtora

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Enseada junto às pedras, década de 1940.
Foto: litoralparanaense.blogspot.com
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Primeiras casas de veranistas, ano de 1949.
Foto: meunomeenedier.blogspot.com

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Antiga moradia de caboclos de Matinhos.
Foto: HJ Construtora.

Pode ser uma imagem de 4 pessoasCasa de caboclo de Matinhos.
Foto: HJ Construtora
"PARTI DE PARANAGUÁ A 03/04/1820, COM DUAS PIROGAS ..."
O famoso naturalista francês, Auguste Saint Hilaire, passou por Matinhos e Caiobá em 1820 e sobre o local, escreveu:
“Para ir de Paranaguá a Guaratuba era preciso que houvesse pirogas e remadores para chegar à extremidade da baía (Pontal de Paranaguá). Após desembarcar no Pontal, era preciso encontrar carroças puxadas por bois, que pela orla do mar me levassem e à minha bagagem até a “baía de Caiobá”.
Disseram-me que para atravessar essa baía era preciso ter certeza de encontrar em Caiobá gente que, por um caminho muito difícil, levasse meus trens nas costas até Guaratuba. Num país onde as comunicações são pouco frequentes, a preguiça excessiva, a inexatidão extrema, ser-me-ia impossível obter uma perfeita coincidência entre estes diversos meios de transporte se não recorresse à autoridade. [...]
Parti de Paranaguá a 3 de abril de 1820, com duas pirogas conduzidas por cinco remadores. Nossas pirogas avançaram com velocidade; deixamos para trás a parte montanhosa da ilha da Cotinga, e costeamos a extremidade mais próxima do oceano, que é baixa e coberta de mangue… Desembarquei no Pontal de Paranaguá. Fui aí recebido por um cabo de milícia, que comandava um destacamento acantonado nas proximidades. Esse homem recebera ordem de velar para que as carroças, que deviam transportar a minha bagagem, a minha gente e eu a Caiobá, chegassem à hora dita: todo mundo foi perfeitamente exato.
As carroças de proprietários dos arredores eram grandes e puxadas por quatro bois. Eram cobertas de arcos de bambu revestidos de folhas de bananeiras seguras por uma espécie de trançado feito de cipó. Não havia no Pontal nem casa nem vegetação, a não ser areia pura. Apenas desembarcamos, foi feito fogo na margem para cozinhar feijão e arroz que, com água e farinha, constituiriam nosso jantar.
Havia muito que o sol desaparecera quando partimos. Costuma-se percorrer de noite essa praia, porque os bois andam mais depressa sem a claridade do dia. Entrei eu e Laruotte numa das carroças; José e Firmiano noutra e Manuel na terceira. Laruotte estendeu sobre uma esteira, uma coberta e meu ponche. Deitei-me com o ruído do mar logo adormeci. Entretanto acordava-me frequentemente e via ao luar uma praia de areia pura, onde as ondas vinham às vezes bater nas rodas de nossas carroças. [...]
De madrugada chegamos à embocadura dum riozinho chamado Rio do Matinho. Aí foi preciso esperar a maré baixa para que se pudesse passar. Depois de ter-se feito mais ou menos uma légua, sempre pela praia, chegamos a Caiobá (do guarani cairoga- casa dos macacos). De Matinho a Caiobá o terreno eleva-se acima da praia com uma vegetação cheia de arbustos. É de se crer que vegetação semelhante margeia também a extensão da praia que à noite percorrêramos. Caiobá é uma enseada semi-circular designada como baía de Caiobá. Nesse lugar, o terreno não é mais baixo e alagadiço como em Paranaguá. Montes elevados e cobertos de mato estendem-se até o mar e não permitem mais aos carros de bois costear. O caminho não é praticável senão por cavalos e pedestres.
Normalmente atravessa-se a enseada com piroga. Amedrontaram-me sobre a travessia e por isso pedi ao capitão-mor de Paranaguá que minha bagagem fosse transportada por terra. Encontrei em Caiobá 16 homens que me esperavem, comandados por um sargento de milícias. A vista do mar, perfeitamente tranquilo, deixou-me seguro e não fiz levarem por terra senão as malas mais importantes, as outras foram embarcadas numa piroga enorme. Montei a cavalo e costeei uma parte dos contornos semi-circulares acompanhado do sargento e de Laruotte. Chegando a beira do canal que forma a entrada da baía de Guaratuba, foi preciso, necessariamente que eu embarcasse…”
Relato de Auguste Saint Hilaire, trecho publicado no livro “Matinhos: Homem e Terra. Reminiscências…” João José Bigarella.
Auguste Saint Hilaire escreveu importantes livros sobre os costumes e paisagens brasileiros do século XIX. O francês veio para o Brasil em 1816, acompanhando a missão extraordinária do duque de Luxemburgo, que tinha por objetivo resolver o conflito que opunha Portugal e França quanto à posse da Guiana e, paralelamente fazer seus estudos.".
(Compilado de RJ Construtora)
Paulo Grani.

