quarta-feira, 15 de junho de 2022

CHEGADA DA COMPANHIA TAUROMACHICA EM CURITIBA " [...] Em outubro de 1895, a imprensa noticiava um dos entretenimentos mais inusitados em Curitiba

 CHEGADA DA COMPANHIA TAUROMACHICA EM CURITIBA
" [...] Em outubro de 1895, a imprensa noticiava um dos entretenimentos mais inusitados em Curitiba

CHEGADA DA COMPANHIA TAUROMACHICA EM CURITIBA
" [...] Em outubro de 1895, a imprensa noticiava um dos entretenimentos mais inusitados em Curitiba, anunciando a apresentação de uma "Companhia Tauromachica", instalada na Praça Thereza Christina (hoje, Praça Santos Andrade). A realização de touradas, contudo, não era novidade em terras curitibanas.
Os comentários tecidos pelos jornais, quanto à organização do evento e o comparecimento regular do público, registraram a presença do evento:
' Realizou-se anteontem a estréia da companhia de que é diretor o toureiro José Vieira. A função começou fora da hora, bastante tarde. A praça estava regularmente cheia, pois é uma das maiores que temos visto neste gênero de circo. É preciso, porém, que todas as tábuas sejam repregadas, pois apesar da comodidade, notamos que as arquibancadas, não estavam muito firmes, sendo o madeiramento um tanto fraco. A primeira parte da função desagradou, pois os touros negavam-se aos trabalhos, e eram naturais de bom gênio. Alem disso os artistas estavam muito encaiporados e a direção dos trabalhos não era nada regular. À segunda parte, um como que "brio" se apoderou dos toureiros e touros, havendo de parte a parte excelentes sortes, boas quedas admiráveis e cornadas que arrancaram aplausos.[...] '.
Apesar das críticas iniciais, a companhia permaneceu até dezembro, atraindo grande número de espectadores e enriquecendo suas apresentações. O jornal A República, de 15 de dezembro de 1895, anunciava um variado programa, composto por bandarilhamento de touros, a interessante prova de força de um homem, conhecido por Hércules, que deveria sustentar um arranque de quatro cavalos "bem nutridos", e ainda arrastar vinte homens dos "mais forçosos". Os preços para assistir ao espetáculo variavam entre os lugares reservados, diferenciando-se entre aqueles que ficavam na sombra ou os que ficavam no sol. Ao final das apresentações, geralmente, abria-se espaço para os chamados "profanos", aventureiros que saltavam para o picadeiro a fim de arriscar-se a domar o touro à unha.
No final do ano, o desmoronamento das arquibancadas construídas para os espectadores prejudicou as apresentações. O desastre valeu uma acirrada pendenga entre Pedro Falce, responsável pela construção da praça, e o engenheiro Carlos Barromei, chefe da Ia seção da Secretaria de Obras Públicas da Secretaria de Estado, acusado de ter liberado o local, estando ele sem as condições de segurança adequadas.
Nos anos seguintes, novas companhias tauromachicas visitaram Curitiba, sempre estabelecendo-se na Praça Thereza Christina. Em 1897, a companhia de João Vieira retornou à cidade. Desta feita, para incrementar o espetáculo, Vieira anunciava uma corrida de quatro touros trazidos da Fazenda Cambuguy, além de artistas vindos diretamente do Rio de Janeiro. Também estavam previstas apresentações de pantomimas, como encerramento do programa. A imprensa, procurando evitar novo desastre, alertava para a solidez da praça de touros, solicitando à prefeitura uma vistoria prévia. [...].
(Extraído de: acervodigital.ufpr.br)
Paulo Grani

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