quinta-feira, 23 de junho de 2022

No dia 19/04/1798 o Diário Oficial publicava o decreto imperial nº 7.248 concedendo a Amazonas de Araújo Marcondes o direito a uma linha de navegação pelo rio Iguaçu, desde o porto de Caya-Canga até Porto União.

 No dia 19/04/1798 o Diário Oficial publicava o decreto imperial nº 7.248 concedendo a Amazonas de Araújo Marcondes o direito a uma linha de navegação pelo rio Iguaçu, desde o porto de Caya-Canga até Porto União.

O INICIO DA NAVEGAÇÃO COM VAPORES NO RIO IGUAÇU
No dia 19/04/1798 o Diário Oficial publicava o decreto imperial nº 7.248 concedendo a Amazonas de Araújo Marcondes o direito a uma linha de navegação pelo rio Iguaçu, desde o porto de Caya-Canga até Porto União.
A navegação pelo rio Iguaçu teve início em 17/12/1882, quando o vapor Cruzeiro foi lançado às águas. O Coronel Amazonas Marcondes o comprara no Rio de Janeiro. O vapor foi desmontado na então Capital do império, e suas peças seguiram de navio até o porto de Antonina.
Do Porto de Antonina, as partes dele foram colocadas sobre onze carros de bois, pesadamente carregados, subiram pelos pelos caminhos tortuosos da Serra do Mar e trouxeram até Curitiba, o barco a vapor desmontado. Os carros foram levados até às margens do Rio Iguaçu no lugar onde havia uma ponte de madeira que ligava Curitiba a São José dos Pinhais. Dali seguiram em canoas pelo rio Iguaçu até o porto de Caya-Canga, onde “O Cruzeiro” foi montado, peça por peça” .
O navio fluvial pertencia ao coronel Amazonas, veterano da Guerra do Paraguai, que passara três meses no Arsenal da Marinha, no Rio de Janeiro, acompanhando a construção do vapor.
Segundo o historiador Hermógenes Lazier, as peças eram “chapas de aço, longarinas de ferro, toda a proa em uma só peça, caixotes de rebites da maquinaria que tinha sido fabricada em Londres, em 1878”.
O vapor Cruzeiro tinha 80 palmos de comprimento por 26 de largura. Seu motor tinha a força de 18 cavalo-vapor, impulsionado por duas rodas laterais.
Dez dias após ter sido lançado às águas, o vapor Cruzeiro saiu para a primeira viagem do Porto de Caiacanga ao Porto de União da Vitória, consumindo dois dias e meio para cobrir os cerca de 360 quilômetros que separavam as duas localidades. Conduzia a bordo 11 passageiros e 70 volumes de mercadorias.
Quando o Vapor "Cruzeiro” foi lançado às águas do rio Iguaçu, o transporte fluvial na região era feito precariamente através de canoas e transportavam madeira, erva mate, mercadorias e passageiros. Além do Iguaçu, faziam os rios Negro e Potinga, atendendo as populações ribeirinhas de São Mateus, Fluviópolis, Jararaca, União da Vitória, entre outras. “Eram balsas morosas, inadequadas para o transporte de passageiros, atendendo mal o comercio crescente das margens do Iguaçu para Curitiba e depois Morretes e o porto de Paranaguá”.
Amazonas e Alvir descrevem a viagem inaugural do vapor Cruzeiro que teve entre seus passageiros o Presidente da Provincia do Paraná, Carlos de Carvalho. Esse vapor teve também como hóspedes o escritor Afonso Escragnolle Taunay, Ermelindo Leão, Inácio Carneiro, fazendeiros, empresários e militares de carreira ou de patente comprada. Alvir lembrou de alguns de seus tripulantes: “Diego de Brito, os irmãos Kwiatikowski, os irmãos Cordeiro e os Teixeira de Paula”.
Afonso Taunay comentou em uma de suas obras: “É de louvar-se a coragem e pertinácia com que o snr. Amazonas Marcondes mantém semelhante empresa, que deu vida e dá progresso e vida social a muitíssimos pontos anteriormente desertos e inóspitos dos nossos sertões, em que vagueiam ainda temidos e indômitos bugres”.
Ainda nessa década outros vapores passaram a singrar as aguas densas do Iguaçu. Veio, na sequencia, o vapor “Visconde de Guarapuava”, depois o “Potinga” depois o nominado “Vitória”. O “Curitiba” era destinado ao transporte de passageiros, mas levava alguma carga. Nos períodos de estiagem vários barcos encalhavam nos baixios – porém o Curitiba tinha fundo chato, que permitia trafegar nos períodos de estiagem. Havia também o “Brasil”, o “Iguassú”, o “Rio Negro”, o “Palmas”, o “Paranaguá”, entre outros – todos movidos a lenha, abundante nas várzeas. Mais tarde apareceu o “Tupi”, cuja máquina fora fundida pela metalurgia Muller e Filhos: Tinha camarotes, sala de estar para o conforto de seus passageiros.
Foi em 1915 vários pequenas empresas desapareceram para se unirem na S.A. Lloyd Paranaense – mas outros vapores eram lançados pela “Empresa de Navegação Fluvial Portes & Cia”, e também por Rodolfo Cassou, Pedro Pizzato, Augusto Iaram, Shiffer e Soldi, Serafim Fortes e Cia., J. Bettega e a poderosa Cia. Lumber Colonization Co., entre outros. Em 1890 São Mateus passava a receber imigrantes europeus, a maioria em precárias condições, contribuindo para a história e o progresso da região.
Nesse período áureo da navegação tropeiros e agricultores, caboclos mestiços eram transformados em maquinistas, pilotos, cozinheiros ou marinheiros. São Mateus, sede de várias empresas de navegação, chegou a ter estaleiros com operários especializados na armação e montagem de barcos – havia então cerca de cem pontos de carga e descarga de carga e passageiros.
Em 1935, com o advento do transporte rodoviário e do declínio do comercio da Erva Mate, entre outros fatores, a Lloyde Paranaense, a última empresa sobrevivente era liquidada.
Ao final, comentou o sãomateuense Lauro F. Dias, "o vapor 'Curitiba' foi à pique em função da embriaguês de seu comandante; o 'Visconde', cercado de mato, foi devorado pelos cupins; o 'Potinga' afundou no rio Negro; o 'Vitória' e o 'Rio Negro' feneceram no estaleiro. O 'Pery' teve sua carcaça salva e restaurada. Hoje, imóvel e sujeito a corrosão do relento e da ferrugem, parece fitar saudoso as águas sofridas de um Iguaçu maltratado pela nossa geração".
(Fontes: pmuniaovitoria.com, Wikipedia)
Paulo GraniPode ser uma imagem de corpo d'água
Vapor Cruzeiro, primeira década de 1900.

Pode ser uma imagem de 1 pessoa, em pé, ao ar livre e monumento
Vapor Visconde de Guarapuava, em sua viagem inaugural, em 1899.

Pode ser uma imagem de 5 pessoas e pessoas em pé
Vapor Sara, década de 1920.
Pode ser uma imagem de texto que diz "PERY"
Vapor PERY, em 1925.

Pode ser uma imagem de ao ar livre e texto que diz "IGUASSU"
Vapor Iguassú, em 1930.

Pode ser uma imagem de em pé e ao ar livre
Vapor Leão, década de 1920.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Vapor Paraná, década de 1930.

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