TENTANDO CHEGAR ÀS PRAIAS ANTIGAMENTE Guaratuba foi fundada em 1768, a mando do Marquês de Pombal quando os espanhóis apossaram-se da ilha de Santa Catarina. Depois foi elevada à vila em 27/04/1771, passando desde então a comunicar-se com Paranaguá, por via marítima.

 TENTANDO CHEGAR ÀS PRAIAS ANTIGAMENTE
Guaratuba foi fundada em 1768, a mando do Marquês de Pombal quando os espanhóis apossaram-se da ilha de Santa Catarina. Depois foi elevada à vila em 27/04/1771, passando desde então a comunicar-se com Paranaguá, por via marítima.

Nenhuma descrição de foto disponível.Ponte construída em madeira sobre o rio Guaraguaçú, em foto dos anos 1920.
(Foto: Acervo famil Salles Bitencourt)

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Nesta foto da década de 1920, vemos uma das "Jardineiras" que faziam o transporte público em Curitiba, fretada por um grupo de curitibanos, foram à praia de leste e imediações.
(Foto: Gazeta do Povo)
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Nesta foto da década de 1930, um ônibus que fazia linha Curitiba-Praias, tem suas rodas presas em areias úmidas, ao transitar pela orla da praia, tentando cumprir seu itinerário.
(Foto: Gazeta do Povo)

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Um caminhão com problemas mecânicos, fica à mercê das aguas da maré que aproximam-se das suas rodas.
(Foto: Família Linzmeyer)

