domingo, 26 de junho de 2022

HISTÓRIA DO LUXUOSO HOTEL EDUARDO VII

 HISTÓRIA DO LUXUOSO HOTEL EDUARDO VII

HISTÓRIA DO LUXUOSO HOTEL EDUARDO VII
No início da década de 1950, Miguel Calluf (1891-1962) demoliu o predinho que havia na esquina da avenida Marechal Floriano Peixoto com a rua Cândido de Leão, o qual abrigava sua loja "Empório Íris" e, na parte de cima, sua residência, dando início à construção do Edifício que se chamou Miguel Calluf, levantando o primeiro arranha-céu de Curitiba.
Miguel Calluf, era um imigrante sírio libanês que chegou em Curitiba quase sem recursos e, no começo, trabalhou como mascate e vendedor de frutas, até consolidar seu patrimônio. Em 1935, seu Miguel criou a loja de Tecidos Louvre, um entreposto elegante da Rua XV, construído no mais legítimo art nouveau, onde fez sua fortuna.
O Edifício Miguel Caluf, foi construído com linhas em Art Déco, projetado pelo engenheiro Ralf Leitner, e passou a abrigar o "Louvre Hotel". Sua inauguração aconteceu numa festa muito chique black tie no dia 18/12/1954, véspera do 101° aniversário da Emancipação Política do Paraná. A festa lotou os dois salões de gala do hotel, dos quais se podia ver a catedral e a Praça Tiradentes. Era o mais importante da cidade na época, com 180 apartamentos, 22 andares e 8.000 m2. Pouco tempo depois, o hotel teve seu nome mudado para "Lord Hotel". A lua de mel de Miguel com o prédio durou apenas 8 anos, pois morreu em 1962.
Ensolarado, com amplas janelas e vista única da praça Tiradentes, o empreendimento foi construído com o que havia de melhor na época, com materiais e equipamentos importados dos Estados Unidos e todo o luxo para receber celebridades e oferecer os maiores bailes de gala da cidade.
Após a morte do seu Miguel, o hotel passou a ser administrado por um grupo português e seu nome foi mudado para "Hotel Eduardo VII", como ficou mais conhecido, e permaneceu até os anos 1990. Posteriormente, teve seu nome mudado para Hotel Afâmia, perdurando até 2008, quando o hotel encerrou suas atividades.
O Eduardo VII, recebeu milhares de hospedes ao longo de sua existência. Hoje de portas fechadas sobraram apenas as especulações e histórias que se confundem com as dos taxistas.
No final da sua vida, o requinte e o luxo que haviam na época da sua inauguração já não eram presentes. A categoria do hotel baixou e o alto preço da manutenção aumentou. Também pesou a situação econômica do estado e a falta de clientes. Dizem que até a falta de um estacionamento para carros contribuiu para o fechamento.
Após anos desativado, o hotel sofreu com a ação do tempo. Como não havia manutenção, aos poucos o edifício foi perdendo seu brilho, seu encanto, e sua história foi ficando para trás. O imóvel, passou então para as mãos de uma empresa curitibana. A partir daí, várias ideias de revitalização foram surgindo ao longo dos anos. Também durante este período, houve uma briga judicial entre o novo proprietário do imóvel e uma das maiores redes hoteleiras do país. Esta briga durou por 9 anos e meio, com causa ganha para o proprietário. O hotel é também uma Unidade de Interesse de Preservação, ou seja, toda sua reforma deve obedecer uma legislação super rigorosa.
A fim de contornar essa situação, a paranaense VR Investimentos resolveu virar o jogo e revitalizar o prédio inteiro. Exatamente! A empresa está à frente desta iniciativa e do grande desafio que a aguarda. Já o projeto de restauro foi realizado pela IW - Arquitetura & Restauro de responsabilidade da arquiteta Ivilyn Weigert. Após o levantamento minucioso do imóvel, foi realizado o projeto de adaptação dos espaços às demandas contemporâneas de uso. Entre as premissas, em alguns ambientes serão utilizados os móveis originais restaurados, para assegurar a ambientação original.
Após cerca de 20 anos inativo, terá outro nome: VIVA CURITIBA. A ideia é ter apartamentos decorados disponíveis para o short stay e long stay, administrados pela gigante Housi, de São Paulo. Ou seja, deixará de ser um hotel e abrigará pessoas que queiram morar por períodos de curta ou longa duração. Contará também com um serviço de moradia digital para o público final, que procura um imóvel pronto, mobiliado e sem burocracia para alugar. Além disso, haverá espaços de conveniência em todos os andares, espaços de co-living, restaurantes, café, academia e um espaço de coworking.
Paulo Grani

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Vista aérea do Edifício Miguel Caluf, Curitiba, em 1953, ainda em construção, que abrigaria o Lord Hotel, mudado depois para Hotel Eduardo VII.
Foto: Acervo MIS.

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Cartão Postal de Curitiba apresentando o então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII, anos 1950.
Autoria: Foto Colombo.

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Edificio Miguel Caluf sendo construído no início dos anos 1950, para abrigar o então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII
Foto: Arquivo Gazeta do Povo

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Edifício Miguel Caluf em fase final de construção, 1953.
Foto: Arquivo Público do Paraná

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Cartão Postal da Praça Tiradentes, Curitiba, década de 1950, com destaque para o edifício do então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII.

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Foto de Synval Stochero, de 1955, apresenta a Praça Tiradentes com destaque para o então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII

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Cartão Postal da Praça Tiradentes, Curitiba, década de 1950, com destaque para o edifício do então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII.

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Cartão Postal da Praça Tiradentes, Curitiba, década de 1950, tendo ao centro o edifício do então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII.

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Cartão Postal da Praça Tiradentes, Curitiba, década de 1950, tendo o edifício do então Lord Hotel, mais tarde Hotel Eduardo VII.

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Cartão Postal da Praça Tiradentes de Curitiba, década de 1960, com vista ao edifício do Hotel Eduardo VII à esquerda.

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Cartão Postal do Hotel Eduardo VII, de Curitiba, anos 1990.
Editoração e fotografia de Eduardo Sallum

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