TENTANDO CHEGAR ÀS PRAIAS ANTIGAMENTE
Guaratuba foi fundada em 1768, a mando do Marquês de Pombal quando os espanhóis apossaram-se da ilha de Santa Catarina. Depois foi elevada à vila em 27/04/1771, passando desde então a comunicar-se com Paranaguá, por via marítima.
À partir da década de 1880, passou a receber a presença do varporzinho Oyapock que vinha do Rio de Janeiro em uma viagem mensal, primeiramente aportava em Paranaguá, depois seguia até Guaratuba e, por fim, aportava em Florianópolis.
Quando essa linha foi interrompida, o único meio de comunicação marítima de Paranaguá com Guaratuba passou a ser feito, de oito em oito dias, por canoa que saía de Paranaguá, passava pelo Canal da Galheta e chegava até Pontal do Sul. Dali seguia em carroça de toldo, puxada por bois, através das areias da praia deserta até o rio de Matinhos e o lugarejo chamado Caiubá, de onde novamente se fazia a travessia por canoa para a vila de Guaratuba.
Saint-Hilaire, que fez esse trajeto em 1820 conta que o percurso pela praia do Pontal a Matinhos e Caiobá se fazia durante a noite porque os bois andavam mais depressa sem a claridade do dia. Dois dias eram gastos nessa viagem e, às vezes até mais, a fim de esperar a maré baixa, cujas águas vinham às vezes bater nas rodas das carroças. No rio de Matinhos os passageiros eram transportados nos ombros dos carregadores enquanto a carroça, mergulhada nas águas, era retirada sob fortes chicotadas nos animais.
Na primeira década de 1900, com a fundação das colônias agrícolas de São Luiz, Santa Cruz, Quintilha, Maria Luiza, Pereira e Cambará, foi aberta uma estrada carroçável que saía de Paranaguá pela antiga Estradinha (hoje Av. Coronel Elísio Pereira) e seguindo pelo pé da Serra do Mar, se dirigia em direção à baia de Guaratuba.
Durante muito tempo esse transporte de passageiros esteve a cargo da diligência do sr. João Alboite. A viagem partindo de Curitiba durava dez horas até o Porto Parati (ou Porto Barreiro), onde Luiz Rode (genro do Alboite) se incumbia de contratar os canoeiros para a travessia da baía (de Guaratuba) até a Vila Guaratuba.
A diligência fazia ponto de almoço na colônia Maria Luiza e, mais adiante, contornava o perigoso "Morro Ai, Jesus!", cuja denominação por si só traduz o pânico dos passageiros nesse trecho de viagem.
Posteriormente, e até na mesma época, duas outras variantes permitiam o acesso a Guaratuba:
Uma delas, por via marítima, saindo de Paranaguá, adentrava por trás da Ilha do Valadares através do rio Guaraguaçú, em sua maior parte navegável por barcos ou canoas até as proximidades de Matinhos. Depois seguia-se a pé ou à cavalo até o Porto de Passagem (atual ponto de embarque do ferry-boat).
A segunda estrada utilizava o caminho de tropas entre Curitiba-São José dos Pinhais, mais ou menos pelo atual traçado da rodovia Curitiba-Joinville e, na altura da futura usina de Castelhanos, tomava o rio Cubatão por onde, em canoas, atingia-se a Vila de Guaratuba, num trajeto pela baía, que demorava duas horas.
Só na segunda década do século 20, com a introdução do automóvel, foi que se abriu a chamada Estrada do Mar, ou Estrada das Praias.
Partia de Paranaguá, saindo do antigo Posto Fiscal, (km 114) da antiga estrada Curitiba-Paranaguá, seguia-se até o cruzamento com a atual Pr-407 e, tomando-se à esquerda seguia até o rio Guaraguaçú e, transpondo a sua ponte, chegava-se finalmente à Praia de Leste. Ao pé da ponte, foi feito um ramal de estrada à esquerda, seguindo o rio, chegando até Pontal do Sul. Esse ramal permanece inalterado, cuja maioria do leito ainda se vê os cascalhos de berbigão.
Iniciada em princípios de 1925, com revestimento em berbigão extraído das ostreiras dos sambaquis da região, a "Estrada do Mar" foi inaugurada no dia 29/07/1927, dia do aniversário de Paranaguá. Só então o Balneário de Praia de Leste viu surgir as primeiras residências de veraneio. Daí começaram as viagens pela própria praia para Matinhos e Caiobá, não demorando para que linhas regulares de ônibus fizessem essas ligações por Paranaguá.
Entretanto, permanecia a precariedade dessas viagens, de Praia de Leste para Matinhos, Caiobá e Guaratuba, pelo próprio areião da orla da praia onde, não raro, automóveis e ônibus ficavam mergulhados nas ondas do mar, com perdas das cargas e até dos próprios veículos, ao mesmo tempo em que a antiga estrada das colônias e da diligência do Alboite eram desativadas.
Tudo isso produzia consideráveis embaraços ao desenvolvimento dos balneários e, em especial à Guaratuba, já então o mais importante do litoral paranaense. Não obstante os clamorosos apelos ao Governo do Estado, na época sob a Interventoria Manoel Ribas (1932-1945), a orla permaneceu em quase completo abandono, a ponto do Município de Guaratuba ser extinto e seu território ser constituído um distrito de Paranaguá, por um decreto em 1938.
Só após a queda do Estado Novo, em 1945, os caminhos dos balneários paranaenses voltaram a merecer as atenções dos poderes públicos.
Restaurado o município de Guaratuba em 1947, no ano seguinte a cidade era ligada por estrada de rodagem, através de Santa Catarina, diretamente à Curitiba, quando, então, ela assistiu pela primeira vez em sua história, a presença de veiculo motor, representado pelo carro governamental à frente de uma grande comitiva, desfilando por suas ruas.
Ao iniciar-se a década de 1960, inaugura-se o serviço de "ferry-boat" no Porto de Passagem, já então com toda a Estrada do Mar pavimentada, numa extensão de 50 km até Paranaguá e 160 Km até Curitiba, pela antiga Graciosa.
Em 1987, foi inaugurada a Pr-508, ligando Alexandra a Matinhos, a quinta mais rápida e moderna rodovia na ligação turística com os balneários da costa sul do Paraná. Além disso, foi também a primeira via pavimentada cortando por dentro uma região da baixada litorânea, até então isolada e semi esquecida.
Ao colocar Matinhos, Caiobá e Guaratuba à menor distância de Curitiba e, inclusive Paranaguà, a nova estrada do mar vem enriquecer uma bela paisagem, emoldurada de um lado pela proximidade dos contrafortes serranos e, de outro, pela majestosa visão do encontro azul do céu com o verde das águas do Atlântico.
(Compilado de: der.pr.gov.br)
Paulo Grani

PROIBIDO CAÇAR PERDIZES E TIRAR SEUS OVOS Em 07/09/1765, a Câmara da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, discutia sobre a caça de animais:

 PROIBIDO CAÇAR PERDIZES E TIRAR SEUS OVOS
Em 07/09/1765, a Câmara da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, discutia sobre a caça de animais:

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PROIBIDO CAÇAR PERDIZES E TIRAR SEUS OVOS
Em 07/09/1765, a Câmara da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, discutia sobre a caça de animais:
“'Proebimos' que pessoa alguma não casse nem tire ovos de perdises nos tempos que são proebidos que são de setembro a dezembro com pena de que todo aquele assim matar perdises ou lhes tirar os ovos pagar dous mil réis por cada vez”. Era prometido também dar a metade deste valor para quem denunciasse o feito.
E, por falar em caçar perdizes, vamos degustar as lembranças de Adair Dittrich, de um tempo, quase recente, em que elas eram abundantes e ainda caçadas:
"Ao tempo que meu pai era ferroviário e tinha saúde passava o seu tempo de folga e de férias preparando os apetrechos para as caçadas e correndo pelos campos que rodeavam Marcílio Dias atrás daquelas aves de sabor delicioso, as famosas perdizes.
Havia o tempo certo para as caçadas, o tempo regulamentado pelo ciclo de vida das aves. Não se podia caçar ao tempo da postura e quando as crias eram pequenas sob pena de extinção da espécie.
Para meu pai e seus amigos e companheiros de caçada isto era não apenas lei, mas um dogma, uma doutrina de vida.
Sei que muitas pessoas participavam deste esporte, mas não me lembro ou nunca soube ao certo quem eram. O que não esqueço é daqueles aficionados de sempre.
Eram os dois Olsens, do tempo que me lembro: Seu Wiegando e Seu Waldemiro. Muitas vezes o médico Dr. Oswaldo de Oliveira ia para os campos com eles. Depois também o Seu Alfredo Lepper veio a participar.
E da companhia de Dr. Oswaldo o que se contava depois é que ele é que fazia a partilha das perdizes com uma aritmética sui-generis. Quando ia ele, seu Wiegando e meu pai então a divisão, a partilha que era para ser para três a que ele fazia era assim:
A primeira para ele, Dr. Oswaldo, e falava assim: “Uma para mim (e punha a perdiz junto dele), outra para você (e a entregava para seu Wiegando), outra para você (e colocava uma ao lado de meu pai) e outra para mim (mais uma para ele). E depois continuava sempre nesta sequência: uma para mim, uma para o seu Wiegando, outra para meu pai e mais outra para ele. Ao final ele sempre ficava com o dobro dos demais... Claro que todos percebiam a história e só davam risadas contando a façanha depois... Mas... era para o Dr. Oswaldo...então podia ficar assim mesmo, não tinha importância.
O preparatório era intenso, minucioso e gradual. As armas que eram as espingardas de dois canos tinham que ser diariamente limpas e lubrificadas. Meu pai tinha os seus apetrechos que incluía uma maquininha de manivela onde colocava os cartuchos e os enchia com a pólvora, o chumbo e algo mais que não lembro; era como se fosse um pouco de serragem de madeira, mas não posso afirmar com certeza. E por último a espoleta que era encaixada num orifício situado na parte proximal (ou final) do cartucho. Os cartuchos eram de metal de cor dourada, talvez feitos de alguma liga que continha cobre e latão, não sei.
Sem dúvida que, sem os cães, não haveria caçada. Eram os chamados perdigueiros. E iam animados, porque para eles era uma festa. Encontravam as aves escondidas nas moitas e ao chegar perto faziam com que elas alçassem voo e então o caçador da vez mirava e atirava. E depois o cachorro ia buscá-la onde tivesse caído e a entregava aos pés do caçador. Os melhores cães não machucavam as perdizes, abocanhando-as sempre pela cabeça para que não se estragasse a parte que iria para a mesa dos banquetes especiais.
Perdiz em casa era sempre uma festa. Era sempre um almoço ou um jantar especial. Mamãe a preparava “à cacciotore”, ou seja, à moda de como se prepara uma ave silvestre que foi caçada.
Eram depenadas a seco, sem água fervente como se faz com as galinhas e outras aves domésticas. O preparo restante era igual. Cortadas em pedaços corretos, obedecendo a um plano de clivagem que não deixava partes agudas nos ossos; os cortes eram jusantes às articulações. Eram temperadas e colocadas para assar nos fornos dos fogões à lenha. Em cima de cada pedaço da ave era espetado um pequeno pedaço de toicinho e uma ou duas folhas de sálvia. E durante o todo tempo em que estavam no forno deveriam ser regadas com o molho do tempero, acrescido de muita manteiga. Imagine o sabor! Que saudade! São coisas que, como sempre diz uma sobrinha minha: “Quem aproveitou o que a vó fazia, aproveitou; quem não aproveitou, não aproveita mais!”
E, claro está que, em nossa casa, sendo casa de italianos, era sempre servida em cima da polenta. As travessas já iam para a mesa com a polenta por baixo e as peças das perdizes assentadas em verdadeiros ninhos que minha mãe fazia com uma concha.
Uma surpresa muito grande aconteceu no casamento de minha irmã Avany que foi em janeiro: o prato principal do almoço do casamento era polenta com perdiz, à moda da Dona Nena. Como poderia ter perdiz ao forno em pleno mês de janeiro. E minha mãe ria explicando que tudo tinha sido muito simples. À época propícia das caçadas ela preparou normalmente as perdizes, sem, no entanto, deixá-las assando ao ponto, mas retirando-as antes e as colocava em vidros de conserva, mergulhadas em azeite. E colocou os vidros para fervura assim como ainda hoje são preparadas as conservas. No dia da festa foi só abrir os vidros, colocar as peças nas assadeiras e levá-las ao forno a fim de ficarem no ponto certo para serem servidas.
A época certa para a caça não sei ao certo, mas creio que só a partir do mês de maio até setembro, talvez que é quando começa a fase da postura.
Talvez não se fale mais em caçar perdizes por aqui porque a população delas tenha diminuído. Os campos e banhados, que eram seu habitat natural e que se estendiam pelas margens de nossos rios estão hoje já quase “urbanizados”...
Não me lembro de restrições à caça de perdizes e nem que alguém fosse contra. Mesmo hoje em dia esta caça é estimulada com a finalidade da preservação da espécie o que parece ser uma contradição. Mas é que assim a difusão dessas aves é estimulada e há também muitas criações delas em cativeiro com a finalidade única de serem servidas como uma iguaria especial."
(Texto/Foto: de Adaír Dittrich)
Paulo Grani

quarta-feira, 4 de maio de 2022

Debret pintou está histórica tela retratando Paranaguá em 1827. No primeiro plano à esquerda, o primeiro caminho que levava ao planalto (hoje rua Domingos Peneda). Ao centro, o trapiche levado quase ao meio do rio Itiberê onde atracavam as embarcações que transportavam as riquezas produzidas no Paraná e traziam as mercadorias do Primeiro Mundo. Lamentavelmente, também desembarcavam, à época, os escravos africanos para serem comercializados junto ao Pelourinho que ficava na pracinha adjacente.

 Debret pintou está histórica tela retratando Paranaguá em 1827. No primeiro plano à esquerda, o primeiro caminho que levava ao planalto (hoje rua Domingos Peneda). Ao centro, o trapiche levado quase ao meio do rio Itiberê onde atracavam as embarcações que transportavam as riquezas produzidas no Paraná e traziam as mercadorias do Primeiro Mundo. Lamentavelmente, também desembarcavam, à época, os escravos africanos para serem comercializados junto ao Pelourinho que ficava na pracinha adjacente.


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Histórica foto do edifício que abrigava a Casa Crystal de Curitiba, em determinado momento de sua existência. A publicação "Impressões do Brazil no Seculo Vinte", editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., assim referiu-se sobre ela:

Histórica foto do edifício que abrigava a Casa Crystal de Curitiba, em determinado momento de sua existência.


A publicação "Impressões do Brazil no Seculo Vinte", editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., assim referiu-se sobre ela:


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A publicação "Impressões do Brazil no Seculo Vinte", editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., assim referiu-se sobre ela:

"Wendler, Schneider & Cia. - Esta importante firma da praça de Curitiba importa em larga escala, da Europa e Estados Unidos, cristais, vidros, porcelanas, louças, talheres de Cristofle, mobílias, tapetes, ferragens, armas, munições, máquinas de costura, tintas, vernizes, óleos, telhas de zinco etc. etc.

A casa, geralmente conhecida por Casa Crystal, foi fundada em 1907 e os seus sócios são os srs. Eraldo Wendler, Theodor Schneider e Gusttavo Keil, este último comanditário. A Casa Crystal faz avultado movimento em vendas por atacado e a varejo, não só na capital, como por todo o estado do Paraná."

Paulo Grani

São José do Ararapira foi uma das vinte uma vilas fundadas pela coroa portuguesa na então Capitania de São Paulo no século XVIII. Sua disposição no espaço geográfico é vista no livro Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial, de Nestor Goulart Reis, da coleção Uspiana Brasil 500 anos

 São José do Ararapira foi uma das vinte uma vilas fundadas pela coroa portuguesa na então Capitania de São Paulo no século XVIII. Sua disposição no espaço geográfico é vista no livro Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial, de Nestor Goulart Reis, da coleção Uspiana Brasil 500 anos

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São José do Ararapira foi uma das vinte uma vilas fundadas pela coroa portuguesa na então Capitania de São Paulo no século XVIII. Sua disposição no espaço geográfico é vista no livro Imagens de Vilas e Cidades do Brasil Colonial, de Nestor Goulart Reis, da coleção Uspiana Brasil 500 anos, como um modesto exemplo do empenho civilizatório e modernizador da administração pombalina, que levava à fixação de padrões de regularidade nos traçados do urbanismo e da arquitetura, mesmo em pequenas povoações.
Segundo Antônio Paulino de Almeida, no artigo Sabaúna, Vila Nova de Lage e Ararapira, publicado na Revista do Arquivo Municipal em 1952, sua população era constituída, em parte, por índios de uma antiga aldeia e, em parte, por moradores de áreas rurais mais próximas.
A história de Ararapira perde-se no tempo da história do Brasil. Um indício disso é o testemunho de Hans Staden, o arcabuzeiro da expedição espanhola do Almirante Sanabria, que chegou ao Brasil em 1547. Em seu célebre livro Duas Viagens ao Brasil, este aventureiro alemão conta como quase por milagre entraram na barra do Superagui, num dia de tempestade. E como nesta baía ao Sul da hoje ilha de Superagui durante a noite aproximou-se de novo uma canoa repleta de homens, dentre os quais estavam dois portugueses, que nos perguntaram de onde vínhamos .
Deste tempo à fundação da vila, a memória da região não tem outros registros conhecidos.Mas é certo que a ocupação deu-se desde o primeiro contato dos europeus com a nova terra. Antes de serem expulsos do Brasil, os jesuítas estiveram aqui, no ístmo de Superagui, que é mencionado nas cartas de Anchieta como Supraya - caminho para o Paraguai.
Aldeamentos? Fazendas? Ararapira localizava-se num ponto estratégico: meio caminho entre Iguape e Paranaguá, passagem obrigatória de todos os viajantes entre São Paulo e Curitiba. Entreposto, Ararapira cresceu e prosperou com o comércio da região até meados do séc 19, enquanto Iguape era um porto mais importante e com mais movimento do que Santos.
Nos anos trinta do século XX, a vila, habitada por cerca de 500 famílias, era servida por diversas casas de comércio e diversas padarias. Um motor a diesel fornecia energia. E as festas eram as mais animadas e concorridas da região.
No século XX, as estradas pelo interior absorveram todo o tráfego entre São Paulo e Curitiba. O canal do Varadouro foi aberto na década de 40. E o regime das marés continuou roubando as casas da vila. São José do Ararapira é hoje uma vila abandonada, mas seu cemitério continua sendo usado pelas comunidades da região.
Para ver o vídeo, é só clicar no linque abaixo:

Em 1946, flagrante dos condutores e usuários do ônibus da linha do Bigorrilho, estacionado no ponto final em frente ao armazém do sr. Candido Hartmann, próximo da praça da Ucrânia, em Curitiba. (Foto: Curitiba.pr.gov.br) Paulo Grani

 Em 1946, flagrante dos condutores e usuários do ônibus da linha do Bigorrilho, estacionado no ponto final em frente ao armazém do sr. Candido Hartmann, próximo da praça da Ucrânia, em Curitiba.

(Foto: Curitiba.pr.gov.br)
Paulo Grani


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ESTÁDIO DO JUNAK DA COLÔNIA POLONESA Foto de 1936, do antigo estádio do Clube Junak, do Bigorrilho, de Curitiba. O nome do estádio foi mudado no começo da década de 1930 para Franklin Roosevelt, por motivos políticos da época.

 ESTÁDIO DO JUNAK DA COLÔNIA POLONESA
Foto de 1936, do antigo estádio do Clube Junak, do Bigorrilho, de Curitiba. O nome do estádio foi mudado no começo da década de 1930 para Franklin Roosevelt, por motivos políticos da época.


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Foto de 1936, do antigo estádio do Clube Junak, do Bigorrilho, de Curitiba. O nome do estádio foi mudado no começo da década de 1930 para Franklin Roosevelt, por motivos políticos da época.

Fundado em 10 de abril de 1922 com o nome Strzelec (em polonês significa atirador ou arqueiro), em pouco tempo mudou para Towarzystwo Wychowania Fizycznego Junak (em português Sociedade de Educação Física Junak).

Na década de 1920 disputou o futebol amador de Curitiba e em 1935 disputou o futebol profissional paranaense. Em função de disputas políticas internas e da colonia polonesa, o Junak (em polonês significa jovem destemido e pronuncia-se iunaque) foi substituído por Juventus, em homenagem ao clube de Turim, pois no clube também havia muitos imigrantes italianos. As cores do Junak eram o vermelho e o branco e com a mudança para Juventus, adotou o tricolor: vermelho, preto e branco.

O clube mandava seus jogos no Estádio Franklin Delano Roosevelt, localizado no Bigorrilho, onde localizava-se até o início do século 21 a sede da Sociedade União Juventus que, após um incêndio, o terreno foi vendido e instalou-se o hipermercado Angeloni.

O campeonato paranaense de 1949 foi o último como profissional, pois a colônia polonesa, que administrava o clube, no início do ano de 1950, dispensou toda a equipe técnica e os jogadores. Durante as décadas de 1950 e 1960 o Juventus voltou a participar de torneios amadores.
(Foto: Acervo Mauro Sniecikowski)

Paulo Grani.

ANTIGA FÁBRICA DE PRESUNTOS E LINGUIÇAS BARIGUY alguém sabe onde funcionava? Chamava-se "Frigorífica Paranaense - Fábrica Bariguy", de G. L. Withers. O texto do anúncio divulga os locais de venda, dos quais o endereço Rua da Liberdade (atual Barão do Rio Branco, era, possivelmente, o da sua loja.

 ANTIGA FÁBRICA DE PRESUNTOS E LINGUIÇAS BARIGUY

alguém sabe onde funcionava?
Chamava-se "Frigorífica Paranaense - Fábrica Bariguy", de G. L. Withers. O texto do anúncio divulga os locais de venda, dos quais o endereço Rua da Liberdade (atual Barão do Rio Branco, era, possivelmente, o da sua loja.


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Pode ser uma imagem de texto que diz "citado arreio das dos Mol PRESUNTOS Conservas de Carne c Banha Refnada A Frigorifica Paranaense FABRICA BARIGU Esta nova e bem montada fabrica offerece ao publico presuntos, conservas de carne, erfeitamente identicas ás melhores preparadas no extrangeiro, por preço modico. Aceita-se encommendae dá-se mais esclarecimentos nas casas dos Snrs: Amos rua Viuva Withers & Filho. Rua da Liberdade. Fernandes Loureiro & C.a Largo do Mercado. Queiroz Cunha C.a -Rua 15 de Novembro. Gustavo Prütze.- Largo do Mercado e na propria fabrica. Endereço postal--Caixa do Correio 22. 0 Proprietario G. L. Withers."
ANTIGA FÁBRICA DE PRESUNTOS E LINGUIÇAS BARIGUY

alguém sabe onde funcionava?

Chamava-se "Frigorífica Paranaense - Fábrica Bariguy", de G. L. Withers. O texto do anúncio divulga os locais de venda, dos quais o endereço Rua da Liberdade (atual Barão do Rio Branco, era, possivelmente, o da sua loja.

"Esta fábrica, montada a capricho, possui câmaras frigoríficas e maquinismos dos mais modernos tipos. Além de presuntos preparados pelo sistema inglês e italiano, produz também a fábrica toucinho pelo sistema europeu, bacon, carnes salgadas e outras conservas de carne.

Em 1911, a matança foi de 5.000 porcos, pesando em média cerca de 170 libras cada um. As exportações, neste ano, para o Rio de Janeiro e São Paulo, foram de 1.200 caixas de bacon, com 65 quilos cada uma, 250 caixas de 15 presuntos cada uma, 600 barricas com carne salgada e, além das vendas locais, 100.000 quilos de toucinho.

A fábrica é dividida em várias seções: matadouro, casa para depósito dos animais recém-abatidos, sala de frigorífico, sala de salga, sala para secar a carne e fumeiros. Estas seções são providas de aparelhos mecânicos para movimentar as carnes. Os maquinismos de refrigeração, preparo de toucinho e lingüiças são movidos a vapor; os processos usados são modernos e nenhuma diferença fazem dos comuns às melhores fábricas congêneres da Europa.". - (Extraído de: novomilenio.inf.br).

Paulo Grani